domingo, 9 de março de 2014

TRUE DETECTIVE – MINHA TEORIA


"This is a world where nothing is solved"





A primeira temporada de True Detective termina hoje, às 22h, na HBO e muita gente quer saber quem é o Rei Amarelo e o que realmente está por trás dos assassinatos, certo? A Internet tá cheio de teorias, que não se via desde Lost... Bom eu também tenho a minha! Vou só jogar as cartas e o resto é com vocês...

Primeiro, vale lembrar do que foi dito algumas vezes na série: “a solução está bem no seu nariz, mas você presta atenção às coisas erradas”. Aliás, um recurso comum em histórias de detetive é mostrar logo de cara quem é o culpado, mas de um jeito que você só vai sacar quando o Sherlock decifrar o grande enigma no final de toda a história. Aqui  não acho que seja diferente.

Outra coisa, é que um percebi que há muito de duas histórias de detetives com ar sobrenatural em True Detective: inspiração, referência ou seja lá o que for, há muitos elementos de Twin Peaks na série (se você nunca assistiu, assista e vai entender, as duas temporadas!) e, principalmente, eu acho que o filme Coração Satânico é uma inspiração para a série!

Bem, vamos à teoria que vai fazer você me odiar: Rust, ele é o cara por trás de tudo! Viajei demais? Então não leia o resto... (se se eu fosse você...)

Pra começar, a verdade toda está na abertura:  a vida difícil dos habitantes do pobre estado da Louisiana, nos EUA, e como alguns de seus habitantes se apoiam na religião e outros se rendem aos “pecados da carne”.  Olhando as imagens (não entendi a água-viva), a cena que mais me chama a atenção é de Rust levantando-se, com o crucifixo acima de sua cabeça e o fogo embaixo, como uma eterna luta entre céu e inferno. Aliás, em todas as cenas que Rust aparece, ele é consumido pelo fogo. Marty também, em apenas uma.  Também tem uma cena em a sombra de um homem é preenchida pela figura de um ser com chifres (as já famosas galhadas), como alguém que tem o demônio dentro de si. Se falar da música, que traz o clima Encruzilhada da Louisiana para a série.


Bom, viu o fogo em Rust? Então, ai começa o episódio 1, com a cena de alguém carregando o corpo de Dora Lange até a árvore que ela foi encontrada e, para chamar a atenção, o cara taca fogo no mato em volta. Como o próprio Rust diz depois, “tudo é uma encenação, o cara quer chamar a atenção, queria que encontrássemos”.

Rust é ridicularizado porque carrega um livro contábil para fazer anotações (que ninguém nunca viu), como um Cobrador de impostos (ou de almas, se você preferir) e uma coisa muito importante: o crime acontece na data de aniversário da filha de Rust, que morreu! Repare bem na cena do crime, com a mulher ajoelhada, como se estivesse rezando, a tatuagem da espiral nas costas, o treco vudu pendurado na árvore... Não tem mais nada na cena (falarei sobre isso lá embaixo sobre o episódio 5).

Sabemos que Rust veio do Texas, mas não sabemos exatamente porque, já que seus arquivos são confidenciais. Rust diz que aquele não é primeiro assassinato, já aconteceu e vai acontecer outras vezes (novamente , uma ligação com o episódio 5). Em sua “investigação”, Rust vai lidar com uma prostituta que lhe fornece remédios, barbitúricos, sedativos... Que eu acredito que podem ser utilizado numa forma desesperada dele se controlar ou para sedar as vítimas. Rust diz que “não dorme, só sonha”. E vem a história da garota Fontenot, que todos dizem que foi levada pelo pai adotivo (e quem é esse pai? porque não foram atrás dele?)

A coisa mais importante do primeiro episódio, que será uma constante nos próximos: os trecos vodus, as “redes de diabo”, feitas para atrair e pegar demônios.  No final do episódio é Rust quem vai até a casinha e encontra o treco lá. Repare que isso acontecerá muitas vezes! Minha teoria: Rust é sempre atraído por esses “pega-diabo”, como moscas naqueles papéis pega-mosca. Só prestar atenção...

