terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Os Melhores e Piores Filmes de 2023




"History shows again and again. How nature points up the folly of man"



Olá leitores. Feliz 2024. Ano esse que promete com alguns grandes lançamentos, mas antes, vamos relembrar OS MELHORES E PIORES FILMES DE 2023




E já virou tradição aumentar o tamanho da lista. Lembro quando era apenas vinte filmes e agora temos, PASMEM, 50 FILMES! E mesmo assim ainda faltou muita coisa para ver. Filmes que ainda não chegaram aqui como FERRARI do Michael Mann ou outros que eu realmente tenho pouca vontade de ver (Saltburn estou olhando para você) e que talvez eu só veja para o próximo episódio do Oscar 2024


Já adianto que coloquei uma minissérie COPENHAGEN COWBOY de Nicolas Winding Refn na lista. Assim como TOO OLD TO DIE YOUNG o diretor já disse que é um “grande filme” dividido em capítulos, já que ele “não sabe fazer séries”. 


Até dia 31 essa lista constava com THE FLASH e REBEL MOON, mas como estou com pouca paciência para defender essas escolhas eu resolvi retirar os dois da lista. Sim, você vai dizer que eu “pipoquei” e até posso ter feito isso. Na verdade, acho que teve outros bons filmes mesmo e quis deixar a lista em um número “redondo”. Fora que iria arranjar uma treta desnecessária com quem odiou o filme. Não achei tão ruim como todo mundo achou deles. Ambos possuem altos e baixos, mas me divertiram muito. 


Outro disclaimer é para a lista de piores. Não coloquei The Marvels, Shazam 2, Aquaman 2 porque nessa altura do campeonato é “chutar cavalo morto” esses filmes de super-herói. A grande verdade é que eu nem vontade de ver ou acompanhar mais a DC e a Marvel nesse momento. The Flash e Guardiões da Galáxia Vol. 3 foram casos especiais para mim. Um tinha a volta do Michael Keaton e o outro era um encerramento de uma trilogia e uma despedida de personagens, elenco e diretor. Acho que temos que utilizar o nosso tempo para ver coisas mais interessantes ou algo que a gente queria ver, mas nunca teve tempo.



PLAYLIST OFICIAL DA LISTA





Sem mais delongas. Esses são os MELHORES FILMES DE 2023 




50 – NAPOLEON 





As origens do comandante militar Napoleão e sua rápida ascensão. Uma visão através do prisma de seu relacionamento e muitas vezes volátil com sua esposa e por ser amor verdadeiro, Josephine.

Os últimos anos de Ridley Scott não são seus melhores. Podemos dizer que depois de PROMETHEUS ele vive o seu momento "Napoleão depois da Rússia". Não espere "Guerra & Paz" do Tolstói com a ação de "Gladiador"

Vindo de um britânico, era de se esperar um tom mais "jocoso" no retrato do Napoleão. O problema é que vira uma comédia em vários momentos e passa muito do ponto.

Joaquim Phoenix entrega uma atuação apenas "Ok" aqui. Vanessa Kirby idem.

As cenas de batalha são muito boas. Nisso ele é sempre competente. A campanha contra a Áustria é linda de se ver no cinema. Uma das melhores cenas do cinema em 2023.

Não é o melhor "Épico" do diretor, mas é um filme "decente" para quem quer passar um tempo ou, se não tiver mais nada para ver em uma noite de sábado ou tarde preguiçosa de domingo.




49 – RETRATOS FANTASMAS 






No centro do Recife, no século XX, conheça a história do centro da cidade contada a partir das salas de cinema que movimentavam a população e ditavam comportamentos.


KMF entrega um documentário carregado de muita nostalgia pela sua cidade, mas que em muitos momentos "derrapa" em filosofias que soam vazias ou que não levam para lugar algum. Junte isso com uma narração do próprio diretor que é tão morta quanto os "fantasmas urbanos" apresentados no filme, temos um documentário que não é muito acessível para todos os públicos.


Mas gostei de alguns comentários sobre como cidades e lugares que nós temos algum apreço se transformam. Algumas somem e outras que ainda vivem como "fantasmas". Eu também percebo muitas coisas que ele observa em Recife aqui no meu próprio bairro.


Definitivamente funciona mais para pessoas que tem uma forte ligação com seus locais de origem e para fãs de cinema.


E sim... hoje em dia tem farmácia demais!




48 – RENFIELD 





Renfield, o assessor torturado de seu chefe narcisista, Drácula, é forçado a procurar a presa de seu mestre. No entanto, após séculos de servidão, ele está pronto para ver se há vida fora da sombra do Príncipe das Trevas.

Gostei muito dessa mistura de comédia com Terror e "autoajuda". Nicolas Hoult e Nicolas Cage tem uma ótima química e a Akawfina não compromete.

Esse filme foi tão bom que o Leandro Hassum acabou “chupinhando” algumas ideias para o seu filme “MEU CUNHANDO É UM VAMPIRO” na Netflix




47 – THE CREATOR 





Em meio a uma futura guerra entre a raça humana e as forças da inteligência artificial, Joshua, um amargurado ex-agente das forças especiais que lamenta o desaparecimento de sua esposa, é recrutado para caçar e matar o Criador, o indescritível arquiteto da A.I. avançada que desenvolveu uma arma misteriosa com o poder de acabar com a guerra - e a própria humanidade.

Gareth Edwards (Monsters, Godzilla 2014 e Star Wars: Rogue One) entrega um filme que visualmente é brilhante, mas que deixou a desejar um pouco em sua história. 

Se em seu último filme a principal crítica foi ter focado mais na trama principal (roubo dos planos da Estrela da Morte) do que nos personagens, aqui temos o contrário. O filme dá bastante destaque para os dois personagens principais (Joshua e Alfie) e seus dramas, mas fica devendo no conflito principal. Acho que tinha uma trama maior e com mais detalhes que ficou "perdida" ou deixada de lado em favor dos personagens. 

John David Washington entrega um bom protagonista no papel de Joshua, mas o maior destaque fica para a garotinha Madeline Yuna Voyles no papel de Alfie, a "simulante" e arma secreta da A.I. Nem parece que é o seu primeiro filme.

O visual é fantástico. Adorei a mistura das paisagens tailandesas com cenários e elementos tecnológicos e futuristas. Tudo parece muito orgânico e crível. A escala das estruturas e naves também impressiona. O background do diretor Gareth Edwards trabalhando com efeitos especiais ajuda muita a dar um ar de uma grande produção para um filme que teve um orçamento até modesto para tipo de filme. 

O diretor também se mostra como um ótimo "remixador". Assim como George Lucas ou Quentin Tarantino, Gareth Edwards pega elementos de várias outras produções e obras do Sci-Fi como "O Exterminador do Futuro", "Matrix" e "Battle Angel Alita".

Acho que essa história se beneficiaria mais se fosse uma série para TV/Streaming. Seria bem legal explorar esse mundo e o conflito entre o Ocidente e a "Nova Ásia". Mas em tempo de "vacas magras" é muito bom ver algo novo e que não seja uma adaptação de quadrinho ou continuação.




46 – SANCTUARY 





Hal está prestes a herdar a rede de hotéis de seu pai, mas ele mantém um segredo escandaloso em sua vida privada: ele tem encontros com a dominatrix Rebecca. Temendo por sua carreira, ele decide encerrar a relação, mas a mulher não quer perder seu melhor cliente e ameaça expor filmagens secretas de toda a sua relação.

Show de atuação de Margaret Qualley e Christopher Abbott em um quarto de hotel em um jogo de poder muito interessante. Os dois mandaram bem, mas a Margaret é o destaque maior entre os dois. Sempre com bons trabalhos e ganhando mais notoriedade a cada ano que passa.


Eu deixaria ela cuidar do meu prêmio da Mega da Virada facilmente 


(Eu não ganhei na Mega e nem peguei a Margaret também. Triste!)





45 – TOTALLY KILLER 





O temido Assassino das Dezesseis Facadas retorna 35 anos após sua primeira onda de assassinatos para fazer outra vítima. Jamie, de 17 anos, acidentalmente viaja de volta no tempo até 1987, determinada a deter o assassino antes que ele comece a agir. 

Junto de Renfield é a melhor “Comédia de Terror” do ano. Muito legal essa ideia de misturar DE VOLTA PARA O FUTURO com Terror Slasher. A época que o filme se passa combina muito com a dinâmica "campy" do filme. A Kiernan Shipka está muito bem nisso. Mais um acerto da Blumhouse!




44 – PÂNICO 6 





Sam, Tara, Chad e Mindy, os quatro sobreviventes do massacre realizado pelo Ghostface, decidem deixar Woodsboro para trás em busca de um novo começo em Nova York. Mas não demora muito para eles se tornarem alvo de um novo serial killer. 

Eu quase não coloquei ele nesta lista. É o mais fraco da franquia, mas ainda consegui me divertir um pouco vendo ele. 

O filme QUASE ACERTA no que ele sempre foi competente. Ele te deixa preso no mistério de quem é o assassino (eles fazem o que o Velozes e Furiosos não consegue) e tem ótimas sequências de morte. Nesse filme tem várias muito boas e divertem muito.

Mas acho que aqui o "Radio Silence" peca em não ter coragem de matar os novos personagens principais. 

