segunda-feira, 30 de setembro de 2019

ESPECIAL HALLOWEEN 2019 - A Maldição da Residência Hill




"Raaapaaazzzz" - Xaropinho



PÉ DE PATO MANGALÔ TRÊS VEIS! Sim, está no ar mais um ESPECIAL DE HALLOWEEN DO SPEAK MELLON!


E para começar, vamos de review de uma série do "Netefriquis" que passou praticamente despercebida pelo público brasileiro, mas que foi muito bem recebida lá fora. Então bora começar logo este especial!






A série adapta o clássico literário do Terror de Shirley Jackson, A Assombração da Casa da Colina, em dez episódios. A autora é uma grande influência para grandes nomes do gênero como Stephen King e Neil Gaiman. O diretor Mike Flanagan (Occulus, Oujia e Doutor Sono) faz um grande trabalho de adaptação e modernização desta obra.

A trama e o modo como os personagens são apresentados aqui são bem diferentes de como são no livro, mas é seguro dizer que a relação entre o sobrenatural e a loucura continua sendo muito bem explorada nesta produção para a TV. Se no livro original os personagens principais se encontram dentro da mansão, aqui eles fazem parte de uma família. A abordagem com uma dinâmica mais familiar foi um grande acerto dos produtores. A relação dos personagens e os seus “fantasmas” e medos são muito bem trabalhados neste contexto mais pessoal e familiar. Tudo isso feito com uma ótima edição não linear e uma escrita primorosa que investe muito em Flashbacks e Flashfowards para costurar a trama.





No verão de 1992, Hugh (Henry Thomas na sua versão mais jovem e Timothy Hutton em sua versão mais velha) e Olivia Crain (Carla Gugino) junto com seus filhos, Shirley (Lulu Wilson versão criança e Elizabeth Reaser na versão adulta), Steven (Paxton Singleton versão criança e Michael Huisman versão adulta), Theodora (Mckenna Grace, criança e Kate Siegel na versão adulta) e os gêmeos Luke (Julian Hilliard, criança e Oliver Jackson-Cohen, adulto) e Nell “Eleanor” (Violet McGraw, criança e Victoria Pedretti, adulta), se mudam para a Mansão Hill. O objetivo é reformar a velha mansão para depois vendê-la por um preço mais alto. Entretanto, elementos sobrenaturais presentes na casa influenciam na morte de Olivia. Um trauma que marca para sempre todos da família.


Hugh Crain carrega no peito o segredo que atormenta toda a sua família. Ele sabe realmente o que levou a morte de sua esposa, mas nuca contou a verdade para os seus filhos. Isso gerou um grande distanciamento dele para com o resto da família.




O filho mais velho, Steve, se tornou um escritor de romances de Terror e escreveu sobre os acontecimentos que traumatizaram a sua família, sempre com uma visão mais cética sobre o acontecido. Ele acredita que sua mãe e o restante da família realmente sofre de problemas mentais e que o que aconteceu de sobrenatural na residência Hill não passa de um sintoma causado por esta doença.





Shirley virou uma Tanatopraxista (profissional que prepara cadáveres para o funeral) e é dona de uma casa funerária. Ela é casada e tem dois filhos, mas vive sempre tensa e com um casamento em crise.




Theodora se tornou psicóloga infantil e graças a uma habilidade sensitiva que ela herdou de sua mãe, ela tem a habilidade de saber o que outras pessoas fizeram ou estão sentindo quando ela os toca com sua mão (Seria ela uma ILUMINADA? Referência ao Stephen King ae!). Por ter este dom, Theo sempre usou luvas e sempre evitou contato com outras pessoas. Ela é uma pessoa fria e distante, até mesmo com os seus irmãos.




Os irmãos gêmeos são os que mais sentiram a tragédia da residência. Luke se tornou um viciado em drogas. Esteve em várias reabilitações, mas não consegue se recuperar. Os fantasmas e a morte de sua mãe o marcaram de forma profunda. Nell também nunca se recuperou de sua infância na residência. Tentou vários tratamentos e religiões, mas nada realmente consegue trazer paz para a sua vida. Para piorar, ainda sofre de paralisa do sono. Depois de mais uma tragédia em sua vida pessoal, Nell é novamente atormentada pela residência Hill, levando ela e o resto de sua família de volta aos fantasmas de seus passados.





