"This is a world where nothing is solved"
A primeira temporada de True Detective termina hoje, às 22h,
na HBO e muita gente quer saber quem é o Rei Amarelo e o que realmente está por
trás dos assassinatos, certo? A Internet tá cheio de teorias, que não se via
desde Lost... Bom eu também tenho a minha! Vou só jogar as cartas e o resto é com
vocês...
Primeiro, vale lembrar do que foi dito algumas vezes na
série: “a solução está bem no seu nariz, mas você presta atenção às coisas
erradas”. Aliás, um recurso comum em histórias de detetive é mostrar logo de
cara quem é o culpado, mas de um jeito que você só vai sacar quando o Sherlock
decifrar o grande enigma no final de toda a história. Aqui não acho que seja diferente.
Outra coisa, é que um percebi que há muito de duas histórias
de detetives com ar sobrenatural em True Detective: inspiração, referência ou
seja lá o que for, há muitos elementos de Twin Peaks na série (se você nunca
assistiu, assista e vai entender, as duas temporadas!) e, principalmente, eu
acho que o filme Coração Satânico é uma inspiração para a série!
Bem, vamos à teoria que vai fazer você me odiar: Rust, ele é
o cara por trás de tudo! Viajei demais? Então não leia o resto... (se se eu
fosse você...)
Pra começar, a verdade toda está na abertura: a vida difícil dos habitantes do pobre estado
da Louisiana, nos EUA, e como alguns de seus habitantes se apoiam na religião e
outros se rendem aos “pecados da carne”. Olhando as imagens (não entendi a água-viva),
a cena que mais me chama a atenção é de Rust levantando-se, com o crucifixo
acima de sua cabeça e o fogo embaixo, como uma eterna luta entre céu e inferno.
Aliás, em todas as cenas que Rust aparece, ele é consumido pelo fogo. Marty
também, em apenas uma. Também tem uma
cena em a sombra de um homem é preenchida pela figura de um ser com chifres (as
já famosas galhadas), como alguém que tem o demônio dentro de si. Se falar da
música, que traz o clima Encruzilhada da Louisiana para a série.
Bom, viu o fogo em Rust? Então, ai começa o episódio 1, com
a cena de alguém carregando o corpo de Dora Lange até a árvore que ela foi
encontrada e, para chamar a atenção, o cara taca fogo no mato em volta. Como o
próprio Rust diz depois, “tudo é uma encenação, o cara quer chamar a atenção,
queria que encontrássemos”.
Rust é ridicularizado porque carrega um livro contábil para
fazer anotações (que ninguém nunca viu), como um Cobrador de impostos (ou de
almas, se você preferir) e uma coisa muito importante: o crime acontece na data
de aniversário da filha de Rust, que morreu! Repare bem na cena do crime, com a
mulher ajoelhada, como se estivesse rezando, a tatuagem da espiral nas costas,
o treco vudu pendurado na árvore... Não tem mais nada na cena (falarei sobre
isso lá embaixo sobre o episódio 5).
Sabemos que Rust veio do Texas, mas não sabemos exatamente
porque, já que seus arquivos são confidenciais. Rust diz que aquele não é
primeiro assassinato, já aconteceu e vai acontecer outras vezes (novamente ,
uma ligação com o episódio 5). Em sua “investigação”, Rust vai lidar com uma
prostituta que lhe fornece remédios, barbitúricos, sedativos... Que eu acredito
que podem ser utilizado numa forma desesperada dele se controlar ou para sedar
as vítimas. Rust diz que “não dorme, só sonha”. E vem a história da garota
Fontenot, que todos dizem que foi levada pelo pai adotivo (e quem é esse pai? porque
não foram atrás dele?)
A coisa mais importante do primeiro episódio, que será uma
constante nos próximos: os trecos vodus, as “redes de diabo”, feitas para
atrair e pegar demônios. No final do
episódio é Rust quem vai até a casinha e encontra o treco lá. Repare que isso
acontecerá muitas vezes! Minha teoria: Rust é sempre atraído por esses “pega-diabo”,
como moscas naqueles papéis pega-mosca. Só prestar atenção...