Outro ponto que ele peca é estabelecer novas regras. Acho que ainda viemos de pouco tempo das regras do último filme e seria bem melhor ter um tempo maior para outro filme surgir refletindo o que mudou no gênero. Você pode argumentar que os três primeiros foram feitos um curto espaço de tempo, mas mesmo assim não eram continuações que saiam na velocidade dos filmes da Marvel ou os novos do Halloween

Outro ponto que precisa ser visto é o que fazer com a protagonista agora? Acho que tem um caminho definido, mas o que realmente dá para fazer com isso?


E claro, a piada do Letterboxd é sensacional!




43 – LEAVE THE WORLD BEHIND 





Amanda e Clay alugam uma casa de luxo para passar alguns dias tranquilos longe da cidade grande com seus filhos. Mas uma catástrofe misteriosa vira o país de ponta cabeça. G.H. e Ruth batem à sua porta afirmando que são os donos originais da mansão e pedem abrigo no lugar. Desconfiados e em meio ao caos do mundo, os estranhos são obrigados a morar juntos, mas não conseguem confiar uns nos outros.

Bem, se a gente realmente levar em conta a mensagem do filme que "devemos estar atentos aos avisos" que o mundo nos dá e que talvez o fim do mundo esteja próximo (porra, um Ex-presidente dos EUA e sua esposa foram os produtores executivos do filme), então eu devo voltar a colecionar meus blu-rays e DVD's já que não vai ter mais Internet e nem streaming para ver nossos filmes e série favoritas!

Não é o melhor trabalho de Sam Esmail (Mr. Robot) que se na parte técnica é fantástica, o ritmo varia muito durante o filme. É um dos poucos casos que se o suspense fosse menor, o filme seria melhor. 


Uma pessoa resumiu bem o filme no Letterboxd


“Isso foi Edging em versão cinematográfica!” 




42 – V/H/S 85 





Reveladas através de um documentário feito para a TV, cinco histórias de terror encontradas em imagens emergem para levar os espectadores a uma jornada aterrorizante ao submundo sombrio da década de 1980. 

A Shudder se redime após o péssimo V/H/S 99 com V/H/85. Essa nova antologia chega mais perto da qualidade do V/H/S 94. Seja na ambientação ou na parte técnica. Gostei muito de como os contos são "amarrados". Sou fã dessa estética VHS e dos "glitchs"

Claro, nem todos são bons. Aquele do Deus da Realidade Virtual é bem ruim, mas os outros valem muito a experiência. O meu preferido foi o dos sonhos que eram filmados.




41 – NO HARD FEELINGS 





Maddie é uma mulher que tem o costume de sempre tomar as atitudes erradas. Quando percebe que pode perder a sua casa de infância, onde cresceu e viveu por muito tempo, ela decide arranjar um emprego. Mas não é qualquer emprego que se acha nos anúncios, e sim um pedido desesperado de dois pais com seu filho de dezenove anos. O anúncio descreve o trabalho que ela terá de fazer: "namorar" o garoto de dezenove anos, Percy, que é muito introvertido, antes que ele saia definitivamente de casa para ir para a faculdade.

Como é legal ver uma comédia hoje em dia. Com certeza o gênero que mais perdeu força nesses últimos anos. Jennifer Lawrence está muito bem aqui. É aquele "Feel Good Movie" com boas piadas. Mesmo com o roteiro batido e totalmente inspirado em "Risky Business", o filme é bem divertido!





40 – LITTLE BONE LODGE 





Uma mãe, seu marido deficiente e sua filha adolescente têm seu cotidiano perturbado quando dois criminosos em fuga tentam se refugiar em sua casa. No entanto, mal sabem eles dos segredos sombrios que aquela casa esconde.

Plot "redondinho" e bem executado. O filme se passa em sua maioria em uma casa de campo na Escócia. 

Uma situação que só vai se agravando com o passar das horas e com personagens que aos poucos vão se revelando serem bem sombrios. 

É um "Cabin Fever" britânico muito bem feito!




39 – THE COVENANT 





o Sargento John Kinley recruta o intérprete local Ahmed para acompanhar a equipe na missão de neutralizar o maior número possível de instalações do Talibã. Porém, no confronto, Kinley acaba sendo atingido e é gravemente ferido. Para salvar o sargento, Ahmed não pensa duas vezes antes de colocar a própria vida em risco e carregar Kinley através de cenários perigosos para escapar dos inimigos. Porém, Kinley volta para casa e descobre que, no Afeganistão, Ahmed está sendo perseguido pelo Talibã. Com as autoridades se negando a enviar ajuda, John decide retornar para o campo de batalha por conta própria para ajudar o homem.

Dificilmente algum soldado americano iria voltar para ajudar um afegão que tivesse salvado a sua vida, mas o Guy Ritche consegue vender bem essa história. Em muitos momentos me lembrou LONE SURVIVOR do Mark Whalberg.

Não é melhor filme do Guy Ritchie e nem do Jake Gyllenhaal (que já fez o sensacional JARHEAD), mas é um filme competente na sua proposta.





38 – EVIL DEAD RISE 





Beth vai até Los Angeles para visitar sua irmã mais velha, Ellie que mora com os três filhos em um pequeno apartamento. Com uma relação distante, essa seria a oportunidade para uma reaproximação entre as irmãs. Porém, o reencontro toma um rumo macabro quando elas encontram um livro antigo que dá vida a demônios possuidores de carne. Agora, para sobreviverem, serão forçadas a enfrentar uma versão aterrorizante da família.

Gostei muito desse reboot. Os elementos clássicos estão lá, mas agora dentro de uma cidade e de um prédio. O tom me lembra muito o do reboot de 2013, mas com a diferença de que agora temos personagens que a gente consegue se importar. O filme tem ótimas cenas de gore, por isso a galerinha que não está acostumada com isso estava falando aquelas "groselhas" de sempre como "você vai passar mal" e tal. Para quem é fã desse tipo de filme, é um deleite ver essas cenas feitas com efeitos práticos. 





37 – MOMENT OF CONTACT 





Documentário americano sobre o caso de 1996 em Varginha, MG. O documentário tem bons momentos e depoimentos de várias testemunhas. Das mulheres que encontraram a criatura no terreno baldio, do técnico de Radiologia que fez os exames no corpo, do homem que foi o primeiro a chegar no local da queda do UFO até um militar que participou diretamente do transporte dos corpos.

Impressionante também é a entrevista com a irmã do policial que apreendeu um dos aliens e que morreu três semanas depois, vítima de uma infecção sem causa definida. Infelizmente, o diretor não se aprofunda muito nessa parte do caso. Triste, já que é a parte mais dramática de tudo isso está nessa morte trágica. A família nunca teve o apoio e respostas sobre a morte do policial. Ali tem uma história e precisava ter uma abordagem mais ampla. Se em algum dia alguém fizer um filme sobre o caso, acho que essa história deveria ser explorada. 

As imagens de arquivo da época, principalmente as do FANTÁSTICO me fizeram voltar ao tempo em que ninguém dormia de medo vendo esse conteúdo sobre OVNIS e Extraterrestres no domingo. É com certeza um dos maiores casos já registrados e com muitas testemunhas ainda vivas. Tão vivas que ainda temem por suas próprias vidas com medo de falar sobre isso. A parte com o ex-militar que estava junto do soldado que morreu é tensa. O cara literalmente ameaçou a equipe dizendo que iria atirar neles e que precisavam ir embora de sua propriedade.





36 – MAESTRO 





Bradley Cooper faz sua estreia como diretor com uma cinebiografia do americano mais importante da música clássica, o maestro, compositor e pianista Leonard Bernstein.


E sim, e começou a carreira com o que a gente chama popularmente de "Oscar Bait"


Um filme sobre uma das maiores personalidades da música clássica e do showbiz americano e que era judeu. Produzido pelo maior judeu de Hollywood (Spielberg) e pelo Scorsese.

Mesmo tendo todo esse apoio, Cooper entrega uma boa direção que se sustenta por si só. A sequência em que ele conduz dentro de uma catedral é uma das melhores cenas do ano. Mas o que ajuda realmente a vender o filme é mais uma grande atuação de Carey Mulligan que com certeza será indicada ao Oscar por este trabalho. O trabalho de maquiagem é impressionante também. 

No demais, é aquela clássica cinebiografia sem muita novidade e que sempre sai nessa época de premiações.




35 – GOD IS A BULLET 





O detetive Bob Hightower encontra sua ex-esposa assassinada e sua filha sequestrada por um culto satânico. Frustrado com as investigações policiais malfeitas, ele decide resolver o problema com as próprias mãos.

Bob deixa a polícia, faz algumas tatuagens e se infiltra no culto secreto com a ajuda de uma sobrevivente, a jovem Case Hardin, para caçar o líder Cyrus e recuperar sua filha. Thriller "road movie" com violência extrema que a muito tempo eu não via para uma história séria sobre vingança e redenção. Me lembrou muito outro filme do próprio diretor Nick Cassavetes, Alpha Dog de 2006.

Maika Monroe e Nikolaj Coster-Waldau entregam ótimas atuações em uma parceria com muita química em tela.





34 – ONE FINE MORNING 






Uma jovem mãe cria sozinha sua filha de oito anos enquanto cuida do pai, que foi diagnosticado com uma doença neurodegenerativa. Enquanto procura uma casa de repouso decente, ela encontra um amigo com quem começa um caso, embora ele seja casado.

