Black Phillip, Black Phillip
domingo, 30 de outubro de 2016
terça-feira, 25 de outubro de 2016
terça-feira, 18 de outubro de 2016
O DEMÔNIO DE NEON
Semanas depois de ver o filme,
uma crítica um pouco diferente do que tem por aí na Internet, sobre o novo e
polêmico filme de Nicolas Winding Refn.
[SEM SPOILERS]
Se você cogitou assistir o
Demônio de Neon (The Neon Demon), deve ter pesquisado umas críticas por aí e
pode ter ficado dividido. A maioria achou o filme fraco, decepcionante e
bizarro. Se você vai pela maioria, não perca seu tempo vendo o filme. Você não
vai gostar. Sério.
Primeiro, que a história simples
de uma garotinha do interior que tenta ser modelo na cidade onde os anjos não
têm vez (também conhecida como Los Angeles) e é vítima da inveja e frustração
de três mulheres que querem possuir sua beleza a qualquer custo, não é um filme
de terror propriamente dito. Não como os que você pode estar acostumado.
Segundo, que o ritmo lento do filme (como quase todos os outros do diretor),
pode deixar você com sono. “Que filme chato!”, você irá dizer, acredite.
Claro, o filme tem Christina
Hendricks e Keanu Reeves fazendo pontas, tem um visual bonito e trilha moderna,
além de belas mulheres, algumas delas nuas. Tem cena de sexo, também. E sangue.
Mas, se você procura um filme em que a mocinha corre do vilão que quer matá-la
e é salva no final, esqueça. Gaste sua pipoca com outro filme.
Porém, se você curte filmes
diferentes, “artísticos”, cult,
polêmicos e controversos, pode ser que goste. Pode ser...
Se o único filme de Stanley
Kubrick que assistiu foi Laranja Mecânica, ou se achou O Iluminado sem pé nem
cabeça, 2001 e Barry Lyndon maçantes e De Olhos Bem Fechados apelativo,
esquece. Se espera ver cenas fortes de polêmica gratuita, como em Ninfomaníaca,
Love, O Anticristo ou Serbian Film, também esqueça. Procura por filmes com
críticas sociais, políticas e filosóficas batidas, populares nas rodas de bar
da Rua Augusta? Deixa quieto.
O Demônio de Neon é, como você já
deve ter visto por aí, um filme sobre a “ditadura da beleza”, presente não só
no mundo da moda, mas em toda a cultura ocidental. Mas eu penso um pouco
diferente sobre o que li por aí, em relação à “mensagem” do filme. Não acho um
filme “feminista”, mesmo que os principais personagens sejam mulheres e os
homens são uns bocós que não podem ver uma mulher bonita. Também não acho
“misógino”, retratando como as mulheres fazem de tudo para ficarem bonitas para
os homens. O filme não fala nada sobre isso. Ele fala mais sobre como o ser
humano (homem ou mulher) é fraco e se dobra à beleza que vê diante de seus
olhos. Como não estamos satisfeitos com nossos corpos e invejamos o próximo,
numa busca sem sentido pelo sucesso e pela perfeição.
Ouso dizer que o filme é quase
uma pregação cristã, por baixo de uma estética contemporânea, e história
“aparentemente” polêmica. É como pegar um folheto dizendo “não deixe o demônio
da luxúria dominar sua vida, não se entregue aos prazeres da carne e a
concupiscência dos olhos e desejos”. Até o anjo mais puro pode ser tomado pelo
maligno, se der ouvidos ao ego e aos desejos mundanos! Parece pregação? Nada a
ver? Me diga depois de ver o filme.
Também acho que o diretor ironiza
Hollywood, mostrando uma Los Angeles que pode te devorar num piscar de olhos e
que somente o que é bonito vende. Mas não viaje sobre “imperialismo americano e
capitalismo”, como já li por aí. Nada disso, o filme fala sobre pessoas, não
sobre sistemas econômicos e políticos.
É um bom filme, gostei muito. Mas
reconheço que é para poucos, para quem consegue ver o filme “de fora da
caixinha”, mesmo que seja uma caixinha pseudo-intelectualoide. As cenas
“polêmicas e bizarras” como contam por aí, que causam repulsa, nem são tão
repulsivas assim, para falar a verdade. Filmes de Pasolini, dos anos 70, são
graficamente mais repulsivos e você sabe que o cara era um gênio! =P
[ A PARTIR DAQUI, SPOILERS]
Marcadores:
Cinema,
crítica,
Demônio de Neon,
fashion,
Keanu Reeves,
Moda,
necrofilia,
Nicolas Winding Refn,
Review,
sexismo,
Sia,
Terror,
The neon demon,
wicca
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
MellonCast #65 - Rádio Speak Mellon FM (Vol. 1)
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Assinar:
Postagens (Atom)