-Você acredita no mal, James ?
-A maldade não é um diagnóstico clínico. O bem e o mal são construções sociais. Declarações de valor subjetivas.
No aspecto escravagista, a realidade atual é ainda pior. De acordo com o estudo da International Labour Organization (Organização Internacional do Trabalho) que diz que em 2021 mais de 49,6 milhões de pessoas viviam em condições de escravidão moderna (um em cada 155 no mundo). Desse total, 28 milhões realizam trabalho escravo e 22 milhões vivem presas em casamentos forçados.
Acaso nos deparamos com alguém que possa estar possuído pelo "ritmo ragatanga", temos que saber discernir se isso trata de algo espiritual, de algo psíquico ou mental e patológico. Eu mesmo há dezesseis anos atrás passei por isso com um membro da minha família e isso é totalmente diferente do que vemos na maioria dos filmes desse tipo. Não deixa de ser assustador, mas pelo menos no caso que eu presenciei ninguém vomitou sangue ou desceu as escadas plantando bananeira. Com base nesse caso que eu presencie, hoje eu sei que a mente humana é impressionável, sugestionável, doutrinável e nossos próprios pensamentos podem favorecer alucinações e projeções psíquicas. Caso seja um problema de natureza psíquica e psiquiátrica, existe terapia e remédio. Caso seja de natureza espiritual, existe oração e jejum.
Alguns meses atrás eu ouvi um história que o Pastor da Igreja Batista nações unidas, Luiz Sayão, que disse que certa vez ele estava em uma reunião e uma pessoa procurou ele dizendo:
Aí o espírito maligno foi embora com um pingado e pão com manteiga. Não era demônio, era apenas fome.
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Aparentemente essa técnica de exorcismo não funcionaria com o Dória hehe |
Por se tratar de um terror espiritual é impossível tirar o viés religioso do filme. Pessoalmente, acredito que toda a maldade que ocorra no mundo só existe por causa do nosso arbítrio e orgulho. O cerne do orgulho é a inveja. A inimizade - para com Deus e nossos semelhantes - significa ódio, hostilidade e oposição. Orgulho é o poder pelo qual satanás quer nos controlar, é viver em uma contínua competição onde você precisa ser melhor que todos a sua volta. Como diz o personagem, é algo que fazemos sozinhos e deliberadamente, e somos nós que devemos estar conscientes se estamos agindo e nos relacionando com o atributo do orgulho a maldade, ou com o atributo do amor e humildade.
Procuro não mais atribuir ao inimigo algo que eu sou motivado ou provocado a fazer, e o orgulho por consequência sempre gera acontecimentos e circunstâncias mais graves como guerras e conflitos. A ganância de uma nação estar acima de outra pelo uso da tirania da violência e da morte, resulta em relacionamentos abusivos e possessivos onde você acha que alguém ou algo é uma posse sua. O ciúmes e a insegurança de perder um relacionamentos. O homem ou a mulher que não sabe lidar com a perda e acaba tirando a vida daquele que optou por romper o relacionamento. O orgulho e ganância dos ricos que possuem o coração no dinheiro e só se preocupam em acumular mais para si e não compartilhar com os que também precisam, causando pobreza, miséria e fome.
E por incrível que pareça, um diálogo entre o demônio que possui o corpo do Edward e o cabeleireiro que esta cortando seu cabelo antes dele ser conduzido para a execução trouxe luz a minha consciência sobre coisas das quais eu preciso pedir perdão a Deus. Segue o diálogo:
-Você que pensa. A cada nova manhã, viúvas se lamentam, crianças choram e criamos novas ofensas que esbofeteiam os céus.
Essa frase sobre criar novas ofensas que agridem os céus é muito verdade nos meus pensamentos e atitudes, e dois versículos da Bíblia me descrevem:
Tiago capítulo 3
Romanos 7:15
Nos últimos quatro anos eu passei por um trauma religioso. Sim, ele existe e ele é real! E não se trata de Mimimi ou frescura. Luto para libertar a minha consciência, do ódio, da mágoa e do ressentimento da Denominação Mórmon até hoje. E não é fácil se livrar de anos... de 27 anos de "indoutrinação". Fui nascido, criado e educado dentro das crenças, costumes e ambientes dessa religião. A maioria das pessoas que eu conhecia na vida eram membros dessa igreja. Eu tive uma conversão real e verdadeira em Jesus Cristo por meio do Espírito Santo. Aprendi muitas coisas boas das quais penso e pratico até hoje. Dei muitas risadas com amigos, praticava esportes e etc, mas obviamente nem tudo são flores na convivência de uma comunidade religiosa. Eventualmente haviam fofocas, discórdias, assédios morais e autoritarismo.
O legalismo não só pelas muitas leis que deveríamos guardar para sermos considerados dignos diante de Deus como também o exclusivismos de se acharem a única denominação capaz de levar homens e mulheres a Salvação - o que é uma das característica das seitas - e que vira e mexe advertiam os membros para que nunca entrassem em contato com materiais e informações dos inimigos da denominação mórmon, estes que são rotulados como "apóstatas" os que perseguem a fé mórmon.
No final de 2019, após um desses abusos autoritários que minha mãe sofreu por causa de um líder arrogante e prepotente, comecei a consumir materiais destes perseguidores da fé mórmon e passei pelo menos uns três meses analisando conteúdo oficial da igreja mórmon quanto os chamados apóstatas, e percebi pra minha decepção os "opositores" da igreja mórmon não contavam mentiras, mas sim a verdade à respeito de suas falsas e doutrinas de seus até então "falsos profetas". Os argumentos não se divergiam entre si, mas convergiam e isso me gerou um grande ódio. Quanto mais eu apresentava as evidências das mentiras da instituições, mais eles me acusavam de "Fariseu" e "joio que vai ser queimado", etc. Eu também os insultava e xingava, deixava de ser uma divergência doutrinária e partia para ataques pessoais. Tanto de minha parte quanto da partes deles que sempre reagiam como se as minhas ofensas fossem "esbofetear os céus".
Depois que eu assisti o filme descobri que o diretor Chuck Kozelman é o mesmo de um outro filme gospel que fez um certo sucesso chamado "Deus não esta morto" e que o filme é inspirado no Livro "A Nefarious Plot" escrito por Steve Deace e publicado em 2016. Por seus diálogos de interrogatório o filme lembra um pouco o clássico "O Silêncio dos Inocentes". O filme é uma produção independente e custou apenas sete milhões de dólares mas tem feito sucesso nos Estados Unidos.
Este filme me impactou muito. Óbvio que por ser um filme cristão, ateus agnósticos talvez não se impressionem tanto, assim como o seu final pode não agradar a todos, mas para mim fortaleceu ainda mais minha a convicção de que estamos sim vivendo uma batalha.
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