Um "Slice of Life" que infelizmente todos nós iremos passar em nossa jornada. Seja com outras pessoas queridas ou nós mesmos no nosso próprio fim de vida. 

É muito difícil ver alguém "indo embora" aos poucos, seja qual for o motivo. Mas quando alguém sofre com uma doença neurodegenerativa que faz a pessoa perder sua personalidade, raciocínio e memória, parece muito doloroso para quem precisa lidar diretamente com isso. Léa Seydoux entrega outra atuação fantástica interpretando uma mulher que precisa lidar com um pai doente e ao mesmo tempo que está em um relacionamento complicado com uma pessoa que é casada. 

O filme aborda muito bem a rotina de uma família com alguém debilitado. O que fazer com essa pessoa e seus pertences? Como todo mundo lida com inevitável internação dele em um asilo? 

O filme também "arranha" um pouco no dilema da própria filha que se imagina na mesma posição do pai no futuro. O que você faria nessa situação quando sua faculdade mental está se deteriorando? Você pediria aos seus familiares para encontrar um fim e não deixar que você chegue nessa situação e seja um fardo para todos? 


Infelizmente o filme não se aprofunda muito nisso. Acho que seria um tema interessante para ter mais destaque, mas o restante é bem competente em mostrar esse drama.





33 – BARBIE 





Depois de ser expulsa da “Barbieland” por ser uma boneca de aparência menos do que perfeita, Barbie parte para o mundo humano em busca da verdadeira felicidade.



SIM, BARBIE NÃO ESTÁ NO MEU TOP 10! Lide com isso!



Eu gostei bastante do humor do filme. Achei que a Greta foi bem competente na proposta do filme. É aquele filme que vai dividir a opinião. Alguns vão achar que a mensagem é entregue com a "mão pesada" e outros vão achar que foi na medida. 


Para mim foi em uma boa medida e que me lembrou muito o estilo de humor dos Simpsons da Era de Ouro, embora o final seja bem cínico ao meu ver.


“Falei tô leve!”





32 – THANKSGIVING 





Um maníaco empunhando um machado aterroriza os moradores de Plymouth, Massachusetts, depois que um motim durante a Black Friday termina em tragédia. O assassino escolhe as vítimas uma a uma e as mortes aparentemente aleatórias logo revelam um plano muito maior e sinistro. 


Slasher feito com muita qualidade pelo Eli Roth


A sequência inicial é muito boa. Digna de uma intro de PREMONIÇÃO. Como sempre, Eli Roth conduz o gore e a violência com maestria. 

Mas isso é um Slasher clássico, então mantém o equilíbrio entre o chocante e o absurdo que beira a galhofa que ele sempre mostrou em suas produções. 

O filme dá uma caída no final e com a revelação de quem é o assassino, mas ainda vale pela diversão!


"DESCANSE EM PAZ TDS AS VÍTMAS!"


[BARULHO DE BUZINA DE BALADA]





31 – THE PASSENGER 





A trama segue Randolph Bradley, que está perfeitamente feliz vivendo sem notoriedade. Mas quando Benson, seu colega de trabalho, surta e começa um massacre, ele é forçado a enfrentar seus medos para encontrar um jeito de sobreviver. 

Suspense angustiante com dois personagens com passados traumáticos que se envolvem em uma situação sinistra com potencial de ficar ainda mais caótica e perigosa. 

Mesmo após um início chocante, o filme vai para um caminho diferente do que é esperando nesse tipo de trama que envolve crime. O estudo de personagem é bem interessante e te faz pensar o que vai acontecer com os dois até o fim do filme.

Kyle Gallner e Johnny Berchtold entregam ótimas atuações. Muito bom ver a dinâmica dos dois na tela. 




30 – KNOCK AT THE CABIN 





Durante as férias em uma cabana remota, uma jovem e seus pais são feitos reféns por quatro estranhos armados que exigem que a família faça uma escolha impensável para evitar o apocalipse. 


M. Night Shyamalan fazendo o que ele sabe de melhor. Criando suspense logo no início do filme e entregando uma grande direção. Ele sabe trabalhar muito bem os elementos dessa história que é uma adaptação de um livro e ainda fazer você entrar no drama dos personagens, já que aqui temos um grande dilema moral: Você sacrificaria uma pessoa que você ama para salvar o mundo do apocalipse?

A condução do roteiro é muito boa, mesmo com o final praticamente mastigado que o próprio Shyamalan adora fazer isso em todos os seus trabalhos. Mas a direção é que sempre salva. Quando ele fez algo parecido, mas a direção foi péssima, nós recebemos aquela bomba chamada FIM DOS TEMPOS. Mas não se preocupe porque o M. Night mandou bem aqui. É o Shyamalan do The Visit, então pode confiar!

Trabalho de atuação impecável. Dave Bautista continua surpreendendo. Sua carreira só melhora. E acreditem, eu vi toda sua carreira no Pro Wrestling (Luta livre) e o cara teve uma evolução monstruosa. Está escolhendo bons projetos. A garotinha que faz a Wen é espetacular. Os dois atores que interpretam o casal pai da garotinha estão muito bem.

Parece que o diretor mudou o final do livro. Não posso dizer se foi melhor do que o do livro, mas é um bom final e condizente com a história apresentada.



29 – SYMPATH FOR THE DEVIL 





A trama segue o motorista, que se vê forçado a dirigir para um homem mistérios. À medida que a viagem continua, fica claro que tem algo de errado, e esse passageiro tem intenções “demoníacas”.


Nicolas Cage em uma trama que lembra muito COLATERAL de Michael Mann, MARCAS DA VIOLÊNCIA do Cronenberg e O TRAIDOR do Stephen Frears.


O mais bizarro é que você realmente acha que teria algo sobrenatural no trailer, mas é mais um thriller. Falar mais aqui estraga a experiência. Nicolas Cage "sem coleira" entregando sua melhor atuação desde MANDY




28 – THE BOOGEYMAN 





Ainda de luto pela morte recente de sua esposa, um terapeuta e suas duas filhas encontram uma entidade sobrenatural aterrorizante que persegue famílias e se alimenta do sofrimento de suas vítimas.


Outro conto do Stephen King com uma boa adaptação para o cinema. Um filme que trata sobre morte e luto. Sophie Tatcher e Vivien Lyra Blair entregam ótimas atuações. 


A direção do Rob Savage é sólida. Gostei de como ele usa bem o "Bicho-Papão" na escuridão. A criatura é feita em CGI mas a direção trabalha muito bem ele na tela.




27 – THE SUPER MARIO BROS MOVIE 





Mario e seu irmão Luigi são encanadores do Brooklyn, em Nova York. Um dia, eles vão parar no reino dos cogumelos, governado pela Princesa Peach. O local é ameaçado por Bowser, rei dos Koopas, que faz de tudo para conseguir reinar em todos os lugares.

Imagine ter algo ruim para falar desse filme? O pix da Disney tem que ser muito bom para alguém procurar alguma coisa errada nisso!

Filme simples e direto. Tudo o que você mais gosta dos jogos e do personagem. Acho que só faltou o Yoshi nisso. Dublagem brasileira perfeita e muito engraçada!




26 – AIR 





Sonny Vaccaro e a Nike buscam o novato no basquete Michael Jordan e criam uma parceria que revoluciona o mundo dos esportes e da cultura contemporânea. 

Filme sobre o negócio que mudou o esporte e criou uma cultura. O Air Jordan é uma criação espetacular, mas saber como tudo aconteceu é bem legal. Veccaro e a mãe do Jordan tiveram o papel primordial em reconhecer a figura fora da curva que o Michael seria. 

Não só isso como também entender que aquilo seria um momento de mudança e reconhecimento sobre o que uma pessoa e um tênis poderiam representar. 


O filme é simples, mas bem dirigido pelo Ben Affleck e com um ótimo elenco.





25 – TRANSFORMERS: RISE OF THE BEASTS 





Uma nova ameaça capaz de destruir todo o planeta surge fazendo com que Optimus Prime e os Autobots se unam a uma poderosa facção de Transformers conhecida como Maximals para salvar a Terra.

Rise of The Beasts é uma boa entrada na franquia dos Transformers no cinema, mas que ainda prefere jogar no seguro. O que por um lado é bom já que os fãs tiveram dez anos de Michael Bay. Mesmo tendo um final grande ainda não chega perto das batalhas gigantescas dos filmes do "BayVerse". Acho que os produtores preferem ter cuidado com esse reboot. 

Gostei muito dos novos personagens. Mirage foi o MVP. Pete Davidson tá muito legal no papel. Unicron é ameaçador, mas claramente é um vilão que será um tipo de Thanos para esse universo compartilhado da Paramount/Hasbro. Sim, universo Compartilhado. "Agora você sabe. E conhecimento é metade da batalha!" Eu gostei dos Maximals, embora só o Optimus Primal e a Airazor tenham mais destaque. Os Terracons são bem esquecíveis. 


Os humanos são legais, principalmente o protagonista e a amigo do Mirage. E é por ele que teremos essa ponte com a outra propriedade da Hasbro. 




