sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Os Melhores e Piores Filmes de 2020

 



É Deus no Céu e Julia Fox na Terra


                                          


Feliz Ano Novo! Finalmente encerramos o nefasto ano de 2020. Ano terrível para o cinema convencional. A pandemia praticamente parou toda a indústria e até o momento não temos uma previsão de uma volta para uma situação “normal”. Com esta situação tivemos o aumento de lançamentos de filmes pelas plataformas de streaming. 


Vários filmes que deveriam ter sido lançados no cinema foram parar no streaming. Grandes estúdios como Disney e Warner resolveram apostar com tudo no streaming. A Warner mergulhou de vez na polêmica e anunciou que todos os seus grandes lançamentos para 2021 estarão disponíveis no HBO Max junto com o cinema no mesmo fim de lançamento. Essa estratégia começou com Mulher-Maravilha 1984. Já a Disney lançou o live action de Mulan no Disney+ e cobrou uma taxa por fora. Depois de ser criticada por isso, resolveu lançar o novo filme da Pixar, SOUL, sem nenhum acréscimo. 


Se para os grandes estúdios este ano foi desafio, para os indies foi um momento de brilhar ainda mais. Com a escassez de lançamentos, o “público civil” foi atrás de mais filmes fora da “bolha” convencional. 


Como sempre, não vi TODOS OS FILMES... e olha que a desculpa de tempo não cola muito para esse ano. Nossa lista subiu de trinta e dois para trinta e seis filmes neste ano, mas ainda faltou muita coisa legal que faltou nessa lista como Os 7 de Chicago ou A Voz Suprema do Blues. E alguns filmes que ficaram naquele “vácuo entre anos” acabaram entrando nessa lista. Aliás, a primeira posição é um filme deste “vácuo”. Não tenho culpa que ele só foi lançado aqui em 2020. Já a nossa lista de piores só tem sete filmes. Alguns foram ruins, mas não mereciam estar na lista. O que entrou nisso é realmente RUIM! 




Antes de começar a lista, fique com a nossa também tradicional Playlist com a trilha sonora dos filmes desses filmes. 




                                               




Agora sim, vamos para a lista de MELHORES e PIORES FILMES DE 2020





36 - Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa (Birds of Prey and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn)





Birds of Prey não é um filme horrível como muita gente falou, mas também passa longe de ser horrível. É apenas OK! 

Primeiro que nem deveria se chamar Birds of Prey, e sim só Harley Quinn. O grupo mesmo só se forma lá para o final do filme. E não temos muito aprofundamento sobre os personagens já que o foco é sempre na Harley Quinn. Só a Caçadora tem um pouco da sua origem apresentada, mas mesmo assim ainda é uma personagem desperdiçada. A Canário Negro tem um pouco de desenvolvimento, mas para por aí.

A Harley (e o filme) aqui é uma mistura de Jack Sparrow e Deadpool. Funciona bem em alguns momentos, mas em outros erra a mão. O filme gira em torno da Cassandra Cain (que passa LONGE da versão dos quadrinhos), que roubou um diamante do vilão Máscara Negra. Ewan McGregor interpreta uma Máscara Negra totalmente afetado aqui. Para mim passou do tom, mesmo em um filme com um universo mais "solto". O que salva um pouco o filme é a atuação da Margot Robbie. Ela é a personagem e manda muito bem nas cenas de ação. Aliás, muito bem realizadas, já que foram produzidas pela galera dos filmes do John Wick

Outros dois fatores para o fracasso do filme foram a péssima classificação R-Rated (18 anos) e a péssima campanha de marketing. A classificação não melhora o filme ou deixa diferente de outros filmes PG-13. Era melhor ter deixado 13 anos e ter garantido uma bilheteria maior. A Warner e a Margot Robbie que foi produtora tem culpa nisso! A campanha de marketing SJW também afundou esse filme. Primeiro que isso nem é jogado na cara do público no filme. Os atores que divulgaram o filme pesaram tanto nisso durante as entrevistas que acabou dando munição para galera que já não gosta muito deste discurso. É um filme bem melhor que Capitã Marvel ao meu ver, mas se perdeu na politicagem durante a divulgação.

É aquele filme para ver jogado em alguma repetição na TV a Cabo quando você está entediado. Aquele filme para ver no Domingo antes do futebol e antes do almoço da família que sempre atrasa. É um filme para ver nessa quarentena quando você já está sem ideia para passar o tempo. Ele não vai criar uma nova franquia. Acho que a só a Harley Quinn sobrevive disso, já que ela estará no novo Esquadrão Suicida do James Gunn. Faltou um desenvolvimento melhor dos personagens. Acho que repete o mesmo erro do primeiro Esquadrão Suicida nesse quesito, mas a direção nas cenas de ação é bem mais satisfatória. Acho que a Warner precisa dar uma prioridade para o filme do Flash e dar um retcon nesse universo cinematográfico deles. Aproveitar as coisas boas, se livrar das ruins e salvar alguns personagens que não foram bem apresentados nesses filmes (Caçadora e Máscara Negra).


Para finalizar, eu achei a trilha sonora bem legal.




35 – Fúria Incontrolável (Unhinged) 





DAAAAMN BOOOOOI, HE'S A THICC BOOOOI THAT'S A THICC ASS BOOOI! DAAAAMN!


Russell Crowe GORDAÇO (quem sou eu para criticar), divorciado e tendo um dia de fúria com road rage. E não, não é um documentário (TUDUM-PSS)


Incrivelmente, ainda é derrotado com uma tática de, PASMEM, FORTNITE!


