segunda-feira, 13 de junho de 2016

MARVEL NA TELA #1: BLADE - O CAÇADOR DE VAMPIROS (Parte 1 - Quadrinhos)

Nesse primeiro post de uma série, uma visão geral dos quadrinhos do Blade e suas adaptações para cinema, televisão e animação!

MARVEL NA TELA #1: BLADE - O CAÇADOR DE VAMPIROS (Parte 2 - Filmes e Séries)

Blade no cinema:

Em 1998, a New Line produziu o primeiro filme do Blade, com Wesley Snipes no papel do herói, escrito por David S. Goyer (trilogia Batman de Christopher Nolan e O Homem de Aço) e dirigido por Stephen Norrington (também responsável pelo filme da Liga Extraordinária). O filme foi o primeiro sucesso da Marvel, depois de versões desastrosas de Howard, O Pato (1986), Justiceiro (1989/1991) e Capitão América (1990), gerando duas sequências e uma série.

É inegável que, depois desse filme, a Marvel começou a pensar mais em versões cinematográficas de seus quadrinhos. Parte disso porque a New Line deu uma “atualizada” na história e o filme ficou bem a cara da época: um Blade estilo Justiceiro, todo de preto, com armas e colete, uma katana nas costas, caçando vampiros cyberpunks ricos, regado a muita parafernália tecnológica e música eletrônica. Inclusive, elementos esses que veremos em Matrix, lançado no ano seguinte, além da luta com personagens feitos com CG na sequência de 2002, que parece um laboratório para Matrix Reloaded (2003).

A sinopse básica do primeiro filme é da luta de Blade para matar os vampiros e vingar a morte de sua mãe. Em contrapartida, Diácono Frost quer usar o sangue de Blade para fazer um ritual profético e despertar La Magra, um deus-vampiro, para ganhar mais poder sobre os “Puros-sangues”. Com esse roteiro básico, o filme é um dos melhores da Marvel, assim como sua sequência, mesmo com efeitos especiais datados e alguns clichês de filmes dos anos 90.

Mas, deixando o lado fanboy, o filme mudou o personagem e tem pouca influência das HQs. Nada de Nightstalkers, nada de Drácula ou Morbius, nada de um Blade ainda aprendendo a ser menos turrão e tentando acertar sua vida, nada de entidades demoníacas. No filme, Blade já é um Daywalker, com sede de sangue e poderes vampirescos. Diferente de ser filho de uma prostituta, mordida e morta por Frost, um vampiro velho, que se veste à moda puritana dos EUA do século XIX (Deacon = diácono), nas telas sua mãe torna-se vampira sem ele saber e Frost é um vampiro novo, bonitão e moderninho. Também tem a presença de Abraham Whistler, um personagem criado para o filme, que cria Blade desde pequeno e o auxilia nas caçadas. O personagem é interpretado por Kris Kristofferson, que daria um ótimo Bible John!


Blade II (2002) tem a mão de Guillermo del Toro (Hellboy e Círculo de Fogo) na direção e um ritmo mais alucinante, mais próprio de um filme de super-herói. Blade resgata Whistler das mãos dos vampiros, com a ajuda de um novo auxiliar, Scud (Normam Reedus, o Daryl de The Walking Dead) e recebe pedido de ajuda dos vampiros para combater Nomak, o transmissor do vírus Reaper, que transforma os vampiros em assassinos de vampiros (!). No meio disso tudo, Blade tem que liderar um grupo criado anteriormente para caçá-lo, chamado Bloodpack, enquanto rola um flerte com a vampira Nyssa, filha de Elis Damaskinos, um vampiro ancião.

O filme segue a linha “cyber-cool” do filme anterior, com direito a balada vamp, trilha eletrônica, e muitas sequências de ação “pseudomilitar”. Assim como no anterior, no seguinte e na série, Blade quase não usa suas “lâminas”, mas sim muitas armas de tiro (com balas de prata, de alho, estacas de prata e luz ultravioleta) e mantém seu óculos escuros sempre impecável. Além do aparato armamentista e tecnológico, conta ainda com uma caranga estilosa (um Dodge Charger 1968) e uma moto na linha Kawasaki Ninja. Filme bacana, com sequências que fazem as dos novos filmes da Marvel parecerem apenas cópias atualizadas, mas que continua distante dos quadrinhos do personagem.