24 – NO ONE WILL SAVE YOU 





Brynn Adams é uma garota que vive isolada da sociedade, passando os dias na casa onde cresceu e lutando para controlar seu transtorno de ansiedade e, pouco a pouco, superar a morte da mãe e da melhor amiga. Porém, um dia, seu santuário de solidão é abalado por intrusos extraterrestres que invadem seu lar e a forçam a lidar com cada um dos traumas do seu passado.

Eu realmente não esperava um filme com essa abordagem diferente. Vendo o trailer você acha que tudo já foi entregue ali, mas aquilo era só o primeiro ato. Daquele momento o filme segue para caminhos diferentes e estranhos. Já posso ver muita gente reclamando do filme, principalmente seu final que é, digamos, "diferente". Mas também posso ver muitas discussões e teorias sobre ele.

Eu gostei muito da abordagem narrativa dele, evitando diálogos. A personagem principal quase não fala durante o filme. Quantas vezes vimos personagens em filmes de Terror toda comunicando o expectador de algo que ele já está vendo. Gostei de alguns "jump scares". O primeiro ato tem bons momentos onde o diretor trabalha muito bem os aliens invadindo a casa da protagonista. Claro, roubando muitos elementos de outros filmes como "Jurassic Park", "Poltergeist", "Sinais" e "The Strangers"

Acho que o maior problema foi ter mostrado demais os aliens. O CGI das criaturas não foi tão bom aqui. Um dos trunfos de "Sinais" e "ALIEN" é que a gente quase não vê eles. Isso vai sendo construído durante o filme. Aqui isso não acontece e logo de cara já sabemos como eles são e como o CGI não ajuda isso acaba atrapalhando um pouco. Gostei dos aliens "aranha porque foi algo meio diferente. 

Kaitlyn Dever manda muito bem aqui. É um filme sem diálogos, então ela precisa demonstrar muita emoção de forma física. Já tinha gostado muito dela em "Booksmart" e "Dope Sick".

É uma ótima surpresa para um tipo de história e filme que já teve várias abordagens.



23 – BIRTH/REBIRTH 





Uma técnica de necrotério reanima com sucesso o corpo de uma menina, mas para mantê-la respirando, ela precisará colher materiais biológicos de mulheres grávidas. Quando a mãe da menina, uma enfermeira, descobre que seu bebê está vivo, elas fazem um acordo que as obriga a seguir um caminho sombrio sem volta.

Gravidez, maternidade, limites éticos da ciência e medicina e a busca do ser humano em vencer a morte. Temas que são muito bem explorados nesse Body Horror de muita qualidade. 

Elenco quase todo feminino para explorar esse conto sobre o quanto você está disposto ir para tentar mudar algo que é impossível? 

O filme acerta em colocar duas figuras femininas totalmente opostas e que trazem uma dualidade no modo de agir no meio dessa experiência bizarra e imoral.




22 – REPTILE 





Nichols é um detetive durão que persegue destemidamente um caso onde nada é o que parece ser. Trabalhando no caso brutal de assassinato de uma jovem corretora de imóveis, ele acaba destruindo suas próprias ilusões e começa a dissipar certezas de sua própria vida.

Benicio del Toro e Alicia Silverstone repetem a parceria nesse Slow Burn Crime muito bem dirigido. 

Mesmo com alguns clichês desse tipo de filme, a trama é muito bem construída. A dupla de "Excesso de Bagagem" de 1997 continua com uma ótima química em cena. Legal ver a Alicia de volta em um bom filme. Benicio del Toro sempre muito competente. Acho que nunca vi um filme ruim dele.

Justin Timberlake está bem também. Era um personagem mais reservado, então ele não compromete muito.

Vi que muita gente não gostou do ritmo, o que é meio estranho. A maioria dos fãs desse tipo de história consomem livros e séries que tem uma duração maior do que 2h16 minutos. Achei a duração e o ritmo muito bons, em uma trama séria que não apela para várias cenas de ação.



21 – ASTEROID CITY 





Asteroid City, novo filme do diretor Wes Anderson, se passa na década de 1950 em uma cidade fictícia do deserto norte-americano. Encenada como uma peça, a história segue uma convenção organizada para unir alunos e pais em uma competição acadêmica, até que o caos repentinamente se instala. Acontecimentos em escala global ameaçam perturbar espetacularmente o itinerário da convenção Junior Stargazer/Space Cadet na pacata cidade, à medida que se desenrolam os eventos capazes de mudar o mundo para sempre.

Assim como no The French Dispatch, Asteroid City tem um certo elemento de metalinguagem (a peça dentro de uma peça x a matérias da revista dentro de uma reunião de pauta da revista) junto com um tema maior. 

Eu gostei como ele fala sobre o luto, os comentários sobre a cultura de entretenimento dos anos 50' e o processo de trabalho da galera envolvida com o Teatro.


De novo, não é preciso falar da parte técnica dele. É "chover no molhado".





20 – MASTER GARDENER 





Master Gardener é o último filme da trilogia "Man in a Room" de Paul Schrader (Taxi Driver, A Última Tentação de Cristo e Vale do Pecado). 

A trilogia é marcada por homens solitários que vivem em constante arrependimento e à beira da autodestruição. 

First Reformed mostra um ex-capelão militar que vive em sofrimento pela morte de um filho que ele encorajou a se alistar nas forças armadas. Depois de um encontro com um casal que faz ativismo ambiental, ele começa a descobrir terríveis segredos de sua instituição, colocando sua fé, traumas passados e uma nova visão de mundo em conflito. Tudo isso com um dos desfechos mais enigmáticos dos últimos anos. 

The Card Counter mostra um ex-militar atormentado por seu trabalho como torturador em Guantánamo. Após o serviço militar, ganha a vida dando golpes como jogador de cartas. Quando encontra um garoto que tem uma ligação com o seu passado, ele precisa agir para que ele não trilhe o mesmo caminho sombrio, mesmo que para isso precise reviver alguns fantasmas. 

Master Gardener tem uma premissa parecida, mas aqui o Paul Schrader procura uma visão mais otimista e até romântica para seus protagonistas.

Narvel Roth (Joel Edgerton) é o horticultor meticuloso de Gracewood Gardens, uma bela propriedade de posse da rica viúva Sra. Haverhill (Sigourney Weaver). Quando ela ordena que Roth assuma sua problemática sobrinha-neta Maya (Quintessa Swindell) como sua aprendiz, sua vida é lançada no caos e segredos obscuros de seu passado emergem.

Vendo o filme eu lembrei muito do personagem de Edward Norton em A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA. É quase uma continuação daquela história. A diferença que Schrader não vai muito fundo na questão do ódio que os dois personagens são expostos. Schrader está preocupado na redenção e resolução de Nerv. 

Eu gosto como Schrader prefere um caminho esperançoso aqui. O paralelo com a jardinagem é perfeito. O renascimento das flores e dos jardins servem perfeitamente para Nerv. O filme não "explode" em uma catarse violenta como era o esperado, preferindo, aos poucos, "desabrochar" um novo sentido de vida para os personagens.





19 – THE KILLER 





Depois de um quase acidente fatídico, um assassino enfrenta seus empregadores e a ele mesmo, em uma caçada humana internacional que ele insiste não ser pessoal. É baseado na série de HQs francesa escrita por Alexis Nolent (sob o pseudônimo Matz) e ilustrada por Luc Jacamon.

David Fincher entrega mais uma ótima produção em parceria com o Netflix. Temos aqui um personagem que é direto ao ponto!

Vi alguns reviews reclamando que faltou uma motivação maior ou algum tipo de origem de como ele virou assassino. Eu acho isso totalmente desnecessário!

Esse personagem me lembrou muito o James Bond. Já vi alguns comparando com o John Wick, mas acho que é mais próximo ao clássico agente já que o filme está mais preocupado em mostrar o seu Modus Operandi.

Claro, existe uma motivação clara e um acontecimento chave que carrega o filme, mas é algo bem simples e sem uma carga gigantesca de drama. O filme não quer "dar uma desculpa" para que você se identifique com os atos do protagonista e releve sua "área de atuação". Me lembrou um pouco o Kid do DRIVE. Ele é o que é. Isso já basta!

Michael Fassbender tem uma atuação bem "tranquila" e calma (na gringa eles chamam de "suave portrait"). Você se interessa pela sua dinâmica trabalho e seus métodos. Aliás, essa é uma das partes mais legais do filme já que ele mostra o como é fácil esse "trabalho" hoje em dia. 

O personagem se aproveita muito dos rastros digitais que os seus alvos deixam. É bem interessante usar isso na narrativa. Em nenhum momento é algo forçado, e sim até assustador se você lembrar como nós vivemos em total falta de segurança e falta de atenção gerada por algumas "facilidades" do nosso dia a dia. 


So tenho duas pequenas reclamações desse filme:


Não sei se isso foi proposital, mas o personagem repete algumas de suas "filosofias" durante o seu trabalho, mas nem sempre isso se reflete em cena. Falar mais aqui vai acabar revelando muito da história, mas em muitos momentos eu acabei dando risada de algumas situações. Não é algo que acaba com filme, mas até agora não consegui achar que isso foi pensado para ser uma piada mesmo, mas você relevar pelas circunstâncias da trama. 

A minha outra queixa é a fotografia do filme. Acho que ele não quis repetir aqui, mas o resultado final é meio "básico". Parece algo mais de streaming mesmo e não algo do próprio Fincher. O que é bizarro, já que House of Cards e Mindhunter tem aquela assinatura visual dele. É outra coisa que não atrapalha a experiência, mas só achei meio esquisito vindo dele.

