sexta-feira, 13 de outubro de 2023

ESPECIAL HALLOWEEN - Nefarious - Review


                         

É o "Mochila de Criança!"



O que acontece quando um psiquiatra ateu convicto, Dr James Martin (Jordan Belfi) precisa dar o laudo clínico de Edward Wayne (Sean Pratrick Flanery) acusado de seis assassinatos e que alega estar possuído por um demônio? Os agentes da penitenciária e a população estão "convulsando" com o desejo de raiva e consternação, torcendo para que a justiça seja feita; morte por injeção letal, mas caso o psiquiatra confirme que o acusado está sobre insanidade mental ele será "absolvido" e ficará apenas "mofando" atrás das grades.

Aí temos uma hora e meia de um debate intenso e inteligente entre a convicção do ateu e por incrível que pareça, a crença do Diabo. 

O prisioneiro  Edward Wayne logo de cara já o desafia dizendo que antes que a sessão do interrogatório termine, ele irá cometer três assassinatos. O doutor cético, desdenha, mas no passar dos diálogos o "tinhoso" esfrega a cara do psiquiatra no chão da sala, revelando práticas  maldosas do passado do interrogante que ele mesmo sabendo desdenhava com apatia.

Os diálogos passam por temas políticos e espinhosos como aborto e assassinato de bebês, que não é apenas um mal dos dias atuais. No antigo testamento, muitos povos cultuavam um Deus (?) chamado Moloch que exigia o assassinatos de crianças e bebês. A estátua de Moloch era sempre construída como um boi com grandes chifres na cor bronze, braços levantados pra cima e um grande forno na parte de baixo onde os bebês e crianças eram arremessados. O odor dos sacrifícios subia as narinas de Moloch como um perfume e era coberto com as lágrimas de mães. Felizmente, o número de mortalidade infantil tem sido reduzido nos últimos três anos. Em contrapartida, segundo a organização mundial da Saúde (OMS) entre os anos 2010 e 2014, 25 milhões de abortos foram feitos de maneira insegura pelo mundo. E o que é o aborto se não matar uma vida ainda dentro do corpo da Mãe? 



Focando-se ainda nesse diálogo em específico onde protagonista e o antagonista discutem a maldade na sociedade atual, o "encapetado" questiona o psiquiatra dizendo:



-Você acredita no mal, James ? 

-A maldade não é um diagnóstico clínico. O bem e o mal são construções sociais. Declarações de valor subjetivas.

 
-Você acha que minhas vítimas acharam que eu era mal? 

-Porque é tão importante que eu ache que você é Mal ? 

-"Legio Nomen mihi est, quia multi sumos" (meu nome é legião, pois somos muitos). Não se trata apenas de você e mim James, se trata de todos, toda a raça humana, todos nós contra todos vocês.

-Bem, o seu lado não está indo muito bem.  

- Você acredita nisso, James? 

- Sim! Nunca estivemos mais Livres! A alfabetização esta em alta, estamos trabalhando para eliminar o racismo, a intolerância, desigualdade de gênero. Pessoas podem amar quem elas quiserem, seja quem for. Fazem o que quiserem! Diversidade não é mais sonho e o discurso de ódio não tem sido mais tolerado E politicamente, estamos reivindicando a superioridade moral!

- James, eu acho que te amo! Educação? James, o graduado do ensino médio só começa a ler no sexto ano. Seus jogadores de Basquete estão fazendo 30 milhões por ano condenando o racismo, tudo isso com um Tênis que foi feito com mão de obra escrava! Liberdade? Nesse exato momento existem mais de 40 milhões de escravos! Esse é um número de escravos é maior que o do auge do Império Romano. Discurso de ódio? Quer ouvir uma ironia? Ela não é uma invenção nossa, é uma invenção de vocês!
Vocês fazem toda a maldade sozinhos! Às vezes vocês humanos conseguem surpreender até nós demônios!   




No aspecto escravagista, a realidade atual é ainda pior. De acordo com o estudo da International Labour Organization (Organização Internacional do Trabalho) que diz que em 2021 mais de 49,6 milhões de pessoas viviam em condições de escravidão moderna (um em cada 155 no mundo). Desse total, 28 milhões realizam trabalho escravo e 22 milhões vivem presas em casamentos forçados. 