Tirando isso, é um filme bem legal. Fórmula clássica de 90 minutos e com uma surpreendente violência bem-feita no meio disso tudo.




34 - Destruição Final: O Último Refúgio (Greenland)





Outra surpresa desse ano. Greenland é um Impacto Profundo mais "pé no chão". Desde a história mais focada no drama familiar, até nos efeitos especiais. 


Não é uma grande produção de Hollywood como aqueles filmes de desastre do Roland Emmerich (Independence Day e 2012), mas entrega ótimas atuações e uma trama competente.




33 – Sonic – O Filme (Sonic the Hedgehog)





Sonic é aquela Sessão da Tarde clássica. Fórmula E.T. O Extraterrestre com a agilidade e o humor atual.

O filme funciona para a galera mais jovem e para os boomers que cresceram com os jogos clássicos (eu sei que são millenials, mas assim é melhor). Jim Carrey está muito bem. Lembrando um pouco a sua fase dos anos 90. O Sonic em sim é muito engraçado. O humor do filme me lembrou um pouco os anos dourados dos Simpsons e do próprio desenho do Sonic dos anos 90.

Mas o que salvou mesmo o filme foi o redesign do personagem. Nada disso teria funcionado se o Sonic fosse aquela aberração do primeiro trailer. O personagem tem aquele estilo cartunesco clássico que usa bastante os olhos para passar o que personagem está sentindo. Isso é bem aproveitado no filme. É impressionante como a Paramount, os produtores e o diretor não viram o ÓBVIO enquanto estavam desenvolvendo o personagem do filme. Pelo menos tiveram a decência de escutarem os fãs. Filme divertido e que deixa algumas portas abertas para continuações e até um possível universo cinematográfico com outros personagens.


E por último: A atriz que faz a esposa do personagem do James Mardsen é gata demais. ELA PRECISA SER A NOVA TEMPESTADE nos filmes do X-Men do MCU!







32 – Fora de Série (Booksmart)




Duas garotas extremamente esforçadas do ensino médio decidem compensar o tempo perdido e juntar quatro anos de diversão em uma única noite.


Basicamente um Superbad da Geração Z, mas com meninas. E foi bem legal. Ótimo debut da Olivia Wilde como diretora em longas metragens!




31 – Yes, God, Yes 





Nos anos 2000, Alice (Natalia Dyer) é uma adolescente do meio-oeste devota ao catolicismo. Quando um chat online faz com que ela descubra a masturbação, ela passa a ser consumida por culpa e procurar desesperadamente por redenção divina.

Puberdade e aquela educação sexual brega das antigas com repressão sexual através da religião são coisas que geralmente não se dão muito bem. Me desculpem, amigos religiosos, mas o filme mostra bem que algumas igrejas, principalmente a católica, não consegue trabalhar bem o assunto até hoje.


Junte isso com um período que uma jovem enfrenta os dilemas clássicos da idade e temos um ótimo coming-of-age (ou seria um "cuming-of-age"? TUDUM PSS).


Outra coisa legal é o período que o filme se passa. Fim dos anos noventa onde a Internet ainda estava "engatinhando" e a "putaria" ainda era tímida. Natalia Dyer (Stranger Things) consegue mostrar mais atuação aqui do que nas três temporadas da série no Netflix.



30 – The Old Guard




Boa surpresa desse ano de lançamentos digitais. Essa estratégia da NETFLIX de adaptar HQ's que não são muito conhecidas está se mostrando eficiente. 


Gostei de todo o conceito. Podemos dizer que é a continuação de HIGHLANDER que a gente sempre quis e nunca teve. Charlize Theron é uma força da natureza. É a melhor atriz de ação da atualidade e uma das melhores em todo o cinema de ação, independentemente de ser homem ou mulher. Acho que a Scarlett Johansson faz um bom trabalho, mas usa mais dublês para isso. A Charlize faz bem mais cenas de ação sem essa ajuda. 


A ação do filme é boa. Redondinha e bem executada. Vale a assistida!




29 – Vigiados (The Rental)





Dave Franco seguiu os mesmos passos de seu irmão mais velho, James Franco, e resolveu dirigir um filme. E que ótima estreia na cadeira de diretor.


The Rental é um thriller competente e com uma história simples (eu gosto de chamar de vaction terror) e um roteiro amarradinho. Se você já fica desconfiado das casas que aluga no Airbnb, depois desse filme vai ficar ainda mais paranoico com isso. Gostei como relacionamento dos personagens facilita ainda mais os terríveis acontecimentos da segunda metade do filme.



28 – Black Box 





Blumhouse goes Black Mirror


Nolan (Mamodou Athie) é um homem que sofreu um acidente grave e perdeu boa parte de sua memória. Entretanto, um tratamento experimental faz com que o jovem tenha suas memórias de volta, contudo, algumas coisas devem ficar no passado e ele saberá da pior forma possível.

Esse festival da Blumhouse na Amazon mostra que a produtora que diversificar ainda mais suas produções, mirando para outras experiências. Black Box parece um episódio de Black Mirror, mas acho que quarenta e cinco minutos ou uma hora seria o bastante. Depois do Plot Twist o filme dá uma "engessada".


Mesmo assim a história e bem legal. Ótima atuações.




27 – Bill & Ted: Encare a Música (Bill & Ted Face the Music)





Estava com medo de ser só mais uma continuação forçada, mas mantiveram a mesma qualidade dos dois outros filmes. Gostei pra caramba da quest das filhas dos personagens. Mozart e Jimmy Hendrix fazendo uma Jam foi muito legal. A quest do Bill e do Ted começa meio fraca, mas melhora do meio para o fim.


