quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Os Melhores e Piores Filmes de 2024


          "I'm torn between the desire of continuing in the past and 
the fear of ruining the present"



Olá, pessoal! Mais um ano começa e, como já é tradição aqui no blog, chegou a hora de falar sobre os melhores e piores filmes do ano anterior. 





Como já está virando tradição, esse ano a lista aumentou mais uma vez. Temos SESSENTA E TRÊS filmes na lista de melhores e DEZ na lista de piores. Para quem me acompanha no Letterboxd durante o ano (literalmente de 01 de janeiro até 31 de dezembro) já sabem como esta lista fechou.


Algumas ausências, principalmente de filmes que estão no radar do Oscar como CONCLAVE, EMILIA PÉREZ e MARIA. A gente sempre deixa alguns deles para ver após a divulgação dos indicados. E ainda temos aqueles que estão no famoso “vácuo entre anos”. Com certeza o maior deles é NOSFERATU que estreia aqui no Brasil só no dia 02 de janeiro.


Na lista de piores é preciso ressaltar que não teremos filmes que todo mundo apontou como ruins. A gente já sabe que VENOM 3 ou KRAVEN são ruins, então eu geralmente nem perco o meu tempo vendo eles.



"It's Wednesday my Dudes" #24 - OS MELHORES E PIORES FILMES DE 2024


Playlist oficial da lista. Para ouvir enquanto você lê ela!





Sem mais enrolação. Vamos para as listas!








OS MELHORES FILMES DE 2024!




63 – I.S.S.





Em um futuro próximo, a tensão aumenta a bordo da Estação Espacial Internacional quando um conflito mundial eclode na Terra. Abalados, os astronautas norte-americanos e russos recebem ordens da base: assumir o controle da estação a qualquer custo.

Incrível como demoraram para fazer um "Caçada ao Outubro Vermelho" no espaço. Vi muita gente reclamar do desfecho, mas meio que estava na cara que seria algo aberto.

Trama simples, mas competente.



62 – AGGRO DR1FT





No território decadente do submundo do crime de Miami, um assassino a soldo experiente (Jordi Mollá) lança-se numa perseguição implacável ao seu próximo alvo.


Filme experimental do Harmony Korine (KIDS, Gummo e Spring Breakers) que é altamente influenciado pela linguagem de videogames.


Um mundo "Hiper-realista" com assassinos, demônios, visual infravermelho/Thermal e muita poesia.


Você realmente tem que encarar esse filme como um videogame. Mais precisamente como uma longa cut scene de um jogo do HIDEO KOJIMA. Mas imagine as doideiras do Kojima triplicadas por efeito de LSD. O filme é todo gravado com aquele efeito de câmera infravermelho e visão térmica. Realmente parece que estamos em um jogo estilizado.




Os personagens são bem caricatos em seus diálogos. Seja no discurso "poético" do protagonista ou nas falas dos vilões que parecem sair diretamente dos jogos de PS1 e PS2 lá do fim dos anos 90' e início dos 2000'. O problema maior do filme é que não acontece NADA! Tudo bem você querer emular a vibe de um jogo, mas você precisa ter a "jogabilidade". Você passa boa parte do filme escutando o protagonista dizer que é o "melhor assassino do mundo" e não vê nada disso na tela. 


Nós temos uma hora e vinte minutos de filme que prefere investir mais em poesia barata do que na ação. Imagina se o GTA fosse um jogo psicodélico e poético sobre como o mundo é cheio de pessoas más e você é o cara que vai limpar tudo isso... mas só fica no texto mesmo. Esse é o Aggro Dr1ft! Outro ponto que exemplifica essa falta de desenvolvimento é participação de Travis Scott no filme. Quando o personagem é apresentado no filme parece que vai ter um confronto dele contra o protagonista, mas nada acontece. Só descobrimos que ele é um pupilo do assassino. Travis Scott só diz algumas coisas e fica fazendo pose como se estivesse em algum clipe dele.


Mas é um filme experimental, então meio que tem esta "desculpa" em ter uma história "vazia". Você meio que continua vendo só pela "vibe" e pelo visual dele. Outra coisa que te prende é a ótima trilha sonora do araabMUZIK. Com certeza uma das melhores trilhas sonoras de 2024!


Achei melhor que SPRING BREAKERS de 2013. Ambos são vazios de história, mas esse pelo menos tem uma boa desculpa para ser "vazio".




61 – Late Night With the Devil 





Tá, eu vou colocar esse filme só pelo Flávio de Almeida. 


Entrevista com o Demônio é um longa-metragem de terror que conta sobre o apresentador de um programa de televisão dos anos 70, Jack Delroy (David Dastmalchian), que está tentando recuperar a audiência do seu programa, resultado da sua desmotivação com o trabalho após a trágica morte de sua esposa. Desesperado por recuperar o seu sucesso de volta, Jack planeja um especial de Halloween de 1977 prometendo e com esperanças de ser inesquecível. Mas, o que era para ser uma noite de diversão, transformou-se em um pesadelo ao vivo. 


O que ele não imaginava é que está prestes a desencadear forças malignas que ameaçam a sua vida e a de todos os envolvidos no programa, quando ele recebe em seu programa uma parapsicóloga (Laura Gordon) para mostrar o seu mais recente livro que mostra a única jovem sobrevivente de um suicídio em massa dentro de uma igreja satã, Lilly D'Abo (Ingrid Torelli). A partir desse fato, o terror na vida de Jack Delroy foi instaurado. Entrevista com o Demônio entra em temas complexos como a fama, culto à personalidade e o impacto que a tecnologia pode causar, tudo isso em um ambiente sobrenatural. 


Acho que os filmes da franquia V/H/S fizeram que a SHUDDER investisse mais nesse tipo de roteiro. LATE NIGHT WITH THE DEVIL tem uma premissa que funcionaria bem em um curta de quinze ou vinte minutos. Aqui ele é apenas OK! Assim como nos curtas do V/H/S aqui tem coisas que funcionam e outras nem tanto. O filme fica realmente interessante quando a garota é apresentada na trama. O final é bom, apesar de alguns momentos com efeitos duvidosos. Alguns dos efeitos práticos são muito bons e outros te tiram um pouco da atmosfera criada para simular o programa de auditório. 


Muito bom ver o David Dastmalchian como protagonista. É um nome recorrente em Hollywood nos últimos anos, mas sempre com personagens de apoio ou coadjuvante. Nem vou comentar sobre as ates feitas em A.I. Isso vai virar padrão em muitas produções no futuro. Seja em grandes estúdios ou na cena independente.


É um bom filme, mas nada revolucionário. 




60 – Imaculada 





Cecilia (Sydney Sweeney) uma jovem religiosa, se torna freira em um convento isolado na região rural italiana. Após uma gravidez misteriosa, Cecilia é atormentada por forças perversas, enquanto confronta segredos sombrios e horrores do convento.


O filme tem uma premissa interessante, embora você precise de MUITA suspensão de descrença aqui já que o argumento principal do filme é pura maluquice se for levado a sério. 


Talvez na mão de um diretor mais experiente o filme poderia render mais já que a ideia de misturar religião e ciência experimental tem potencial, mas aqui temos um produto que carece de mais desenvolvimento. O filme é um festival de "jump scares". É uma arte fazer eles hoje em dia, mas aqui eles são totalmente genéricos e com pouca inspiração. Sydney Sweeney está bem e entrega uma atuação competente. Vale lembrar que foi a própria atriz que acreditou no projeto, sendo também a produtora do filme. 


O desfecho é condizente com a trama. Não vi nada de chocante como a campanha de marketing do filme fez parecer, mas pelo menos atraiu a atenção do público.




59 – Abigail 





Um grupo de criminosos sequestra a filha de 12 anos de uma figura poderosa. Mantendo-a em uma mansão isolada, o plano deles começa a desmoronar quando descobrem que a jovem prisioneira é na verdade uma vampira.


Proposta divertida e bem executada. Você vê que o elenco se divertiu fazendo e embarcou na galhofada. O duo RADIO SILENCE (dos dois últimos SCREAM) conseguem balancear bem o gore e a comédia aqui.


Melissa Barrera está ótima e Dan Stevens está canastrão como sempre. Mas o verdadeiro destaque do filme é a garotinha vampira. Ela entrega uma atuação divertida e com muita personalidade.




58 – Cuckoo 




Relutante, Gretchen (Hunter Schafer), de 17 anos, vai morar com o pai e a família dele nos alpes germânicos. São recebidos pelo Sr. König, chefe do pai, que mostra inexplicável interesse pela meia-irmã muda de Gretchen, Alma. Há algo estranho no paraíso das férias. Gretchen é atormentada por ruídos esquisitos e visões sangrentas, até descobrir um segredo.


Bom filme de mistério/Terror. Hunter Schafer entrega uma boa atuação. Gostei de alguns Jump Scare's e o desenrolar da trama é bem legal.




57 – Mother’s Instinct





As donas de casa Alice e Celine (Jessica Chastain e Anne Hathaway) são melhores amigas e vizinhas que parecem ter tudo. No entanto, quando um trágico acidente destrói a harmonia de suas vidas, a culpa, a suspeita e a paranoia começam a desfazer seu vínculo.

Anne Hathaway e Jessica Chastain em um drama tenso entre duas amigas que passam por uma tragédia e como isso afeta a vida e a sanidade das duas. 

O filme cria uma boa tensão entre as famílias e tem um final forte e sombrio. Hathaway e Chastain entregando ótimas atuações. Sensacional ver as duas dividindo a tela.



56 – Jurado #02 





Pai de família (Nicholas Hoult) serve como jurado em um importante julgamento de assassinato. Ele se depara com um dilema moral significativo que pode influenciar o veredito do júri, potencialmente condenando ou absolvendo o réu acusado de homicídio.

Jurado #02 tem alguns bons momentos dentro de um roteiro que você precisa ter muita "Suspensão de descrença". Clint Eastwood continua afiado na sua direção. Sem firulas e direto na trama. É um senhor de 94 anos que não sente o tempo e entrega um ótimo trabalho na direção. Merecia mais respeito da Warner. Lançar só no streaming é um pecado contra o diretor.

O problema que o filme dá uma "empacada" do meio para o final. Temos o dilema principal (que é muito bom), mas é algo que não tem um bom desenvolvimento final. O filme prefere "jogar para o espectador" a decisão do que realmente aconteceu.

Alguns personagens não são bem aproveitados e meio que são "descartados" no meio filme. É um "What If?" de 12 Homens e uma Sentença, mas ainda prefiro o original.




55 – May December





Vinte anos após seu romance midiático virar assunto da nação, um casal é colocado sob pressão quando uma atriz viaja até seu lar para se preparar para um filme sobre o passado deles.



"Então é assim que o Daniel Day-Lewis faz laboratório para os seus papéis?"



Gostei da ideia do filme, mesmo tendo um final meio "vazio". 


A personagem da Julianne Moore me lembrou um pouco a mãe de um dos atiradores de Columbine em um TedTalk que ela participou para divulgar seu livro (o que foi bem errado, diga-se de passagem).


Totalmente fora da realidade do que fez e o que resultou depois!


Tirando o final, aquele tema que parece ter saído da biblioteca de trilhas de novelas da Globo dos anos 90/2000 foi o que mais me irritou, mas gostei de todo o resto.




54 – Planeta dos Macacos: O Reinado





Muitas sociedades de macacos cresceram desde quando César levou seu povo a um oásis, enquanto os humanos foram reduzidos a sobreviver e se esconder nas sombras. Um líder macaco começa a escravizar outros grupos para encontrar tecnologia humana, enquanto um jovem macaco, que viu seu clã ser capturado, embarca em uma viagem para encontrar a liberdade, sendo uma jovem humana a chave para todos. 



Os filmes da franquia Transformers e MonsterVerse tem uma queixa em comum:


"Deveriam ter menos humanos e focar mais nos [Inserir personagens CGI da franquia aqui]"


Kingdom of the Planet of the Apes é a prova que nem sempre só focar nos personagens não humanos é certeza de sucesso nesse tipo de filme.


Os novos personagens são até legais, mas meio que faltou aquele embate maior com os humanos. Acho que o salto temporal deveria ter sido maior. O final nos apresenta uma esperança para humanos que me soa um caminho diferente para esse reboot.


A grande verdade é que os produtores ainda têm medo de fazer um novo remake do original, mas aqui temos um período de disputa entre os macacos que, se não for bem desenvolvido, vai ficar uma trama tediosa. Esse filme lembrou um pouco o AVATAR 2 do James Cameron. A diferença é que o filme do Cameron é um pouco melhor.


O ponto alto deste filme é como eles tratam o legado de César e como ele distorcido para ser usado com uma forma de manipulação por outros macacos. Noah tem potencial para crescer como protagonista, mas ainda não chama atenção como César fez desde o primeiro filme.


Não é um filme ruim, mas não empolga muito também. A parte técnica é impecável!




53 – NIGHTBITCH





Dirigido e roteirizado por Marielle Heller e protagonizado por Amy Adams, NIGHTBITCH é inspirado no romance satírico de Rachel Yoder lançado em 2021. Na trama original, uma mulher interrompe sua carreira após ter um filho. 

Focada agora em cuidar da criança em tempo integral, ela assume o papel de dona de casa enquanto seu marido está sempre ausente, por conta de suas longas e frequentes viagens de negócios. Vivendo em uma casa suburbana, o estresse da nova rotina começa a afetar sua sanidade, e ela passa a acreditar que está se transformando em um cachorro.


Eu não sou casado, mas escuto muitos relatos de crise de casamentos. Para mim é fácil comentar "de fora", mas acho que é óbvio que ninguém pode encarar um casamento ou uma relação de forma egoísta!

A maternidade é sempre uma coisa muito difícil e nada "romântica" como parece ser no imaginário popular. O filme aborda muito bem esse assunto e expõe ainda mais necessidade de um melhor entendimento entre as duas partes em um casamento. 

Amy Adams entrega uma grande atuação. Ela realmente entra em um estágio "animalesco" por causa de sua situação. Um marido que não ajuda com suas obrigações de pai e que renegou qualquer desejo pessoal da mulher. Ela teve que virar LITERALMENTE uma cadela para voltar a ter alguma meta de vida e ser minimamente ser feliz mais uma vez.

O filme é com certeza indicado para casais em crise. E se você não é casado é mais um filme para "aprendizado" sobre "o que não fazer" se casar.




52 – Trap 





O serial killer Cooper (Josh Hartnett) leva sua filha adolescente para o show de uma diva pop. A garota está explodindo de felicidade e tudo parece correr bem, mas Cooper percebe uma movimentação diferente da segurança do lugar. A polícia descobriu que o famoso assassino estaria no evento e armou uma cilada para pegá-lo. Encurralado, ele deve usar sua mente engenhosa para fugir do lugar.



