segunda-feira, 20 de junho de 2016

ESPECIAL INDEPENDENCE DAY - O RESSURGIMENTO: H.G. Wells e a Guerra dos Mundos



"Eles Chegaram!"


Começando mais um especial aqui no Speak Mellon. Aproveitando que INDEPENDENCE DAY - O Ressurgimento estreia essa semana, vamos falar sobre alienígenas na cultura pop. E para começar, nada melhor do que lembrar a obra mais importante do tema: A Guerra dos Mundos!



O contato com uma possível vida inteligente vinda de outro planeta é um dos temas mais abordados na nossa cultura pop. Sempre tentamos imaginar como seria esse contato: Eles seriam hostis? Amigáveis? Quais seriam as suas verdadeiras intenções em nosso planeta? Um dos primeiros que tentaram responder essas questões foi o escrito inglês H.G. Wells, um dos pais da Ficção Cientifica. Wells nasceu em 1866, em Bromley, na Inglaterra filho de um pequeno comerciante. Antes de ingressar na Escola Normal de Ciências em Londres, onde conheceu Thomas H. Huxley de quem ficaria bastante amigo, Wells trabalhou como professor-assistente. Após se formar chegou a trabalhar como professor de biologia até se tornar jornalista e escritor profissional. Essa sua formação em biologia foi muito importante, já que em seus primeiros romances ele conseguia aplicar o seu conhecimento técnico em sua narrativa.



Mas ele se destacava mesmo quando focava em suas obras na condição social do homem. Os seus primeiros trabalhos foram os “romances científicos” (O termo FICÇÃO CIENTÍFICA só foi criado em 1926 por Hugo Gernsback na revista Amazing Stories) A Ilha do Doutor Moreau (1896), O Homem Invisível (1897) e A Guerra dos Mundos (1898). No livro, a trama começa no início do século XX, nos arredores de Londres. O narrador e personagem principal, que não é identificado no livro, é convidado para ir ao observatório de Ottershaw, onde observa a primeira de uma série de explosões na superfície de Marte. Mais tarde, aquilo que se pensava ter sido a queda de um meteoro perto da casa do narrador, acaba sendo a queda de um cilindro metálico. O cilindro abre-se, e de lá dentro saem os marcianos, que destroem todos os humanos que se aproximam com o raio da morte.



O narrador foge então com a sua mulher para Leatherhead, mas tem que voltar a casa para devolver uma carruagem que tinha pedido emprestado. Nessa altura, ele vê que os marcianos se locomovem em máquinas com tripés metálicos - os tripods - passando facilmente pela resistência militar oferecida pelos humanos. Além disso, eles têm uma nova arma que dispara uma espécie de fumaça nega, que mata qualquer pessoa que entra em contato com ela. O narrador encontra então um soldado em fuga, que lhe diz que caiu outro cilindro, retardando caminho o seu regresso para sua mulher. Os dois então decidem viajar juntos, mas um ataque dos marcianos acaba os separando. A narração passa então para a história da evacuação em massa de Londres, devido à queda de mais cilindros nos seus arredores, contada pelo irmão do narrador, que acaba por conseguir escapar por barco.



Voltando ao narrador, ele acaba ficando encurralado em uma casa em ruínas destruída pela queda de um dos cilindros, acompanhado por um padre. Nessa altura ele observa o Modus Operandi dos marcianos, constatando que eles usam os humanos como alimento, absorvendo o seu sangue para consumo próprio e para ajudar na irrigação de vegetais alienígenas em nosso planeta. No entanto, o padre, traumatizado pelos acontecimentos recentes, enlouquece, fazendo com que os marcianos entrem na casa e acabem pôr o capturar. Finalmente os marcianos abandonam a lugar e o narrador consegue deixar a casa em ruínas. Quando chega em Londres, que está quase deserta, repara que as plantas marcianas começam a morrer, assim como os marcianos. Estavam a morrer devido a uma bactéria contra a qual não tinham imunidade. Eventualmente os Marcianos foram derrotar por simples bactérias que estavam em nossas plantas, em nossa atmosfera e em nossa água. O narrador então volta para sua casa, onde para sua surpresa, se reúne com a sua mulher.