Mike Flanagan é um dos grandes nomes do Terror moderno. Como já foi dito aqui, a adaptação do romance é muito boa, mas a direção do Flanagan é tecnicamente impecável. É impressionante como ele trabalha bem os tão famigerados Jump Scares. Mesmo em momentos que eles são previsíveis, a execução é muito boa. Sempre com um bom trabalho de câmera e um ótimo build-up para os sustos. A estrutura do roteiro é genial, já que é uma história que trabalha em duas linhas temporais. É seguro dizer que é uma "assombração não linear", já que vários fantasmas e acontecimentos da residência tem reflexos anos depois, e acontecimentos no futuro refletem no passado. É aquela série que você não pode perder nenhum detalhe, já que tudo é muito bem explorado e explicado na segunda metade da temporada.





O elenco está muito bem. Tanto a versão mirim como os adultos, todos entregam grandes atuações. Destaque para as atrizes que interpretam a Theodora e a Nell em sua versões adultas. A Theo é a minha personagem favorita, já que tem uma dinâmica interessante. A Nell carrega todo o drama da série. É praticamente a alma da história é boa parte dos momentos mais impactantes da série passam por este personagem.

Outro grande destaque vai para o excelente sexto episódio. Um episódio que contou com uma gigantesca cena de plano-sequência de DEZESSETE minutos, e um sete especialmente construído para o episódio. Passado e presente se misturam aqui, em um episódio que levou um mês para ser ensaiado e que envolveu todos os personagens principais em suas duas versões. O resultado na tela é impressionante e com certeza entra para a categoria especial de grandes cenas em plano-sequência já feitas no audiovisual.




Mas o que mais me chamou a atenção – e me deixou todo CAGADO – são os fantasmas escondidos em vários episódios. A galera mais velha deve saber disto, mas no simpático filme de comédia Três Solteirões e um Bebê, existe uma cena misteriosa que já virou lenda urbana. Em uma das cenas é possível ver a imagem de um suposto fantasma de um garoto que morava no apartamento onde o filme estava sendo gravado. Depois de um tempo essa informação foi negada pelos produtores. Eles afirmaram que era apenas um pôster promocional em “tamanho natural” do próprio filme, O QUE É MUITO ESTRANHO PORQUE ELES NÃO ESTAVAM EM UM ESTÚDIO, E SIM EM UMA LOCAÇÃO DE VERDADE!

Eu não irei colocar esta cena aqui no post pelo simples fato dela ter me TRAUMATIZADO PRA CARALHO NA MINHA INFÂNCIA! Na verdade foi mais culpa do DOMINGO LEGAL do Gugu que sempre mostrava isso naquelas matérias sobrenaturais. Se você quiser ver a cena é só procurar no YouTube que está fácil, mas enfim... voltando para a série do Netflix, não é que o senhor Mike Flanagan usou esta dinâmica em vários momentos? Sim, tem vários fantasmas escondidos nas cenas da Mansão. Vultos, vozes, sombras ou espectros em diferentes lugares. Se já não bastasse o clima tenso da própria história, você ainda é assombrado por estas aparições. Eu recomendo que você não veja este vídeo e tente “achar” eles vendo a série. Mas se você é um CAGÃO como eu, e não quer levar mais sustos, vejam onde eles estão escondidos aqui.




A Maldição da Residência Hill é uma grata surpresa, já que o Terror é raramente bem explorado na TV (Não me venha com essas merdas de American Horror Story aqui). Sombria e dramática ao mesmo tempo, a série aborda muito bem o lado psicológico e a relação com o sobrenatural. Te faz questionar mais uma vez a morte e suas consequências. Nossos medos e “fantasmas pessoais”. A série é bem desenvolvida e a trama flui muito bem em todos os episódios. Não se preocupe com a “fórmula Netflix de encher linguiça”. Essa série não tem fillers ou qualquer tipo de enrolação. É uma ótimo quebra-cabeças psicológico sombrio sobre mistérios que vã filosofia jamais pode imaginar.



NOTA 10


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