Coisas legais para apontar aqui:


As esposas do Bill e do Ted não envelheceram nada, ao contrário de seus maridos. Aqui você realmente percebe que o Keanu Reeves ESTÁ VELHO! Ele disfarça bem colocando uma barba, mas acredite, o cara fez 55 essa semana e esse filme aparece bem.


Outro que está bem velhinho é o pai do Ted, aquele delegado de polícia


Não sou fã do Kid Cudi, mas ele mandou bem


As filhas dos personagens são bem legais. Principalmente a filha do Ted. Pegou todos os trejeitos do Keanu Reeves.


A música que finalmente uniu todo mundo é bem legal, mas não melhor que "God Gave Rock 'N' Roll To You II" que toca no final do segundo filme!




26 – O Diabo de Cada Dia (The Devil All the Time)





Filme com um elenco estelar e uma boa história. Uma pena que a narração estrague vários bons momentos. E o Robert Pattinson com uma atuação abaixo derrubam um pouco o resultado final, mas ainda é um filme que merece ser conferido.


Incrível como o fanatismo e a interpretação errônea de uma religião levou tantas pessoas para uma vida miserável e decadente.




25 – Problemas Monstruosos (Love and Monsters)





Ótima sessão da tarde com monstros gigantes. Na verdade, é um “Zombieland” mas com monstros gigantes. 


Dylan O’Brian precisa cruzar um Estados Unidos cheio de monstros gigantes só para se reencontrar com a sua namorada da época da escola (Jessica Henwick). 




24 – Ameaça Profunda (Underwater)




Underwater é uma grata surpresa em 2020. Um suspense/Terror/Catástrofe com muita influência de Lovecraft (o diretor disse que o mostra era realmente o Cthulhu), Alien e The Abyss. O que eu mais gostei foi a direção de arte. Aqueles trajes de mergulho me lembraram muito os trajes de jogos como Gears of War e BioShock. Os designs das criaturas são bem legais.


Eu sou suspeito para falar porque sou fã dela, mas a Kristen Stewart mandou muito bem aqui. Não é uma Sigourney Weaver mas entregou uma boa atuação como protagonista. 


Aquelas narrações no final do filme derrubaram a nota final. Desnecessário e trata o público como idiota.



23 – Mulher-Maravilha 1984 (Wonder Woman 1984)





Parece que chegamos na primeira polêmica da lista. Muita gente odiou o filme. Como disse o Matheus aqui do Blog, é puramente culpa da Warner, já que passou anos e ano com filmes sombrios. Para mudar a cultura dos fãs vai demorar. 


Mulher-Maravilha 1984 é o filme certo para esse momento do mundo.


É um filme leve e divertido. Não está preocupado em preparar algo para o DCEU ou para uma continuação. História fechada e bem competente. Me lembrou os filmes do Superman do Richard Donner. Patty Jenkins traz uma ótima ambientação dos anos 80 e dirige boas cenas de ação, embora a luta final seja fraca como no primeiro filme. Como já disse o Deadpool:


"Prepare-se para uma grade luta final em CGI"


Minhas sequências favoritas foram a introdução com a Diana criança na Ilha das Amazonas e a cena que a Mulher-Maravilha aprende a voar. Essa cena do voo tem uma curiosidade. O Hans Zimmer é o responsável pela trilha do filme (não iria resistir em compor a trilha da trindade sagrada da DC, né?), mas o tema que toca na cena do voo é de John Murphy. "Sunshine - (Adagio in D minor)" é a música tema do filme Sunshine - Alerta Solar. O tema caiu muito bem para essa cena. Parece que até gênios como Hans Zimmer se rendem a trabalho de outras pessoas... ou estava sem inspiração mesmo? 

Gal Gadot entrega mais uma atuação segura. Ótima dupla com o Chris Pine. O dois tem uma ótima química na tela.


Se você não é fã do "Zeca Splinter" que só gosta dos filmes "sombrios" da DC, vai adorar o filme.


Melhor filme de Herói do ano... se bem que nem teve concorrência. O filme da Arlequina foi legal, mas não dá nem para competir aqui. Ótima mensagem passada no final. Esse tipo de filme e esse tipo de personagem tem que ter essa missão mesmo.


Servir de inspiração para várias gerações. De sombrio já basta o mundo real!




22 – A Arte de ser adulto (The King of Staten Island)




Scott (Pete Davidson) tem sido um caso de desenvolvimento aprisionado desde que seu pai bombeiro morreu quando tinha sete anos. Conforme sua irmã mais nova (Maude Apatow) vai para a faculdade, Scott, agora com seus vinte e poucos anos, passa os dias fumando maconha, passeando com seus amigos e ficando com sua melhor amiga (Bel Powley). Mas quando sua mãe (Marisa Tomei) começa a namorar um outro bombeiro (Bill Burr) sem papas na língua, uma série de eventos se desencadeia, obrigando Scott a lidar com o luto e tentar seguir em frente com a vida.



Judd Apatow sempre fazendo bons trabalhos. Acho que o único tropeço dele foi em Trainwreck. Pete Davidson está muito bem aqui. Seja na atuação ou na escrita, já que também é um dos roteiristas.


Pessoalmente, eu sofro das mesmas duvidas que o personagem sofre e com o agravante de que eu sou mais velho. Se bem que eu conheço muita gente que infelizmente está no mesmo caminho.


Appatow e Davidson contam uma história de amadurecimento (ou pelo menos de tentativa) com um texto bem real e contundente.