O terceiro filme, Blade Trinity (2004), dirigido pelo próprio Goyer, é bem mais fraco. Um grupo jovem de líderes dos vampiros ressuscita Drácula, enquanto armam para incriminar Blade, que passa a ser perseguido pelo FBI. O caçador de vampiros recebe ajuda dos Nightstalkers (!), formados por um grupo de pessoas comuns e liderados pela filha de Whistler (Jessica Biel, linda como sempre) e por um Hannibal King ex-vampiro (!!), sem poderes e com muitas piadas afiadas. Interpretado por Ryan Reynolds, Hannibal é o que salva o filme, que tem algumas cenas engraçadas. É de se pensar se os executivos e produtores de Deadpool (2016) não viram esse filme antes de ter a brilhante ideia de chamar Reynolds para interpretar o Comediante Carmim.

Este filme é um dos que sofreram reflexo do 11 de setembro e, por isso, somos obrigados a engolir um Drácula árabe (!!!), que deverá ser combatido pelo herói negro americano! =P Ainda, tem Triple H dando aula de wrestling com Reynolds. O roteiro lembra muito o fraquinho Drácula 2000 (2000) e o final é bem clichê (e ineficiente).

Como filmes, a trilogia de Blade não é ruim. Os dois primeiros filmes são diversão garantida para quem curte tanto filmes de super-heróis quanto o gênero ação “vamp moderno”, na linha Anjos da Noite. Tem bastante acertos e para mim, os dois primeiros estão entre os melhores filmes de heróis já feitos. Porém, faltou mais fidelidade aos quadrinhos, claro, e tiveram algumas forçadas de barra desnecessárias.

Notas dos filmes:

Blade (1998) = 7 melões

Blade II (2002) = 7 melões e meio

Blade Trinity (2004) = 5 melões



Blade na TV:

Devido ao sucesso dos filmes, a New Line ainda decidiu investir em uma série de Blade, após um piloto com o subtítulo de “A Nova Geração”. Nada de Snipes, o caçador de vampiros agora é interpretado pelo fraquíssimo Kirk “Sticky Fingaz” Jones. A série, feita para o canal Spike TV e transmitida aqui pela Warner e pelo SBT, só teve uma temporada, de 12 episódios, na mid season de 2006.


Blade, ajudado agora pelo high tech boy Shen (Nelson Lee) e pela ex-soldado transformada em vampira Krista (Jill Wagner), tenta descobrir e atrapalhar os planos de Marcus Van Sciver, uma espécie de Donald Trump vampiro e membro da Casa Chthon, uma das 12 casas “nobres” de vampiros. Aparentemente em busca de uma vacina para que os vampiros fiquem imunes ao alho, prata e luz do dia, na verdade quer matar todos os “Puros-sangues” e ser tornar o chefão de todos os vampiros.

A história da série não é tão ruim. Escrita também por David S. Goyer junto com Geoff Johns (escritor de Superman Origem Secreta e de episódios das séries Arrow e Flash, e atualmente participando do Rebirth da DC), seria uma boa HQ ou talvez até rendesse um bom filme (se bem dirigido) ou até mesmo uma série interessante (se melhor feita e com melhores atores). Mas o Fingaz não convence com seu Blade, muito “cover” de Snipes, o restante do elenco é mais ou menos e a produção é bem na linha de séries medianas da época, como Angel (spin-off de Buffy) e Torchwood. Na mesma época, Heroes teve produção melhor e Supernatural tinha mais elementos ocultos e demoníacos!

Para piorar, a série tem momentos românticos e de confrontos “psicológicos” que parecem ter saído de uma soap opera (as fraquíssimas telenovelas norte-americanas). O final, aberto para o caso de uma segunda temporada, é previsível e um tanto quando caricato. Se fosse feita uma nova série de Blade, essa deveria ser esquecida e enterrada no caixão junto com Drácula! =P

Nota da série: 5 melões (de 10)

Blade anime:

Entre 2010 e 2011 a Marvel, em parceria com a japonesa Madhouse, produziu quatro séries de animes baseados em seu universo de heróis: Homem de Ferro, Wolverine, X-Men e Blade. Vi apenas alguns episódios da série do caçador de vampiros e não vi as outras, mas já acho que a de Blade é a que mais combina com esse estilo de animação. Apesar de já ter um anime sobre caça aos vampiros sensacional, chamado Vampite Hunter D, a primeira impressão que tive de Blade em anime foi ótima!
No Japão, Blade caça o Diácono Frost, o vampiro que matou sua mãe, aqui com quatro presas, e acaba cruzando caminho com a caçadora de vampiros Makoto. Episódios tem toda a carga dramática e cenas de ação que combinam muito com o personagem.