Ame ou odeie o M. Night Shyamalan, uma coisa é certa: ele pelo menos tenta algo novo!


A premissa de TRAP é bem inusitada (para não dizer maluca). O FBI monta uma operação para tentar capturar um Serial Killer chamado Butcher (Josh Harnett) em um concerto de uma cantora pop. O assassino está com a sua filha e percebe o que está acontecendo. Boa parte do filme é o personagem do Harnett tentar escapar da arena onde está acontecendo o concerto.


O maior trunfo do filme é fazer com que o expectador torça para o assassino escapar da situação. Nós sabemos que ele é o vilão, mas mesmo assim você quer ver como o cara vai sair dessa. Josh Harnett entrega uma ótima atuação aqui. Seu personagem é carismático e inteligente em boa parte do filme.


Esse filme só não é 4 estrelas porque o filme vai para caminhos idiotas do meio para o fim. Existem certos "roteirismos" que acontecem para justificar algumas coisas que ou são por pura sorte ou que não condizem com a inteligência do vilão do filme. Acho que o final poderia ser trabalhado de uma forma mais inteligente. Tecnicamente não é furo porque é bem explicado, mas acho que o personagem não faria o que ele fez ali.


Mesmo com esses problemas ainda é um filme divertido. M. Night continua entregando bons filmes desde A VISITA.




51 – stopmotion 





A animadora de stopmotion Ella Blake (Aisling Franciosi) enfrenta dificuldades para controlar seus demônios depois de perder uma mãe autoritária. Sozinha, ela decide começar um filme de fantoches enquanto luta por sua sanidade. Conforme a mente de Blake começa a se fragmentar, os personagens do projeto ganham vida e sua própria imaginação parece destruí-la.


A mente de um artista é um mistério. Como ele desenvolve suas ideias? Como ele trabalha seus traumas. stopmotion explora muito bem esse conceito através da arte do stopmotion e da delicada relação entre mãe e filha. Gostei do tema abordado. É uma saída da mesmice do gênero. A parte em stopmotion é muito bem-feita.



50 – Y2K





Em Y2K, na véspera do Ano Novo de 1999, dois amigos do ensino médio decidem aproveitar a última grande festa antes da virada do milênio. Com a empolgação do fim de uma era e o espírito de celebração no ar, eles invadem uma festa de Ano Novo, acreditando que será uma noite inesquecível. No entanto, o que parecia ser uma festa comum se transforma rapidamente em um caos inesperado, quando, à medida que o relógio bate a meia-noite, a noite se torna mais maluca e perigosa do que eles poderiam imaginar. Envolvidos em uma série de situações absurdas e hilárias, os dois amigos acabam lutando por suas vidas em meio a confusões e reviravoltas, enquanto tentam sobreviver ao que se revela uma verdadeira comédia de desastre, com a tecnologia da era da conexão discada e a expectativa do novo milênio adicionando um toque de nostalgia e loucura ao enredo.


O filme captura bem a vibe da época (1999) não só com as referências, mas com a "idiotice" daquele tempo. Esse tipo de filme tinha aos montes e foi bem legal revisitar esse tipo de produção. O elenco está muito bem. Rachel Zegler que só se meteu em polêmicas nos últimos tempos, aqui entrega um bom trabalho. O moleque maloqueiro da última temporada de Stranger Things e o gordinho de Deadpool 2 estão muito bem.

Mas a melhor participação é com certeza a do FRED DURST do Limp Bizkit como ele mesmo e sendo um dos sobreviventes do Y2K. É uma grande carta de amor para a banda e para o próprio Fred que é continua sendo um ícone. Talvez o último Rockstar!


Y2K é uma boa diversão nostálgica!




49 – Um Tira da Pesada 4





Quarenta anos depois de seu primeiro caso em Beverly Hills, o policial Axel Foley está de volta para fazer aquilo que ele mais ama: resolver crimes.


Toda "Legacy Sequel" sempre vem com alguns clichês como piadas com a idade do personagem principal e seus amigos ou de como "os tempos mudaram". UM TIRA DA PESADA: AXEL FOLEY ainda tem esses problemas desse tipo de filme, mas no geral ainda é uma boa diversão. 

Gostei da filha do Axel. Do "caso" que precisa ser resolvido na trama. Os novos personagens e a volta dos clássicos. Eu até achava que o Billy iria aparecer, mas me surpreendeu muito ver que o John Ashton ainda estar vivo e voltando como John Taggart. Kevin Bacon como vilão foi muito bom. 

Sobre o Eddie Murphy eu só posso falar que ele deve estar bem, mas minha avaliação vem muito "por cima" porque acabei vendo o filme dublado por causa do Mario Jorge Andrade. Sobre a dublagem, ela está muito boa, mesmo com um alto uso de palavrões. Não que isso seja um ponto negativo, mas eu ainda estranho tanta "liberdade" nas dublagens de hoje em dia. Destaque para o Márcio Seixas mandando um "Versão Brasileira: Netflix" no começo do filme.


Gostei das cenas de ação e da fotografia que tenta pegar um pouco do visual do segundo filme que na época foi dirigido pelo Tony Scott. 


É um bom filme e bem melhor do que Um Príncipe em Nova York 2.




48 – Matador de Aluguel (2024)





Um ex-lutador do UFC consegue um emprego como segurança em um estabelecimento na Flórida Keys, apenas para descobrir que este paraíso não é tudo o que parece. 


Remake "PG-13" do clássico cult dos anos '80 (já que a nova geração odeia cenas de sexo).


Achei o filme bem divertido. Gostei muito da atuação do Jake Gyllenhaal e sua versão do Dalton. O cara sempre entrega bons trabalhos e para mim faz jus ao grande Patrick Swayze.


Gostei das cenas de luta. Doug Liman entrega um bom remake.





47 - Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person





Sasha é uma jovem vampira com um sério problema: ela é sensível demais para matar. Desesperados, os pais da garota cortam o seu suprimento de sangue e, assim, ela percebe que sua vida está em perigo. Até que Sasha conhece Paul, um adolescente solitário com tendências suicidas e que está disposto a perder a vida para salvar a dela. Mas esse acordo entre os dois logo se transforma em uma espécie de busca através da noite para realizar os últimos desejos de Paul antes do amanhecer.


Os filmes de vampiros que eu mais gosto são os que saem do clichê. VAMPIRA HUMANISTA PROCURA SUICIDA VOLUNTÁRIO é um coming-of-age inusitado que consegue falar de temas como depressão e suicídio de uma maneira leve, descontraída e com um certo humor. É um filme francês com uma vibe mais "americanizada", mas mesmo assim funciona muito bem.




46 – LONGLEGS





A agente do FBI Lee Harker é convocada para reabrir um caso arquivado de um serial killer. Conforme desvenda pistas, Harker se vê confrontada com uma conexão pessoal inesperada com o assassino, lançando-a em uma corrida contra o tempo.


Longlegs é um bom filme, mas longe do que foi promovido pela ótima campanha de marketing. Gostei da premissa de um Serial Killer que não mata diretamente suas vítimas, mas só pelo poder do "convencimento" (e do capeta). Não é um tema novo e com certeza não será a última obra sobre isso. Acho que mais me tirou do filme foi o seu ritmo. Para um filme de 1h40 eu achei ele muito "lento".

Mas o que realmente chama atenção é a maravilhosa fotografia e direção. Os frames e enquadramentos muito bem escolhidos. Movimentos de câmeras inusitados. Tudo isso me chamou muito a atenção. É um dos filmes mais interessantes no ano no quesito "visual". Maika Monroe entrega outra boa atuação. Incrível que quase todo ano ela aparece em um filme interessante e diferente. É a minha "Scream Queen" favorita. Nicolas Cage... bem, ele é o Nicolas Cage no filme. O papel é perfeito para ele, embore eu ache que não precisava daquela prótese na cara. Só ele sendo ele mesmo já tava bom.


Bom filme, mas assim como LATE NIGHT WITH THE DEVIL é um pouco superestimado pela sua campanha de marketing. Ainda assim, melhor que a quarta temporada de TRUE DETECTIVE.




45 – Megalopolis 





Dirigido por Francis Ford Coppola, Megalopolis conta a história de um arquiteto que quer reconstruir a cidade de Nova York como uma utopia após um desastre devastador. Cesar Catilina (Adam Driver) é esse inventor megalomaníaco e egocêntrico que imagina uma metrópole autossustentável que cresce organicamente com seus habitantes. 

Para dar prosseguimento a seus planos, porém, Cesar precisa navegar pelos interesses de figuras ricas, ambiciosas e corruptas, além de precisar convencer o prefeito de Nova Roma – nome da cidade em evidência – Franklyn Cicero (Giancarlo Esposito) de suas ideias. Nesse épico ambientado nos tempos modernos, Francis Ford Coppola constrói uma fábula sobre o poder, sonhando com um cenário futurista devastador e frenético.


Coppola e sua fábula sobre o fim do Império americano com ecos do fim de Roma. Tudo isso com uma visão estilizada e verborrágica.E claro, não é um filme para todo mundo. E nem para o público já acostumado com o cinema do próprio Coppola. 


Tem hora que o filme exagera no tom, mas ao meu ver é condizente com o que está sendo abordado. Aliás, até acho que a vida real é até mais "debochada". Os EUA está caindo e é tão maluco quanto a "Nova Roma" que é mostrada aqui. Não é o melhor filme do diretor, mas no meio de um cinema engessado por franquias, streaming, remakes e reboots, um filme do Coppola, mesmo sendo "irregular" é ainda mais interessante do que boa parte do que temos.





44 – Handling the Undead (Håndtering av udøde)





Em um dia quente de verão em Oslo, os mortos despertam. Agora, três famílias em luto tentam entender o que essas ressurreições significam e se os seus entes queridos realmente estão de volta.

Quase tudo já foi feito quando o assunto é zumbis. HANDLING THE UNDEAD é um filme norueguês que usa uma abordagem mais dramática e "pé no chão”. O filme tem poucos diálogos e foca mais reação dessas famílias com a volta de seus entes queridos. É um filme sobre luto e o "vazio" que as pessoas amadas deixam quando se vão (mesmo ainda que tenham "retornado"). 

Não espere os tropes de sempre deste tipo de filme. Aliás, nem assista o filme esperando ser uma produção de Terror.




43 – Ferrari 





Durante o verão de 1957, a falência paira sobre a empresa que Enzo Ferrari e sua esposa Laura construíram dez anos antes. Ele decide apostar tudo na icônica Mille Miglia, uma corrida automobilística de longa distância pela Itália. No processo, Enzo redefiniu a ideia do carro esportivo italiano de alto desempenho e deu origem ao conceito da Fórmula 1. 

Não é o melhor filme do Michael Mann. Aliás, nem é a melhor cinebiografia dirigida por ele. Ainda assim é melhor que seu último filme (Blackhat). Assim como em "ALI" de 2001, Mann decide focar apenas em um recorte específico da trajetória de Enzo Ferrari, precisamente após o acidente trágico da Mille Miglia de 1957 que ceifou a vida de vários espectadores. Acho que o maior problema do filme é a falta de recursos. Mesmo sendo um grande diretor e com uma carreira consolidada, hoje é muito difícil conseguir um grande orçamento para esse tipo de produção independente. Ao contrário de um FORD vs FERRARI que teve um grande estúdio apoiando, aqui tem algo mais modesto e que infelizmente reflete no roteiro.

Você sente que o filme precisava de pelo menos mais meia hora para mostrar os desdobramentos após o acidente. Falta um peso dramático ali. O filme meio que acaba "de repente" e com aqueles textos finais dando a explicação do que aconteceu. Mesmo assim, Mann ainda entrega um filme interessante. Adam Driver e Penélope Cruz entregam ótima atuações, apesar do clima quase "novelesco". Uma pena que o restante do elenco não está no mesmo nível.


Como sempre, Michael Mann filma em locações exuberantes e com uma linda fotografia. A cena do acidente é impactante, mas poderia ter os efeitos especiais com acabamento melhor.




42 – Tipos de Gentileza





Três histórias antológicas que giram em torno de um homem que tenta assumir o controle de sua própria vida, um policial cuja esposa parece uma pessoa diferente e uma mulher que procura alguém com uma habilidade especial. 

Yorgos Lanthimos e a sua comédia do absurdo em três atos que exploram a ganância, poder, religião, sexo, amor e até "gentileza". Jesse Plemons é o M.V.P. aqui. É o destaque nos dois primeiros contos, seguido pela Emma Stone que está ótima também. O resto do elenco é competente também. 

Se você ainda não comprou o estilo do diretor dificilmente vai conseguir aqui. É aquele filme que você gosta ou odeia. Me lembrou muito o "Beau Tem Medo" do Ari Aster.




41 – Daddy’s Head





Um menino e sua madrasta enfrentam a solidão e o luto pela morte precoce de seu pai e marido. Após a perda, os dois são obrigados a viverem juntos numa casa remota nos arredores da floresta e em meio a uma relação que, já distante e frágil, esfria mais ainda pela tristeza. Barulhos estranhos e sons sinistros, porém, começam a ecoar pela mansão e perturbar o sono e a atenção de Isaac (Rupert Turnbull). É então que uma criatura macabra e maligna passa a aterrorizar o enteado e a madrasta, com um detalhe: o menino alega que o monstro possui uma semelhança estranha com a aparência de seu pai falecido.


Outro filme que eu não esperava muito e que me surpreendeu bastante. O que eu estou mais vendo é reclamação de como o filme não explica o seu principal mistério, mas achei que neste caso foi até melhor. Adorei o cenário (uma casa de arquitetura modernista no meio de uma floresta) e a direção que tem bons jump scare's. O "monstro" principal tem um ar perturbador. 


O trio principal está muito bem e entrega boas atuações. Assista mais pela vibe e não por respostas. Garanto que você vai aproveitar mais a experiência.




40 -  Transformers: O Início





A história que nunca antes havia sido contada. A origem de Optimus Prime e Megatron, duas figuras lendárias que em sua juventude foram irmãos de armas, lutando juntos pelo futuro de seu planeta natal, Cybertron.


Ótima animação que conta mais uma vez a origem dos personagens de TRANSFORMERS (A sinopse oficial tá de sacanagem). Gostei de como a história e seu roteiro são simples mas bem "amarrados". Tudo flui muito bem na tela. Muito legal ver Optimus e Megatron com uma amizade que aos poucos vai acabando enquanto eles descobrem segredos de suas origens. O clima "campy" e engraçado me surpreendeu muito. Achei que ficaria muito "forçado", mas funcionou bem. A animação é muito bonita e o elenco de vozes é muito bom.


Steve Buscemi dublando o STARSCREAM é perfeito!


Ótimo filme que merecia mais prestígio nas bilheterias.