21 – Big Time Adolescence 





Enquanto passa por um forte período de amadurecimento em sua vida, um jovem suburbano conta com as estranhas e destrutivas tentativas de ajuda de seu melhor amigo: um desistente da escola completamente diferente dele. Juntos, eles passam por uma longa jornada de conhecimento interior e percebem que ser adulto é muito mais complicado do que parece.


Segundo filme do ano que o Pete Davidson interpreta O MESMO PERSONAGEM. O mais impressionante é que ele mantém o mesmo nível. Claro, até porque ele interpreta ele mesmo.


Seu personagem aqui lembra muito o personagem de King of Staten Island, mas sem aquela carga dramática. Aqui ainda percebe que o seu modo de vida acomodado influencia de forma destrutiva na vida de seu melhor amigo, um garoto de 16 anos que é irmão de sua ex-namorada.


Mais um Coming-of-Age de primeira qualidade e que mostra bem o quanto os Zoomers estão seguindo o mesmo caminho destrutivo dos Millenials




20 – Vampires vs The Bronx 





Vampires vs the Bronx é uma espécie de Garotos Perdidos + Goonies + filme do Ei, Arnold + Attack the Block.


É mais um desses bons projetos que o Netflix compra, mas não divulga direito. O filme trabalha muito bem os tropes e clichês do subgênero (Vampiros), e ainda consegue fazer isso bem sendo uma história contemporânea. Consegue jogar uma pequena crítica sobre especulação imobiliária, preconceito e ainda trabalha bem o uso de gagdets. Esse filme é a prova que dá para contar histórias de aventura ou com crianças como os dos anos 80 e 90 mesmo com a tecnologia atual.


O trio de atores principais manda muito bem aqui e a Sarah Gadon é outra boa surpresa. Diversão despretensiosa e muito bem-feita. Uma pequena joia nessa plataforma de streaming.




19 – Volition 





Em um noite chuvosa, dois carros se envolvem num acidente, deixando ambos os motoristas mortos no local, incluindo a mãe do único sobrevivente: uma criança chamada James, que havia previsto a tragédia dois dias antes. Agora, vinte anos depois, James usa suas habilidades psíquicas para cometer pequenos crimes. Mas quando uma visão revela que seu próprio assassinato se aproxima, ele precisa fugir e tentar mudar o destino.


Volition é uma das boas surpresas de 2020. Em um ano com poucas grandes produções de Hollywood, filmes indies de verdade (não esses de 90 milhões da Amazon ou da Sony Picture Classics) como esse estão tendo bastante visibilidade com o grande público. Volition é um ótimo filme de viagem no tempo. Tem um roteiro amarradinho e que usa muito bem os clichês do subgênero e faz isso com um orçamento bem curto. Incrível com um bom roteiro torna qualquer produção tecnicamente simples em um bom filme.


O filme me lembrou um pouco MEMENTO, PRIMER, Predestination e Efeito Borboleta. Para quem gosta do subgênero é uma boa diversão.




18 – A Caçada (The Hunt)





QUANDO O DAMON LINDELOF FAZ ALGO QUE PRESTA ATÉ O DIABO SE ARREPIA!


Um dos filmes mais legais deste ano. De forma mais direta podemos afirmar que o filme é um Bacurau + O Albergue. É incrível como o filme tem um ritmo frenético que não cai em nenhum momento.


A trama e bem simples: Um grupo de pessoas é caçado por outras pessoas! O mais legal é que tirando a personagem da Betty Gilpin, o resto é literalmente aniquilado sem dar chance de você se apegar. Você acha que vai acompanhar um personagem ou grupo... BOOM! Já era... morreu.


E falando em mortes, esse filme foi bem criativo nesse departamento. Pode esperar um massacre bem legal. A crítica social fuderosa lacrou está muito boa. Dessa vez sobrou para galerinha moderninha progressista. On point!


Eu realmente não esperava um filme tão competente vindo de um roteirista tão irregular como o Damon Lindelof.




17 – Fuja (Run)




Bom suspense com a Sarah Paulson interpretando uma grande vilã!


O filme gira em torno de uma adolescente deficiente que descobre que seus problemas físicos são causados pela própria mãe. Aí começa uma luta desesperada para sair do cativeiro que é sua própria casa. O filme tem uma ótima construção de tensão. A garota não tem acesso fácil à Internet para que ela possa descobrir o passado da mãe ou o que são os remédios que ela toma. Fora as limitações físicas que a medicação que a mãe faz ela tomar pioram ainda mais a situação.


Presa em uma cadeira de rodas e afastada da pequena cidade onde elas moram, a adolescente precisa sua inteligência para sair dessa. Com essa dinâmica temos ótimas cenas dentro da casa. Os desafios que a garota passa é impressionante. A tensão e o suspense são fantásticos neste filme.




16 - À Espera dos Bárbaros (Waiting for the Barbarians)





Mark Rylance dá mais um show de atuação nessa adaptação do romance de mesmo nome do escritor Sul-africano J.M. Coetzee. O filme se passa em uma fortaleza de um império fictício, em uma localização também fictícia. Rylance interpreta o magistrado desta fortaleza. Uma pessoa que tenta manter uma gestão pacífica entre o povo da fortaleza e os bárbaros que vivem perto. Tudo muda quando o personagem de Johnny Depp chega. Um coronel do império que quer saber como está a situação na região. Sua chegada acaba influenciando na paz entre os bárbaros e a fortaleza.


