sábado, 17 de fevereiro de 2018

My Two Cents About: Pantera Negra




"Wakanda Forever"



Dez anos de MCU e nessa altura do campeonato é raro ver a Marvel Studios errar em suas produções. Mesmo se isso acontecer (Thor: Ragnarok), o “time” já está tão acertado que isso pouco influencia no “plano maior” da principal trama deste universo. O que resta para o estúdio é realmente tentar elevar o nível das novas produções e dos novos personagens. Pantera Negra finalmente ganha uma chance no cinema como um personagem principal. E o resultado é muito bom.




Após os eventos de Capitão América: Guerra Civil, T’Challa (Chadwick Boseman) retorna para casa, na nação reclusa e tecnologicamente avançada de Wakanda, para servir como o novo líder. Entretanto, T’Challa logo descobre que é seu trono é desafiado por facções dentro de seu próprio país. Quando dois inimigos conspiram para destruir Wakanda, o herói conhecido como Pantera Negra precisa se unir ao agente da CIA Everett K. Ross (Martin Freeman) e membros do Dora Milaje, as forças especiais de Wakanda, para prevenir que o país seja levado a uma guerra mundial.




Dirigido por Ryan Coogler (Fruitvale Station e CREED), o filme nos primeiros dias do T’Challa como o novo rei de Wakanda e como ele encara o dilema entre preservar o país e toda a sua tecnologia, ou ter uma abertura maior para o resto do mundo. Wakanda sempre se isolou do mundo. Todos acham que é um país do terceiro mundo inacessível por estar em uma área desconhecida do continente Africano, mas na verdade eles vivem na nação mais avançada do planeta. Tudo isso graças a um meteoro cheio de VIBRANIUM que caiu na região há milhares de anos atrás (mostrado em uma ótima cena de animação no começo do filme). Graças ao mineral, os Wakandanos conseguiram desenvolver tecnologias fantásticas. Imaginem se o Elon Musk tivesse toda a tecnologia do mundo e o MALUF pudesse fazer qualquer obra? Essa é Wakanda!


Imagina o Musk e o Maluf em Wakanda?

Mas o país sempre teve uma política de se isolar e não influenciar os países vizinhos e o resto do mundo. E não é todo mundo que apoia esta ideia. É uma ideia que é bastante presente nos quadrinhos do personagem, e claro, uma discussão bastante atual no mundo moderno. Políticas sobre refugiados e protecionismo estão sendo revistas e debatidas nos últimos anos. Claro, isso é um filme da Marvel e da Disney, então não é totalmente aprofundado, mas parece que vai ser mais explorado no segundo filme do personagem.




Voltando para a trama, esse isolamento forçado do país acaba gerando o principal vilão do filme. Killmonger (Michael B. Jordan) é um dos melhores vilões do MCU. Sua motivação crível lembra um pouco a do Barão Zemo de Guerra Civil, só que com uma execução bem mais satisfatória. Andy Serkis como o Garra Sônica, entrega uma atuação mais caricata. É o vilão mais “quadrinhos” do filme. Chadwick Boseman como Pantera Negra/T’Challa repete a boa atuação de Guerra Civil. É um líder sereno e que impõe respeito quando é preciso. Mas o grande acerto do filme são os coadjuvantes. Lupita Nyong’o como Nakia traz esse ponto de “divisão” ideológica do país para a trama e para o herói. Danai Gurira como Okoye, líder das Dora Milaje, também enfrenta dilemas que entram em confronto com a sua vida pessoal e sua vida como guerreira do reino. 




Mas o personagem que rouba a cena é Shuri (Letitia Wright), irmã de T’Challa. Uma das jovens mais brilhantes e inteligentes de Wakanda. Ela é a responsável pela tecnologia empregada na sociedade, além de fornecer os gadgets para o herói e entrar em combate quando é preciso. Boa parte do alívio cômico do filme fica com ela. E aqui a Marvel não erra mão como foi feito em Thor: Ragnarok. Quando bem feito, as piadas são hilárias nos filmes do estúdio. Aqui funcionou muito bem.




O filme tem ótimas cenas de ação e luta. Destaque para a sequência da Coréia do Sul. O diretor adora filmar várias cenas sem cortes. Ele já tinha feito isso em CREED, e aqui ela explora isso muito bem. As cenas luta lembram um pouco o estilo dos irmãos Russo (Soldado Invernal, Guerra Civil e o próximo Vingadores). Você consegue ver o que está acontecendo sem ter uma câmera tremendo e cortes malucos toda hora. Infelizmente o CG peca em alguns momentos, principalmente no embate final do Pantera contra o Killmonger. Aliás, o desfecho foi bem clichê. Mesmo com uma ótima cena final dos dois personagens, o filme seguiu a cartilha dos filmes de origem.


via GIPHY


A trilha sonora é do compositor sueco Ludwig Göransson (Fruitvale e CREED), que é bem condizente com o filme. Em alguns momentos lembra o trabalho do Hans Zimmer em O Rei Leão, e em outros momentos ela tem elementos do Hip-Hop. Aliás, o filme faz algumas homenagens visuais para o clássico noventista. Toda a parte “mística” do filme remete muito a cena do fantasma do Musfasa em O Rei Leão.






Pantera Negra reuni todos os elementos que fizeram o MCU ter sucesso nesses últimos dez anos. Ele tem carisma, respeito ao personagem dos quadrinhos, humor bem feito e uma ótima estória. O filme consegue introduzir muito bem o personagem no nosso mundo atual e no universo já pré-estabelecido. Era o filme necessário para iniciar essa parte final da Fase 3 do MCU, mesmo sendo um filme totalmente fora do foco da principal storyline (Thanos e a Guerra Infinita). Não é um Capitão América – O Primeiro Vingador, que se preocupava mais em ser um elo de ligação para o primeiro Vingadores. E ainda temos boas possibilidades para uma continuação, com uma trama ainda mais política e séria.


NOTA: 9


Um comentário:

  1. Black Panther é um exemplo de quanto a Marvel melhorou com suas histórias. Michael B. Jordan nos deu o melhor vilão da Marvel. Ele fará um ótimo trabalho em seu novo projeto. Na minha opinião, Fahrenheit 451 será um dos mehores filmes drama de este ano. O ritmo do livro é é bom e consegue nos prender desde o princípio. O filme vai superar minhas expectativas. Além, acho que a sua participação neste filme realmente vai ajudar ao desenvolvimento da história.

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