E sim... The Smiths na trilha sonora hoje em dia pode ser "manjado", mas puta que pariu, como essa banda funciona bem em qualquer filme, né? Achei muito interessante design de som do filme. Vi pela TV, mas você percebe bem como ele usa a música no filme. Ela não simplesmente "só toca". Ele usa como ferramenta de concentração. Junto com a edição, a música varia no volume. Tem hora que ela está abafada no fone ou no som do carro, aí corta para um plano aberto e ela toca normalmente. Isso vai e volta em muitos momentos. Vou ver ele de fone porque parece ser uma experiência bem legal ver essas cenas com mais atenção.

The Killer é um dos melhores filmes do ano. Um daqueles raros acertos do Netflix. Claro, é o mínimo que você espera quando firma uma parceria com um diretor que nem o Fincher.




18 – BEAU IS AFRAID 





Ambientada em um presente alternativo, a trama acompanha Beau Wassermann, um homem extremamente tenso e paranoico que tem uma relação turbulenta com a mãe dominadora, Mona, e nunca conheceu o pai. Quando Mona morre, Beau precisa ir até sua antiga casa para o funeral, mas a viagem acaba sendo dificultada por uma série de acontecimentos imprevisíveis que parecem tentar desviá-lo de sua jornada a qualquer custo. Agora, ele deve enfrentar seus piores - e mais absurdos - medos se quiser chegar ao seu destino.


Sabe quando você tem aquele pesadelo com várias situações malucas e bizarras e que você tenta acordar, mas não consegue?


Esse filme é isso!


É aquele filme que você vai ver só uma vez na sua vida, mas você irá se lembrar dele para sempre!




17 – PAST LIVES 





Nora e Hae Sung, duas amigas de infância profundamente conectadas, se separam depois de uma mudança. Duas décadas depois, elas se reencontram na cidade de Nova York para uma semana fatídica enquanto confrontam noções de destino, amor e escolhas.


Você achou a sua alma gêmea, mas não é dessa vez já que ela está tentando se descobrir com outras pessoas.


Talvez em outra das OITO MIL vidas isso deu certo... mas nessa, não!


Trabalho impecável da Celine Song logo em sua estreia. Não irá me surpreender se tiver indicações ao Oscar.




16 – SPIDER-MAN: ACROSS THE SPIDER-VERSE





Depois de se reunir com Gwen Stacy, Homem-Aranha é jogado no multiverso, onde ele encontra uma equipe encarregada de proteger sua própria existência.


Across The Spider-Verse é uma continuação "quase" perfeita. Acho que o filme seria um pouco mais proveitoso se tivesse uns minutos cortados. Acho que ele deveria ter uns 25 ou 30 minutos a menos. 


Mesmo com essa pequena derrapada o filme acerta muito a pegar o espírito do personagem. Histórias com Multiverso já estão ficando um pouco cansativas. Em um curto espaço de tempo já tivemos vários filmes com essa temática e com pouco novidade. Acho que o Homem-Aranha e seu "Aranha-Verso" tem uma vantagem aqui porque o personagem tem vários momentos de "sofrimento" e sempre com aquele sentimento de "E se ele tivesse conseguido agir nesse momento?".


A morte do Tio Ben e da família Stacy, são esses momentos que definiram o personagem. Esses filmes conseguem aproveitar isso em uma escala multidimensional e ainda trabalhar o próprio senso de heroísmo do personagem. 


Seja o Peter Parker ou o Miles Morales, o Homem-Aranha SEMPRE vai tentar salvar todo mundo. No caso do Parker, esses momentos já citados servem ainda mais para que ele faça isso, não importa qual seja a situação. É o que faz as pessoas gostarem dele. No filme, Miles Morales descobre que irá ter que enfrentar um momento "canon" como é a morte do Tio Ben. Ele sabe que seu pai irá morrer, mas é alertado que não pode mudar isso. 


Acho que esse dilema é muito bem trabalhado no filme, embora ache que não tenha como ele resolver isso de forma satisfatória no próximo. Mesmo assim, é isso que esperamos do personagem, né? É aquele sentimento que todo mundo que consumiu histórias do Aranha sabe que está vindo.


Gostei do desenvolvimento da Gwen, embora sua intro seja um pouco longa. Miguel Ohara é outro acerto do filme, assim como o vilão Mancha. A parte visual é ESPETACULAR! É um dos filmes mais bonitos do ano. Assim como o anterior, a direção de arte é linda. É um quadrinho vivo e pulsando na tela. Só fico triste de não ter ido ver no cinema.


O filme faz jus ao legado do personagem!




15 – CREED III 





Depois de dominar os ringues, Adonis Creed tem prosperado com sua carreira e família. Quando um amigo de infância e ex-prodígio do boxe, Damian, ressurge após uma longa sentença na prisão, o campeão fica ansioso para provar que merece sua chance. O confronto entre ex-amigos é mais do que apenas uma luta. Para acertar as contas, Adonis deve colocar seu futuro em risco para enfrentar Damian, um lutador que não tem nada a perder.


Michael B. Jordan faz sua estreia na direção com um ótimo trabalho. Todo mundo duvidava de um filme sem o Rocky, mas CREED III é uma ótima (e talvez última) adição na franquia.


Gostei muito da história. Ela me lembrou um pouco dinâmica do ROCKY V com ecos de ROCKY III e outros elementos vindo de outras mídias como o anime. As cenas de luta têm muita inspiração em Dragon Ball e Naruto. Foi um dos pontos altos do filme.


Jonathan Majors como "Diamond" Dame é um ótimo antagonista. Para mim foi uma mistura de Tommy Gun com Clubber Lang, mas com um passado mais trágico e com uma ligação muito forte com o Adonis Creed.


Legal acompanhar a até então "aposentadoria" do Adonis. Seu relacionamento com sua filha e com a Bianca. O desenvolvimento de suas histórias é bem legal e a ausência do Rocky não atrapalhou em nada.


É um bom encerramento para a trajetória do Adonis e para a franquia. Infelizmente eu sei que a Amazon/MGM não vai querer jogar a toalha tão cedo.




14 – TALK TO ME 





Um grupo de amigos descobre uma mão embalsamada que lhes permite conjurar espíritos. Viciado na emoção, um deles vai longe demais e abre a porta para o mundo espiritual. 


Estreia de altíssimo nível dos irmãos australianos Phillippou. Dez anos sendo experimentais em vários vídeos e curtas para o YouTube renderam um ótimo filme de Terror e até o momento o melhor filme do gênero em 2023. Com todo esse background do YouTube não dá para dizer que são totalmente inexperientes, mas para um primeiro filme é algo para elogiado.


Eu adoro filmes com artefatos sobrenaturais. Acho que dá para você "brincar" muito com esse conceito e ser criativo com esse elemento e desenvolver dinâmicas interessantes. 


Talk To Me faz isso com muita competência. O filme apresenta muito bem suas regras, com bons personagens e uma ótima história que te deixará grudado até o fim. E não espere uma resolução clichê aqui. O fim é bem sombrio, o que me deixa muito feliz já que eu gosto muito de filmes de Terror que saem de um final "esperançoso" ou com um "alívio".


A direção é fantástica! Trabalho de câmera inovador e que foge muito do que é feito no gênero. Se "X" foi uma espécie de "releitura/remake" de O Massacre da Serra Elétrica então podemos dizer que Talk To Me é uma boa releitura de Evil Dead. Até mais criativo que os dois últimos reboots da franquia do Sam Raimi.


A dupla vai dirigir uma nova tentativa de live action do jogo STREET FIGHTER e eu estou ansioso para ver o que irão fazer com isso!



13 – EXTRACTION 2 





Depois de escapar da morte por um triz, o mercenário Tyler Rake encara mais uma missão perigosa: resgatar a família de um criminoso implacável. 


Extraction 2 segue a cartilha da boa continuação: 


Pega tudo que deu certo no primeiro filme e duplica isso e melhora o que era mais fraco.


Aqui temos uma trama mais pessoal com o personagem principal. Acho que o filme melhorou muito nisso se comparado com o primeiro. Temos um vilão melhor e uma situação mais dramática com mais consequências. Acho que isso ajuda vender ainda mais as ótimas cenas de ação.

O primeiro set-piece do filme é MONUMENTAL! Quase meia hora de um plano sequência espetacular. O que já tinha sido fenomenal no primeiro filme aqui entra para a história com uma das melhores cenas de ação do ano. O trabalho de câmera, a coreografia e o modo como toda a sequência é elaborada é fantástica. Trabalho de respeito com um resultado final impressionante.

O segundo set-piece é muito bom também. Adorei a sequência em Viena. A cena da luta naquela academia do prédio é muito criativa. Só achei que o set-piece final poderia ser algo mais elaborado, já que se for comparar com os anteriores é bem simplório, mas ainda assim tem uma ótima carga dramática. 

Ansioso para o próximo filme da série!




12 – INFINITY POOL 





Enquanto estão hospedados em um resort em uma ilha isolada, James e Em desfrutam de férias perfeitas com praias imaculadas, equipe excepcional e banhos de sol. Mas, guiados pela sedutora e misteriosa Gabi, eles se aventuram fora do resort e se encontram em uma cultura repleta de violência, hedonismo e horror incalculável. Um trágico acidente os deixa diante de uma política de tolerância zero para o crime: ou você será executado ou, se for rico o suficiente para pagar, poderá se ver morrer.