O filme é um "Slow Burn". É um filme sobre figuras e sistemas autoritários. O que se passa nessa pequena fortaleza é uma alegoria sobre outros sistemas e governos autoritários de nossa história. O filme tem uma fotografia linda. Como a história é um amálgama de vários elementos, o diretor colombiano Ciro Guerra consegue balancear visualmente isso muito bem na tela. Temos o visual do exército legionário francês de 1920, mas com soldados ingleses. Uma vila dentro da fortaleza que se parece muito com Marrocos e bárbaros que são praticamente uma representação do povo mongol da época de Gengis Kahn.


Como eu disse, não espere um filme com um ritmo rápido. Ele é pautado nas atuações e ações que lentamente vão mudando a dinâmica de poder da região. A participação de Robert Pattinson é bem fraca no filme. Ele demora para aparecer e não faz muita coisa. Você poderia usar qualquer outro ator aqui e ainda iria economizar no orçamento da produção.


Johnny Depp está bem aqui. O personagem dele é bem estiloso e bem calmo, mas ainda assim é o que movimenta a trama. Gostei muito de seu arco.




15 – Hunter Hunter 




Joseph e sua família vivem em um lugar remoto ganhando a vida com caça, mas a tranquilidade é ameaçada quando um predador desconhecido começa atacá-los. Joseph agora precisa conhecer seu inimigo para defender sua família.


Com certeza um dos melhores finais do ano. O filme é slow burn que começa como história de sobrevivência nas florestas canadenses e termina com algo mais sinistro.


O final é um soco no estômago. Cru e angustiante!



14 – The Vast of Night 





No período da Guerra Fria, enquanto acontece a corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética, dois adolescentes de uma cidadezinha americana são obcecados pelo rádio. Quando eles descobrem uma estranha frequência de ondas aéreas, suas vidas e o mundo inteiro podem estar prestes a mudar drasticamente.

Que grande Sci-Fi feito com baixo orçamento e que consegue trazer tanta coisa para um assusto que já foi tratado tantas vezes.


Sim, todas as referências estão lá. De Contatos Imediatos de Terceiro Grau, E.T. O Extraterrestre até transmissão de Guerra dos Mundos de Orson Welles e o filme Contato. Mas a forma como o filme te entrega isso é totalmente diferente. A direção é fantástica. Achei muito legal a ideia de estar dentro de um programa como Além da Zona da Imaginação. É como se a gente estivesse em uma "terceira camada" (Expectadores, programa de TV e o próprio filme). As tomadas em plano-sequência são muito bem-feitas. Gostei muito da química dos protagonistas.


O filme me lembrou um pouco o Super 8 do J.J. Abrams, mas a diferença é que aqui o diretor realmente consegue tirar leite de pedra e entrega muito mais e com um orçamento bem inferior. O filme custou míseros Um Milhão de Dólares. Ótima escolha se compra da Amazon.




13 – Soul 





Soul é mais um desses grandes trabalhos da Pixar. Um estúdio que já falou sobre os nossos sentimentos, sobre os nossos medos e sobre a morte, agora aborda o nosso maior dilema:


Qual é o sentido da vida?


É com certeza o filme mais adulto do estúdio, ou o mais direcionado para este público. Não sei se já temos crianças com este tipo de questionamento tão cedo em suas vidas.


Assim como Divertidamente, Soul transforma conceitos abstratos em personagens e mundos interessantes. O conceito da "pré vida" e a escola que as almas frequentam antes de irem para o nosso mundo é muito legal. "22" é uma grande personagem. Seus questionamentos sobre a vida são interessantes e o seu arco complementa muito bem com o do protagonista Joe Gardner.


Junto disso ainda temos o mundo do Jazz muito bem retratado com o protagonista. Nem é preciso dizer a qualidade da trilha sonora. Uma das melhores já feitas pelo o estúdio!


É a Pixar sendo Pixar! Só ela trabalha tão bem esses conceitos. Mesmo sendo um filme que talvez não seja tão acessível para as crianças ainda traz o estilo de narrativa que fez o estúdio ser reconhecido como um dos mais criativos da história do cinema e da animação.





12 – Last and First Men 





Primeiro e último filme do finado Jóhann Jóhannsson, famoso compositor de trilhas de filmes como A Chegada, Sicario e A Teoria de Tudo.


Baseado no livro de mesmo nome do escritor Olaf Stapledon, Last and First Men é um filme em preto e branco, gravado em 16mm e com narração de Tilda Swinton. Ele narra uma última mensagem de homens que vivem em um futuro longínquo, precisamente 2 Bilhões de anos no futuro. Os últimos homens estão perante ao apocalipse do mundo. Em seu último ato, resolvem enviar uma mensagem para o passado, para os primeiros homens em busca de ajuda.


Se você não gosta de filmes experimentais, NEM PRECISA CHEGAR PERTO DISTO! É uma hora de lindas imagens de arquitetura brutalista da antiga Iugoslávia, retratando o mundo dos últimos homens, com uma narração impecável da Tilda Swinton. Um belo retrato dos últimos momentos de nossa espécie no universo. O último ato. Uma escolha interessante para mostrar uma obra de Ficção Cientifica.


Uma pena o Jóhann Jóhannsson ter ido embora tão cedo, mas vendo está obra podemos entender mais a finalidade de tudo. 





11 – Nocturne 





Blumhouse elevando o jogo aqui nessa parceria com a Amazon.