Ainda nesse episódio, o desenho do “cara-de-espaguete” parece mais uma máscara de Pan ou de um Fauno, uma figura que lembra o Diabo. Não acho que seja o rosto do cara queimado... A cerveja que Rust toma enquanto é interrogado é Lone Star, estrela solitária, lembre-se disso (episódio 5, de novo). Bom, Rust trabalhou na divisão antifurtos até 1989 e veio do Alasca para o Texas. A filha dele morreu, o casamento acabou. O reverendo Tuttle entra na jogada porque acha que tem ocultismo na história e Rust fica puto. Vamos para o segundo episódio.

Episódio 2: o episódio amarelo! Essa cor dá todo o tom do episódio, pode reparar. Estranha aquela foto na casa da mãe da Dora, da menina cercada por caras mascarados em cima dos cavalos, não? E Rust não para de olhara para ela, mas não comenta nada depois... A mãe de Dora começa a ter dores de cabeça fortes, começa a rezar... Eles vão embora. Rust diz que Dora “parecia triste, era um alvo fácil” (inclusive para o Diabo) e que o criminoso “agride prostitutas, é artístico e meio religioso” (como o Diabo). Aliás, já explicando algumas coisas, a figura do Diabo quem algumas características culturalmente bem aceitas: muitas vezes é bonito, conhece nossas fraquezas, promete um caminho fácil, manipula as pessoas, sussurrando coisas em seus ouvidos, é sexualmente vigoroso e, muito importante, Lúcifer caiu do céu porque tinha inveja de Deus e desprezo pelos seres humanos!

Porque Rust fica olhando naquele espelho que só reflete um olho? Meditação? É conhecido que os olhos são a janela da alma... E as visões? Drogas mesmo? Loucura? Outra coisa?

A prostituta fala “achei que você poderia ser perigoso” e Rust responde “claro que sou, posso fazer coisas com as pessoas e não ser punido”. Rust parece se controlar o tempo todo, sempre à beira do colapso, e tem um olho afiado para a fraqueza das pessoas.

Ai vem a causa de todas as teorias sobre a série: quando Rust lê o diário de Dora, “fechei os olhos e vi um rei em amarelo caminhando pela floresta”, “as crianças do rei estavam marcadas, tornarem-se seus anjos”, Yellow King, Carcosa... Bem, essa é fácil, o criador da serie não inventou nada disso. Carcosa é uma cidade fictícia de um conto do final do século XIX: http://en.wikipedia.org/wiki/Carcosa, onde inclusive aparece referência ao Yellow King (http://en.wikipedia.org/wiki/The_King_in_Yellow), que também é utilizado em uma seleção de contos escrita logo depois: http://en.wikipedia.org/wiki/An_Inhabitant_of_Carcosa. Lá também está o que Ledoux fala pro Rust antes de morrer... Dê uma olhada. Falaremos disso depois.

Bom, Rust conta à dupla de detetives em 2012 que ficou alguns meses em Northshore, um hospital psiquiátrico, depois de surtar e matar 3 caras em 1993. Guardou isso? Beleza... Segue o episódio, vem a visão do céu queimando e a famosa cena de estupro encenada pelas filhas de Marty, com os Kens cercando a Barbie pelada. Minha opinião? Rust mesmo diz aque gostava de ir na casa de Marty e falar com sua família... Eu acho que ele (ou alguém) contou às meninas sobre o futuro das mulheres: serem Barbies prontas para servir aos Kens... Logo depois da cena das bonecas, ele aparece falando para os detetives do lado bom de sua filha ter morrido, pois ficou livre dessa podridão que é a vida, nada como morrer como uma criança feliz e ficar livre dessa “lixeira”. Você já assistiu a outros filmes e séries com psicopatas motivados por um senso de “purificação” e “livrar do mal”? Então... Ainda acho que Rust pode ter sido mandado pra Louisiana porque, para muitos americanos, o estado é a lixeira do país (lembra de todo mundo falando que parecia que o governo não estava nem aí para as vítimas do Katrina?). Pra finalizar, Rust diz que o que lhe tirou do hospital psiquiátrico foi uma passagem bíblica de Coríntios que fala sobre os homens serem o corpo de Deus. Ruste queria ser parte do corpo, mas não é.