Brandon Cronenberg entrega outro grande filme e sai da sombra de seu pai... falando justamente sobre isso no filme.

A premissa do filme é intrigante e te faz refletir sobre o seu próprio lado sombrio. Claro, no caso do filme isso é tudo puxado para uma crítica social bem pertinente. Se você é rico é tudo uma "experiência de vida incrível". Se você é pobre já estaria morto. 


O filme retrata muito "desigualdade moral".




11 – MISSION: IMPOSSIBLE – DEAD RECKONING 





Ethan Hunt e sua equipe devem rastrear uma nova arma que pode ameaçar toda a humanidade se cair em mãos erradas. Com o destino do mundo em jogo, se inicia uma corrida mortal ao redor do globo. Confrontado por um inimigo misterioso e poderoso, Ethan é forçado a considerar que talvez nada importe mais do que a missão, nem mesmo as vidas daqueles com quem ele mais se importa. 

De alguma forma Tom Cruise e cia continuam elevando a franquia do Missão: Impossível entregando outro fantástico filme. 2h48m que passam VOANDO em uma trama frenética e tensa que vai te deixar grudado na cadeira. E dessa vez temos consequências já que nem todo mundo sai ileso aqui. 

A história com A.I. cai como uma luva para o nosso atual momento. A forma como tudo é "amarradinho" te faz você relevar alguns momentos mais absurdos. Tom Cruise SABE o que expectador quer ver em um Blockbuster de meio de ano e ele entrega.




10 – GUARDIANS OF THE GALAXY VOL. 3 





Em Guardiões da Galáxia Vol. 3, o amado grupo de desajustados busca se estabelecer em Lugar Nenhum, mas não demora muito para que suas vidas sejam reviradas pelos ecos do passado turbulento de Rocket. Ainda se recuperando da perda de Gamora, após os acontecimentos de Vingadores: Guerra Infinita (2018), Peter Quill reúne sua equipe para defender o universo e um companheiro de equipe. Mas esta missão pode significar o fim dos Guardiões como conhecemos, se ela não for bem-sucedida.

James Gunn encerra sua trilogia dos Guardiões no MCU de forma satisfatória e emocionante. A Marvel Studios perdeu um produtor, roteirista e diretor de muito talento para a DC. Duvido muito que o MCU consiga outro cara como o James Gunn no momento. Se eu fosse o Kevin Feige eu estaria muito preocupado agora!

Todos os personagens têm o seu momento de brilhar aqui. Até o clímax no filme a gente torce e fica aflito pelo o que está acontecendo. Rocket Racoon depois do Capitão América é o melhor personagem do MCU e sim... acho que a trilogia dos Guardiões é a mais satisfatória do MCU. Até mais do que a do "Capitas".

Para mim é um bom ponto final nesse universo. Eu digo isso e acabo voltando, mas dessa vez o final é ainda mais emocionante do que o do Endgame.


Obrigado ao James Gunn e todo o resto da galera que trouxe esses personagens e esse universo para o cinema.



09 – WHEN EVIL LURKS 





When Evil Lurks é um filme argentino de terror dirigido por Demián Rugna (Aterrorizados, The Last Gateway). A trama se passa em uma pacata cidade do interior cujos moradores recebem uma notícia alarmante: um homem infectado pelo diabo está prestes a dar à luz a um demônio real.

É o melhor filme de Terror de 2023. Perturbador e muitas vezes chocante, When Evil Lurks mostra mais uma vez a força do cinema argentino. Talk To Me e o novo Evil Dead tem boas ideias no subgênero de “possessão”, mas esse filme chega em outro nível.

O diretor não poupa o público. Seja no gore ou no absurdo da situação, de alguma maneira ele irá te chocar. O filme não tem medo de ser violento com crianças, principalmente em duas cenas que são impressionantes. Gostei muito de como a dinâmica da possessão é apresentada e suas "regras" para sobreviver contra ela. Mesmo com um final um pouco "forçado" para justificar o desfecho, a forma como história constrói as decisões erradas do protagonista faz que o público consiga relevar a resolução.

Incrível como o cinema argentino consegue fazer algo com muita qualidade em uma realidade de um país com uma crise econômica que já vem de muitas décadas. Tenho certeza que esse filme irá ganhar um remake americano quase PG-13 e sem metade da violência dessa produção.




08 – SISU 





Durante os últimos dias da Segunda Guerra Mundial, um garimpeiro solitário cruza pelo caminho com nazistas em um retiro de terra arrasada no norte da Finlândia. Quando os nazistas roubam seu ouro, descobrem que não é um minerador comum. 

SISU é uma das grandes surpresas deste ano! O filme tem um dos personagens mais "casca grossa" que eu já vi no cinema. O mais engraçado é que vi muita gente reclamar do "Plot Armor" do personagem e tal, mas se é um filme como o do John Wick que é uma produção Hollywoodiana todo mundo acha uma "maravilha" e elogia até dizer chega. Mas como é um filme com produção finlandesa tem aquela opinião um pouco preconceituosa de muita gente, principalmente de muitos usuários americanos do Letterboxd e Rotten Tomatoes


Não se leve por isso. Claro, existem momentos do filme que você vai falar "NÃO É POSSÍVEL QUE ESSE CARA SOBREVIVEU DEPOIS DISSO?" Mas é algo tão bem construído quanto os filmes do John Wick que você acaba relevando e torcendo ainda mais para o protagonista!


O filme é EXTREMAMENTE VIOLENTO E SANGRENTO e, ao mesmo tempo, divertido em sua proposta. É uma boa mistura de BASTARDOS INGLÓRIOS com aquele FURY do David Ayer. O filme não é uma grande produção, mas compensa muito com uma bela direção de arte e uma fotografia linda.





07 – THE ARTIFICE GIRL 





Quando um vigilante da internet desenvolve um novo e revolucionário programa de computador para combater predadores online, seu rápido avanço leva a sérias questões de autonomia, opressão e o que realmente significa ser humano. 

The Artifice Girl é uma das melhores obras sobre inteligência artificial já feitas no cinema. Acho que está ao lado de Ex Machina de 2015, mas a forma como ela é abordada nesse filme é bem mais interessante ao meu ver. Claro, estamos no timing perfeito já que cada vez mais vemos a inteligência artificial sendo parte de nossas vidas. Os questionamentos levantados nesse filme são bem pertinentes e não estão muito longe de nossa realidade atual. O que é bem assustador já que logo seremos obrigados a discutir e responder essas perguntas.

O filme tem uma dinâmica simples, mas que prende a audiência no debate do uso de uma inteligência artificial criada para rastrear, identificar, atrair e denunciar pedófilos. A história debate os métodos da A.I. e como o seu criador concebeu o projeto. Tudo de forma muito bem didática, mas sem aquelas explicações "for dummies". É feito de forma simples, direta e sem aqueles exageros típicos desse tipo de produção de Hollywood. Nada mostrado no filme está em um patamar irreal, mesmo algumas coisas que ainda não são realidade em nosso mundo. 

O filme se divide em três capítulos, mostrando a origem e como o projeto se desenvolveu em cinquenta anos.  São praticamente três sequências simples e em cenários fechados, mostrando que um bom Sci-fi não precisa efeitos especiais caros ou exemplos visuais que já foram usados milhares de vezes em filmes com a mesma premissa. 


The Artifice Girl é um dos melhores filmes de 2023. Uma pena não ter tido um lançamento nas salas de cinema, mas vale muito a pena a conferida. Querendo ou não, é um futuro apresentado aqui é cada vez mais plausível.




06 – JOHN WICK: CHAPTER 4 





O ex-assassino de aluguel John Wick é procurado pelo mundo todo e a recompensa por sua captura aumenta cada vez mais. Wick descobre um caminho para derrotar a Alta Cúpula, mas antes de conquistar sua liberdade, ele precisa enfrentar um novo inimigo com alianças poderosas e forças que transformam velhos amigos em inimigos.


John Wick 4 é um dos grandes filmes de ação já feitos... ponto!


O que o Chad Stahelski construiu nesses filmes é impressionante! Set-pieces complexos de serem realizados como aquela cena dentro da balada em Berlim. Todas as cenas em Paris já entraram para a história do gênero de ação. O ato final é o que a gente quer ver em qualquer experiência cinematográfica como essa. Você vai ter adrenalina, uma dose de humor, drama e tristeza. 


E o mais importante: nós temos um final para essa jornada!


Obrigado, Keanu, Stahelski, Leitch e todos os outros envolvidos nesta franquia que já é uma série de filmes espetacular e histórica!





05 – ANATOMY OF A FALL 





Durante o último ano, Sandra, uma escritora alemã, e Samuel, seu marido francês, viveram juntos com Daniel, o filho de 11 anos do casal, em uma pequena e isolada cidade nos Alpes. Quando Samuel é encontrado morto, a polícia passa a tratar o caso como um suposto homicídio, e Sandra se torna a principal suspeita.

Acho que o ponto forte do filme é que o público é o júri. A trama te dá todo o contexto e realmente te deixa com a decisão final, mesmo tendo a resolução do caso dentro da estória.