Ainda nesse episódio, o desenho do “cara-de-espaguete”
parece mais uma máscara de Pan ou de um Fauno, uma figura que lembra o Diabo.
Não acho que seja o rosto do cara queimado... A cerveja que Rust toma enquanto
é interrogado é Lone Star, estrela solitária, lembre-se disso (episódio 5, de
novo). Bom, Rust trabalhou na divisão antifurtos até 1989 e veio do Alasca para
o Texas. A filha dele morreu, o casamento acabou. O reverendo Tuttle entra na
jogada porque acha que tem ocultismo na história e Rust fica puto. Vamos para o
segundo episódio.
Episódio 2: o episódio amarelo! Essa cor dá todo o tom do
episódio, pode reparar. Estranha aquela foto na casa da mãe da Dora, da menina
cercada por caras mascarados em cima dos cavalos, não? E Rust não para de
olhara para ela, mas não comenta nada depois... A mãe de Dora começa a ter
dores de cabeça fortes, começa a rezar... Eles vão embora. Rust diz que Dora “parecia
triste, era um alvo fácil” (inclusive para o Diabo) e que o criminoso “agride
prostitutas, é artístico e meio religioso” (como o Diabo). Aliás, já explicando
algumas coisas, a figura do Diabo quem algumas características culturalmente
bem aceitas: muitas vezes é bonito, conhece nossas fraquezas, promete um
caminho fácil, manipula as pessoas, sussurrando coisas em seus ouvidos, é
sexualmente vigoroso e, muito importante, Lúcifer caiu do céu porque tinha
inveja de Deus e desprezo pelos seres humanos!
Porque Rust fica olhando naquele espelho que só reflete um
olho? Meditação? É conhecido que os olhos são a janela da alma... E as visões?
Drogas mesmo? Loucura? Outra coisa?
A prostituta fala “achei que você poderia ser perigoso” e
Rust responde “claro que sou, posso fazer coisas com as pessoas e não ser
punido”. Rust parece se controlar o tempo todo, sempre à beira do colapso, e
tem um olho afiado para a fraqueza das pessoas.
Ai vem a causa de todas as teorias sobre a série: quando
Rust lê o diário de Dora, “fechei os olhos e vi um rei em amarelo caminhando
pela floresta”, “as crianças do rei estavam marcadas, tornarem-se seus anjos”,
Yellow King, Carcosa... Bem, essa é fácil, o criador da serie não inventou nada
disso. Carcosa é uma cidade fictícia de um conto do final do século XIX: http://en.wikipedia.org/wiki/Carcosa,
onde inclusive aparece referência ao Yellow King (http://en.wikipedia.org/wiki/The_King_in_Yellow),
que também é utilizado em uma seleção de contos escrita logo depois: http://en.wikipedia.org/wiki/An_Inhabitant_of_Carcosa.
Lá também está o que Ledoux fala pro Rust antes de morrer... Dê uma olhada.
Falaremos disso depois.
Bom, Rust conta à dupla de detetives em 2012 que ficou
alguns meses em Northshore, um hospital psiquiátrico, depois de surtar e matar
3 caras em 1993. Guardou isso? Beleza... Segue o episódio, vem a visão do céu
queimando e a famosa cena de estupro encenada pelas filhas de Marty, com os
Kens cercando a Barbie pelada. Minha opinião? Rust mesmo diz aque gostava de ir
na casa de Marty e falar com sua família... Eu acho que ele (ou alguém) contou
às meninas sobre o futuro das mulheres: serem Barbies prontas para servir aos
Kens... Logo depois da cena das bonecas, ele aparece falando para os detetives
do lado bom de sua filha ter morrido, pois ficou livre dessa podridão que é a
vida, nada como morrer como uma criança feliz e ficar livre dessa “lixeira”. Você
já assistiu a outros filmes e séries com psicopatas motivados por um senso de “purificação”
e “livrar do mal”? Então... Ainda acho que Rust pode ter sido mandado pra
Louisiana porque, para muitos americanos, o estado é a lixeira do país (lembra
de todo mundo falando que parecia que o governo não estava nem aí para as
vítimas do Katrina?). Pra finalizar, Rust diz que o que lhe tirou do hospital
psiquiátrico foi uma passagem bíblica de Coríntios que fala sobre os homens
serem o corpo de Deus. Ruste queria ser parte do corpo, mas não é.