39 – Azrael 





Em um mundo em que ninguém fala, uma comunidade devota liderada por mulheres persegue uma jovem que escapou de sua prisão. Recapturada por seus líderes implacáveis, Azrael deve ser sacrificada para pacificar um antigo mal nas profundezas da natureza selvagem ao redor, mas ela não vai parar por nada para garantir sua própria sobrevivência. Azrael faz uma tentativa selvagem de liberdade enquanto sua fuga acelera em direção a um confronto cruel e movido a vingança.


O filme tem uma dinâmica parecida com o da franquia UM LUGAR SILENCIOSO. É um filme quase sem diálogos. E quando tem, é naquela linguagem chamada ESPERANTO (parece muito com Latim).


Samara Weaving e o resto do elenco entregam ótimas atuações. Usam muito o corpo e as expressões faciais aqui. As criaturas são bem legais. Ótimo trabalho de maquiagem e efeitos práticos. O filme tem várias cenas sangrentas e um final bem interessante.




38 – Os Fantasmas Ainda se Divertem: Bettlejuice Bettlejuice





Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice é a continuação direta do clássico pop Os Fantasmas se Divertem, dirigido por Tim Burton e lançado em 1988. Na nova trama, voltamos à casa em Winter River, onde três gerações da família Deetz se reúnem após uma tragédia inesperada. Lydia Deetz (Winona Ryder), agora adulta, é mãe da adolescente Astrid (Jenna Ortega). A jovem introvertida, ao explorar o sótão da antiga casa, descobre a misteriosa maquete da cidade e, inadvertidamente, reabre o portal para o mundo dos mortos. Esse ato inesperado traz de volta o excêntrico fantasma Beetlejuice (Michael Keaton), que, mais uma vez, transforma a vida dos Deetz em um verdadeiro caos.


Confesso que esperava menos desta continuação, mas dessa vez eu me surpreendi. OS FANTASMAS AINDA SE DIVERTEM - BEETLEJUICE BEETLEJUICE (Esses títulos brasileiros que não se decidem entre manter o original ou ter um nosso) é bem divertido. Gostei muito do elenco. Legal ver a Monica Bellucci de vilã (Porra, o Tim Burton já pegou a Eva Green e agora tá com a Monica. Tem que respeitar) e o William Dafoe. Jenna Ortega é a Winona Ryder dessa geração. 

Eu tinha reclamado da direção do Burton na série da Vandinha, mas aqui parece que já se "recuperou". Gostei muito dos efeitos práticos e até de parte do CGI que seria inevitável nessa produção. 

Keaton e Winona sempre muito bem. É raro ver esse tipo de "Legacy Sequel" dar certo hoje em dia. Mas mesmo assim eu espero que pare por aí. Não precisa de um terceiro filme, ou pior: Um Edward Mãos de Tesoura 2.





37 – Terrifier 3 





Após sobreviver ao massacre de Halloween do Palhaço Art, Sienna e seu irmão lutam para reconstruir suas vidas despedaçadas. No entanto, justo quando pensam que estão seguros, Art retorna, determinado a transformar sua alegria natalina em um pesadelo.


TERRIFIER 3 traz o palhaço Art de volta, agora acompanhado de sua "amada" Vicky. 


Gostei como o Damien Leone aumenta e explica ainda mais o "lore" do vilão. O gore continua "sarcasticamente" doentio. A cena da bomba, dos ratos e do banheiro na faculdade são sensacionais.  Lauren LaVera continua fantástica como Sienna. É uma das melhores "Final Girl's" do cinema de Terror recente. Minha única reclamação desse filme é a parte técnica mais "chata" que eu acabo reparando. Eu entendo que são filmes de baixo orçamento, mas depois do sucesso do filme de 2022 eu esperava um "valor de produção" melhor aqui. Achei que a fotografia deu uma melhorada. O filme diminuiu um pouco aquele visual "barato" que parece mais um curta feito para o YouTube do que um filme mesmo. Mas isso ainda não é eliminado totalmente por pura falta de habilidade do próprio diretor. 


Se na parte do gore e das cenas de morte o diretor brilha, o restante ainda tem muita cara de amador. Infelizmente o diretor não tem criatividade para filmar cenas básicas. As tomadas parecem produção de novela dos anos 90'. A edição também não ajuda. Essa parte, se fosse feita com um pouco mais de esmero e tempo, com certeza elevaria ainda mais a franquia e estouraria a "bolha" dos amantes de filmes de Terror e chegaria mais no público "civil". Tirando isso, acho que é uma ótima nova franquia. Adoro as pequenas quebras de tropes e clichês nos filmes (a cena da bomba foi uma delas neste filme). Acho que o Damien dosa bem a comédia com a violência. E agora temos uma boa "mitologia" para bancar tudo isso. Expectativa alta para a quarta parte.




36 – Caddo Lake





Os Horrores do Caddo Lake é um filme de suspense e mistério que acompanha o desaparecimento de uma menina de 8 anos nas proximidades do enigmático Lago Caddo, localizado na fronteira entre o Texas e a Louisiana. Após o sumiço da criança, uma série de mortes e desaparecimentos antigos começa a ser revelada, entrelaçando eventos passados e impactando de forma definitiva a vida de uma família já fragmentada. À medida que os segredos do lago são desvendados, o público é conduzido por uma trama tensa e cheia de reviravoltas, que conecta o presente ao passado em uma rede de mistérios sombrios. Produzido por M. Night Shyamalan e dirigido por Celine Held e Logan George, o filme explora a profundidade emocional e psicológica dos personagens, enquanto revelações perturbadoras sobre o lago e sua história emergem.


Não é Terror como o título brasileiro (e o MAX) querem vender, mas é um ótimo sci-fi e que lembra muito a série DARK. Gostei das atuações e de como o roteiro é bem "amarradinho". Claro, como todo filme com viagem no tempo você precisa estar com a sua "suspensão de descrença" ativada. 


É um filme produzido pelo M. Night Shyamalan. Sempre com um bom olhar para histórias diferentes (menos para o filme da filha. Aí foi Nepotismo mesmo).





35 – Godzilla x Kong: O Novo Império





Em Godzilla e Kong: O Novo Império, é um novo capítulo no chamado MonsterVerse, onde depois de terem se encontrado como inimigos em Godzila vs Kong, o poderoso Kong e o temível Godzilla se unem contra uma colossal ameaça mortal escondida no mundo dos humanos, que além de ameaçar sua própria existência também ameaça nossa espécie. 

Mergulhando profundamente nos mistérios da Ilha da Caveira e nas origens da Terra Oca, o filme irá explorar a antiga batalha de Titãs que ajudou a forjar esses seres extraordinários e os ligou à humanidade para sempre. Dirigido novamente por Adam Wingard, a trama também trará de volta personagens conhecidos, além de introduzir um novo protagonista, interpretado por Dan Stevens. 

Me desculpe se eu me diverti com esse filme e me desculpe aqueles que não conseguem se divertir com monstros gigantes lutando. Muita gente gosta de pagar de "cult intelectual" ou elitista para desmerecer essa franquia. Sua vida deve ser muito chata! A grande verdade é que o MosterVerse é um grande sucesso e sabe abraçar o lado "campy".

Sim, Minus One é sensacional. Um triunfo do cinema japonês e merece todos os elogios (Nossa escolha de MELHOR FILME de 2023), mas o Godzilla e os filmes de Kaiju são, em sua grande maioria, puro escapismo e divertimento. GxK é um dos filmes mais legais desse universo. Achei os personagens humanos legais. Pode não ter a seriedade do filme 2014 ou do Minus One, mas não compromete a experiência.

O filme tem mais protagonismo do Kong, mas quando o Godzilla aparece ele entrega tudo o que o público espera. Realmente um DEUS! O filme é ágil e com uma construção que não deixa o expectador com tédio com no King of Monsters ou no GvsK.





34 – Deadpool & Wolverine





Deadpool & Wolverine reúne o icônico mercenário tagarela Wade Wilson (Ryan Reynolds) e o poderoso mutante Wolverine (Hugh Jackman) em uma aventura explosiva, escrita e produzida pelos mesmos talentos por trás de Deadpool (2016) e Deadpool 2 (2018). Wade Wilson desfruta de um momento de aparente calma ao lado de Vanessa (Morena Baccarin) e seus amigos e, em contrapartida, Wolverine se recupera de seus ferimentos. Um têm os seus caminhos cruzados com o outro, dando início a uma improvável aliança. Juntos, eles enfrentam um inimigo formidável em comum, desencadeando uma jornada repleta de ação, humor e reviravoltas surpreendentes. 



Ótima "despedida" do universo da FOX. Universo que serviu de base para o viria ser o MCU.


O filme é carregado pela dupla Hugh Jackman e Ryan Reynolds. A química deles na tela é fantástica. Achei que a ação poderia ser melhor filmada. Shawn Levy não é um David Leitch na direção, mas não é algo que estraga a experiência. Claro, o filme é feito para ter participações especiais. É uma grande homenagem para o FoxVerse. Mas mesmo sendo focado na FOX o que me surpreendeu muito foi a participação de um personagem que não foi da FOX mas fez parte dessa fase de filmes e está ligado de forma direta à carreira do Reynolds.


Mas é isso. Um filme evento. O MCU ainda precisa de um novo rumo, mas não é aqui que você verá isso.





33 – In a Violent Nature





Após 60 anos, um assassino chamado Johnny volta à vida graças a um incêndio na floresta. Para se manter vivo, ele começa a perseguir um grupo de jovens que estão de férias na região.


É difícil criar algo novo no subgênero do Slasher. O que dá para fazer é uma abordagem interessante e criativa. In a Violent Nature consegue fazer isso muito bem aqui. O filme pega todos os tropes do subgênero e apresenta eles com uma abordagem quase "poética". Você conhece a origem do assassino. Sua motivação. Quem "provocou" sua volta e como ele consegue sua máscara. O visual do filme é muito bonito. Tomadas com câmera aberta mostrando a paisagem. Planos em terceira pessoa como se a gente estivesse jogando um videogame. 


A gente já viu aquela câmera POV que mostra o ponto de vista do assassino ou aquela mostra o horror e o medo da vítima. Aqui meio que você é um "expectador" ou "testemunha" dos assassinatos. Tudo isso sem uma trilha sonora sinistra. Tudo em um silêncio sombrio que só é quebrado pelos sons de gritos e dos golpes do assassino. O gore aqui é muito bem feito. Efeitos práticos e mortes que seguem a tradição do subgênero. Todas naquela linha tênue entre o grotesco e a "galhofa". Jason ficaria orgulhoso!


É mais um acerto da SHUDDER. Uma boa surpresa nesse ano!




32 – V/H/S/Beyond 





Seis filmes assustadores desencadeiam o horror em um cenário infernal inspirado na ficção científica, ultrapassando os limites do medo e do suspense.



Mais uma entrada na já famosa franquia de found footage que está virando uma tradição anual de Halloween. O filme desse ano tem um tema mais voltado para alienígenas. O conto final e o documentário que amarra a antologia é sobre o tema. Mas ainda tivemos outros curtas explorando outros tipos de bizarrices. 



"Abduction/Adduction"/frame narrative 


Escrito e dirigido pelo Jay Cheel é o segmento que encerra e amarra todos os outros. Apresentado como um documentário sobre UFO e que promete mostrar um vídeo com um alienígena. Gostei muito da apresentação. Realmente parece um documentário feito pelo James Fox. Combina totalmente com o que está acontecendo agora no mundo com a questão dos UAP's. Aliás, tem imagens verdadeiras dos famosos vídeos do "TIC TAC UFO" e do "Gimbal UFO". A participação da galera do Corridor Digital foi bem legal. Recomendo muito o canal deles no YouTube. 



"Stork"


Escrito pelo Jordan Downey e Kevin Stewart e dirigido pelo Jordan Downey. Esse é um dos melhores segmentos deste ano. Após misteriosos casos de sumiço de bebês em um cidade, a polícia consegue descobrir a localização do cativeiro onde os bebês podem estar. Uma unidade policial resolve invadir o local, só que são recebidos por estranhos monstros.


Esse segmento é fantástico já que usa muito bem a dinâmica da "Body cam" nos policiais. Aqui temos aquela visão em primeira pessoa que lembra muito jogos de tiro, especialmente o ótimo LEFT 4 DEAD. Esse curta foi o que mais conseguir trazer o clima de jogos como RESIDENT EVIL, DYING LIGHT e o já citado LEFT 4 DEAD. Parece mesmo que você está em um jogo. Acho que os filmes do RESIDENT EVIL deveriam ter a vibe deste segmento. 



"Dream Girl"


Dirigido por Virat Pal. Escrito pelo próprio Virat e Evan Dickson. 


Dois Paparazzi indianos tentam conseguir imagens da nova produção da sensação de Bollywood, Tara. Tara é cercada por um boato que ela seria uma bruxa e que só faz sucesso por causa de rituais bizarros. 


Bom segmento, mas nada muito ousado. 



"Live and Let Dive"


Dirigido pelo Justin Martinez. Escrito pelo próprio Martinez e por Ben Turner. 


Segundo melhor segmento deste ano. Um grupo de paraquedistas vão comemorar o aniversário de um amigo. Antes de saltarem, o avião onde estão a borda e pego no meio de uma perseguição de caças contra um UFO.


Esse curta é sensacional. Os efeitos durante a queda do avião são muito bem feitos. O CGI de algumas criaturas é bem ruim, mas a direção compensa isso. Ótima ideia e ótima execução. 


"Fur Babies" 


Escrito e dirigido por Christian Long e Justin Long (ele mesmo, o ator Justin Long). 


Esse é um dos mais doidos e bizarros segmentos do ano. Um grupo de ativistas defensores dos direitos animais suspeita de uma dona de uma creche para cachorros. 


Digamos que é um curta bizarro e vale mais pela comédia do que pelo terror em si.



"Stowaway"


Escrito por MIKE FLANAGAN e dirigido por sua esposa Kate Siegel 


Halley é uma mulher que abandonou seu marido e filha para fazer um documentário sobre estranhas luzes que estão aparecendo no deserto de Mojave. Lá ela vê uma luz que cai no deserto. Ela decide investigar e acaba encontrando uma nave. Ela entra dentro da nave e acaba se ferindo, mas logo é curada por uma substância bizarra que faz ela ter mutações. 


Bom segmento e boa estreia da atriz como diretora. A parte visual dele é que mais impressionou. Depois das cenas do segmento final esse é o que mais se parece com uma filmagem genuína em VHS. Destaque para a Alanah Pearce que protagoniza o segmento. É a estreia da YouTuber, jornalista e roteirista de games como atriz.