Nocturne me lembrou muito o Cisne Negro do Aranofsky. Tanto na trama como no visual. Uma história de rivalidade entre irmãs musicistas. Essa dinâmica de "músico vendendo a alma para o Diabo" não é nova, vide a lenda urbana do músico Robert Johnson que até virou um filme (Crossroads). O filme retrata muito bem esse mundo da música clássica e a dedicação dos músicos para alcançar a perfeição, mas também mostra o custo disto. A pressão que esses jovens enfrentam e os caminhos escuros que eles usam para tentar chegar na perfeição. Indo de remédios controlados até... cadernos possuídos!


O que chama atenção aqui é a ótima direção e fotografia. Sydney Sweeney (Euphoria e The Handmaid's Tale) entrega uma ótima atuação em seu primeiro trabalho como protagonista.



10 – Mank 





Para quem gosta de bastidores de Hollywood, principalmente sobre Cidadão Kane, considerado o melhor filme já feito, Mank é um prato feito.


Muitos dizem que Orson Welles é um "farsante" e que todo o crédito de Cidadão Kane deve ir para o roteirista Herman J. Mankiewicz. David Fincher mergulha fundo no assunto e em outras polêmicas como a de que o filme foi inspirado na vida de William Randolph Hearst, empresário americano do ramo de editoras. Dizem que Hearst tentou barrar o lançamento de Cidadão Kane em 1941. David Fincher usa o mesmo estilo de narrativa de Cidadão Kane para mostrar a vida de Mank durante a criação do roteiro de Cidadão Kane. E assim como no clássico filme, podemos ver vários flashbacks mostrando como Mank conheceu Hearst, os planos que brincavam com a profundidade de campo e o trabalho de luz diferenciado. Para quem gosta de Cidadão Kane podemos ver vários momentos e acontecimentos que serviram de inspiração para o roteiro.


Gary Oldman está fantástico como Mank. Com certeza leva uma indicação ao Oscar esse ano.



09 – 1917 





Sam Mendes e Sir Roger Deakins entregam mais um espetáculo visual. O filme levou merecidamente o prêmio de Melhor Fotografia no último Oscar.


Não se enganem, é um filme para se aproveitar o visual e sua técnica. Não espere bons diálogos ou desenvolvimento grande de seus personagens. 


É um filme com uma ideia simples e com uma execução complexa. 




08 – O Homem Invisível (The Invisible Man)




A nova versão do clássico personagem ficou bem legal. O Diretor Leigh Whannell manda muito bem com poucos recursos. O estilo Blumhouse caiu muito bem para essa reinvenção.

A história é muito boa, conseguindo abordar temo sérios como abuso doméstico e relacionamentos tóxicos. 

Leigh Whannell é muito criativo na direção. Ele consegue trabalhar muito bem a tensão e o suspense. Melhor remake do Terror em anos.




07 – O Farol (The Lighthouse)





Sim, eu só fui ver esse filme no começo de 2020. Robert Pattinson e William Dafoe dando um show de atuação em mais uma obra-prima de Robert Eggers (A Bruxa)

O trabalho de direção é primoroso. Não é um simples “preto & branco”. Recomendo muito que vejam o Making Off deste filme. 




06 –  Never Rarely Sometimes Always




Retrato impressionante de uma jovem de desessete anos que decide fazer um aborto. O filme mostra todo este processo delicado. A cena que a protagonista passa pela entrevista sobre sua vida sexual nos últimos 12 meses é impressionante! Cinco minutos sem cortes com um close na personagem que literalmente se desmonta toda e revela como ela chegou nesta situação. 

Cinco minutos que mostram o quanto as mulheres precisam apoio para tomar este tipo de decisão e como é importante ter um lugar um seguro para fazer esse tipo de procedimento e também mostra que isso deve ser levada muito a sério. A sequência é desconfortante, assim como várias outras neste filme.

O filme é bem direto ao tratar esse tema. Não é um Juno da vida. A vida real é bem mais séria. Não filme indie da Sony Classics. Esse filme deveria ser mostrado em aulas de educação sexual. Como eu já disse, é uma abordagem bem real. O quanto mais franco e direto esse assunto for abordado logo com os jovens, melhor.



05 – Da 5 Bloods 





Spike Lee mais atual do que nunca nesse filme. Perfeito para o momento. Não que o BlacKkKlansman não fosse também, mas esse chegou em um timing perfeito. 


Os temas abordados em Da 5 Bloods são um retrato de cinquenta anos, mas ao mesmo tempo é algo que enraizado em na cultura dos americanos desde muito antes. Os confrontos que o EUA travou em toda história e as suas feridas ainda são sentidas. Quando isso ainda é misturado com todo o conflito racial, o resultado é ainda pior. Durante o filme, Lee sempre mostra esse confronto de ideias; por que os negros deveriam ir lutar uma batalha em que não acreditavam para um país que não tratava bem os seus semelhantes? E por que algumas pessoas ainda acreditavam que isso poderia ser superado (Martin Luther King)? E que ainda tinham esperança que a América seria unida e finalmente viveria os seus ideais de verdade.


A ganância americana é outro ponto explorado pela personagem Paul (Delroy Lindo, em uma das suas melhores atuações de sua carreira). É uma figura trágica que sofreu muito com o conflito no Vietnã e depois dele. Ele é o cara amargurado e levado facilmente pelo ódio. Virou o cara conservador, eleitor do Trump com direito ao bonézinho MAGA e tudo. Boné que, aliás, serve para duas coisas no filme: ser um símbolo desse sentimento da ganância e violência americana e também para mostrar que nem todo negro dos EUA tem o mesmo pensamento de causa, já que vários personagens até concordam com algum dos pensamentos do Paul no filme, e isso foi oficializado pelo próprio Lee em uma entrevista. 