Outra coisa: a teoria do pai da Maggie ser o Rei Amarelo. Na única cena em que aparece, ele se revela um republicano, contra mudanças, provavelmente presbiteriano, reclamando das “roupas pretas e tudo agora é sexo”. Eu divido que ele seja o Rei Amarelo e menos ainda que esteja envolvido com turma de Billy Tuttle. Tuttle e suas igrejas são pentecostais, vistos como liberais, novos ricos... Não tradicionalistas, mas sim com perfil mais democrata.

Episódio 3: já começa bem, como o pastor falando que o rosto que você veste não é o seu e Rust zombando das pessoas, suas fraquezas, da igreja, dizendo que o homem temente a Deus é um otário e que gosta de expor quantos ele puder. Em seguida, em 2012, zomba de Deus imitando o homem (“eu sou importante”), como Lúcifer diria. Mais? Quando vai conferir que Burt não poderia ter estuprado ninguém, ele diz “eu o abracei e ele se cagou”. Imagine se você fosse uma pessoa com problemas mentais, muito religioso, e fosse abraçado pelo demônio...

O detetive em 2012 joga na mesa: “você nunca pensou se Cohle não estava manipulando a investigação?” Muito óbvio? Acho que não...

Rust na casa de Marty, fica olhando para as meninas, principalmente para Audrey. Logo depois vem a conversa com Audrey sobre os desenhos pornográficos que ela fez. Nos famosos interrogatórios, Rust conhece a pessoas como ninguém, vê a alma delas e suas fraquezas, manipula gente fraca com muita facilidade. Em 2012, fala sobre a Locked Room de cada um, pra mim, ele está falando o livre arbítrio. Aí vem a cena do encontro de casais. Rust chega, Marty diz “falando no diabo...” Eles conversam sobre Rust ser sinestésico e sentir gosto das cores. Que gosto deve ter o amarelo? Mais tarde, Marty pergunta a Rust “você já pensou se você é um homem mal?” e eis que Rust responde “eu não penso, Marty, porque o mundo precisa de homens maus”. Nessa hora lembrei de uma associação com Twin Peaks: nunca conseguimos ver a tatuagem de Rust direito, e parece ser a única que ele tem! Em Twin Peaks, o homem de um braço só dizia ter arrancado o braço porque ele tinha uma tatuagem do Diabo nela (veja o vídeo aí embaixo). Outros personagens aparecerão em True Detectives com pentagramas (Reggie Ledoux) e demônios (Ginger) tatuados pelo corpo.


Ok, eles descobrem sobre Reggie Ledoux. Puxam a ficha do cara: preso em 1993 por ter um laboratório de metanfetamina e LSD. Qual foi o ano que Rust estava disfarçado pela divisão de narcotráfico quando surtou, matou 3 caras e foi parar no hospital psiquiátrico mesmo? O.o Pois é, 1993.

Eles visitam as ruínas da escola Caminhos da Luz (mas não entram) e encontram o cara cortando grama, contratado pela Pastoral. Não sei se é o mesmo do final do episódio 7, já que ele está de barba e mostrando o lado esquerdo do rosto (o queimado é o direito). Pode ser... Em 2012, Rust está obcecado pela pasta com os arquivos de um novo assassinato, pra mim, aqui e em outras vezes, ele quer saber se descobriram algo sobre ele. E aí vem o discurso sobre a morte (conveniente, não?) e sobre um monstro no final do sonho...

Episódio 4: esse tem pouca coisa, rs. Charles Lange fala sobre Carcosa, culto satânico de ricos do sul, espiral, Rei Amarelo... Rust fala coisas para deixar Charles sofrendo na cela. Na cena em que Mart lê o bilhete de Maggie, a trilha lembra muito Coração Satânico, nas cenas dos ventiladores e vodus.