31 – Dìdi (弟弟)





Em 2008, Chris Wang (Izaac Wang), um garoto taiwanês-americano de 13 anos, vive um verão marcante antes de ingressar no ensino médio. Nesse período, ele descobre o skate, tenta entender o flerte e explora uma nova conexão com sua mãe. Motivado a conquistar Madi, uma fã de Paramore que desperta seu interesse, Chris se lança numa jornada de autodescoberta usando a internet como guia. Ele assiste a vídeos no YouTube sobre técnicas de flerte e o "primeiro beijo" e, para impressioná-la, empresta camisetas da irmã e adota outras táticas para chamar sua atenção. Além disso, ele se diverte gravando vídeos curiosos de sua avó e busca um lugar nos diversos grupos de jovens ao seu redor. Ao final desse verão, Chris não só explora o amor juvenil, mas também redefine sua visão sobre laços familiares e a importância de sua mãe em sua vida.


Todo Coming-of-Age trata de assuntos parecidos, não importa a época ou o local onde se passam.


Tirando a ambientação do filme que retrata fielmente aquele período de tempo, a história mostra muito bem aquele sentimento de estar "perdido" e querer acertar e se dar bem com todo mundo ao seu redor. É uma situação que acontece com todos, não importa a sua geração.




30 – The 4:30 Movie





Já disse isso uma vez e vou repetir; O Kevin Smith tem seus defeitos, principalmente nos últimos anos. Sua personalidade na Internet é quase intragável em muitos momentos. Algumas piadas não caem bem nos seus filmes recentes, mas é INCRÍVEL como ele sempre escreve seus personagens com muito coração e sensibilidade.


The 4:30 Movie é mais um filme autobiográfico do Smith. É o seu "The Fabelmans" e o seu filme mais "Sessão da Tarde" desde BARRADOS NO SHOPPING. É a história de três amigos que passam suas tardes no cinema em 1986. O protagonista (totalmente inspirado no Smith) é aquele cinéfilo clássico que sabe tudo sobre filmes. Depois de muito tempo ele cria coragem para chamar uma amiga para ir ver um filme com censura 18 anos. O filme é basicamente eles enrolando no cinema (entrando de graça em outras sessões) até chegar a hora do filme que o protagonista marcou de assistir com a garota. 


Sim, muitas piadas são boas e muitos momentos são meio "forçados" (o Kevin Smith não é o Spielberg), mas o filme ainda me tirou boas risadas e me deixou naquela ótima vibe de nostalgia. Eu mesmo não sou muito fã de nostalgia, mas o Kevin Smith faz tão bem isso. Eu sempre vou defender o trampo dele. Muita gente nova não comprar seus filmes e muita gente da minha idade provavelmente não aguenta mais ele, mas eu não ligo. Um dos melhores filmes do ano e de sua carreira.





29 – Love Lies Bleeding





Dirigido por Rose Glass, Love Lies Bleeding é um romance ambientado na década de 1980 que acompanha a vida da reclusa gerente de academia Lou (Kristen Stewart), que acaba se apaixonando por Jackie (Katy M. O'Brian), uma ambiciosa fisiculturista que viaja da cidade até Las Vegas em busca de seu sonho. Mas essa história de amor fulminante entre elas desencadeia a violência, puxando-as profundamente para a teia da família criminosa de Lou, resultando em um romance cheio de ego, desejos, sangue e vingança. O elenco traz ainda Anna Baryshnikov, Ed Harris, Dave Franco e Jena Malone.



Me lembrou um pouco PAIN AND GAIN de 2013, mas só que lésbico. Gostei muito da história que é bem "amarradinha" e com vários pequenos tons de surrealismo, principalmente em seu desfecho. Assim como PAIN AND GAIN nós vemos como o ser humano pode se transformar quando o amor e outros interesses cegam e atrapalham o seu julgamento.


Uma sucessão de acontecimentos que só pioram a história da dupla de protagonistas vividas por Kristen Stewart e Katy M. O'Brien. Kathy M. realmente se dedicou ao personagem, atingindo uma transformação física impressionante. Sua atuação como alguém que faz de tudo pela sua amante e para vencer o concurso fisiculturismo é o grande destaque do filme.


O resto do elenco é muito bom também. Ed Harris como o vilão é outro ponto alto aqui. O filme é violento e bem "cru" em muitos momentos, o que é surpreendente vindo do cinema americano atual.





28 – Gladiador 2 





Anos após testemunhar a morte do herói Maximus (Russell Crowe) pelas mãos de seu tio (Joaquin Phoenix), Lucius (Paul Mescal) enfrenta um novo desafio: forçado a entrar no Coliseu, ele deve lutar pela sobrevivência e pela honra de Roma. Depois de ter sua casa tomada pelos imperadores tirânicos que governam Roma com punho de ferro, Lucius precisa reencontrar a força e a coragem que o inspiraram na juventude. Admirador da jornada de Maximus, Lucius busca seguir seus passos para restaurar a glória perdida de Roma. 

Gladiador 2, é uma sequência direta do aclamado filme dirigido por Ridley Scott. Agora, Lucius luta não apenas pela sua vida, mas pelo futuro do império. Com o coração cheio de raiva e o destino de Roma em jogo, ele revisita seu passado em busca da força necessária para devolver ao povo a honra que um dia foi perdida.


Difícil fazer uma continuação de um dos maiores filmes de todos os tempos. Ridley Scott entrega um filme que consegue amarrar bem alguns pontos do primeiro filme e outros nem tanto, mas é um filme interessante.


Os pontos 👍 do filme:


Gostei de como o Ridley Scott trabalha os novos personagens. Paul Mescal é um bom protagonista. Não é uma atuação magistral como a de Russel Crowe, mas ele manda bem. Connie Nielsen retorna com um destaque maior. Mas quem rouba a cena mesmo é Denzel Washington. Seu personagem é brilhante e tem um arco brilhante. Depois de Maximus é o melhor personagem dos dois filmes. Não me surpreenderia se ele for indicado para o Oscar de melhor coadjuvante na próxima edição da premiação. O arco do personagem interpretado pelo Pedro Pascoal é interessante também. O quarteto principal demonstra bem como máquina corrupta do Império Romano afetava a vida daquela sociedade e de grande parte do mundo naquela época.


As cenas de batalhas continuam boas, mesmo com uma adição de CGI em algumas sequências, mas nada que estrague a experiência.


Os pontos 👎 do filme:


Isso é um pouco de spoiler agora, mas acho que o filme faltou amarrar um pouco melhor a origem dos dois Imperadores. O filme mostra que a mãe de Lucius o mandou para o exílio com medo dele ser assassinado após a morte do Imperador Commodus. Mas em nenhum momento nós sabemos como eles chegaram ao poder. Eles são só maus por serem maus e servem para exemplificar a loucura do poder de quem comandava aquele império. Acho que falta algo a mais nisso, mas é um detalhe que você pode relevar.

Outro ponto negativo é a trilha sonora que não é impactante como a do primeiro filme. Alguns temas clássicos voltam, mas outros que realmente te "empolgavam" não estavam aqui... e isso faz muita falta em algumas sequências.

É uma continuação com temas interessantes em uma história mais "robusta" e com mais detalhes do que o primeiro filme. E assim como no filme de 2000 é uma Roma em versão "Hiper-realista". Não devemos cobrar realidade em alguns pontos (Tubarões no Coliseu). Eu dou mais valor nos temas abordados e nisso o Ridley Scott ainda é um dos melhores no ramo.




27 – The Bikeriders 





The Bikeriders é um filme ficcional baseado no livro fotográfico de Danny Lyon, que documentou a ascensão de um clube de motociclismo no Centro-Oeste dos EUA durante a década de 1960. Na trama, acompanha-se a ascensão dos Vândalos, um clube de motociclistas, sob o olhar de Kathy (Jodie Comer), uma das integrantes do grupo e também casada com Benny (Austin Butler), um motociclista selvagem e imprudente e melhor amigo de Johnny (Tom Hardy), o líder do grupo. 

Iniciando apenas como um clube local de forasteiros unidos pela paixão pelas motos barulhentas e o respeito por seu líder, ao longo dos anos a vida dos Vândalos se torna mais violenta e gananciosa, ao ponto de se tornarem uma perigosa gangue. Kathy faz o possível para acompanhar a natureza indomável de seu marido, sua cega lealdade a Johnny, e também pela sua atenção, que muitas vezes é voltada apenas para Johnny. Encurralados pelo destino violento do grupo, os três precisam decidir sobre a lealdade do clube e entre si.


Ótimo filme sobre motoqueiros que tenta mostrar um recorte um pouco mais "real" de uma época de ouro dos motos clubes antes da violência e o tráfico de drogas desenfreado invadir esse mundo. Jodie Comer e Austin Butler tem uma ótima química na tela. Tom Hardy como o líder do grupo e sempre com uma boa atuação. Como disseram aqui, é quase um "BONS COMPANHEIROS com motos".




26 – Divertidamente 2 





Divertidamente 2 marca a sequência da famosa história de Riley (Kaitlyn Dias). Com um salto temporal, a garota agora se encontra mais velha, com 13 anos de idade, passando pela tão temida pré-adolescência. Junto com o amadurecimento, a sala de controle mental da jovem também está passando por uma demolição para dar lugar a algo totalmente inesperado: novas emoções. As já conhecidas, Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Raiva (Lewis Black), Medo (Tony Hale) e Nojinho (Liza Lapira), que desde quando Riley é bebê, eles predominam a central de controle da garota em uma operação bem-sucedida, tendo algumas falhas no percurso como foi apresentado no primeiro filme. 

As antigas emoções não têm certeza de como se sentir e com agir quando novos inquilinos chegam ao local, sendo um deles a tão temida Ansiedade (Maya Hawke). Inveja (Ayo Edebiri), Tédio (Adèle Exarchopoulos) e Vergonha (Paul Walter Hauser) integrarão juntos com a Ansiedade na mente de Riley, assim como a Nostalgia (June Squibb) que aparecerá também.


A ideia no primeiro filme "me pegou mais" do que esse. Aqui temos alguns novos sentimentos que aparecem com a chegada da puberdade da Riley. Ainda acho muito inteligente a forma como a Pixar apresenta eles no filme, principalmente a Ansiedade. Mas infelizmente soa um pouco "mais do mesmo", mas sem o mesmo peso do original. Acho que o fim de algumas coisas que a gente só tem na infância tem um peso mais simbólico do que o que vem daqui para frente na vida da Riley. 

E mantenho a minha opinião do final do primeiro filme. A Pixar não poderá evoluir muito essa franquia porquê da adolescência até a vida adulta a tendência é que tudo piore para a maioria das pessoas e esses filmes são infantis e não um "dramão existencial". 


Ainda assim, superior aos últimos filmes do estúdio que nem me chamaram atenção.





25 – Dream Scenario





Dirigido por Kristoffer Borgli, O Homem dos Sonhos é um filme de comédia estrelado pelo vencedor do Oscar Nicolas Cage. A trama acompanha a vida de Paul Matthews, um pai de família infeliz que vive uma vida banal com sua esposa Janet (Julianne Nicholson) e suas duas filhas Sophie (Lilly Bird) e Hannah (Jessica Clement). No entanto, sua simples vida vira de cabeça para baixo quando, misteriosamente, ele começa a aparecer nos sonhos de milhões de estranhos. Porém, uma hora, as aparições começam a se transformar em um grande pesadelo, e Paul deverá enfrentar as consequências de seu inesperado estrelato.


Nicolas Cage em mais um ótimo filme que aborda vários temas desde cancelamento, linchamento público, fama, infâmia e psicanálise. Tudo em um clima de humor negro e com uma pegada bem bizarra e que me lembrou muito os filmes do Charlie Kaufman. A premissa é muito boa faz você se colocar no lugar do protagonista. O conceito apresentado na parte final do filme é interessante e, ao mesmo tempo, assustador.




24 – Oddity





Em Oddity, quando Dani (Carolyn Bracken) é brutalmente assassinada em uma remota casa de campo que ela e seu marido, Ted (Gwilym Lee), estão reformando, a investigação logo se concentra em um paciente da instituição de saúde mental onde Ted trabalha. Mas, para o horror de todos, o principal suspeito é encontrado morto pouco depois do crime, levando a um mistério ainda mais profundo. 

Um ano depois, a irmã gêmea de Dani, Darcy (Carolyn Bracken), uma autoproclamada vidente cega e colecionadora de itens amaldiçoados, decide visitar Ted e sua nova namorada, Yana (Caroline Menton). Convencida de que há segredos obscuros por trás do assassinato de sua irmã, Darcy traz consigo os objetos mais perigosos de sua coleção, determinados a descobrir a verdade e a vingar Dani. À medida que Darcy utiliza suas habilidades sobrenaturais e os itens amaldiçoados para investigar, segredos enterrados começam a emergir, revelando uma teia de mentiras, traições e forças ocultas.


Gostei da atmosfera e da direção que investe em muitos Jump Scares. Alguns não funcionam bem, mas outros são bem interessantes. Outra produção britânica com pouco orçamento e muita qualidade. E o mais importante, sem precisar de campanha de marketing para criar algum tipo de hype.





23 – The Teacher's Louge (Das Lehrerzimmer)





Eu sempre tive aquela visão estereotipada dos europeus, nesse caso específico, dos alemães, que seriam um povo educado e com um outro tipo de criação e de que lá fora os profissionais como professores são infinitamente mais respeitados do que aqui no Brasil. The Teacher's Lounge mostra que essa geração, independente se está aqui na América do Sul ou na Europa, age de uma forma totalmente errônea e com uma total falta de respeito para esses profissionais.


Claro, essa história pode ter um grau maior de dramaticidade e não refletir com precisão a rotina e dinâmica do corpo estudantil com seus professores na Alemanha, mas o que me chama atenção de como é semelhante o modo de agir da sociedade alemã com o nosso aqui.

Esse é o momento "boomer reclamão" (e olha que nem tenho filhos) mas me choca ver pais que praticamente "passam a mão na cabeça" de seus filhos e ainda se ofendem com algumas decisões e ações contra algo sério que acontece na trama. O pior que é recorrente na vida real aqui no nosso país. Não é algo tão irreal. Conheço amigos professores e vários deles tem relatos de coisas absurdas que já passaram por apenas tentar fazer o seu trabalho.


No filme, Carla Nowak (Leonie Benesch) é uma professora de matemática e recém chegada à escola em que trabalha atualmente. Assim que ela chega ao local, percebe que há alguns roubos acontecendo lá. Agora, ela poderia aceitar essa situação, mas é exatamente isso que ela não quer fazer. Ela começa a investigar por conta própria e se depara com a falta de compreensão, principalmente entre seus colegas, pais e alunos. Além disso, a principal suspeita é a mãe de seu aluno Oskar (Leonard Stettnisch).