Outra coisa: a teoria do pai da Maggie ser o Rei Amarelo. Na
única cena em que aparece, ele se revela um republicano, contra mudanças,
provavelmente presbiteriano, reclamando das “roupas pretas e tudo agora é sexo”.
Eu divido que ele seja o Rei Amarelo e menos ainda que esteja envolvido com
turma de Billy Tuttle. Tuttle e suas igrejas são pentecostais, vistos como
liberais, novos ricos... Não tradicionalistas, mas sim com perfil mais
democrata.
Episódio 3: já começa bem, como o pastor falando que o rosto
que você veste não é o seu e Rust zombando das pessoas, suas fraquezas, da
igreja, dizendo que o homem temente a Deus é um otário e que gosta de expor
quantos ele puder. Em seguida, em 2012, zomba de Deus imitando o homem (“eu sou
importante”), como Lúcifer diria. Mais? Quando vai conferir que Burt não
poderia ter estuprado ninguém, ele diz “eu o abracei e ele se cagou”. Imagine
se você fosse uma pessoa com problemas mentais, muito religioso, e fosse
abraçado pelo demônio...
O detetive em 2012 joga na mesa: “você nunca pensou se Cohle
não estava manipulando a investigação?” Muito óbvio? Acho que não...
Rust na casa de Marty, fica olhando para as meninas,
principalmente para Audrey. Logo depois vem a conversa com Audrey sobre os
desenhos pornográficos que ela fez. Nos famosos interrogatórios, Rust conhece a
pessoas como ninguém, vê a alma delas e suas fraquezas, manipula gente fraca
com muita facilidade. Em 2012, fala sobre a Locked Room de cada um, pra mim,
ele está falando o livre arbítrio. Aí vem a cena do encontro de casais. Rust
chega, Marty diz “falando no diabo...” Eles conversam sobre Rust ser
sinestésico e sentir gosto das cores. Que gosto deve ter o amarelo? Mais tarde,
Marty pergunta a Rust “você já pensou se você é um homem mal?” e eis que Rust
responde “eu não penso, Marty, porque o mundo precisa de homens maus”. Nessa
hora lembrei de uma associação com Twin Peaks: nunca conseguimos ver a tatuagem
de Rust direito, e parece ser a única que ele tem! Em Twin Peaks, o homem de um
braço só dizia ter arrancado o braço porque ele tinha uma tatuagem do Diabo
nela (veja o vídeo aí embaixo). Outros personagens aparecerão em True
Detectives com pentagramas (Reggie Ledoux) e demônios (Ginger) tatuados pelo
corpo.
Ok, eles descobrem sobre Reggie Ledoux. Puxam a ficha do
cara: preso em 1993 por ter um laboratório de metanfetamina e LSD. Qual foi o
ano que Rust estava disfarçado pela divisão de narcotráfico quando surtou,
matou 3 caras e foi parar no hospital psiquiátrico mesmo? O.o Pois é, 1993.
Eles visitam as ruínas da escola Caminhos da Luz (mas não
entram) e encontram o cara cortando grama, contratado pela Pastoral. Não sei se
é o mesmo do final do episódio 7, já que ele está de barba e mostrando o lado
esquerdo do rosto (o queimado é o direito). Pode ser... Em 2012, Rust está
obcecado pela pasta com os arquivos de um novo assassinato, pra mim, aqui e em
outras vezes, ele quer saber se descobriram algo sobre ele. E aí vem o discurso
sobre a morte (conveniente, não?) e sobre um monstro no final do sonho...
Episódio 4: esse tem pouca coisa, rs. Charles Lange fala
sobre Carcosa, culto satânico de ricos do sul, espiral, Rei Amarelo... Rust
fala coisas para deixar Charles sofrendo na cela. Na cena em que Mart lê o
bilhete de Maggie, a trilha lembra muito Coração Satânico, nas cenas dos
ventiladores e vodus.