Tecnicamente o filme é fantástico. Adorei como o Lee muda os formatos de tela durante o filme e como ele evidencia figuras e acontecimentos históricos durante o filme, quase de uma forma documental. Não é só uma citação ou algo para você ir procurar no Google depois. Ele te mostra ali e muitas vezes é bem chocante. Não sei como vai funcionar o próximo Oscar, mas espero que esse filme seja reconhecido pela Academia.





04 – TENET 





“Tudo que aconteceu, aconteceu! ”


Essa simples frase resume um dos projetos mais ambiciosos do diretor Christopher Nolan. Uma frase que representa os vários bons momentos, mas também os mais fracos deste filme.


O filme mostra que podemos reverter a ordem de como coisas acontecem. É possível reverter o tempo, mesmo que a história e os personagens caminhem para o futuro! Quando filme chega em sua metade a história começa a se repetir, ao mesmo tempo que ela avança. Tudo já foi mostrado, mas agora são apresentados de forma “reversa”. Agora imagine tudo isso sendo apresentado no filme no modo "NOLAN de explicar". Você realmente sente um pouco de dor de cabeça em muitos momentos. Os diálogos expositivos são rápidos e você precisa assimilar tudo de forma rápida no início. Quando você vai assimilando o principal, o Nolan vai aumentando a complexidade deste conceito e ainda apresenta outro (Pinça temporal). 


A complexidade do filme acaba não abrindo muito espaço para momentos mais dramáticos dos personagens. A esposa de Sator, Kat (Elizabeth Debicki) tem essa responsabilidade dentro da trama. Esposa que é frequentemente abusada pelo vilão e que precisa proteger o seu filho. Infelizmente não funcionou tão bem quanto em outros filmes do diretor. Não estou pedindo para um momento “Poder do Amor” de Interstelar, mas faltou algo que fizesse o público se conectar mais com os personagens. E claro, se "tudo que aconteceu, aconteceu" você mais ou menos sabe que os personagens não estão correndo muito risco. O personagem do Robert Pattinson, Neil, foi o que mais chegou perto disso ao meu ver. Ele lembra muito o personagem de Tom Hardy em A Origem, mas aqui com muito mais importância para trama. John David Washington manda muito bem como o protagonista. Clássico James Bond, mas em uma trama muito mais interessante do que as do 007 (sim, eu falei isso!). O filme é um primor na parte técnica. Sequências de ação impressionantes e que trabalham muito bem as regras do roteiro. Nolan continua usando quase nada de CGI. Aqui ele chegou ao ponto de bater e explodir um avião de verdade. A sequência final é de uma complexidade visual espantosa.


Hans Zimmer infelizmente não participou da trilha, mas ele foi muito bem substituído pelo Ludwig Goransson (Pantera Negra e The Mandalorian). Trilha fantástica e já favorita para ganhar o próximo Oscar, caso venha acontecer a premiação. Infelizmente o Nolan ainda continua com a mania de deixar o volume de alguns diálogos bem baixo e o volume da trilha sonora EXTREMAMENT ALTO em várias cenas. Sério, você está lá tentando se concentrar nas regras da história e conceito, e na hora que você começa a ver as cenas de ação vem a trilha sonora que te atinge com tudo. Se prepare porque você vai sentir muita dor de cabeça na sala de cinema. Este é definitivamente um filme que você não pode puxar o celular ou se desligar um pouco em alguma cena.


Christopher Nolan apresentou o seu filme mais ambicioso até hoje. Ele ainda continua te explicando tudo, mas aqui ele foi além e resolveu ser um pouco mais corajoso ao apresentar conceitos mais complexos e criativos. Ele brinca mais uma vez com o subgênero de filmes de espionagem, apresentando uma trama inovadora e que abre o leque de possibilidades para este tipo de filme de ação. É uma pena que o filme não teve um lançamento normal, já que sua distribuição foi afetada pela Pandemia, mas vamos ver como ele se sairá com público "civil" quando ele for lançado no Home-Video.





03 – O Som do Silêncio (Sound of Metal)





Aquele velho ditado se aplica muito bem nessa história:


"Você realmente só dá valor as coisas quando você perde elas"


E neste caso, não é só audição que o personagem principal perde, e sim a felicidade em si. O filme mostra o drama de um músico que está perdendo a audição e ao mesmo tempo ainda precisa lidar com o vício nas drogas. Impressionante como o filme mostra esse processo de uma pessoa que está perdendo a audição. Trabalho de design de som é fantástico aqui. Os momentos que o personagem vai perdendo a capacidade de escutar, os novos sons que começa a escutar e ter se acostumar. Ótima direção!


Riz Ahmed é um grande ator. Aqui entrega um grande trabalho. Toda a parte musical e o drama de alguém tendo que lidar com a surdez é interpretado com uma competência magistral do ator. Não sei como vai ser o Oscar este ano, mas espero que lembrem dele.




02 – Possessor 





Primeiro filme que eu vejo do Brandon Cronenberg, filho do grande David Cronenberg. E o talento do pai está com certeza com o seu filho.


A premissa de Possessor é fantástica; Em um 2008 alternativo, uma empresa oferece um serviço de assassinato bastante peculiar. Através de implantes neurais, um assassino pode controlar o corpo de outra pessoa. Com essa habilidade é mais fácil chegar perto de determinados alvos. Nós acompanhamos um desses assassinos, Taysa Vos (Andrea Louise Riseborough), que divide a sua vida de assassina contratada com uma vida normal com o seu marido e filho.