O conflito principal do filme é um verdadeiro vespeiro se você levar em conta o contexto cultural atual da Alemanha. Uma situação difícil e que só piora com o passar do tempo. A situação que a personagem Carla passa é no mínimo traumática e te deixa tenso em vários momentos. Você vê que ela está praticamente sozinha nessa. Os colegas professores querem "ferrar" ainda mais a funcionária acusada de roubo. O filho dela sofre com toda situação e alguns amigos ainda "compram" a sua causa, começando uma campanha de difamação contra a Carla. Fora o péssimo relacionamento dela com o restante dos pais de sua sala de aula.


O filme trabalha muito bem essas novas dinâmicas de relacionamento entre escola, professores, alunos e pais em uma era que parece que todos estão "pisando em ovos". Não sou dessa galera que pede volta de "palmatória" ou algo mais radical, mas acho que aquele velho dizer de que "a educação vem de casa" ainda vale... e muito.





22 – I Saw the TV Glow





I Saw the TV Glow é um longa dirigido e roteirizado por Jane Schoenbrun, onde a trama vai falar sobre o adolescente Owen (Justice Smith), que está vivendo a sua vida normalmente, tentando sobreviver nos subúrbios quando um colega apresenta a ele um misterioso e intrigante programa de TV noturno sobrenatural. 

Os dois adolescentes, vidrados nesse programa, começam a se distanciar e distorcer a realidade. No brilho pálido da televisão, a visão do que é real e do que é fantasioso de Owen começa a rachar e ele acaba vendo uma visão de um mundo sobrenatural que existe do lado da tela da tv.



"We are living inside a dream, but who is the dreamer?"

- Twin Peaks: The Return


Acho que um dos dilemas mais assustadores é saber qual é o seu propósito nesta vida.  E claro, quase todos estamos presos neste círculo de dúvidas, incertezas e pura melancolia. Nossa forma de tentar escapar ou achar respostas para esse estado quase sempre é procurada em diversas mídias. 

O escapismo é o refúgio dos perdidos. I SAW THE TV GLOW consegue captar bem essa busca por identidade. A busca por algo mais que não temos na nossa vida real. Tudo muito bem escrito e dirigido. Não tem como não comparar com as obras de David Lynch. É uma das boas surpresas deste ano!





21 – Monolith 





Em Monolith, uma jornalista determinada, interpretada por Lily Sullivan, passa por uma crise e decide criar um podcast para tentar salvar sua carreira. Mas conforme busca uma manchete chamativa, sua investigação revela um artefato estranho e uma conspiração alienígena que é alimentada pelo público que alimenta a história com suas experiências e visões arrebatadoras, que são o suficiente para a jornalista mergulhar em uma teoria que aos poucos começa a consumi-la.

O filme trabalha temas e traumas como ansiedade, culpa e angústia. Tudo isso com este pano de fundo Sci-fi de uma possível invasão alienígena. Temos um final ambíguo muito interessante e que faz o expectador ter a sua própria resolução. Pessoalmente, achei muito interessante o conceito apresentado no filme. É um tipo de invasão alien diferente e que explora nossos problemas emocionais para nos dominar. A forma como isso acontece é bem inteligente e foge do que a gente já viu nesse tipo de história.

Outra coisa legal é que acompanhamos o desenrolar da trama como um podcast. O filme conta só com a Lily Sullivan em cena durante o tempo todo. Ela dentro de sua casa produzindo o podcast. Os outros personagens só aparecem em áudios, então temos a sensação de estar escutando o programa da personagem. Filme simples e com uma direção inteligente que consegue contar uma trama interessante com um cenário simples e intimista. Uma aula de cinema criativo e que mostras que você não precisa ter um orçamento grande e nem recursos visuais exagerados para um Sci-Fi.





20 – The Iron Claw 





Dirigido por Sean Durkin, conta a história real e trágica da dinastia de luta livre Von Erich. Os inseparáveis irmãos Von Erich - no filme, interpretados por Zac Efron, Jeremy Allen White, Harris Dickinson e Stanley Simons -, fizeram história no mundo intensamente competitivo do wrestling profissional no início dos anos 1980. 

A família comemorou grandes sucessos nos esportes, mas também sofreu grandes derrotas. Três dos filhos do Patriarca (vivido por Holt McCallany) cometeram suicídio durante suas carreiras. Através da tragédia e do triunfo, sob a sombra desse pai e treinador dominador, os irmãos procuram a imortalidade neste grande palco do esporte.

Apesar das explicações clichê de como funciona o esporte/negócio (que para quem é fã de wrestling, isso já está saturado), o filme conta de forma competente os acontecimentos trágicos que marcaram a vida dos Von Erich. O filme aborda muito bem como a pressão do pai influenciou o terrível destino dos filhos. O peso de carregar o nome da família junto com a fama da "maldição" que vem com ela. A frustração de não corresponderem as expectativas do pai.

Do ponto de vista de fã do esporte, é mais um importante registro de como esse negócio viveu dias sombrios. Não que hoje em dia seja totalmente perfeito, mas é um ramo com uma pressão gigantesca e com muitos concorrentes e quem cobrou a vida de vários atletas nas últimas décadas. Vejo que o pro wrestling, como indústria no mainstream, hoje é um pouco melhor do nos últimos 25 ou 30 anos. Ainda temos polêmicas como a do Vince McMahon ou o CM Punk na AEW, mas vejo um empenho para que seja um negócio sem os velhos vícios e práticas discutíveis de gerações passadas.




19 – Furiosa: Uma Saga Mad Max





Furiosa: Uma Saga Mad Max é um filme de ficção científica pós apocalíptico dirigido por George Miller e estrelado por Anya Taylor-Joy, Chris Hemsworth e Tom Burke. A trama revela a história de origem da guerreira renegada Furiosa, anteriormente interpretada por Charlize Theron, narrando sua jornada até se unir a Max em Mad Max: Estrada da Fúria (2015). 

O enredo segue uma jovem Furiosa (Anya Taylor-Joy), sequestrada de seu lar, o Lugar Verde de Muitas Mães, por uma grande horda de motoqueiros liderada pelo senhor da guerra Dementus (Chris Hemsworth). Cruzando Wasteland, eles alcançam a Cidadela, dominada pelo Immortan Joe (Lachy Hulme). Enquanto os dois tiranos disputam o domínio, Furiosa se vê envolvida em uma batalha incessante para retornar ao seu lar. O filme oferece uma visão mais profunda do universo de Mad Max, explorando os motivos e desafios enfrentados por um dos personagens mais marcantes da franquia. 


Outra grande adição ao mundo de Mad Max criado pela lenda George Miller. Aqui vemos a origem de Furiosa, personagem introduzida em FURY ROAD. Acho que o único ponto negativo do filme é sua duração. A franquia do Mad Max é conhecida por filmes de 1h30. No máximo 2h de duração. FURIOSA tem 2h28 de duração. Boa parte desses 28 minutos poderiam ser reduzidos ou ter sua trama contada de forma mais dinâmica, principalmente no período que vemos a Furiosa "criança". 

O filme tem boas cenas de ação, mesmo usando mais o auxílio do CGI em boa parte delas. Chris Hemsworth rouba a cena com o seu vilão. Ele é carismático, bem-humorado e perverso na medida certa. Anya Taylor-Joy entrega uma boa Furiosa, principalmente nas cenas mais dramáticas. Assim como Tom Hardy não é o Mel Gibson, a Anya não é a Charlize Theron.


FURIOSA é uma boa prequel. Não tem a perfeição de MAD MAX 1, 2 e FURY ROAD, mas entrega uma boa diversão.




18 – Exhuma 





Depois de sofrer uma série de eventos paranormais, uma família rica que vive em Los Angeles convoca uma jovem dupla de xamãs em ascensão, Hwa Rim e Bong Gil, para salvar o recém-nascido da família. Assim que eles chegam, Hwa Rim sente que uma sombra escura de seu ancestral se apoderou da família em um 'Chamado Grave'. Para exumar o túmulo e socorrer o ancestral, Hwa Rim busca a ajuda do geomante Sang Deok e do agente funerário Yeong Geun. Para sua consternação, os quatro encontram o túmulo em um local sombrio em uma vila remota na Coreia. Sem saber das consequências, a exumação é realizada, desencadeando uma força malévola enterrada por baixo. 


Ótima produção sul coreana que usa folclore e tradições de seu país para contar uma história com possessão e espírito maligno de uma forma que parece nova e sem a visão já estereotipada desse tipo de filme. O que mais me chamou atenção é como os personagens do grupo que faz os rituais tem vidas absolutamente "normais" quando não estão fazendo esse tipo de "trabalho". Hollywood e até outras mídias adoram colocar essas pessoas que tem algum tipo mediunidade ou que faz esse tipo de trabalho espiritual como figuras misteriosas ou com algum tipo de gimmick fantasiosa, sendo que na realidade são pessoas normais. 

Eu conheço muita gente de religião espírita ou africanas que trabalham como isso mas tem vidas absolutamente normais em empregos normais e que passam despercebidas por outras pessoas que nem sequer imaginam que elas fazem isso. Nisso o filme é perfeito. 


Eu adorei como eles misturam a cultura e a lenda de outro país (Japão) no meio disso tudo. É um filme com boas atuações e ótimos efeitos práticos. É uma boa opção para quem está cansado de ver os mesmos tropes e clichês desse subgênero. E ao ver o filme eu fiquei pensando que seria muito interessante ver uma história parecida com um contexto brasileiro. Boa parte dos rituais mostrados no filme não estão muito longe do que a gente vê em religiões africanas praticadas aqui. Como sempre, ainda falta muito para o cinema brasileiro "abraçar" suas raízes nesse no nosso cinema de terror.




17 – ALIEN: Romulus





Dirigido por Fede Álvarez, Alien: Romulus é um thriller de ficção científica que retorna às raízes da franquia de sucesso Alien, o 8º Passageiro (1979). Ambientado entre os eventos do filme de 1979 e Aliens, O Resgate (1986), a trama acompanha um grupo de jovens colonizadores espaciais que se aventuram nas profundezas de uma estação espacial abandonada. 

Lá, eles descobrem uma forma de vida aterrorizante, forçando-os a lutar desesperadamente por sua sobrevivência. O elenco inclui Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux e Isabela Merced. A produção é assinada por Ridley Scott, enquanto o roteiro é de autoria do próprio Álvarez, baseado nos personagens criados por Dan O'Bannon e Ronald Shusett.

Fede Alvarez (Evil Dead 2013) dirige essa nova entrada na franquia Alien. Gostei muito da história e de como ele amarra as Prequels (Prometheus e Covenant) e integra com o clássico de 1979. Fede usa a mesma fórmula dos clássicos e entrega o que os fãs querem. Clima sombrio e soturno do primeiro filme e boas cenas de ação do segundo.

Algumas pessoas estão reclamando dos personagens humanos. Que eles são muito jovens e não combinam com o que já foi mostrado na franquia, mas achei interessante a ideia. Cailee Spaeny está ótima como a protagonista e gostei muito do Android Andy. É um grupo bem mais legal do que os dois últimos de Prometheus e Covenant. Os efeitos práticos e um CGI melhor do que Covenant ajudam a entregar um bom filme que coloca a franquia nos eixos mais uma vez. Agora é esperar pela série de TV que estreia em 2025.





16 – Challengers





Dirigido pelo premiado cineasta Luca Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome), Rivais acompanha Tashi (Zendaya), uma tenista prodígio que se tornou treinadora, uma força da natureza que nunca pede desculpa pelo seu jogo dentro e fora do campo. Casada com Art (Mike Faist), ela conseguiu transformar a carreira do marido, saindo de um jogador medíocre para um campeão mundialmente famoso. 

Quando Art está tentando ultrapassar um momento difícil, onde apenas acumula derrotas, a estratégia de Tashi toma um rumo inesperado: ela convence o marido a jogar em um torneio "Challenger" - o nível mais baixo do circuito profissional - onde terá de enfrentar Patrick (Josh O'Connor), o seu antigo melhor amigo e ex-namorado de Tashi. Patrick, que também já foi um talento promissor, agora se encontra esgotado e lentamente caminha para o fim de sua carreira. O encontro dos três pode ser capaz de reacender velhas rivalidades dentro e fora da quadra e resultar em um rumo diferente para a carreira de todos.


Luca Guadagnino entrega uma ótimo filme sobre rivalidade, traição, tesão reprimido e... tennis! A parte técnica é espetacular. Trabalho de câmera e edição é muito bom. Uma das melhores trilhas sonoras deste ano.




15 – As Três Filhas





As Três Filhas, longa dirigido e escrito por Azazel Jacobs, apresenta a história emocionante e por vezes engraçada de um patriarca idoso e as suas três filhas adultas que deixaram suas vidas para ficar com o pai em seus últimos dias de vida. Katie (Carrie Coon) é uma mãe controlada do Brooklyn que está enfrentando alguns embates com a sua filha adolescente e rebelde. Sua irmã, Christina (Elizabeth Olsen) já se encaixa em um outro padrão de mãe: ela é mais compreensiva e está separada dos seus filhos pela primeira vez. Completando o trio de irmãs está Rachel (Natasha Lyonne), diferente das suas outras irmãs, e para desgosto delas, esta nunca deixou a casa do pai e faz o uso da maconha como fuga. 

As irmãs seguem por três dias voláteis, enquanto a morte do alicerce delas se aproxima, as queixas irrompem e o amor se infiltra pelas rachaduras de um lar fraturado.


Eu trabalho em um hospital e uma das minhas tarefas é pesquisar e organizar cópias de prontuários para pacientes ou seus parentes. Eu sempre me deparo com casos de pacientes em estágio de tratamento paliativo. É sempre um processo doloroso para todas as partes. Esse filme retrata bem este estágio.


Claro, ele foca mais do relacionamento das filhas e como estão lidando com tudo isso (a eminente morte do pai) mesmo tendo uma convivência difícil entre elas. Achei interessante como o filme não mostra o pai delas até o fim. O filme te faz refletir sobre muitas coisas. Querendo ou não, é algo que todos nós iremos passar. Pode ser uma mensagem clichê, mas é importante não viver com mágoas ou com "muitos" arrependimentos.


Como diz o pai no filme; pelo menos um grande arrependimento a gente leva para sempre. Então tente se acertar da melhor forma possível com sua família e as pessoas que você ama.





14 – Sonic 3 – O Filme





Dando continuidade aos eventos de Sonic - O Filme e Sonic 2 - O Filme, a história segue o ouriço velocista Sonic (Ben Schwartz), o guerreiro equidna Knuckles (Idris Elba) e a raposa voadora Tails (Colleen O'Shaughnessey), que agora formam uma aliança para proteger a poderosa Esmeralda Mestra. Contudo, uma nova ameaça surge quando os militares da G.U.N., uma força especial secreta, descobrem que o corpo do Dr. Eggman (Jim Carrey) desapareceu do local onde ocorreu a batalha final, levando a uma nova perseguição cheia de perigos, reviravoltas e ação alucinante. 