A direção de Justine Triet é fantástica aqui. Consegue expor a crise do casal de uma forma totalmente imparcial. Ele consegue te trazer para o julgamento sem aquela dramatização clichê que a gente vê em tantos filmes e séries americanas sobre dramas jurídicos.

Sandra Hüller e Milo Machado Graner entregam atuações fantásticas aqui. É algo mais verossímil e que traz ainda mais peso para a narrativa. Você se coloca no lugar dos dois em vários momentos.

Um drama sobre relacionamento conjugal e familiar e de como uma crise pode chegar em um desfecho trágico de uma forma violenta ou em uma caminhada depressiva e melancólica.




04 – COPENHAGEN COWBOY 





Miu é uma mulher com um passado sombrio e uma habilidade ainda mais misteriosa, ela é capaz de matar e fazer seu alvo dar à luz na mesma proporção. Apesar dessa capacidade, muitas pessoas ao seu redor a subestimam, o que a torna ainda mais perigosa. 


SIM, AQUI VAI A MINHA “GAMBIARRA” NA LISTA! Mas a lista é minha e eu faço o que eu quiser. Você que faça a sua e coloque o quiser também! 


Nicolas Winding Refn reúne tudo o que fez nesses últimos anos em uma só produção. 


Copenhagen Cowboy é um Neo(n)-noir thriller com gangsters envolvidos com algo sobrenatural (Too Old to Die Young), com um pouco "Horror Gótico" (The Neon Demon), artes marciais (Only God Forgives) e a violência poética (praticamente em todos os seus projetos).

NWF usa e abusa do visual para contar uma história diferente em um gênero cheios de clichê. Ele já tinha trabalhado bem essa mistura de Sci-Fi com o mundo do crime no Too Old to Die Young, mas com uma dinâmica meio estranha na duração daquele projeto, com episódios que variam entre 1h30 ou 35 min. Ele mesmo disse que não sabia como fazer um produto para TV e que ia fazendo o que lhe dava na telha. Aqui temos algo mais "concreto" e com episódios com no máximo 54 min de duração. Tem mais cara de algo pensado e não improvisado. Mas mesmo assim, ainda tem cara de um "grande filme" dividido em capítulos.

Toda a série tem um visual lindo. Todas as cenas poderiam ser uma linda pintura. É impressionante como o NWR trabalha bem seus enquadramentos. A câmera que gira em seu próprio eixo para fazer aquela sua assinatura visual está em todos os episódios. Todos os elementos que aparecem nos enquadramentos são bem elaborados. Uma aula de composição de frames e direção de fotografia.

A trilha sonora é outro destaque aqui. Mais uma parceria com seu irmão Julian, com o compositor Cliff Martinez e agora também com o artista Peter Peter.

A trama se desenrola de forma mais satisfatória do episódio 04 em diante. Não sei se teremos uma segunda temporada, mas temos um final... ou algo perto disso (por isso considero mais um filme do que uma série). NWR não se preocupa em apresentar algo nos moldes básicos do que a gente conhece como narrativa. Para ele, apresentar um universo excêntrico e com um visual diferente é mais válido do que fazer o lógico. E ele save que seu público espera isso dele. 

Assim como os seus projetos Pós Drive de 2011, Copenhagen Cowboy não é para o público geral. Me espanta ver esse projeto na Netflix e não no MUBI. A Netflix "atira" para todos os lados, mas aqui eu não sei o que eles estavam esperando do NWR. Acho que é um produto muito "Nichado" para essa plataforma. 

Mesmo sabendo que isso vai passar batido para a maioria dos usuários da Netflix, é bem legal ver um produto que foge dos moldes básicos de outras produções para TV/Cinema

Se você quer sair do óbvio, sugiro que você dê uma chance para Copenhagen Cowboy e para outras produções do diretor. Se você procura o conforto e um senso de lógica narrativa, passe muito longe disso!



Outra coisa:


Depois de The Fabelmans esse projeto do NWR tem a melhor participação especial em uma cena final de todos os tempos.




Agora vem uma das decisões mais difíceis para a lista deste ano! 


Ainda bem que tivemos a estreia de um grande filme que surpreendeu todo mundo, porque seria muito difícil escolher entre os dois para ser o grande vencedor. Mas mesmo assim, a escolha de quem teria a segunda e terceira posição foi bem difícil porque eu amo os dois diretores. 



Bem, sem mais enrolação. Esses são os três melhores filmes do ano!







03 – KILLERS OF THE FLOWER MOON 





Killers Of The Flower Moon, filme do diretor Martin Scorsese, é inspirado no best-seller homônimo do escritor David Grann e também baseado em uma história real. O ano é 1920, na região norte-americana de Oklahoma e misteriosos assassinatos acontecem na tribo indígena de Osage, uma terra rica em petróleo. O caso foi investigado pelo FBI, agência que tinha acabado de ser criada na época.

Os assassinatos dados a partir de circunstâncias misteriosas na década de 1920, assolando os membros da tribo Osage, acaba desencadeando uma grande investigação envolvendo o poderoso J. Edgar Hoover, considerado o primeiro diretor do FBI. Durante a investigação é descoberto um esquema do pecuarista William Hale, que convenceu seu sobrinho Ernest Burkhart a se casar com Mollie Kile a fim de melhorar as condições da reivindicação das preciosas terras.

Scorsese traz o seu estilo de "crime cinema" para uma história importante e que diz muito sobre como foi - e ainda é -  os EUA. Uma história que é moldada através de ganância e de muito derramamento de sangue de seus povos originários. Uma trama grande e que aproveita muito bem sua duração de três horas e meia para mostrar essa grande tragédia americana.

Mas claro, o filme funciona mais como reflexão para o povo americano e de como ele tratou seus nativos. Querendo ou não, ainda é um filme que trata a história mais para o lado dos brancos do que dos Osage. Eu não posso comparar com o livro porque ainda não li, portanto não posso saber se o livro tem a mesma abordagem do filme ou por ser em uma outra forma de narrativa com mais tempo a gente tenha o lado dessa história com mais foco na visão dos Osage. 

Mesmo assim, ainda acho que o Scorsese faz um brilhante trabalho de tratar essa história com muita humanidade e respeito, ainda trazendo seu estilo tão bem conhecido. Robert De Niro, Leonardo DiCaprio e Lilly Gladstone estão fantástico e irão concorrer no Oscar por suas atuações neste filme.

O filme é ágil e com ritmo que não te cansa. São três horas e meia que passam voando, mostrando porque o Scorsese é o maior diretor vivo.




02 – OPPENHEIMER 





Oppenheimer é um filme histórico de drama dirigido por Christopher Nolan e baseado no livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin. Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o longa acompanha a vida de J. Robert Oppenheimer, físico teórico da Universidade da Califórnia e diretor do Laboratório de Los Alamos durante o Projeto Manhattan - que tinha a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas. 

A trama acompanha o físico e um grupo formado por outros cientistas ao longo do processo de desenvolvimento da arma nuclear que foi responsável pelas tragédias nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945.

Acho que finalmente podemos afirmar que o Christopher Nolan se credenciou como favorito ao próximo Oscar. Até mais que Dunkirk

É satisfatório demais ver o estilo de montagem do Nolan para uma história fascinante e polêmica como a do Robert Oppenheimer. A forma como ele "cria o terreno" para a hora final com a audiência do Strauss no congresso e o interrogatório com FBI é fenomenal. Ele consegue trazer mais drama e tensão do que o processo da criação da bomba. Não que um dos principais pontos da biografia do Oppenheimer tenha sido ruim, mas é interessante que o filme não é só o Projeto Manhattan. Aliás, ainda mergulhamos na vida do Robert antes dele chegar no projeto e temos outros personagens importantes que participaram de todo o contexto do projeto.

O elenco do filme é perfeito, até o “mala” do Matt Damon está bem, embora não seja a melhor versão do Gen. Groves. Robert Downey Jr. tem um trabalho fantástico como Lewis Strauss. Emily Blunt como a esposa de Oppenheimer é outra atuação que chama atenção. Cillian Murphy como Oppenheimer é certeza de indicação ao Oscar. Aliás, os três citados aqui serão indicados com muita justiça. 

É o filme que eleva ainda mais uma filmografia que já era impressionante e mais uma vez mostra que o Nolan é um dos melhores diretores da história recente de Hollywood.




E O MELHOR FILME DE 2023 É... 












01 – GODZILLA MINUS ONE





2023 será marcado pelos filmes que exploraram o evento mais importante da humanidade e o que isso implicou após o fim da Segunda Guerra Mundial. Se Oppenheimer explora a vida do criador da bomba atômica e como o processo de sua criação o afetou, Godzilla Minus One explora mais uma vez o medo e o pavor do fantasma nuclear. Mesmo tendo uma história muito mais dramática do que qualquer outro filme da franquia (incluindo o original de 54'), o filme ainda segue para um caminho que praticamente nenhum blockbuster moderno ocidental consegue fazer hoje: 


ESCAPISMO COM ESPERANÇA!