Aliás, esse filme vale ser revisto e comparado com True
Detective... Diabo contrata um detetive para encontrar ele mesmo, o título do
filme é Angel Heart (Marty Heart?), Magarett... Pra ficar por cima, porque tem
muito mais hehe.
Me diz, como assistir esse episódio e não ligar os Iron
Crusaders, do Texas e que Rust já conhecia, com Ledoux e os outros dois?
Coincidência só? E a ideia de Rust deixar o Alasca porque não gosta de frio,
prefere lugares quentes? “Você ainda se veste como nós... é só atuação?” –
pergunta Ginger. Aliás, a casa de Ginger e toda amarela e Rust está à beira do
colapso de tanta droga. Ele mesmo fica meio amarelado. Apesar de que uma de
minha teorias é de que o Rei Amarelo é o Sol, não uma pessoa... O sol amarelo
da Louisiana aparece muitas vezes, algumas “coroando” Rust. Inclusive no
episódio 7, quando ele e Marty chegam aos galpões, já está escuro, mas a lua
brilha como um sol amarelo sobre o lugar (se é que é a lua e não o sol mesmo).
Isso liga com a citação de Robert W. Chambers no próximo episódio, também.
Aliás, o apelido de Rust nos Crusaders, “Crash’, dá ideia de
que ele vive à beira do colapso. Inclusive acho que a belíssima sequencia sem
cortes em Beaumont, demonstra o caos que Rust queria se livrar, motivo de ter
ido pra Louisiana, um lugar mais “calmo”.
O episódio 5: blow your mind!
“Posso ver sua alma à beira de seus olhos, ela é ácida e
corrosiva. Você tem um demônio e existe uma sombra em você”, diz Dewall à Rust.
Rust é um caçador, caça cervos (galhadas), pessoas, o que mais? A camiseta de
Marty é uma referência à capa do disco Division Bell, do Pink Floyd, que pra
mim é um indicativo de alma dividida, briga consigo mesmo. E aí vem a sequencia
em que Ledoux cita o texto sobre Carcosa, dentro da peça fictícia The King in
Yellow, dos contos do século XIX que falei lá em cima:
Along the shore the cloud waves break,
The twin suns sink behind the lake,
The shadows lengthen
In Carcosa.
Strange is the night where black stars rise,
And strange moons circle through the skies,
But stranger still is
Lost Carcosa.
Songs that the Hyades shall sing,
Where flap the tatters of the King,
Must die unheard in
Dim Carcosa.
Song of my soul, my voice is dead,
Die thou, unsung, as tears unshed
Shall dry and die in
Lost Carcosa.
—"Cassilda's Song" in The King in Yellow Act
1, Scene 2
Minha opinião: aqui fica claro que tudo pode ser fantasia de
um serial killer levado por um livro ou uma fantasia religiosa. Por ser que não
exista Rei Amarelo, nem Carcosa, apenas delírios de um psicopata, ou que tudo
isso refere-se a uma espécie de Inferno vudu (uma Black Lodge da Louisiana) e
que o assassino tem o Rei Amarelo dentro de si (como Bob, de Twin Peaks), não
que ele seja o Rei Amarelo de verdade.
“Vejo você nos meus sonhos. Você está em Carcosa comigo. Ele
vê você. Você vai fazer isso de novo. O Tempo é um círculo plano” – diz Ledoux
para Rust antes de morrer. Do que ele
está falando? Que ele tem um pacto com o Diabo tanto quanto ele e que ele
(Diabo, Rei Amarelo) está de olho nele. Sobre o tempo? Existe um conceito
cultural e religioso em volta do número 7 e sobre ciclos de 7 em 7 anos para
maldições, vodus, macumbas, etc. As investigações levam Rust para
desaparecimentos e um escândalo de pedofilia em 1988, depois vem o assassinato
de Dora Lange em 1995 (7 anos depois), aí vem o surto de Rust em 2002 (7 anos
depois) e o caso Lake Charles em 2010 (8 anos depois, o que é um ano de
diferença? Rs).