Aliás, esse filme vale ser revisto e comparado com True Detective... Diabo contrata um detetive para encontrar ele mesmo, o título do filme é Angel Heart (Marty Heart?), Magarett... Pra ficar por cima, porque tem muito mais hehe.

Me diz, como assistir esse episódio e não ligar os Iron Crusaders, do Texas e que Rust já conhecia, com Ledoux e os outros dois? Coincidência só? E a ideia de Rust deixar o Alasca porque não gosta de frio, prefere lugares quentes? “Você ainda se veste como nós... é só atuação?” – pergunta Ginger. Aliás, a casa de Ginger e toda amarela e Rust está à beira do colapso de tanta droga. Ele mesmo fica meio amarelado. Apesar de que uma de minha teorias é de que o Rei Amarelo é o Sol, não uma pessoa... O sol amarelo da Louisiana aparece muitas vezes, algumas “coroando” Rust. Inclusive no episódio 7, quando ele e Marty chegam aos galpões, já está escuro, mas a lua brilha como um sol amarelo sobre o lugar (se é que é a lua e não o sol mesmo). Isso liga com a citação de Robert W. Chambers no próximo episódio, também.

Aliás, o apelido de Rust nos Crusaders, “Crash’, dá ideia de que ele vive à beira do colapso. Inclusive acho que a belíssima sequencia sem cortes em Beaumont, demonstra o caos que Rust queria se livrar, motivo de ter ido pra Louisiana, um lugar mais “calmo”.

O episódio 5: blow your mind!

“Posso ver sua alma à beira de seus olhos, ela é ácida e corrosiva. Você tem um demônio e existe uma sombra em você”, diz Dewall à Rust. Rust é um caçador, caça cervos (galhadas), pessoas, o que mais? A camiseta de Marty é uma referência à capa do disco Division Bell, do Pink Floyd, que pra mim é um indicativo de alma dividida, briga consigo mesmo. E aí vem a sequencia em que Ledoux cita o texto sobre Carcosa, dentro da peça fictícia The King in Yellow, dos contos do século XIX que falei lá em cima:

Along the shore the cloud waves break,
The twin suns sink behind the lake,
The shadows lengthen
In Carcosa.
Strange is the night where black stars rise,
And strange moons circle through the skies,
But stranger still is
Lost Carcosa.
Songs that the Hyades shall sing,
Where flap the tatters of the King,
Must die unheard in
Dim Carcosa.
Song of my soul, my voice is dead,
Die thou, unsung, as tears unshed
Shall dry and die in
Lost Carcosa.
—"Cassilda's Song" in The King in Yellow Act 1, Scene 2

Minha opinião: aqui fica claro que tudo pode ser fantasia de um serial killer levado por um livro ou uma fantasia religiosa. Por ser que não exista Rei Amarelo, nem Carcosa, apenas delírios de um psicopata, ou que tudo isso refere-se a uma espécie de Inferno vudu (uma Black Lodge da Louisiana) e que o assassino tem o Rei Amarelo dentro de si (como Bob, de Twin Peaks), não que ele seja o Rei Amarelo de verdade.
“Vejo você nos meus sonhos. Você está em Carcosa comigo. Ele vê você. Você vai fazer isso de novo. O Tempo é um círculo plano” – diz Ledoux para Rust antes de morrer.  Do que ele está falando? Que ele tem um pacto com o Diabo tanto quanto ele e que ele (Diabo, Rei Amarelo) está de olho nele. Sobre o tempo? Existe um conceito cultural e religioso em volta do número 7 e sobre ciclos de 7 em 7 anos para maldições, vodus, macumbas, etc. As investigações levam Rust para desaparecimentos e um escândalo de pedofilia em 1988, depois vem o assassinato de Dora Lange em 1995 (7 anos depois), aí vem o surto de Rust em 2002 (7 anos depois) e o caso Lake Charles em 2010 (8 anos depois, o que é um ano de diferença? Rs).