Acaso nos deparamos com alguém que possa estar possuído pelo "ritmo ragatanga", temos que saber discernir se isso trata de algo espiritual, de algo psíquico ou mental e patológico. Eu mesmo há dezesseis anos atrás passei por isso com um membro da minha família e isso é totalmente diferente do que vemos na maioria dos filmes desse tipo. Não deixa de ser assustador, mas pelo menos no caso que eu presenciei ninguém vomitou sangue ou desceu as escadas plantando bananeira. Com base nesse caso que eu presencie, hoje eu sei que a mente humana é impressionável, sugestionável, doutrinável e nossos próprios pensamentos podem favorecer alucinações e projeções psíquicas. Caso seja um problema de natureza psíquica e psiquiátrica, existe terapia e remédio. Caso seja de natureza espiritual, existe oração e jejum. 

Alguns meses atrás eu ouvi um história que o Pastor da Igreja Batista nações unidas, Luiz Sayão, que disse que certa vez ele estava em uma reunião e uma pessoa procurou ele dizendo: 



- Pastor, me ajuda aqui porque o demônio esta me atacando... 

- É mesmo ? Como assim ? 

- Estou sentindo uma tontura terrível e Satanás estava me sufocando, acho que eu vou cair aqui. 


Eles ficaram orando e orando durante um certo tempo, até que o pastor o questiona dizendo

- Você tomou desjejum hoje ? 

- Não, hoje não ! 

- Já almoçou hoje ? 

- Ainda não 

- Ontem a noite você jantou ? 

- Também não!


Aí o espírito maligno foi embora com um pingado e pão com manteiga. Não era demônio, era apenas fome. 


Aparentemente essa técnica de exorcismo não funcionaria com o Dória hehe
                     . 


Já no âmbito espiritual, segundo o padre americano Dan Reehils existem certas fases de uma possível possessão que são:
 

1 - Infestação: Algum lugar ou objeto carregado com uma energia espiritual ruim.

2 - Opressão: Quando esses espíritos começam afetar a dimensão física. Objetos se movendo estranhamente, luzes piscando, quedas de temperatura, etc.

3 - Obsessão:  Quando afeta nossos pensamentos. 

4 - Possessão: Quando assume o controle do nosso corpo. 


Por se tratar de um terror espiritual é impossível tirar o viés religioso do filme. Pessoalmente, acredito que toda a maldade que ocorra no mundo só existe por causa do nosso arbítrio e orgulho. O cerne do orgulho é a inveja. A inimizade - para com Deus e nossos semelhantes - significa ódio, hostilidade e oposição. Orgulho é o poder pelo qual satanás quer nos controlar, é viver em uma contínua competição onde você precisa ser melhor que todos a sua volta. Como diz o personagem, é algo que fazemos sozinhos e deliberadamente, e somos nós que devemos estar conscientes se estamos agindo e nos relacionando com o atributo do orgulho a maldade, ou com o atributo do amor e humildade. 




Procuro não mais atribuir ao inimigo algo que eu sou motivado ou provocado a fazer, e o orgulho por consequência sempre gera acontecimentos e circunstâncias mais graves como guerras e conflitos. A ganância de uma nação estar acima de outra pelo uso da tirania da violência e da morte, resulta em relacionamentos abusivos e possessivos onde você acha que alguém ou algo é uma posse sua. O ciúmes e a insegurança de perder um relacionamentos. O homem ou a mulher que não sabe lidar com a perda e acaba tirando a vida daquele que optou por romper o relacionamento. O orgulho e ganância dos ricos que possuem o coração no dinheiro e só se preocupam em acumular mais para si e não compartilhar com os que também precisam, causando pobreza, miséria e fome. 



E por incrível que pareça, um diálogo entre o demônio que possui o corpo do Edward e o cabeleireiro que esta cortando seu cabelo antes dele ser conduzido para a execução trouxe luz a minha consciência sobre coisas das quais eu preciso pedir perdão a Deus. Segue o diálogo:


-Sabe não há nada que tenha feito que não possa ser perdoado 

-Você que pensa. A cada nova manhã, viúvas se lamentam, crianças choram e criamos novas ofensas que esbofeteiam os céus.  