Rust diz, em 2012, sobre a morte de Ledoux por Marty, “saí dessa
experiência com grande respeito pela pureza humana”. Audrey tira a coroa de Mace e revela-se a
rebelde das irmãs, “alvo fácil”. Joga a coroa da irmã na árvore, em direção ao
sol. Já adolescente, é pega transando com 2 garotos. Lá na frente, sabemos que
ela faz tratamento, toma remédios e tornou-se pintora. Em 2012, Cohle monta um
círculo de homens de lata, representando uma espécie de culto.
Agora, preste atenção: Guy, o cara que fez Rust surtar em
2002. Ele desperta o demônio adormecido em Rust, falando sobre o Rei Amarelo. “Eu
sei quem você é”, ele diz. Rust surta, pede que ele lhe dê um nome e começa a
bater no cara. Guy grita “Yellow King! Yellow King!” Rust a partir daí sai do
eixo e volta para como era em 1995. Ele volta para falar com Guy, que se matou.
Todos focam na conversa com o advogado que ligou de um telefone público, mas
quando eles reveem o vídeo da penitenciária, repare que um dos guardas fala
algo pra Guy, antes de ir embora. Nome dos guardas Mahoney e Childress. Esse
segundo nome reaparecerá no episódio 7.
Rust volta na escola abandonada Caminhos da Luz e encontra
muitos pega-diabos! Para mim, ele foi atraído para lá. Não tinha motivo para
ele ir lá. Nesse ponto, já posso dizer, sem dúvida alguma: a série é sobre
Rust! Ele é o centro de tudo, o “detetive de verdade”, tentando resolver um
mistério sobre si mesmo!
Episódio 6: “algo aconteceu com ele, há muito tempo”.
As escolas de Tuttle e o pastor das tendas: para mim, eles
não são ruins. Rust é que quer que todos achem que eles são. Eles querem salvar
as pessoas dos “diabos” e isso incomoda Rust (ou o demônio dentro dele). Talvez
Rust e/ou o Rei Amarelo estejam por trás do escândalo pedófilo de 1988 nas
escolas de Tuttle. Um homem fraco caiu e levou a escola com ele. Talvez fosse
isso que o Diabo quisesse. Talvez por isso Rust pergunta sobre a ficha de funcionários
do programa Wellspring (aliás, já comentei, acho q muitas vezes Rust quer saber
se alguém tem algo contra ele!). Tuttle diz que pretende reativar o programa
Wellspring assim que puder, talvez isso tenha sido um motivo pra deixar Rust
preocupado.
Rust vai ver Kelly para saber o que ela sabe. Ela ssai do
estado catatônico e fala do gigante com cicatrizes (que pode ou não ser no
sentido literal). Rust pergunta sobre o rosto dele e ela surta, olhando para
Rust! Rust vai embora. (Aliás, ele também faz isso quando, em 2012, os
detetives começam a falar que ele estava nas cenas do crime de Lake Charles
porque tinha algo a ver com aquilo! Sai rapidinho...)
Rust está amarelado e claramente em transe quando transa com
Maggie, que diz depois que há muito tempo não transava daquele jeito. Rust sai
do transe e manda Maggie embora. Depois da briga com Marty, Rust vai embora,
gritando “foda-se esse mundo”. Como se já estivesse cansado de viver entre os
homens.
A essa altura, já posso dizer que acho que Marty representa
o homem comum, que tenta ser bom e viver uma vida direita num mundo de merda,
mas sempre é tentado pelas maquinações do Diabo. Com toda a miséria da
Louisiana, isso é muito difícil, um palco perfeito para o Diabo e motivo de ter
tantas igrejas no estado.
Episódio 7: “o homem lembra-se de suas dívidas, do que deve
e você tem uma dívida, Marty”. Graças a Rust, Marty teve 7 anos de alegria e
uma nova chance com sua família, depois da glória pela morte de Ledoux.
No galpão de Rust, ele para embaixo de uma galhada, como se
ela o coroasse, e das palavras “Yellow King, Cicatrizes, Carcosa”. Uma coisa,
eu acho q Rust tem muitas cicatrizes, não só físicas, mas emocionais, por tudo
pelo que passou com o pai, a falta da mãe e a filha que morreu (lembrei agora
do fantasma dela no primeiro episódio).