À medida que enfrentam esse novo inimigo, o trio de heróis precisará se unir mais do que nunca para impedir que uma catástrofe ainda maior aconteça. Eles também devem confrontar segredos do passado de Sonic e de Eggman, que podem mudar o destino do mundo. 


Assim como aconteceu nos jogos em SONIC ADVENTURE 2 (o impacto cultural desse jogo continua reverberando até hoje), a franquia no cinema aposta em uma trama mais séria com o Shadow. 

É incrível como a garotada de hoje compra bem a ideia desse filme e dos personagens. Não é uma adaptação 100% fiel do jogo, mas consegue pegar o que tem de melhor e usar para o que já foi estabelecido no cinema. Shadow é o grande destaque do filme. Assim como no game de sua origem aqui temos todo o seu drama com a Maria. Incrível como esse personagem tem mais peso do que muitos outros feitos para filmes "teoricamente" mais adultos. O filme usa muito bem ele. 

O terceiro ato é fantástico. Todo mundo empolgado na sala de cinema. Criançada vibrou com todas as cenas. Bateram palmas no final e simplesmente enlouqueceram com a cena pós créditos. Assim como no filme anterior, você vê que a franquia é gigantesca e consegue pegar várias faixas etárias. A molecada ficou doida com a cena. Marvel/Disney e Warner/DC precisam rever muita coisa. Sugiro estudar como a Paramount está trabalhando com esses personagens.




13 – Hit Man 





Gary Johnson (Glen Powell) é o assassino profissional mais procurado de Nova Orleans. No entanto, nem tudo é o que parece: para os seus clientes, Gary passa como um assassino de aluguel comum, mas, na verdade, ele trabalha para a polícia. Como parte do seu trabalho, ele investiga a vida daqueles que o contratam para eliminar outra pessoa. Gary sempre seguiu à risca o protocolo do seu trabalho, até um dia em que ele precisou ajudar uma mulher desesperada tentando fugir do seu marido abusivo e se viu encarnando uma das suas falsas personas apaixonando-se pela mulher e flertando com a possibilidade de se tornar de fato um criminoso.


Acho incrível como o Richard Linklater pega uma das profissões mais perigosas do mundo (policial infiltrado) e nos entrega uma comédia tão legal. Vendo o filme eu lembrei daquele extra do DVD do filme MIAMI VICE de 2006 e como é a abordagem deste tipo de trabalho. Você precisa ser uma espécie de "Super Você". Uma personalidade diferente e mais solta. Uma versão mais legal sua e sem nenhuma inibição. Claro, o personagem deste filme apenas finge ser um assassino (meio que faz aquele trabalho de catfish para pegar pessoas que desejam contratar alguém para assassinar uma outra pessoa). Ele tem mais possibilidade de criar várias personalidades diferentes para conseguir o seu objetivo.

Glen Powell está muito bem como Gary, um professor de psicologia que prestava alguns serviços de consultoria para a polícia e que se vê virando um agente que finge ser um assassino para pegar suspeitos. Ele começa a ir muito bem no seu trabalho até encontrar a personagem interpretada pela Adria Arjona. Ao invés de incriminar ela, Gary resolve convencê-la a desistir da ideia de matar o seu marido abusivo. Logo após isso, Gary (usando a sua identidade falsa de assassino) começa a ter um relacionamento com a mulher que ele ajudou. É claro que isso tudo uma hora volta contra os dois.

A direção do Linklater é competente como sempre. Um texto que te pega fácil. Powell e Arjona tem uma ótima química em cena. Eu só tinha visto a Arjona em dramas e no Star Wars: ANDOR. Aqui ela prova que sabe fazer comédia. E o Glen Powell tem o seu melhor papel até o momento. O timing de comédia dele é muito bom. 


Um dos melhores filmes do ano de um diretor que nunca erra!





12 – Robô Selvagem





Uma nave naufraga numa terra desabitada e dá início à aventura épica do robô Roz, a última unidade das chamadas ROZZUM ainda funcional e inteligente. Preso nesta ilha aparentemente sozinho, Roz precisa sobreviver às intempéries da floresta. Sua única esperança é se adaptar ao ambiente hostil e avesso às suas programações. Para isso, Roz passa a conviver com os animais aprendendo sobre a vida na selva e os modos de sobrevivência na natureza. 

É durante essa exploração que Roz encontra um filhote de ganso e estabelece como missão cuidá-lo. Desse laço inesperado com o bicho abandonado, Roz se aproxima de uma realidade nova e instigante, construindo uma relação harmoniosa com os animais nativos.


Bom filme da Dreamworks sobre MATERNIDADE e RESILIÊNCIA. Eu não sou muito fã de animações hoje em dia, mas essa me pegou. Tanto pelos temas como pela qualidade da animação.







11 – Strange Darling 





Um predador implacável rastreia uma mulher ferida pela natureza selvagem do Oregon. A mulher faz o possível para ser mais esperta que o agressor, mas a cada momento de tensão ela fica mais fraca e menos capaz. Ele é um homem com uma missão e é apenas uma questão de tempo até capturar sua presa. 


Incrível como a maioria das pessoas "engole" alguns filmes pretensiosos da A24 com aquela falsa quebra de expectativa que parece mais pedante e elitista. Mas aí quando um filme realmente faz isso "pra valer" a galera inventa outros problemas para desmerecer ele.

STRANGE DARLING tem uma direção e uma história bem "pulp". A edição ao melhor estilo Tarantino ajuda ainda mais na revelação principal da trama. Eu adorei como temos uma inversão de papel aqui. E não achei que isso diminui ou denigre a personagem feminina. Achei que foi o ponto alto do filme. 

Uma personagem feminina forte não é só "olha só como eu luto contra o patriarcado. Isso é Girl Power. Sou foda e vou me vingar de todo mundo". Ela pode ser manipuladora e pode ser sim alguém má. Achei que foi um caminho inusitado e inesperado, mesmo com um tom meio "escrachado" em alguns momentos. Willa Fitzgerald entrega uma grande atuação aqui. Temho certeza que vai ser esquecida na temporada de premiações, mas merecia reconhecimento. Kyle Gallner é outro grande ator. Já tinha me supreendido com ele ano passado em THE PASSENGER e WHAT COMES AROUND. Acho ele muito talentoso e bem melhor que outros caras como Austin Butler ou Timothée Chalamet.




10 – Poor Things





Poor Things é um filme de romance e ficção científica dirigido por Yorgos Lanthimos e produzido por Emma Stone, que também atua no longa. Baseada no livro homônimo de Alasdair Grey e referenciando o clássico Frankenstein, a história se passa na Era Vitoriana e acompanha Bella Baxter (interpretada por Stone), trazida de volta à vida após seu cérebro ser substituído pelo do filho que ainda não nasceu. O experimento é realizado pelo doutor Godwin Baxter (Willem Dafoe), um cientista brilhante, porém nada ortodoxo. 

Querendo conhecer mais do mundo, a jovem foge com um advogado e viaja pelos continentes, exigindo igualdade e libertação. Além de Stone e Dafoe, o elenco também conta com Mark Ruffalo, Jerrod Carmichael, Ramy Youssef, Christopher Abbott, Margaret Qualley, Kathryn Hunter, Suzy Bemba e Wayne Brett.


Yorgos Lanthimos entrega outro grande filme em sua já fantástica filmografia. Uma versão da noiva do Frankenstein com um texto e um humor bem ácido. Muitos temas bem desenvolvidos aqui. Não querendo desmerecer Barbie, mas como uma obra sobre feminismo o tema aqui é muito melhor desenvolvido do que no Blockbuster da Warner. Claro, aqui o Lanthimos tem toda a liberdade possível e não é um filme para crianças. Vi muita gente reclamando sobre as cenas de sexo. Dependendo de quem reclamou, o filme foi perfeito nisso porque ele estava dessas pessoas. 

O elenco todo está muito bem aqui, mas o show mesmo é da Emma Stone. A jornada e evolução da personagem dela é impressionante. Forte candidata ao Oscar junto de Lilly Gladstone. A parte técnica é espetacular. Os sets, a fotografia, as miniaturas e visual que só o Lanthimos entrega. Com certeza um dos mais criativos desta geração.




09 – Anora 





Em Anora, longa dirigido e escrito por Sean Baker, acompanhamos a jovem Anora (Mikey Madison), uma trabalhadora do sexo (DO JOB) da região do Brooklyn, nos Estados Unidos. Em uma noite aparentemente normal de mais um dia de trabalho, a garota descobre que pode ter tirado a sorte grande, uma oportunidade de mudar seu destino: ela acredita ter encontrado o seu verdadeiro amor após se casar impulsivamente com o filho de um oligarca, o herdeiro russo Ivan (Mark Eidelshtein). 

Não demora muito para que a notícia se espalhe pela Rússia e logo o seu conto de fadas é ameaçado quando os pais de Ivan entram em cena, desaprovando totalmente o casamento. A história que ambos construíram é ameaçada e os dois decidem em comum acordo por findar o casamento. Mas será que para sempre?


ANORA é muito mais do que "UMA LINDA MULHER" Gen Z como muitos estavam dizendo (confesso que até eu achava isso vendo o trailer). É uma das boas surpresas de 2024.


O filme consegue misturar bem a comédia com um pouco de drama. Aliás, o drama aqui é feito de forma sutil. Vi muito gente reclamando que não temos a motivação e os desejos pessoais da Ani bem definidos aqui. Mas se você não se sentir triste pela vida que a personagem leva e a falta de perspectiva que faz ela se jogar na pior decisão possível só porque o filme não mostra o que ela realmente quer, então você realmente precisa de um filme com o roteiro todo "mastigado". Tem filmes que isso é importante, mas acho que aqui isso é preciso. Até porque a cena final serve para escancarar isso. Acho que dá até mais peso para a personagem.

Gosto como o filme tem um tom que beira entre o cômico e o absurdo. Você dá risada e fica nervoso ao mesmo tempo porque parece que a qualquer momento algo muito sério vai acontecer com a Ani. Me lembrou muito o UNCUT GEMS dos irmãos Safdie e um pouco do GTA 4. Mickey Madison está espetacular aqui. É uma atriz que vem crescendo a cada trabalho que faz. É um trabalho difícil já que tem muitas cenas de sexo onde se expõe. Seu sotaque nova-iorquino é muito bom e entrega muito na parte dramática. Preste atenção no seu olhar perdido quando a situação fica ruim para sua personagem. Não duvido que ela seja indicada ao Oscar.

E gostei muito do "capanga" russo enviado pela família "do noivo". Essa trama me surpreendeu muito e meio que você "torce" para que isso aconteça no meio de toda aquela confusão. Um romance moderno e interessante.




08 – Perfect Days 





PERFECT DAYS acompanha a história de Hirayama (Koji Yakusho), um homem de meia idade reflexivo que vive sua vida de forma modesta como zelador e limpando banheiros em Tóquio. Sua vida é revelada ao espectador através da música que ouve, dos livros que lê e das fotos que tira das árvores, uma vez que são suas três paixões. Á medida que a vida de Hirayama avança, encontros inesperados começam a surgir revelando um passado sombrio e não tão metódico do zelador.

Eu sou muito suspeito para falar porque eu adoro filmes "Slice of Life", mas Perfect Days é muito bom. São duas horas na vida de um homem que limpa banheiros em Tóquio. Nós acompanhamos sua rotina simples e seus encontros diários com a beleza da vida. Wim Wenders consegue mostrar isso de uma maneira que não te cansa e te deixa investido na vida do protagonista. Claro, não é um filme para qualquer um. Como eu disse, é um "Slice of Life" então não espere drama ou um conflito. 

Em geral, os japoneses estão acostumados com a solidão, mas vendo o filme você percebe que muitas das vezes são só pessoas que vivem em outro ritmo ou em outro caminho na sociedade. Acho que o grande trunfo do filme é que até a pessoa mais pessimista e amargurada consegue enxergar um outro lado da vida após essa experiência. Meio que o filme te convida a observar mais o mundo ao nosso redor.




07 – Um Lugar Silencioso – Dia Um





Um Lugar Silencioso: Dia Um é um spin-off de Um Lugar Silencioso, filme de 2018 dirigido por John Krasinski, que também estrela o filme ao lado da esposa, Emily Blunt. O spin-off é um prelúdio do primeiro filme, acompanhando a chegada dos alienígenas à Terra e a ruína da sociedade como resultado da invasão. Antes dos assustadores eventos vividos pela família Abbott (John Krasinski e Emily Blunt) nos filmes anteriores, o mundo não estava dominado pelos alienígenas. Sam (Lupita Nyong'o) estava entre os humanos acostumados aos ruídos de uma metrópole, como Nova York. 

Até o momento em que ela testemunha a chegada das criaturas no planeta Terra e o consequente massacre. Agora, ela e Henri (Djimon Hounsou), juntamente com outros sobreviventes, precisarão aprender a sobreviver com os monstros assassinos, que se orientam pelo som de suas vítimas na cidade mais ruidosa do mundo.

Vendo os trailers do filme eu não esperava mais uma história com um apelo dramático e pessoal. No original e na parte 2 você simpatiza muito com aquela família e os sacrifícios que acontecem para que eles possam sobreviver. Aqui temos uma prequel que mostra a chegada dos alienígenas em Nova York, mas o grande destaque fica o lado mais intimista. Lupita Nyong'o e Joseph Quinn entregam ótimas atuações em uma linda história de amizade em meio ao mais puro horror. A personagem de Lupita tem um arco dramático muito triste e ao mesmo poético. Confesso que não esperava por isso, mesmo sabendo da grande habilidade de John Krasinski em escrever esse tipo de história. 

A trilogia é uma das melhores do subgênero de "invasão alien" e prova que Blockbusters podem ser mais do que um festival de CGI e ação desenfreada.




06 – Hundreds of Beavers 





Neste invernal épico sobrenatural do século 19, sem diálogos, um vendedor bêbado de aguardente de maçã se torna um herói e se passa a ser o maior caçador de peles da América do Norte, derrotando centenas de castores.


Um dos melhores filmes do ano. HUNDREDS OF BEAVERS é uma das produções mais divertidas e criativas dos últimos anos. É praticamente uma mistura dos filmes do Buster Keaton, Os Três Patetas e Charles Chaplin com as animações clássicas dos Looney Tunes, Tom & Jerry e Pica-Pau. Temos todas aquelas piadas clássicas desse tipo de animação e algumas novas e até com teor mais adulto.

Achei que seria uma ideia que me cansaria durante o filme, mas ele te cativa e te apresenta a dinâmica interessante de videogame. Kayak, um feliz vendedor de vinho, fica bêbado quando um incêndio numa adega destrói o seu stock de vinho. Ele é forçado a tornar-se um caçador para apanhar castores e outros animais. Ao fazer isso ele meio que vai "subindo de nível" e adquirindo experiência, novas armas, itens e um novo objetivo: Casar com a filha do vendedor local!

