sábado, 27 de setembro de 2014

My Two Cents About: Sin City - A Dama Fatal




"Uma Nostalgia Atrasada"






É um dia “molhado”, daqueles que a gente não vê mais em nossa cidade. A breve chuva volta a cair depois de muito tempo, trazendo à tona o velho apelido de São Paulo... “A Cidade da Garoa”. É nesse clima que eu saio para ir ao cinema. Finalmente depois de nove anos, Sin City ganha uma continuação: A DAMA FATAL






Como de costume, tudo que é possivelmente “legal” demora a chegar aqui neste “paizinho” de merda, o que me faz saber como foi a recepção dele na gringa. Boa parte não gostou e o filme não teve muito público, mas eu não estava ligando para isso. Nove anos... Nove malditos anos de espera. Diabos, eles demoraram tanto que até dois atores morreram. Que as almas de Brittany Murphy e Michael Clarke Duncan descansem em Paz. Mas finalmente o dia tinha chegado. Depois de um mês relendo as HQ’s e horas antes, rever o primeiro filme, eu estava pronto para “A Dama Fatal”


Infelizmente escolho o pior dia da semana; o sábado, e o pior lugar possível para esse tipo de filme: Um Shopping Center!






Um antro de pessoas consideradas “gente de bem” desta cidade cinza. Adolescentes e seus filmes 3D idiotas, embora Frank Miller e Robert Rodriguez também tenham se rendido a essa merda... Mas que inferno, muita coisa muda em nove anos. Muda tanto que até te faz parecer um idiota nostálgico comentando sobre isso. E claro, as pessoas normais atrás de um passatempo normal, seu escapismo clássico em uma sessão de cinema antes de encher o rabo de Fast Food e olhar as vitrines das lojas. Merda, se o filme for bom elas até se animam em comprar algo idiota nestas lojas depois. Geralmente essa galera sempre empaca a merda da fila... Não sabem se vão ver a nova comédia brasileira idiota, protagonizada por aquele gordo de merda do Leandro Hassum e feita pela porra da Globo Filmes, ou alguma maldita adaptação de algum Best-seller adolescente americano. Seria um teste de paciência, mas eu estava tranquilo já que boa parte destas pessoas não iria ver esse filme, ainda mais com uma faixa etária que barra esse tipo de gente. É no mínimo bizarro ver um filme com faixa etária dezoito anos hoje em dia, mas confesso que fiquei muito feliz com isso. Foda-se essa galera "coxinha".






O plano inicial era encontrar com mais três amigos, mas só um apareceu... Infelizmente a vida real privou dois de meus amigos de me acompanharem. Um por trabalho demais, e outro por “trabalho de menos”. Caramba, agora eu vejo que não dá para reclamar muito das pessoas que buscam um “escapismo barato” de suas vidas em uma sessão de cinema. A vida real foi, é, e sempre será uma merda. Mas o Robson conseguiu vir hoje. Ele nunca viu o primeiro filme, mas tem um gosto refinado por este tipo de cinema digamos “mais marginal” e “estiloso”.






Sala dez do Cinemark Sta. Cruz. Projeção digital... Antigamente eu não ligava muito para isso, mas hoje em dia é quase que uma unanimidade entre os frequentadores de cinema: A Projeção digital é melhor! Poderia dar uma de Hipster descolado de merda, estudante de cinema da Augusta e ficar defendendo o filme como se fosse uma putinha do Tarantino ou do Nolan, mas não... Pelo preço que essas malditas corporações como a Cinemark cobram, é bom que essa porra realmente seja digital. Como eu havia previsto, a sala está bem vazia. Sem adolescentes idiotas, sem velhos roncando, sem os idiotas de sempre. Só a galera que realmente gosta do Sr. Robert Rodriguez e dos bons tempos do Frank Miller, quando ele simplesmente se divertia produzindo as suas histórias em quadrinho.  Infelizmente o cara ficou “caduco” depois do 9/11. Idiotices como O Cavaleiro das Trevas 2, All-Star Batman, Holly Terror e aquele atentado cinematográfico contra o legado de Will Eisner, The Spirit, mancharam um pouco a sua carreira genial. Para piorar, duas das histórias foram feitas especialmente para essa continuação de Sin City. Mas nada disso importava para mim... NOVE MALDITOS ANOS! Era hora de voltar à Basin City...






As luzes se apagam e o filme começa com um pequeno conto de Marv (Mickey Rourke) tirado do Volume “Balas, Garotas e Bebidas”. Abro um sorriso... Sin City voltou.  Logo após está intro, somos apresentados a um dos contos novos, estrelado Joseph Gordon-Levitt. Ele é Johnny, um rapaz que nunca perde nos jogos. Ele decide desafiar o senador Roark (Powers Boothe) em uma partida de Pôquer. Logo ele descobre que isso não é uma boa ideia. Fiquei surpreso com este conto. O Joseph Gordon-Levitt manda bem... É um jovem talentoso, melhor que muito desses “galãnzinhos” de Hollywood hoje em dia. Não é um River Phoenix, mas pelo menos não compromete. Vale ressaltar a participação de Christopher Lloyd como um médico alternativo. Porra é sempre legal ver o Doutor Emmet Brown no cinema. Aquela cantora Pop metida a Madonna também aparece em cena, a tal de Lady Gaga. Teria mais sentido chamar a Charli XCX, já que é ela é mais ligada aos anos 90' e tal, mas elas são insignificantes perante a Deusa que viria em seguida: EVA GREEN





Eva Green como Ava Lord é um daqueles casos de casting perfeito... Ela nasceu para fazer este papel e, diabos... Ela simplesmente domina o filme! Realmente faz jus à sua fama de Femme Fatale do cinema atual. Uma mulher estonteante. No conto principal, conhecemos como Dwight, aqui representado pelo irmão mais velho dos Goonies, o Josh Brolin, teve sua vida mudada pela Dama Fatal do título. Eu até gosto do Brolin, mas este papel ficou marcado pelo Clive Owen. Estes malditos nove anos deixaram marcas terríveis nesta nova experiência. O presidente que sempre se fodia no seriado 24 Horas (Dennis Haysbert) teve que substituir Michael Clarke Duncan como Mamute, e Devon Aoki, grávida, deu lugar a Jamie Chung como a bela e mortal Miho. Estas mudanças não me afetaram tantto como a mudança de Dwitght... No balanço final, foi uma boa adaptação dos quadrinhos, mesmo com essas mudanças e ausências. Era o que todos esperavam e DIABOS, FOI O QUE EU MAIS ESPERAVA! Abro outro sorriso... 




Infelizmente não é o caso do último conto, onde vemos Nancy (Jessica Alba), tentando se vingar do senador Roark pela morte do único homem que ela amou em sua vida, o meganha Hartigan (Bruce Willis). Usar o Willis como uma figura do passado, aparecendo como um fantasma até que foi aceitável, mas colocar o Marv em cena foi idiotice. Parece que o Frank Miller realmente está mal de saúde, e um de seus problemas parece ser o Alzheimer, já que o Marv tinha morrido e este conto se passa depois de sua morte. Só serviu mesmo para um fechamento de arco... Uma resolução final dos dois filmes. O mais importante é que este filme finalmente foi lançado. Foi melhor que o primeiro? Não, mas também não foi um desastre. Manteve o mesmo nível de violência, nudez e diálogos Pulp e Noir que os fãs tanto dos quadrinhos como do primeiro filme gostam. As luzes se apagam e eu tenho que voltar ao mundo real, chato e sem casacos de couro e Femme Fatales. Foi um bom escapismo em uma tarde de sábado.

Uma nostalgia atrasada...




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