Marty diz a Rust que é como se ele “estivesse sozinho há
muito tempo e ficasse contando a história para si, até acreditar”. Rust diz que
em 2010 estava à beira da loucura, quando invadiu a casa do Billy Tuttle. Lá,
pega o vídeo do estupro de Marie Fontenot. Quem diz se ele pegou lá mesmo? Quem
me diz se o “Diabo” não mandou para Tuttle, numas espécie de “olha o que eu
falo com suas crianças”? O próprio Rust diz que gosta de trabalhar assuntos
antigos com detalhes novos.
Num cena simples, Marty está assistindo Rastros de Ódio,
numa cena em que aparece John Wayne. Como disse Martin Scorsese, aqui o
personagem de Wayne é alguém que já viu de tudo e já sofreu com a vida, que não
é nem bonzinho nem mau, ou seja, que alcançou uma certa maturidade. Acho que
Marty está nesse ponto em 2012 e, provavelmente menos vulnerável às artimanhas
do Diabo.
Eles vão falar com Delores, ex-empregada da família de
Tuttle. Ela fala sobre o cara com a cara queimada, possivelmente um Childress
(lembra do guarda no final do episódio 5?)! o.O Steve Geraci também fala sobre
Ted Childress sobre o caso Fontenot.
Ela pergunta se Rust conhece Carcosa, aquele que se alimenta
do tempo e diz “anime-se, pois a morte não é o fim”. Ou seja, amigo, você está
possuído, o melhor que você faz é morrer! Rust diz à neta de Delores que aquilo
“faz sentido” pra ele, ela pede para ele se preocupar com isso.
Rust volta até a cena do crime de Dora Lange. Tem uma
círculo de galhos na árvore, uma espécie de portal. Isso não estava lá quando encontraram
Dora! Divida?
A aparição do cara queimado no final do episódio (que pode
ser o mesmo que aparece lá atrás, quando Rust e Marty vão à escola Caminhos da
Luz, que disse trabalhar para a Pastoral), para mim não é o mais importante.
Antes, Rust diz “minha vida tem sido um círculo de violência e degradação, hora
de atar os nós”. E aqui termino (você leu tudo mesmo? Sério?), formulando minha
teoria sobre tudo isso: Rust pode ser o real assassino, possuído ou inspirado
pelo Rei Amarelo, mas não sabe disso. Talvez não seja ele, seja o Rei Amarelo
dentro dele. De qualquer forma, espero
um episódio 8 com uma resolução bem Coração Satânico e Twin Peaks, e pode crer
que muitas coisas sobrenaturais não sejam explicadas.
Enfim, veremos! =)
Adorei o texto. Mas.... não concordo! O Rust ser o rei amarelo é muito na cara, e todo mundo vê. E a frase de Marty é: "tem coisas que estão debaixo do nosso nariz e NÃO vemos..." O que acho é que o aRusty é podre, corrompido, perdido, mas quer encontrar a luz. E todo mundo da gangue do mal, quando o encontra, vê isso de cara.
ResponderExcluirMas como disse que adorei o seu texto... Vamos lá, muita coisa veio em minha mente.
Rusty mente muito. Ele está nessa porque perdeu sua filha nesses rituais, e despirocou. Pode, sim, ter armado a cena da Dora Lange. Bem quando ele entra acontece um caso desses? Estranho. O cara era bom demais para perder o seu tempo em uma cidadezinha!
Quando ele foi na casa de Dora Lange, vê uma foto do ritual e não pergunta nada???? Só pode ser porque já sabia, não é possível!
Sobre Carcosa... acho que o cara disse que se reencontrariam lá com ele porque ele matou Childress lá. E quase morreu. Se reencontraram de algum forma.
E o preso que disse "eu conheço o Rei Amarelo"... Rusty ficou puto porque ele pensouque tinha matado o filho da mãe. Ele tentou voktar para o interrogatório na hora, e não deixaram. Como ele foi chamadompara o interrogatório, acho que essa cena foi armada. Queriam tirá lo do sério, levando para outro caminho. Para que fosse atras de outro laranja.
Ultimo ponto: true detective, no singular. Quem é o verdadeiro detetive?