A parte técnica do filme é espetacular. É uma mistura de animação, fantoches e atores fantasiados. Tudo com uma fotografia que lembra os antigos filmes mudos. 


Uma das melhores surpresas de 2024!




05 – Eu Ainda Estou Aqui





Ainda Estou Aqui é uma adaptação cinematográfica do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, que narra a emocionante trajetória de sua mãe, Eunice Paiva, durante a ditadura militar no Brasil. Ambientada em 1970, a história retrata como a vida de uma mulher comum, casada com um importante político, muda drasticamente após o desaparecimento de seu marido, capturado pelo regime militar. Forçada a abandonar sua rotina de dona de casa, Eunice (Fernanda Torres/Fernanda Montenegro) se transforma em uma ativista dos direitos humanos, lutando pela verdade sobre o paradeiro de seu marido e enfrentando as consequências brutais da repressão. 

O filme explora não apenas o drama pessoal de Eunice, mas também o impacto do regime militar na vida de milhares de famílias brasileiras, destacando o papel das mulheres na resistência. Com uma narrativa profunda e sensível, Ainda Estou Aqui traz à tona questões de perda, coragem e resiliência, enquanto revisita um dos períodos mais sombrios da história do Brasil. A obra é um tributo à força de Eunice Paiva, que, contra todas as adversidades, se torna uma figura central na luta pelos direitos humanos no país.

Filmes sobre os "anos de chumbo" do Brasil serão sempre necessários (vide acontecimentos recentes). AINDA ESTOU AQUI é uma espetacular obra sobre um símbolo desta época, o Deputado Rubens Paiva. Walter Salles (CENTRAL DO BRASIL e DIÁRIOS DE MOTOCICLETA) faz um trabalho fantástico para contar como Eunice Paiva lutou para manter sua família e buscar respostas para o que aconteceu com seu marido.

Gosto da abordagem do filme que foge do drama clichê deste tipo obra, até porque a Eunice nunca teve tempo para sentir o que aconteceu, já que ela precisava manter a sua família de pé. Fernanda Torres faz um trabalho fantástico como a Eunice. O resto do elenco está ótimo. Selton Melo como Rubens Paiva traz um impacto tão grande no seu pouco tempo de tela que você sente a falta dele junto com sua família. A casa da família Paiva é outro personagem importante. O modo como o Salles filma ela é bem interessante. Uma casa colorida e cheia de luz até o momento que o Rubens é levado. Depois disto ela afunda em uma escuridão. Personagens em sombras e um tom mais "frio". A ambientação é perfeita. Você é transportando para aquela época.


Não sei se o filme será indicado ao Oscar, mas se for será muito merecido. Filme feito com muito cuidado e que honra a memória destas pessoas. São feridas de um país que ainda estão bem visíveis e nada cicatrizadas. A história precisa sempre ser lembrada!




04 – Zona de Interesse 





Zona de Interesse, longa-metragem britânico dirigido pelo cineasta Jonathan Glazer, é um drama histórico que se passa durante a Segunda Guerra Mundial. Adaptado do romance homônimo escrito pelo autor Martin Amis, no ano de 2014, em Zona de Interesse, Rudolf Höss (Christian Friedel), o comandante de Auschwitz, e sua esposa Hedwig (Sandra Hüller), desfrutam de uma vida aparentemente comum e bucólica, em uma casa com jardim. Mas, por trás da fachada de tranquilidade, a família feliz vive, na verdade, ao lado do campo de concentração de Auschwitz. O dia-a dia destes personagens se desenrola entre os gritos abafados de desespero, de um genocídio em curso, do qual, eles também são diretamente responsáveis. 


A vida calma, serena e "bucólica" que contrasta com mais puro mal "do outro lado do muro". 


Um dos melhores usos de edição e mixagem de som no cinema recente. É imprescindível que você assista em uma boa sala de cinema, em um bom sistema de som caseiro ou com ótimos fones de ouvido. Isso está ligado diretamente na narrativa e no desenrolar da história. 


Impossível não fazer certos paralelos com acontecimentos recentes. Acho que diz muito sobre a natureza do ser humano, principalmente no seu círculo interminável de violência e destruição.






03 – DUNA – Parte 2





Paul Atreides (Timothée Chalamet) se une a Chani (Zendaya) e aos Fremen enquanto busca vingança contra os conspiradores que destruíram sua família. Uma jornada espiritual, mística e marcial se inicia. Para se tornar Muad'Dib, enquanto tenta prevenir o futuro horrível, mas inevitável que ele testemunhou, Paul Atreides vê uma Guerra Santa em seu nome, espalhando-se por todo o universo conhecido. Enfrentando uma escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo, Paul deve evitar um futuro terrível que só ele pode prever. Se tudo sair como planejado, ele poderá guiar a humanidade para um futuro promissor. 


Blockbuster na sua mais pura essência! Seguindo à risca o manual das grandes sequências, Denis Villenueve entrega uma produção com uma escala gigantesca. Tudo parece colossal na grande tela. E mesmo com tudo isso não deixa a história corrida ou sem um bom desenvolvimento. Tudo aqui flui de maneira satisfatória. 

A cultura Pop já não é a mesma de uma década atrás, então não sei se o filme vai ter o mesmo peso de "Retorno do Rei" ou um "O Império Contra-Ataca". Mas sem dúvidas que para algumas pessoas ele será marcante.




02 – A Substância





Elisabeth Sparkle (Demi Moore) é uma celebridade em declínio que enfrenta uma reviravolta inesperada ao ser demitida de seu programa fitness na televisão. Desesperada por um novo começo, ela decide experimentar uma droga do mercado clandestino que promete replicar suas células, criando temporariamente uma versão mais jovem e aprimorada de si mesma. 

Agora, a atriz se vê dividida entre suas duas versões (Margaret Qualley), que devem coexistir enquanto navegam pelos desafios da fama e da identidade. "Já sonhou com uma versão melhor de si mesmo? Você. Só que melhor em todos os sentidos. De verdade. Você precisa experimentar este novo produto, A Substância. MUDOU A MINHA VIDA. Ele gera outro você. Um “você” novo, mais jovem, mais bonito, mais perfeito. E há apenas uma regra: vocês dividem o tempo. Uma semana para você. Uma semana para o novo você. Sete dias para cada um. Um equilíbrio perfeito. Fácil, certo?

Body Horror é um dos melhores subgêneros do Terror. É o que consegue fazer uma crítica social mais profunda. É o que consegue (perdão pela piada merda) jogar "sal na ferida" de muitos tabus sociais. THE SUBSTANCE tem um olhar especifico no eterismo feminino, em particular na indústria de Hollywood. Apesar de contar com um elenco americano, não se engane, isso é uma produção com um olhar de fora desta indústria, já que o filme é escrito e dirigido pela francesa Coralie Fargeat (do ótimo REVENGE de 2017).

O filme nos mostra uma interessante possibilidade: E se você pudesse ter uma versão jovem e melhorada de você mesmo? Margaret Qualley interpreta a versão nova da protagonista. Junto de Demi Moore, ambas entregam uma atuação magistral. A dualidade do personagem e seu conflito interno é sensacional. Demi Moore entrega o melhor trabalho de sua carreira. Se a Academia não for preconceituosa como sempre é com filmes de gênero (especialmente de Terror) as duas merecem uma indicação ao Oscar. O filme merece uma indicação de melhor roteiro original e melhor maquiagem. 

A direção é um primor. Coralie entrega extreme close-up's e transições de cenas fantásticas. Uma edição inteligente e com um ritmo intenso. A última meia hora do filme é espetacular. Com certeza uma das melhores do cinema em 2024. É totalmente insano, sangrento, bizarro e seu posso dizer aqui, muito "Cronenbergano". Acho que o próprio Cronenberg vai abrir um sorriso vendo este filme. A trilha sonora de Raffertie é espetacular. Junto com a de CHALLENGERS é uma das melhores do ano.

THE SUBSTANCE é o melhor filme de Terror do ano e um dos melhores filmes de 2024. Não é ã toa que levou o prêmio de melhor roteiro em Cannes. E repito aqui: Se a Academia não for medrosa, esse filme vai levar alguns prêmios. Mas acho difícil porque o filme aponta um espelho para essas pessoas da própria academia. Hollywood gosta de ser adulada e não criticada.




E o MELHOR FILME DE 2024 é...












01 – THE BEAST (La Bête)





Em um futuro próximo onde as emoções se tornaram uma ameaça, Gabrielle (Léa Seydoux) finalmente consegue "purificar" seu DNA em uma máquina que a conecta a vidas passadas, eliminando quaisquer sentimentos fortes. O ano é 2044 e a espécie humana foi substituída por inteligências artificiais que assumiram a maior parte das tarefas e empregos. Durante o processo de purificação, Gabrielle encontra Louis (George MacKay) e sente uma conexão poderosa, como se o conhecesse desde sempre. Um melodrama que se desenrola em três períodos distintos, 1910, 2014 e 2044.


Esse blog SEMPRE vai dar preferência para alguma produção de ficção Científica. É algo recorrente nesta lista. É claro que neste ano teríamos A BESTA como o melhor filme.




A "Besta da Incerteza" e o medo de agir é o que nos define como humanos. É o que dá graça para essa experiência de vida que temos neste mundo, mesmo sendo angustiante. Seria uma boa ideia se a gente pudesse se livrar disso?




A visão de um futuro onde podemos tratar nossas emoções e eliminar o medo completamente em troca de um lugar em uma sociedade que se entregou completamente para a tecnologia é assustadora em alguns momentos do filme, mas em outros você quase compra essa ideia. Quem não gostaria de se ver livre da angústia da espera de que algo dê errado. Do anseio de que tudo realmente dê certo e nada saia dos nossos planos ou do medo que te faz desistir de algo.


Léa Seydoux com outra ótima atuação. Definitivamente uma das melhores atrizes de sua geração. 







OS PIORES FILMES DE 2024!



Menção Honrosa para Venom 3, Kraven, Madame Web, Silvio, Bordlands e Mufasa. Parabéns para VOCÊ que perdeu tempo vendo eles. Não que eu tenha escapado totalmente de ver filmes ruins, mas aqui era claro que eles eram horríveis!





10 – Dirty Angels





O filme foca em um grupo de mulheres soldados que se disfarçam de médicas para resgatar um grupo de adolescentes encurraladas entre o ISIS e as forças talibãs.


Martin Campbell foi responsável por revitalizar o 007 para novas audiências em duas oportunidades (GOLDENEYE e CASINO ROYALE) e fez outros filmes divertidos como A MÁSCARA DO ZORRO e LIMITE VERTICAL. Claro, também fez aquela BOMBA chamada LANTERNA VERDE (embora não seja 100% culpado nesse). DIRTY ANGELS é o seu novo filme de ação que eu esperava pelo menos algumas cenas boas. Infelizmente não foi desta vez. 

O filme mistura um pouco daquela ação meio "campy" e hoje em dia até nostálgica dos filmes dele dos anos 90 e um pouco daquele estilo mais "cru" apresentado em CASINO ROYALE de 2006. Mas infelizmente é um filme com baixo orçamento e que tem cenas muito abaixo do que o diretor sempre conseguiu fazer. Esse tom meio desconexo é bastante visível na trama. O filme é centrado em um grupo de mulheres soldados que se disfarçam de médicas para resgatar um grupo de adolescentes presos entre o ISIS e as forças do Taliban. O filme deveria ter um tom mais sério, mas em algumas cenas temos clima quase "pastelão". A protagonista interpretada pela Eva Green também varia muito durante as cenas. 


Uma pena porque tinha muito potencial




09 – Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes





Rebel Moon - Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes é a sequência de Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo, dirigido por Zack Snyder (Liga da Justiça, O Homem de Aço). A trama é uma ficção científica épica que se inicia em uma colônia pacífica situada nos confins do universo. Porém, quando o tirano Regente Balisarius (Fra Fee) passa a ser uma ameaça, a jovem Kora (Sofia Boutella), ao lado dos guerreiros sobreviventes, se dispõe a sacrificar o que for preciso para se defender. 

Com o Reino comprometido em aniquilar os rebeldes a qualquer custo, laços são formados, heróis emergem e lendas nascem. Às vésperas da batalha, cada um deles precisa encarar as verdades sobre o próprio passado e os motivos que os levaram a lutar. Apesar de pessoas bem diferentes entre si, todos os soldados possuem algo em comum: o desejo de vingança.


Se o Snyder quis fazer sua versão de Star Wars, então eu posso fazer a minha comparação com SETE SAMURAIS que é o filme que ele realmente "bebeu da fonte" para criar seu REBEL MOON. E ele conseguiu errar usando a mesma premissa de um dos melhores filmes já feitos na história. Se bem que o cara leu Watchmen e Batman e nunca entendeu. Então não posso cobrar muito dele aqui.

Eu gostei da primeira parte, mas achei que faltou mais desenvolvimento para os personagens, mas achei que isso seria melhor trabalhado na segunda parte. Em SETE SAMURAIS o expectador vai aprendendo mais sobre os guerreiros durante o período de preparação e treinamento do vilarejo que se prepara para a invasão. Nós conhecemos seus motivos para proteger aquelas pessoas e as dúvidas sobre o conflito que irá acontecer.

Claro, não esperava que o Snyder escrevesse igual ao Kurosawa. Mas esperava o mínimo de desenvolvimento. Aqui a gente uma cena de cinco minutos em uma mesa pós jantar onde cada um conta o seu motivo de estar ali. Temos uma hora de câmeras lentas enquanto o povo e os guerreiros fazem a colheita e o armazenamento estratégico dos grãos para a batalha final contra as forças do Mother-World.

É um build up chato, longo e que acrescenta quase nada para a trama. Poderia ter cortado tudo isso terem feito um filme só de três horas com a primeira parte. A segunda hora é um pouco melhor, mas só se se você levar em conta o plano da Kora no cruzador. A batalha em solo é muito tediosa. Isso é péssimo porque é o que diretor sabe fazer, mas aqui nem isso se salva. A luta final da Kora contra o Noble é o que vale um pouco a pena na parte 2. 


Temos um final com um gancho para uma possível parte 3, mas acho muito difícil a Netflix topar uma continuação. Era melhor o Snyder ter continuado o ARMY OF THE DEAD do que ter investido nisso.




08 – Miller’s Girl 





Escrito e dirigido por Jade Halley Bartlett, A Garota de Miller é uma comédia dramática que segue Cairo Sweet (Jenna Ortega), uma jovem escritora talentosa, que se vê em uma odisseia criativa ao receber um projeto desafiador de seu professor, Jonathan Miller (Martin Freeman). O projeto, que inicialmente parece ser uma oportunidade para Cairo brilhar, rapidamente se transforma em uma teia complexa e intrincada que une ainda mais seus destinos. 