-Você esta tentando impressionar o Styles? isso não é seu. Isso é Shakespeare! 

-As palavras são dele. As ações são minhas! 


Essa frase sobre criar novas ofensas que agridem os céus é muito verdade nos meus pensamentos e atitudes, e dois versículos da Bíblia me descrevem:


"Assim também, é a Língua um Mal que não se pode controlar e esta cheio de veneno mortal. Assim a língua é um pequeno membro está posta entre os membros, e contamina todo o corpo e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.

A língua é um pequeno fogo que contamina grandes plantações. Um mal que não se pode refrear e com ela, bendizemos a Deus e Pai. E com ela, amaldiçoamos os homens e mulheres feitos a semelhança de Deus.

Tiago capítulo 3 


"Porque o bem que eu quero praticar eu não faço, mas o mal que eu não quero fazer, esse eu pratico."  

Romanos 7:15  


Nos últimos quatro anos eu passei por um trauma religioso. Sim, ele existe e ele é real! E não se trata de Mimimi ou frescura. Luto para libertar a minha consciência, do ódio, da mágoa e do ressentimento da Denominação Mórmon até hoje. E não é fácil se livrar de anos... de 27 anos de "indoutrinação". Fui nascido, criado e educado dentro das crenças, costumes e ambientes dessa religião. A maioria das pessoas que eu conhecia na vida eram membros dessa igreja. Eu tive uma conversão real e verdadeira em Jesus Cristo por meio do Espírito Santo. Aprendi muitas coisas boas das quais penso e pratico até hoje. Dei muitas risadas com amigos, praticava esportes e etc, mas obviamente nem tudo são flores na convivência de uma comunidade religiosa. Eventualmente haviam fofocas, discórdias, assédios morais e autoritarismo. 

O legalismo não só pelas muitas leis que deveríamos guardar para sermos considerados dignos diante de Deus como também o exclusivismos de se acharem a única denominação capaz de levar homens e mulheres a Salvação - o que é uma das característica das seitas - e que vira e mexe advertiam os membros para que nunca entrassem em contato com materiais e informações dos inimigos da denominação mórmon, estes que são rotulados como "apóstatas" os que perseguem a fé mórmon.

No final de 2019, após um desses abusos autoritários que minha mãe sofreu por causa de um líder arrogante e prepotente, comecei a consumir materiais destes perseguidores da fé mórmon e passei pelo menos uns três meses analisando conteúdo oficial da igreja mórmon quanto os chamados apóstatas, e percebi pra minha decepção os "opositores" da igreja mórmon não contavam mentiras, mas sim a verdade à respeito de suas falsas e doutrinas de seus até então "falsos profetas". Os argumentos não se divergiam entre si, mas convergiam e isso me gerou um grande ódio. Quanto mais eu apresentava as evidências das mentiras da instituições, mais eles me acusavam de "Fariseu" e "joio que vai ser queimado", etc. Eu também os insultava e xingava, deixava de ser uma divergência doutrinária e partia para ataques pessoais. Tanto de minha parte quanto da partes deles que sempre reagiam como se as minhas ofensas fossem "esbofetear os céus". 

Depois que eu assisti o filme descobri que o diretor Chuck Kozelman  é o mesmo de um outro filme gospel que fez um certo sucesso chamado "Deus não esta morto" e que o filme é inspirado no Livro "A Nefarious Plot" escrito por Steve Deace e publicado em 2016. Por seus diálogos de interrogatório o filme lembra um pouco o clássico "O Silêncio dos Inocentes". O filme é uma produção independente e custou apenas sete milhões de dólares mas tem feito sucesso nos Estados Unidos.

Este filme me impactou muito. Óbvio que por ser um filme cristão, ateus agnósticos talvez não se impressionem tanto, assim como o seu final pode não agradar a todos, mas para mim fortaleceu ainda mais minha a convicção de que estamos sim vivendo uma batalha. 








Nenhum comentário:

Postar um comentário