Em 30 de outubro de 1938, a rede de rádio CBS interrompe sua programação para noticiar uma suposta invasão alienígena. Na verdade, era nada mais que um programa semanal, onde a história de A Guerra dos Mundos era dramatizada pelo ainda jovem Orson Welles, em forma de programa jornalístico. Entretanto, houve grande pânico devido a um mal-entendido: Cerca de 6 milhões de pessoas sintonizaram no programa e metade delas fez isso depois da introdução que explicava que não passava de uma obra de ficção. Pelo menos 1,2 milhão de pessoas acreditou ser um fato real, meio milhão teve a certeza de que o perigo era iminente, entrando em pânico, sobrecarregando as linhas telefônicas, aglomerações nas ruas e congestionamentos causados por ouvintes tentando fugir do perigo. O caos paralisou três cidades. O programa foi um sucesso de audiência, fazendo a CBS bater a emissora concorrente NBC. Na época, H.G. Wells condenou esta transmissão, mas antes de morrer ele conheceu Orson Welles e ambos se tornaram bons amigos.

Transmissão de rádio original 



Em 1953, após várias tentativas fracassadas, inclusive uma com o grande Alfred Hitchcock, o livro ganhou sua primeira adaptação cinematográfica. Guerra dos Mundos (War of the Worlds, 1953), dirigido por Byron Haskin, com Gene Barry e Ann Robinson como protagonistas. Com produção dos lendários George Pal e Cecil B. DeMille, o filme tinha algumas mudanças para com a versão literária, mas mesmo assim ainda mantinha as ideias originais de H.G. Wells. Ao invés de ser situada em Londres do começo do século XX, a trama se passa em Los Angeles nos anos 50. É bom destacar que na década de 50, os filmes de ficção científica se tornaram uma febre em Hollywood. Dois anos antes, o filme O Dia que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, 1951) tinha sido um verdadeiro sucesso. Nele um alienígena chegava no nosso planeta para nos alertar dos perigos da revolução atômica. Essas obras exploravam muito este período pós-segunda guerra mundial. O medo de inimigos que conquistavam nações à força ainda era latente, principalmente nos EUA. Isso tudo ainda era acompanhando da repercussão negativa dos ataques nucleares ao Japão. A invasão alienígena era uma alegoria perfeita para desenvolver uma crítica para aquele momento da sociedade.




Em 2005 o diretor Steven Spielberg, lenda do cinema americano e que sempre explorou muito bem os alienígenas em suas obras, resolveu rodar uma versão moderna de Guerra dos Mundos. E mais uma vez a obra serviu de alegoria para criticar o atual momento do mundo. Era o “pós-Onze de Setembro”. Os terroristas eram os grandes inimigos da vez. O país estava em guerra contra o Iraque e Afeganistão. O filme também adapta muito bem as ideias do livro, mas com essa por assim dizer, “ênfase” em retratar aquela momento atual, tanto em sua estória como visualmente. E claro, com a clássica abordagem do diretor envolvendo a relação conturbada entre pais e filhos. No filme, Ray Ferrier (Tom Cruise) é um homem divorciado que trabalha nas docas em Nova Jersey. Ele não se sente à vontade no papel de pai, mas precisa cuidar de seus filhos, Robbie (Justin Chatwin) e Rachel (Dakota Fanning), quando eles lhe fazem uma de suas raras visitas. Pouco após eles chegarem, Ray presencia um evento que mudará para sempre sua vida: o surgimento de uma gigantesca máquina de guerra, que emerge do chão e incinera tudo o que encontra. Trata-se do primeiro golpe de um devastador ataque alienígena à Terra, que faz com que Ray pegue seus filhos e tente protegê-los, levando-os o mais longe possível das armas extraterrestres.




Em várias cenas do filme o diretor se inspira nos atentados de 11 de Setembro de 2001. Em uma delas, os aliens usam um raio que incinera os humanos, transformando-os em cinzas. O personagem de Tom Cruise fica coberto de cinzas, remetendo as pessoas que estavam perto das Torres Gêmeas em 2001 no momentos em que elas vieram abaixo. O seu filho, Robbie, a todo momento quer se juntar ao exército para poder “revidar” o inimigo. Naquela época era grande o número de pessoas que se alistaram no exército para lutar contra os terroristas no Iraque e no Afeganistão.



Até hoje H.G. Wells é um escritor reverenciado. Suas obrar sempre foram à frente do seu tempo. Segundo teria dito Júlio Verne


“As criações do Sr. Wells pertencem sem reserva a uma era e grau de conhecimento científico muito distantes do presente, entretanto não vou dizer que inteiramente além dos limites do possível”

Em uma de suas obras, Guerra Aérea (The War in the Air, 1904) ele chegou a prever os bombardeios aéreos. Se por acaso um dia o nosso planeta venha sofrer uma invasão alienígena, é bem capaz que algumas situações descritas por Wells em A Guerra dos Mundos venham virar realidade. Sua obra ainda servem de referência quando o assunto é invasão alienígena. 



Fontes: Wikipedia, Info Escola e material extra do DVD/Blu-Ray Guerra dos Mundos (2005)

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