À medida que as linhas entre o trabalho criativo e suas próprias vidas começam a se confundir, Cairo e Jonathan enfrentam desafios que vão além da sala de aula. Eles são forçados a confrontar seus "eus" mais sombrios e a lutar para preservar seus sentidos individuais de propósito e as coisas que mais prezam. A relação entre professor e pupilo se torna cada vez mais complicada, revelando a profundidade e as vulnerabilidades que ambos escondem.


Isso aqui foi "PRESENÇA DE ANITA" com a WANDINHA e o Bilbo Bolseiro e fanfic de quinta categoria feita no WATTPAD! Eu até estava achando o filme interessante até a cena que o professor vai na casa da aluna. Aquilo foi realmente nível "minissérie de começo de ano da Rede Globo nos anos 2000'". Acho que a Jenna Ortega deve ter feito isso só pelo dinheiro mesmo porque o texto é constrangedor em muitas partes.




07 – The Watchers





Baseado no livro homônimo de A.M. Shine, Os Observadores é um thriller dirigido por Ishana Shyamalan que acompanha a tensa jornada de Mina (Dakota Fanning), uma artista de 28 anos. Mina, ao se aventurar pelo oeste da Irlanda, se vê perdida em uma imensa e assustadora floresta natural. Desesperada por abrigo, ela finalmente encontra um refúgio, mas a segurança é apenas aparente. Dentro deste abrigo, Mina se junta a três estranhos, todos igualmente apavorados. 

À noite, eles são vigiados e perseguidos por criaturas misteriosas, que eles nunca conseguem ver, mas que parecem saber tudo sobre eles. A atmosfera é de constante tensão e paranoia, onde cada ruído na escuridão pode ser uma ameaça. Enquanto Mina e os outros tentam sobreviver e entender a natureza dessas entidades invisíveis, o filme mergulha o espectador em um suspense psicológico profundo, explorando o medo do desconhecido e a luta pela sobrevivência. 

Estreia de uma das filhas do M. Night Shyamalan na direção. Ela até tem uma boa ideia aqui. É óbvia a influência do próprio pai com o "conto de fadas moderno" como o próprio já fez em "A Dama na Água". Infelizmente, o filme não faz o expectador embarcar na trama. Os personagens não são carismáticos. Você não se importa com a protagonista e nem com os outros personagens. O final é ainda mais decepcionante com o diálogo expositivo. 

Mesmo assim, espero que a diretora tenha um bom futuro em sua carreira.




06 – Não Se Mexa





Em Não Se Mexa, uma mulher em luto tenta recuperar sua sanidade e encontrar paz no silêncio da floresta. O repouso de Iris (Kelsey Asbille), entretanto, torna-se um pesadelo quando, numa trilha, ela esbarra com um homem que a injeta um paralisante. De repente, Iris precisa lutar para sobreviver nas mãos de um serial killer (Finn Wittrock) e tem apenas 20 minutos para fugir antes da injeção fazer efeito. 

Produzido por Sam Raimi, diretor de Uma Noite Alucinante e da primeira trilogia de Homem-Aranha com Tobey Maguire, Não Se Mexa é a história de uma mulher que, presa em uma situação assustadora, precisa encontrar subterfúgios e uma maneira de sobreviver sem conseguir correr, lutar ou se esconder. À medida que a tensão aumenta, Iris recorre à sua inteligência e ao instinto, desvendando os segredos sombrios do homem que a persegue, enquanto cada segundo se torna uma batalha contra o tempo e a paralisia iminente. 


Até gostei da moral do filme, mas nossa... como o ritmo dele é ruim. E não saber a motivação do Serial Killer é outro fator bizarro já que ele parece demonstrar um apreço por um determinado tipo de vítima.




05 – Consumed 





Jay e Beth estão comemorando um momento muito especial, quando ficam presos em uma floresta e precisam lutar ferozmente por suas vidas.. Os inimigos são dois: um homem armado que procura por uma vingança antiga, e um monstro que rouba a pele de suas vítimas. 

Acho que é a primeira vez que eu vejo um filme sobre a lenda do WENDIGO (criatura devoradora de seres humanos ou espírito maligno nativo das florestas do norte da costa atlântica e da Região dos Grandes Lagos dos Estados Unidos e Canadá.). 

Infelizmente o filme não "embala". Ele tem 01h30 de duração mas parece que ter 04h00 de duração já que seu ritmo é lento. 

O design do Wendigo ficou apenas OK aqui. O drama do casal poderia ter sido melhor explorado.





04 – Speak No Evil (2024, EUA)





Não Fale o Mal é uma nova versão do filme dinamarquês dirigido por Christian Tafdrup, Speak No Evil. Nessa adaptação americana, dirigida e roteirizada por James Watkins, a trama acompanha uma família dos Estados Unidos que, após se aproximar de uma família britânica durante suas férias na Europa, aceita um convite para passar um final de semana em sua casa de campo. Inicialmente, o cenário parece perfeito, oferecendo uma pausa tranquila. 

No entanto, o que deveria ser um fim de semana relaxante logo se transforma em um pesadelo sombrio. Os anfitriões, Paddy (James McAvoy) e Ciara (Aisling Franciosi), começam a agir de forma estranha, revelando uma violência perturbadora e traços de maldade sobrenatural. Ben (Scoot McNairy) e Louise Dalton (Mackenzie Davis), os visitantes, se veem presos em um jogo sinistro do qual desconhecem as regras, sem saber como escapar da situação cada vez mais aterrorizante.


É claro que Hollywood deixaria tudo mais "palatável" e "mastigado" para o público americano. O original dinamarquês te deixa incomodado. Você vê os momentos que a família poderia ter escapado daquela situação, mas por decisões erradas acabam tendo aquele destino trágico. E é assim que acontece na vida real. Pequenas situações que vão crescendo e levando para algo pior. A moral do filme é "se você se sente desconfortável ou desconfia de algo, simplesmente caia fora o mais rápido possível. Confie na sua intuição e nos seus medos". O público é atraído para aquele final assim como os personagens são. 


Mas claro, para Hollywood tudo tem que ter um "final feliz"


Nesse remake americano eu já sabia que teria um desfecho diferente quando o menino tenta avisar a família americana do que está acontecendo. A meia hora final tem direito até uma vingança sangrenta. É uma catarse para o público médio americano. Se você precisa ter um desfecho "alegre", fique com esta versão americanizada. Se você quer algo mais perto da realidade, veja o original dinamarquês de 2022.





03 – O Corvo (2024)





O Corvo é uma reinterpretação moderna do clássico cult de 1994. Nesta nova versão, Eric Draven (Bill Skarsgård), é um rapaz viciado em drogas que se apaixona por Shelly Webster (FKA Twigs) em uma penitenciária de reabilitação. Após fugirem do local, ambos são brutalmente assassinados a mando de um misterioso homem, visto que a jovem possuía provas de um crime cometido. Sem conseguir descansar e determinado a corrigir os erros do passado, Eric então retorna do além em busca de vingança, caçando até o fim do mundo o responsável pelo assassinato da sua amada. A trama explora a jornada de Eric, que atravessa os mundos dos vivos e dos mortos para fazer justiça. 

O filme tem vários problemas que vão além só do visual que não é parecido com o filme original (pra mim isso nem é um problema). O filme peca muito no seu desenvolvimento. Ele até tem bons momentos em tentar mostrar o "purgatório" e como Eric ganhou o seu poder, mas falha ao construir o relacionamento dele com a Shelly. Bill Skarsgård é esforçado mas mesmo assim ele tem ZERO QUÍMICA com a atriz que faz a Shelly. O filme se arrasta em seu começo e depois tudo acontece de forma corrida em sua meia hora final. 

A ambientação e o clima gótico dos quadrinhos e do filme original passam longe aqui também. Acho que isso poderia render em um remake, mas não temos isso aqui. Hollywood tem um sério problema em se conectar com tendências ou modas. Geralmente demora para sacar o que é "legal" e, quando descobre, quase sempre é tarde demais. A gente teve uma década com o revival do Emo com o Soundcloud rap/Sad trap. O Eric do filme só tem o visual de Soundcloud rapper, mas o resto do seu personagem não. No original o Eric era uma guitarrista de uma banda grunge. A trilha sonora tinha grunge. Tudo refletia a cultura da época (início dos anos 90'). Aqui não temos nada disso. No máximo uma música do Post Malone (que para mim é só uma figura mainstream pop desse movimento) no trailer e olhe lá. Tem uma do Joy Division também, mas soa forçado. 

Hollywood não aprende suas lições e ainda vamos ver alguns remakes e reboots ruins antes do fim derradeiro desta indústria. Depois disso tenho ainda mais medo pelo remake de HIGHLANDER que está por vir.





02 – Coringa 2: Delírio a Dois





Em Coringa 2, acompanhamos a sequência do longa sobre Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), que trabalhava como palhaço para uma agência de talentos e precisou lidar desde sempre com seus problemas mentais. Vindo de uma origem familiar complicada, sua personalidade nada convencional o fez ser demitido do emprego, e, numa reação a essa e tantas outras infelicidades em sua vida, ele assumiu uma postura violenta - e se tornou o Coringa. 

A continuação se passa depois dos acontecimentos do filme de 2019, após ser iniciado um movimento popular contra a elite de Gotham City, revolução esta, que teve o Coringa como seu maior representante. Preso no hospital psiquiátrico de Arkham, ele acaba conhecendo Harleen "Lee" Quinzel (Lady Gaga). A curiosidade mútua acaba se transformando em paixão e obsessão e eles desenvolvem um relacionamento romântico e doentio. Lee e Arthur embarcam em uma desventura alucinada, fervorosa e musical pelo submundo de Gotham City, enquanto o julgamento público do Coringa se desenrola, impactando toda a cidade e suas próprias mentes conturbadas.


Eu não vi o filme em sua estreia. Só acompanhei toda a sua repercussão negativa e resolvi esperar a "poeira baixar" para ter uma opinião longe do que já foi muito falado. É claro que o primeiro filme NUNCA deveria ter tido uma continuação. Mas isso é impossível em Hollywood e com um estúdio tão BURRO e MERCENÁRIO como a WARNER BROS. Eu realmente não culpo o diretor Todd Philips por ter feito isso. Se eu fosse um cara milionário e com a vida feita, acho que não resistiria em aplicar esta "pegadinha". Aliás, nem sei se posso dizer que é uma pegadinha, já que NINGUÉM do estúdio realizou testes ou viu o filme antes de liberar ele para o lançamento. Fica claro que nem o Phillips e nem o Phoenix queriam uma continuação, mas já que isso foi uma obrigação eu não sinto o mínimo de pena pelo o PÉSSIMO resultado nas bilheterias.

Falando agora sobre o filme em si e sua ideia. Acho que o personagem combina muito bem com esta ideia de musical, mas o filme peca justamente em sua execução. QUASE TODOS OS NÚMEROS MUSICAIS DO FILME SÃO RUINS! Claro, sou suspeito porque realmente não sou fã de musicais, mas fui criado vendo OS SIMPSONS e sei que dava para usar muito bem essa ferramenta para fazer algo mais criativo. Tirando o número do programa do Coringa & Harley e uma versão de "Ne me quitte pas" da Édith Piaf (com certeza fez a própria se revirar no caixão, mas mesmo assim eu gostei), o resto é bem chato. E sim, isso cai no colo da própria Lady Gaga. Eu sei que ela pode fazer mais (Nasce Uma Estrela é uma prova disso), mas aqui a maioria das músicas originais são um saco. 

Fica a sensação que mesmo sendo uma "pegadinha" do diretor eu ainda acho que eles pensaram que estava fazendo algo "espetacular" e "cult". Mas infelizmente não é bom. Não existe nenhum número memorável desse filme. Talvez com músicas melhores o filme não fosse tão criticado, mas ainda acho que parte do público "civil" ainda não compraria essa ideia.

Vendo sobre a perspectiva dos quadrinhos, lembrei de como O CAVALEIRO DAS TREVAS do FRANK MILLER sempre foi endeusado e suas continuações são horríveis e sem graça. CORINGA - DELÍRIO A DOIS é tipo isso.





E O PIOR FILME DE 2024 É...








01 – O MANÍACO DO PARQUE





Baseado em fatos reais. Uma jovem jornalista ávida por um artigo que mudará sua carreira entra em rota de colisão com um violento assassino: o Maníaco do Parque. 


O cinema brasileiro "mainstream" tem o péssimo hábito de tentar pegar fórmulas Hollywoodianas. A ânsia de ter filmes parecidos com o a indústria estadunidense mais atrapalha do que ajuda. 

Maníaco do Parque sofre dos mesmos problemas dos filmes sobre o caso da família Richthofen. Ele tenta abraçar três linhas narrativas diferentes (a do Serial Killer, da protagonista e das vítimas), mas não consegue fazer nada direito. É uma concha de retalhos de vários outros filmes e séries. Ao invés de tentar contar o que realmente aconteceu na época ou que motivava o maníaco a cometer os crimes, ele tenta ser mais um filme sobre um caso infame. Uma hora quer colocar um drama ao melhor estilo True Detective. Outra hora quer ser ZODÍACO do Fincher ao tentar falar da investigação da jornalista. E outra hora quer ser MANHUNTER do Michael Mann ao tentar mostrar um pouco da vida do assassino. Nenhum se complementa. Nenhum se desenvolve de forma satisfatória. 

Acho que o pior é sua cena final onde o filme quer passar a ideia que ninguém queria saber das vítimas. Válido, mas o próprio filme não investe nisso. Até tem algumas cenas, mas elas se perdem nas outras linhas narrativas e em momentos que só servem para encher o tempo (várias cenas do Chico Estrela patinando por São Paulo ao som de Sepultura ao invés de ter desenvolvimento para outros personagens). 

Silvério Pereira é o que se sai melhor neste filme. É um bom trabalho como Chico Estrela. Giovanna Grigio como a repórter investigativa Elena do Notícias Populares tem a atuação mais fraca de todas, mas meio que a sua personagem não ajuda. Ela traz todo um peso de detetive amargurado e totalmente obcecado em pegar o assassino, mas ela é uma simples repórter de um tabloide sensacionalista. De novo, é uma caracterização já vista em vários filmes, mas aqui não combina com a profissão dela e nem com o background da personagem. 

O que eu gostei foi de como o filme foi fiel com a época mostrada. Naquele filme do Claudinho e Bochecha isso foi motivo de várias críticas. Aqui temos várias cenas com carros da época. Penteado e vestuário também bem fiéis. Isso de fato é uma evolução para esse tipo de filme aqui no Brasil. 

Infelizmente é só mais um conteúdo para fazer volume em plataforma de streaming. Prefira fazer a sua própria pesquisa sobre o caso e ler livros sobre ele.



É isso! Agora é aproveitar mais um ano cinematográfico que está por vir!



2024 ESTÁ MORTO! FELIZ 2025!

 

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