Assim como o original de 54' e Shin Godzilla de 2016, Minus One não deixa o lado político e nem foge de seu maior trauma. Acho que ele é até mais direto nisso já que o filme começa exatamente no fim da Segunda Guerra e nos dois anos seguintes. O país estava devastado e em pedaços no fim do conflito. O filme mostra bem o que foi aquilo para eles. O sentimento de vergonha e desolação gerados pela derrota não foram só por causa das duas bombas atômicas, já que o país inteiro era bombardeado naquela fase, e mesmo assim não aceitavam a derrota. Essa posição é até hoje criticada. O orgulho da nação só serviu para derramar mais sangue e ceifar ainda mais vidas de seus cidadãos. Não tem como não comparar com O TÚMULO DOS VAGALUMES aqui. Uma passagem triste e sombria do Japão.

A parte humana da história é muito bem desenvolvida aqui, e com personagens que você realmente se importa. O piloto e a mulher que resgatou um bebê formam uma família inusitada e diferente, mas que te faz sorrir, chorar e torcer por eles. Os colegas do barco que desativam minas marítimas é outro destaque aqui. Pela primeira vez nós torcemos para os humanos superarem o Godzilla.

O modo como eles precisam lidar com o monstro é muito bem construído. O país já não aguentava mais tanto sofrimento, e mesmo assim, ainda sobraram pessoas dispostas a se sacrificarem pelo pouco que restou. No caso do protagonista isso ainda é pior já que ele vive em um estado de culpa porque não conseguiu completar sua missão como Kamikaze e nem parar o próprio Godzilla quando ele aparece em sua forma "simples" no início do filme. O sentimento de culpa e fracasso que o povo japonês sempre teve que lidar é muito bem explorado com esse personagem. 

A parte técnica é um deleite! Fontes dizem que o filme custou apenas 15 milhões de dólares, mas o diretor deixou a entender que foi menos que essa quantia. Se foi 15 milhões ou menos, não interessa! O filme entrega um CGI fantástico e outros efeitos práticos como miniaturas. Tudo isso em harmonia na tela, relembrando outros grandes filmes que conseguiram mesclar bem essas técnicas. Eu não sei o que Hollywood está fazendo, mas esse filme escancara de vez a crise da indústria cinematográfica americana. Não é possível que grandes produções da Disney e Warner com seus milionários orçamentos não consigam entregar a mesma qualidade que Minus One entregou com tão pouco. 

E não é só em efeitos que Hollywood vive uma crise. Esse filme mostra que os EUA não conseguem fazer mais filmes que te inspiram ou que não sejam cínicos ou prepotentes. Pode parecer utopia de minha parte. Alguns irão dizer que eu sou "muito conservador" (longe disso) mas a real é que precisamos de filmes com uma boa mensagem. Filmes que "recompensam" o público. Sei que ter pensamento crítico é importante, mas dar um pouco de esperança para o público é bom demais também! Meio que vejo Hollywood querer ser "palestrinha" demais. Querendo dar "lição de moral" sem ter moral para isso.  

Escapismo puro e simples é raro hoje em dia, e parece que isso não vai mudar tão cedo por parte de Hollywood. O bom é que vejo que o cinema oriental cresce cada vez mais. No caso dos blockbusters, esse filme mostra que o Japão tem habilidade e condição de tocar suas próprias franquias de suas IP's sem precisar passar para Hollywood. 

Um filme como esse me dá esperança de que talvez um dia a gente tenha uma boa adaptação de AKIRA ou Evangelion para um filme em live action FEITO pelos japoneses. Godzilla estava muito bem na tela e sem deixar a desejar para a versão do MonsterVerse da Warner nos EUA. Um filme espetacular e que marca um salto grande para o cinema de gênero do Japão. 


Godzilla continua atual e versátil. Filmes com temáticas sérias e blockbusters que seguem a linha mais "campy". Setenta anos de um personagem importante da história do cinema com um filme que eleva ainda mais o seu legado.





E OS 8 PIORES FILMES DO ANO SÃO...



08 – SILENT NIGHT 





O novo filme do renomado John Woo é um exercício interessante que venho em um momento errado.


O timing não é bom porque neste mesmo ano nós já tivemos um filme com quase zero diálogos e com uma entrega melhor de roteiro (No One Will Save You). Tivemos pelos menos três filmes com "One Man Army" com sequências e ideias parecidas, mas com execuções melhores. Um deles também comum protagonista sem falas (John Wick 4, Extraction 2 e SISU).

A duração do filme também não ajuda. Temos 2h que perdem quase toda com o personagem se preparando para sua vingança. Sabe aquela cena de treino dos filmes do ROCKY ou aquela cena que o herói de ação reúne o armamento para o confronto final? Agora imagine isso por UMA HORA!

E tudo isso sem diálogos. Eu acho que o filme se beneficiaria com o personagem indo atrás de "pequenos" alvos durante a primeira hora até chegar nos principais na parte final. É quase um pecado dizer isso, mas foi um filme ARRASTADO do John Woo. É bizarro afirmar isso porque "Arrastado" e "John Woo" nunca deveriam estar juntos na mesma frase.

Quando a ação "real" começa ainda sofre pelas outras produções já citadas aqui terem cenas melhores. O plano-sequência daqui é legal, mas não chega aos pés dos que a gente viu em John Wick 4 e Extraction 2.


Duas 🕊🕊 e meia


(E nem teve pomba branca voando no filme)



07 – COCAINE BEAR 





O filme é realmente um novo SNAKES ON A PLANE. Ótima premissa e que prometia muito, mas em muitos momentos é até chato. Acho que eu esperava algo mais visceral e com um humor mais negro, e o filme não consegue entregar isso.


O ponto mais alto do filme são as crianças. A garotinha do PROJETO FLÓRIDA e o menino do Sweet Tooth mandam muito bem. Tem as melhores piadas e momentos do filme.





06 – MATRIARCH 





Todo mundo que fazer o seu "Elevated Horror" como se fosse a mais nova produção da A24. Matriarch quase consegue isso. O filme se perde no seu ato final. E acho que seria interessante explorar ainda mais a cidade e seus moradores.





05 – HYPNOTIC 





Ah Robert Rodriguez seu malandrinho... roubando a trama do CURE de 1997 e misturando com um monte de elementos do Inception do Nolan

Eu nem vou seguir muito na linha do filme japonês (Cure) até porque ele deu uma de Tarantino aqui e podemos dizer que ele "se inspirou" no original (na verdade eu estou passando pano porque eu gosto muito do Rodriguez). 

Esse roteiro renderia mais na mão do Nolan e seu irmão Jonathan. Robert Rodriguez não é um cara muito conhecido por uma direção introspectiva ou mais "cabeça" que o próprio Nolan sabe muito bem, então o filme soa com uma cópia barata.

E nem na parte da ação, onde o Robert sempre mandou bem em toda sua carreira, ele conseguiu ir bem aqui. Vendo o filme eu fiquei pensando: 



"Isso seria um puta filme de ação se fosse no começo dos anos 2000' com um Tony Scott ou Jan de Bont na direção".



Uma boa ideia para um filme ação com um orçamento maior ou um thriller cerebral e mais contido, mas com um bom diretor que saiba fazer este tipo de filme.





04 – THE LAST VOYAGER OF THE DEMETER 





Ótima premissa que é arruinada por uma edição longa, personagens que não são interessantes e efeitos especiais duvidosos. 


No papel a ideia parecia sensacional. Pegar um dos capítulos do clássico livro do Bram Stoker. Se fosse um diretor mais experiente isso poderia ter sido um novo ALIEN ou Predador porque o filme passa essa vibe, mas o resultado final é um pouco desapontador. Você não consegue se importar com os personagens e só espera a matança acontecer na tela. Mas nem isso salva o filme já que traz bem pouco para o "subgênero dos vampiros".





03 – PET SEMATARY: BLOODLINES 





Uma prequel fraca de suspense e terror. Uma trama chata e com personagens que não são carismáticos. Nem os bons atores salvam esse filme!





02 – INDIANA JONES AND THE DIAL OF DESTINY 





O filme é um perfeito exemplo de como Hollywood está perdida em seu próprio Ego e também em "delírios de grandeza"

O filme tenta emular o que George Lucas e Spielberg criaram, mas falha miseravelmente em contar uma nova história nova e instigante. 

James Mangold é bom diretor, mas aqui passa longe de chegar perto do que o Spielberg fez. Set-pieces fracos e chatos.

O MacGuffin do filme é até uma boa ideia, mas se perde no conceito de viagem no tempo e entrega um dos finais mais absurdos de toda a franquia. Temos furo gigantesco de roteiro que é claramente fruto de um roteiro reescrito e um final refeito de forma corrida e desesperada.

É mais um produto vindo de pessoas que achavam que poderiam fazer algo melhor que o Lucas criou e que no final entregou pior do que materiais ruins do Lucas.





E o prêmio “RIAN JOHNSON” de PIOR FILME de 2023 vai para...







01 – KNIGHTS OF ZODIAC





Todo mundo já sabia que seria ruim, mas a parada mais doida desse filme é que fizeram o CASSIUS ser um "manlet" kkkkkkkkkkkk


Ainda chamaram o pior John Connor (Nick Stahl) para interpretar ele.


E nossa, como cagaram com o meu mano Ikki. O cara é o Yudi do "Bom Dia e Cia." o cara virou um playboy. Sean Bean já deve ter gasto toda a grana do Senhor dos Anéis e do Game of Thrones, porque só isso explica a sua participação nisto!


Os EUA deveriam ficar longe de animes. São poucos que conseguiram!



É isso! Até 2025 quando teremos outro post “escrito” por aqui. 


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