Rust diz, em 2012, sobre a morte de Ledoux por Marty, “saí dessa experiência com grande respeito pela pureza humana”.  Audrey tira a coroa de Mace e revela-se a rebelde das irmãs, “alvo fácil”. Joga a coroa da irmã na árvore, em direção ao sol. Já adolescente, é pega transando com 2 garotos. Lá na frente, sabemos que ela faz tratamento, toma remédios e tornou-se pintora. Em 2012, Cohle monta um círculo de homens de lata, representando uma espécie de culto.

Agora, preste atenção: Guy, o cara que fez Rust surtar em 2002. Ele desperta o demônio adormecido em Rust, falando sobre o Rei Amarelo. “Eu sei quem você é”, ele diz. Rust surta, pede que ele lhe dê um nome e começa a bater no cara. Guy grita “Yellow King! Yellow King!” Rust a partir daí sai do eixo e volta para como era em 1995. Ele volta para falar com Guy, que se matou. Todos focam na conversa com o advogado que ligou de um telefone público, mas quando eles reveem o vídeo da penitenciária, repare que um dos guardas fala algo pra Guy, antes de ir embora. Nome dos guardas Mahoney e Childress. Esse segundo nome reaparecerá no episódio 7.

Rust volta na escola abandonada Caminhos da Luz e encontra muitos pega-diabos! Para mim, ele foi atraído para lá. Não tinha motivo para ele ir lá. Nesse ponto, já posso dizer, sem dúvida alguma: a série é sobre Rust! Ele é o centro de tudo, o “detetive de verdade”, tentando resolver um mistério sobre si mesmo!

Episódio 6: “algo aconteceu com ele, há muito tempo”.

As escolas de Tuttle e o pastor das tendas: para mim, eles não são ruins. Rust é que quer que todos achem que eles são. Eles querem salvar as pessoas dos “diabos” e isso incomoda Rust (ou o demônio dentro dele). Talvez Rust e/ou o Rei Amarelo estejam por trás do escândalo pedófilo de 1988 nas escolas de Tuttle. Um homem fraco caiu e levou a escola com ele. Talvez fosse isso que o Diabo quisesse. Talvez por isso Rust pergunta sobre a ficha de funcionários do programa Wellspring (aliás, já comentei, acho q muitas vezes Rust quer saber se alguém tem algo contra ele!). Tuttle diz que pretende reativar o programa Wellspring assim que puder, talvez isso tenha sido um motivo pra deixar Rust preocupado.

Rust vai ver Kelly para saber o que ela sabe. Ela ssai do estado catatônico e fala do gigante com cicatrizes (que pode ou não ser no sentido literal). Rust pergunta sobre o rosto dele e ela surta, olhando para Rust! Rust vai embora. (Aliás, ele também faz isso quando, em 2012, os detetives começam a falar que ele estava nas cenas do crime de Lake Charles porque tinha algo a ver com aquilo! Sai rapidinho...)

Rust está amarelado e claramente em transe quando transa com Maggie, que diz depois que há muito tempo não transava daquele jeito. Rust sai do transe e manda Maggie embora. Depois da briga com Marty, Rust vai embora, gritando “foda-se esse mundo”. Como se já estivesse cansado de viver entre os homens.

A essa altura, já posso dizer que acho que Marty representa o homem comum, que tenta ser bom e viver uma vida direita num mundo de merda, mas sempre é tentado pelas maquinações do Diabo. Com toda a miséria da Louisiana, isso é muito difícil, um palco perfeito para o Diabo e motivo de ter tantas igrejas no estado.

Episódio 7: “o homem lembra-se de suas dívidas, do que deve e você tem uma dívida, Marty”. Graças a Rust, Marty teve 7 anos de alegria e uma nova chance com sua família, depois da glória pela morte de Ledoux.

No galpão de Rust, ele para embaixo de uma galhada, como se ela o coroasse, e das palavras “Yellow King, Cicatrizes, Carcosa”. Uma coisa, eu acho q Rust tem muitas cicatrizes, não só físicas, mas emocionais, por tudo pelo que passou com o pai, a falta da mãe e a filha que morreu (lembrei agora do fantasma dela no primeiro episódio).