Espionagem industrial, troca de corpos e o dilema moral que isso trás. A personagem principal está envolta em um mundo de violência que te faz ficar cada vez mais desconexa com a realidade. Brandon Cronenberg trabalha muito esses temas na tela. O body Horror e a violência crua são muito bem executados neste filme. Gostei muito também de como ele mostrou visualmente todo o processo de "possessão". Até agora eu estou curioso para saber como foi feita todas aquelas sequências no "void".



Visualmente o filme é belíssimo.


Muito bom ver uma história original hoje em dia. Um Sci-Fi com uma boa dose de Horror e violência. Acho que o papai Cronenberg tá orgulhoso do filho. Preciso ver URGENTEMENTE os outros filmes do Brandon.





E o Melhor filme de 2020 é...






01 – Jóias Brutas (Uncut Gems)





Gordon Geckko uma vez disse que "Ganância é boa" e anos depois o próprio se arrependeu.


O personagem do Adam Sandler até se arrepende aqui, e quando isso acontece você está tão desesperado quanto o próprio. Desesperado ao ponto de quase pegar o celular para saber se o CELTICS ganhou aquele jogo 7 do Playoff de 2012 da NBA.


A direção dos irmãos Safdie é espetacular. A cena inicial até o fim dos créditos iniciais é sensacional. Te coloca no universo onde o filme se passa de uma forma rápida e direta. A sequência que o Kevin Garnett chega na loja do Sandler e a porta não quer abrir te faz você ficar louco vendo. O filme é cheio destes momentos angustiantes e engraçados que te deixam grudado na tela. 


O final é um soco no estômago e que de pra baixo. Tão para baixo que eu nem consegui aproveitar um CLÁSSICO do eletrônico - L'Amour Toujours (I'll Fly With You) - sem ficar pensando no que eu acabei de testemunhar. 


A Ganância não é boa!




OS PIORES FILMES DE 2020 



07 – Estranho, mas Verdade (Strange but True) 





O filme até tem uma premissa interessante, mas a montagem fode com tudo.


Uma hora tenta ser sobrenatural, outra um drama familiar. Se tivessem seguindo uma edição simples funcionaria melhor.


As boas atuações não salvam o produto final!




06 – Os Novos Mutantes (The New Mutants)





Nossa... como esse filme é TEDIOSO!


Não vou dizer que ele é totalmente ruim, mas também não te empolga em nada. Ele não sabe o que quer. Tem hora que quer pagar de filme de Terror, tem hora que quer ser X-Men. No fim acaba sendo NADA! 


Só a Anya Taylor-Joy se salva um pouco aqui. Mesmo com um roteiro fraco ela ainda consegue arrancar algo com o seu papel. Não duvido que ela volte em algum outro filme dos X-Men no MCU


Esse filme segue a mesma carruagem deprimente do Fênix Negra. Que venha logo o reboot pelo MCU... se bem que eu não confio muito no Marvel Studios com os X-Men hoje.




05 – Evil Eye 





Caminhos das Índias foi bem melhor que isso!

Provavelmente tenha algum apelo com o público indiano. É um filme bem tedioso e só temos algo mais interessante no seu final, mas mesmo assim não compensa toda a experiência.

É o pior filme desse "festival" da Blumhouse na Amazon.




04 – Lost Girls & Love Hotels 





50 Tons de Yakuza seria um título mais honesto para este filme!


Mesmo com a Alexandra Daddario entregando uma atuação até interessante, o filme se perde em diálogos "vergonha alheia". A personagem principal tem diálogos ruins e pretenciosos com TODOS os outros personagens. Ninguém soa "cool" toda hora como esses personagens são retratados. Nem se estão na porra do Japão.

Parece uma versão wannabe de Lost in Translation, mas tentando ser mais dramática e ainda mais séria do que o filme da Sophia Coppola. Até a fotografia do filme tenta emular o filme de 2003.

E o filme quase termina com a vibe daquele meme "Fuck around and Find Out".



03 – Go! (Ou GO KARTS!) 





Legal por ser um filme sobre... Kart? Ele tem um senso de humor que às vezes é bem legal. O Australiano é parecido com o mineiro nesse sentido, mas MEU DEUS... como ele é bizarro em vários momentos. Se fosse feito com um pouquinho mais de cuidado em alguns momentos seria uma boa "sessão da tarde". O filme claramente segue todos os beats do Karatê Kid, mas com atuações e alguns diálogos bizarros como início da amizade do Colin com o personagem principal.



02 – MILF





É tipo essas comédias da Globo Filmes, mas só que francesa.

Das três atrizes, só uma é uma MILF mesmo!



01 – CUTIES 





Primeiro de tudo eu quero pedir desculpas por colocar este pôster aqui, mas  ele já mostra o como este filme é uma tragédia. É com certeza o filme mais polêmico do ano. A Netflix recebeu milhares de reclamações sobre o filme. Você não pode tratar de um assunto delicado como este (sexualização de crianças, especialmente garotas) FAZENDO O MESMO DENTRO DO FILME!

E isso só foi piorado com a campanha de marketing do filme feita para o lançamento no Netflix. Muito mais apelativa do que a original na França. 

A Netflix está enfrentando alguns processos nos EUA e suas ações caíram drasticamente depois de seu lançamento. É um case que será estudo no futuro. Seja em cursos de Cinema ou de administração. 



É isso. Esse ano não tem lista dos outros integrantes porque eu esqueci de cobrar eles. 



Chega de 2020. Bora pra 2021! 


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