quinta-feira, 24 de abril de 2025

STAR WARS: EPISÓDIO III - A Vingança dos Sith - 20 ANOS!

"BEGUN, THE NOSTALGHIA ERA HAS!"



No dia dezenove de maio STAR WARS: Episódio III – A Vingança dos Sith comemora o seu vigésimo aniversário de lançamento. A passagem de tempo é assustadora para quem é dessa "geração prequel". De lá para cá nós tivemos a venda da Lucas Films para a Disney com uma nova trilogia. Filmes como Rogue One e SOLO e uma expansão para a TV/Streaming com novas histórias. E nesse meio tempo, houve o surgimento de outras franquias e filmes que entraram para o zeitgeist cultural do cinema no século XXI e meio que tomaram o espaço dominante que Star Wars tinha. Marvel e o seu MCU junto com o subgênero de super-heróis tiveram o seu surgimento, auge e agora também sua queda. E o mais importante; a Internet e as redes sociais tomaram o espaço de outros veículos e se tornaram o principal veículo para a cultura pop chegar para o público. Melhor, fez o próprio público se tornar o “astro”. O tempo inverteu papéis clássicos que antes ninguém sonhava que poderia acontecer. 



O tempo é implacável! 





Eu lembro que na época havia muita discussão sobre a passagem de tempo dos novos filmes. Se os personagens realmente aparentavam a sua idade ou se a trama em geral estava muito “rápida” se comparada com a trilogia clássica e seus acontecimentos. Tudo isso hoje em dia soa engraçado e até nostálgico vendo por outros olhos. Aliás, as discussões sobre Star Wars nesta época tinham uma pauta mais “ingênua” se comparada com o debate nesta “Era da Disney”. Discussões sobre "Se o Yoda deveria lutar?" ou "se tinha muito Jedi na nova trilogia". Estou escrevendo este texto na semana em que um episódio da série ANDOR exibiu uma tentativa de estupro contra uma personagem, então imagine como está o debate sobre isto, levando em conta todo o nosso contexto cultural e político dos últimos dez anos. 




 
Mas o mais impressionante é que a própria indústria do cinema como um todo agora encara uma crise sem precedentes. A pandemia "dilacerou" Hollywood que ainda tenta, sem sucesso, voltar aos números e ao prestígio que tinha até 2019. E uma de suas “armas” para tentar isto é viver de relançamentos. Só neste fim de abril temos o relançamento de EP III e Cidade dos Sonhos (esse por um bom e, ao mesmo tempo, triste motivo). Ainda temos programado o relançamento de CRUZADA de Ridley Scott até o fim do ano. Filmes até recentes como INTERSTELAR de Christopher Nolan entre outros estão voltando ao cinema. Ninguém consegue mais saber o que o público quer. Temos novos filmes com potencial que acabam “flopando”. Filmes que parecem fadados ao fracasso se dando muito bem (Minecraft). 



SEVEN - OS SETE CRIMES CAPITAIS em IMAX


“Impossível de ver o futuro é!” Disse Yoda. Mas se teve alguém sempre com uma ótima visão para o futuro era o Sr. George Lucas. Pelo menos no contexto histórico e social... não tanto para quem poderia cuidar de sua franquia, mas aí fica para uma outra discussão. Você pode odiar a segunda trilogia e as prequels, mas é inegável como boa parte dos temas e alegorias que acontecem nesses filmes, hoje são refletidas no nosso mundo. “É como poesia. Meio que rima” já dizia o próprio quando estava dirigindo A AMEAÇA FANTASMA. No meio de conceitos questionáveis como “Midichlorians” e uma direção “capenga’ do próprio diretor, ali ainda tinha o que o Lucas fez na trilogia original. Do 11/09 até a mudança de posicionamento geopolítico atual dos EUA, Lucas acertou muita coisa. Esse “feeling” de trazer o nosso mundo para uma Space Opera infelizmente não aconteceu na nova trilogia. Muito se viu em tentar não repetir os erros do Lucas nas prequels, mas pouco em tentar chegar perto das coisas boas que ele sempre fez. Efeitos especiais feitos de forma prática e locações são ótimos, mas nada disso adianta se seu texto é forçado e que tenta passar alguma ideia de maneira impositiva e com uma "mão pesada".




 

Tal como foi a queda dos Jedi, os envolvidos em contar a nova etapa da franquia no cinema sucumbiram diante sua própria arrogância e “delírios de grandeza”. Acho que podemos aplicar isso também para o atual momento da própria indústria do cinema. Vejo uma arrogância e uma falta de respeito com o quê já foi de base para narrativa e criação envolvendo cinema, custando o futuro desta mídia. A tentativa em apostar em uma nova audiência sempre foi louvável. O mundo muda e isso precisa ser refletido na tela, mas vejo uma falta de tato neste processo. Star Wars ainda tem pequenos lampejos da sagacidade de George Lucas dentro da bagunça que é a Lucas Films hoje em dia. Quando Dave Filoni foca nas animações. Quando Tony Gilroy traz um ar mais real para a ascensão do império (mesmo com a polêmica desta semana) ou até mesmo quando THE LAST JEDI ousou lembrar de como setores da sociedade lucram com conflitos (talvez o único elogio que vocês irão ver eu fazer para esse filme aqui). Quando conseguem fazer paralelos com a nossa própria história, Star Wars sempre brilha. Mas é preciso uma humildade, habilidade e respeito com esse processo criativo que poucos tem hoje dia.


 


 
Talvez eu seja pego mais uma vez pela a “armadilha do tempo” e daqui vinte anos essa "Era" de Star Wars da Disney e outros filmes venham ser relembrados com alguma importância e relevância cultural, mas me arrisco a dizer que pouca coisa contemporânea - seja de Star Wars ou de outra franquia - terá o mesmo peso. Aliás, nem sei se o próprio cinema terá relevância ou existirá. Seja como negócio ou até como forma de arte. Esse texto seria mais uma viagem nostálgica, mas acabei divagando para algo totalmente diferente. É só um comentário de alguém que também anda perdendo o interesse por muita coisa da cultura pop de hoje em dia. Sei muito bem que também faço parte do problema, já que estou consumindo pouca coisa nova, mas isso é meio que um ciclo vicioso. Produtos ruins geram apatia. Apatia que é comercial e criativa. Enquanto esperamos alguma grande novidade ou uma sequência de milagres na cultura pop, vamos com a boa e velha nostalgia barata. Mas só a nostalgia mesmo. O preço do ingresso e da pipoca nunca é o mesmo o de vinte anos atrás, né?


“É aqui que a diversão começa!”Anakin Skywalker




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