Marty diz a Rust que é como se ele “estivesse sozinho há muito tempo e ficasse contando a história para si, até acreditar”. Rust diz que em 2010 estava à beira da loucura, quando invadiu a casa do Billy Tuttle. Lá, pega o vídeo do estupro de Marie Fontenot. Quem diz se ele pegou lá mesmo? Quem me diz se o “Diabo” não mandou para Tuttle, numas espécie de “olha o que eu falo com suas crianças”? O próprio Rust diz que gosta de trabalhar assuntos antigos com detalhes novos.

Num cena simples, Marty está assistindo Rastros de Ódio, numa cena em que aparece John Wayne. Como disse Martin Scorsese, aqui o personagem de Wayne é alguém que já viu de tudo e já sofreu com a vida, que não é nem bonzinho nem mau, ou seja, que alcançou uma certa maturidade. Acho que Marty está nesse ponto em 2012 e, provavelmente menos vulnerável às artimanhas do Diabo.

Eles vão falar com Delores, ex-empregada da família de Tuttle. Ela fala sobre o cara com a cara queimada, possivelmente um Childress (lembra do guarda no final do episódio 5?)! o.O Steve Geraci também fala sobre Ted Childress sobre o caso Fontenot.

Ela pergunta se Rust conhece Carcosa, aquele que se alimenta do tempo e diz “anime-se, pois a morte não é o fim”. Ou seja, amigo, você está possuído, o melhor que você faz é morrer! Rust diz à neta de Delores que aquilo “faz sentido” pra ele, ela pede para ele se preocupar com isso.

Rust volta até a cena do crime de Dora Lange. Tem uma círculo de galhos na árvore, uma espécie de portal. Isso não estava lá quando encontraram Dora! Divida?



A aparição do cara queimado no final do episódio (que pode ser o mesmo que aparece lá atrás, quando Rust e Marty vão à escola Caminhos da Luz, que disse trabalhar para a Pastoral), para mim não é o mais importante. Antes, Rust diz “minha vida tem sido um círculo de violência e degradação, hora de atar os nós”. E aqui termino (você leu tudo mesmo? Sério?), formulando minha teoria sobre tudo isso: Rust pode ser o real assassino, possuído ou inspirado pelo Rei Amarelo, mas não sabe disso. Talvez não seja ele, seja o Rei Amarelo dentro dele.  De qualquer forma, espero um episódio 8 com uma resolução bem Coração Satânico e Twin Peaks, e pode crer que muitas coisas sobrenaturais não sejam explicadas.




Enfim, veremos! =)

Um comentário:

  1. Adorei o texto. Mas.... não concordo! O Rust ser o rei amarelo é muito na cara, e todo mundo vê. E a frase de Marty é: "tem coisas que estão debaixo do nosso nariz e NÃO vemos..." O que acho é que o aRusty é podre, corrompido, perdido, mas quer encontrar a luz. E todo mundo da gangue do mal, quando o encontra, vê isso de cara.
    Mas como disse que adorei o seu texto... Vamos lá, muita coisa veio em minha mente.
    Rusty mente muito. Ele está nessa porque perdeu sua filha nesses rituais, e despirocou. Pode, sim, ter armado a cena da Dora Lange. Bem quando ele entra acontece um caso desses? Estranho. O cara era bom demais para perder o seu tempo em uma cidadezinha!
    Quando ele foi na casa de Dora Lange, vê uma foto do ritual e não pergunta nada???? Só pode ser porque já sabia, não é possível!
    Sobre Carcosa... acho que o cara disse que se reencontrariam lá com ele porque ele matou Childress lá. E quase morreu. Se reencontraram de algum forma.
    E o preso que disse "eu conheço o Rei Amarelo"... Rusty ficou puto porque ele pensouque tinha matado o filho da mãe. Ele tentou voktar para o interrogatório na hora, e não deixaram. Como ele foi chamadompara o interrogatório, acho que essa cena foi armada. Queriam tirá lo do sério, levando para outro caminho. Para que fosse atras de outro laranja.
    Ultimo ponto: true detective, no singular. Quem é o verdadeiro detetive?

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