Quando terminar de ver, se minha opinião mudar, venho aqui e atualizo esse post, podem apostar! ;)

Nota do anime até o momento: 7 melões.

Uma pequena análise:

Blade é um herói bem diferente, apesar de algumas semelhanças com caras como Wolverine e Justiceiro. A complexidade de sua jornada envolvida pelo sobrenatural torna sua mitologia interessante e acho que ele merecia ter histórias mais bem escritas e um melhor aproveitamento nas mídias audiovisuais.

Seria bom se um Alan Moore (ou aspirante a tal) pegasse o herói para arrumar as bagunças que fizeram na “comixologia” dele! Claro, tem a parte da também... É um herói que, como poucos, pode ter histórias tanto no universo “MAX”, mais adulto, como histórias divertidas no universo colorido da Marvel. =P

Apesar dos filmes feitos serem bons, ainda ficam a desejar como adaptações e, sinceramente, a possível volta do Snipes no papel do herói me preocupa...

Como eu faria?

Já faz um tempinho de rumores sobre a volta de Blade às telas, e Wesley Snipes disse que está em forma e pronto pra voltar a interpretar o herói. Bem, não sei se eu gostaria que Snipes voltasse a ser o Blade... Eu gosto dele nos filmes do caçador de vampiro (tirando algumas forçadas), mas sei lá... Se a Marvel quiser trazer Eric Brooks para seu Universo Cinematográfico, eu acho que eles deveriam “rebutar” o personagem. Primeiro, faria uma série Netflix da vida, com temporadas curtas de 10 episódios, baseado nos quadrinhos, mais ou menos assim:


1ª temporada - Blade, normal, apenas imune às mordidas de vampiros, é um caçador de vampiros que procura por Diácono Frost, o assassino de sua mãe. Enquanto isso, flashbacks contam sua origem e treinamento. Em sua busca, conhece os primeiros caçadores de vampiros, que caçam Drácula (Quincy Harker e sua turma). Faria uma atualização das histórias de Tomb of Dracula, com um clima e ação semelhante a do anime.

2ª temporada - Com a morte de Drácula e de alguns caçadores e o sumiço de Frost, Blade se junta a Hannibal King e Drake e formam uma agência e caçam o oculto como Nightstalkers. Enfrentam Lilith, os DOA da Hidra, Bloodstorm (clone do Drácula) e Varnae. Continua em busca pelo Diácono.
3ª temporada - Com a aparente morte de Hannibal e Drake, Blade tenta levar uma vida normal, pegando um ou outro caso do oculto, mas Bible John o procura sobre a volta de Drácula. Enfrenta também o trio que quer ressuscitar Varnae, Salomé e um falso Frost.

4ª temporada - Enfrenta Morbius (com ou sem Homem-aranha) e transforma-se no Daywalker. Caça Deacon Frost, enfrenta esquadrão da SHIELD de vampiros e o Reaper dos quadrinhos. Aparecem os Seven, que extraem os V3s dos vampiros.

5ª temporada - Enfrenta os Tryks e Cilla, os Seven e tem seu confronto final com Diácono Frost e com um Drácula renascido, após trama mentirosa de seu falso pai, Lucas Cross (utilizando parte da história de Marc Guggenhiem, mas com um sentido melhor).

Só em seguida (ou paralelo às últimas temporadas) faria três novos filmes, na linha MCU e meio Deadpool (mas nem tanto), baseado nas seguintes histórias:

1º filme – Histórias com o Homem-aranha ou Doutor Estranho ou histórias de combate e parceria com o Wolverine, ou com Justiceiro, ou ainda as histórias com o Motoqueiro Fantasma.

2º filme - Com os X-Men no arco Maldição dos Mutantes, enfrentando Xarus, que quer transformar os mutantes em vampiros para dominar o mundo. Talvez misturando com história de alguns dos heróis citados acima, para o primeiro filme.

3º filme – Com os Poderosos Vingadores, num arco combinado com os Vingadores principais e misturando vilões e sagas cósmicas da Marvel com sagas místicas.

Enfim, é esperar que Blade volte um dia a ser reaproveitado no Universo Cinematográfico da Marvel e melhor escrito e desenhado nos quadrinhos!



Não leu o post antes desse, sobre os quadrinhos de Blade? Só clicar aqui!

É isso! ;)