domingo, 20 de janeiro de 2013

My Two Cents About - Django Livre






Stephen: I count six shots, nigga.

Django:  I count two guns, nigga.






Assim como em Bastardos Inglórios, Quentin Tarantino consegue explorar um período histórico e doloroso de nossa humanidade, usando o seu estilo cinematográfico único. Em Django Livre, acompanhamos Django (Jamie Foxx), um escravo que ganha a liberdade graças ao um dentista/caçador de recompensas alemão, Dr. King Shultz (Christoph Waltz), através do Texas e do Mississipi coletando recompensas e em busca da mulher de Django, Broomhilda (Kerry Washington), escrava do fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio).

  
E como o Tarantino é bom em conseguir mostrar um tema espinhoso que é a escravidão, que até hoje é um assunto difícil nos EUA. É incrível como temos momentos de total raiva e indignação, como a morte do escravo fugitivo de Calvin Candie e logo depois um momento cômico com o administrador negro da fazenda de Calvin, Stephen (Samuel L. Jackson). Aliás esse personagem exemplifica bem o tom do filme, você sente ódio, raiva e ao mesmo tempo consegue dar muita risada com ele. Como em Bastardos Inglórios, Tarantino consegue balancear bem essas situações. 


Embora o filme não conte com os famosos diálogos Whatever do diretor, Tarantino ainda continua mestre na arte de criar tensão com diálogos. Todas as cenas em que os três principais personagens contracenam juntos, contém um alto grau de tensão, que te faz ficar grudado na cadeira esperando o momento que tudo vai estourar. E quando estoura, é simplesmente lindo. As cenas de tiroteio em Django, principalmente à que ocorre depois da negociação com Calvin, são lindas. O sangue super exagerado que o diretor tanto adora, banha todo o cenário. Como diz o narrador da WWE, Michael Cole: Vintage Tarantino.


O único defeito do filme seria o seu final. Se o Tarantino tivesse terminado a história logo após a negociação, seria perfeito. Mas não, ele ainda cria toda uma passagem de meia hora, uma espécie de "agora esse é o verdadeiro final". Embora seja uma passagem muito boa (até com uma participação especial do próprio diretor) e com um final legal, acho que se ele tivesse realmente escrito uma conclusão melhor para a sequência anterior, com a audiência empolgada vendo uma grande cena de tiroteio,  o resultado seria épico.


As referências aos Spaghetti Western's clássicos (O Django original, Frank Nero faz uma participação e os cavaleiros que usam tocas, assim como no Django de 1966), o paralelo com o conto de Broom Hilda e Siegfried, os diálogos sensacionais e as belas cenas de ação fazem que Django entre para a galeria dos grandes filmes do diretor. 



Quando Django foi lançado nos EUA, Tarantino concedeu uma entrevista para a revista Playboy. Ele disse que a maioria dos diretores não são como vinho. Eles não ficam melhores com o passar dos anos, e que seus trabalhos finais são os piores de suas carreiras. Disse que não quer envelhecer para o cinema. Quer se aposentar com dez filmes em sua filmografia. Django é o seu oitavo filme, e do jeito que ele vem vindo, pode esperar mais dois grandes filmes.


E claro que não são melhores que Reservoir Dogs e Pulp Fiction. Ele pode fazer quantos grandes e maravilhosos filmes ele quiser. Mas nenhum deles vai bater esses dois clássicos =P




















Um comentário: