sexta-feira, 13 de maio de 2016

My Two Cents About: 99 Casas e A Salva-Vidas




Essa semana tá devagar mesmo. Acho que vou para uma cidade pequena "me achar"




Essa semana não tem MellonCast (Because REASONS) então fique com essas pequenas resenhas de alguns filmes que eu vi nesses últimos dias.


99 Casas (99 Homes)





No começo de 2016 o The Oz (Flávio de Almeida) falou sobre o filme A Grande Aposta (The Big Short), produção que mostrava de uma forma mais “estilizada” e com uma didática mais “pop” a crise financeira dos EUA em 2008. Se nesse filme nós vemos a crise da perspectiva de banqueiros, analistas financeiros e indivíduos que ajudaram iniciar está crise. Aqui vemos pessoas que sofreram na pele os efeitos da “bolha imobiliária”. Dennis Nash (Andrew Garfield) é um pedreiro “faz tudo” que perdeu a sua casa por conta da hipoteca e teve que se mudar para um pobre hotel com sua mãe (Laura Dern) e seu filho pequeno. Desesperado para reaver seu lar, ele aceita trabalhar com um agente imobiliário de moral duvidosa, Rick Carver (Michael “I WILL FIND HIM” Shannon), que foi a pessoa responsável pela sua perda. Logo, ele tem que ajudar Carver a expulsar outras pessoas e a desviar dinheiro do governo. Enquanto seus problemas financeiros desaparecem, a consciência de Nash passa a atormentá-lo.




O grande lance do filme é a situação que o personagem de Garfield se mete. Imagine que você perdeu a sua casa da mesma forma humilhante como é mostrada no filme, com a polícia tirando você as pressas do local. Você não consegue arranjar trabalho e a única pessoa que te oferece uma chance de mudar um pouco o rumo de sua vida é justamente o sujeito que tomou a sua casa. E o pior, você começa a participar dos esquemas sujos dele para ganhar a vida e talvez recuperar a sua casa. Mas você conseguiria dormir tranquilo a noite sabendo que está indo para o “Lado Negro”? Esse é aquele filme que te faz pensar muito, principalmente porque nós vivemos em um país onde todo mundo ganhar um em cima do outro, na malandragem. Mas se o sistema te ferrou, você não gostaria de dar o troco? Em uma época que todos estão debatendo moralidade, corrupção e política, esse filme é uma  ótima pedida. 




Outro lance legal é ver que os EUA não é essa maravilha toda que muita gente adora pregar. É lugar tão corrupto e sujo como o nosso. Na parte técnica, o filme peca um pouco em parecer uma produção quase que para TV, mas o seu roteiro compensa muito, mesmo com uma dinâmica meio previsível. O Michael Shannon é um PUTA ator. O cara nasceu para fazer vilões e o Andrew Garfield manda muito bem como um jovem pai solteiro que está no pior momento de sua vida e precisa dar uma volta por cima. É aquele filme que divide opiniões e retrata muito bem um período recente da história americana e mostra um caminho negro que o nosso próprio país está indo. A nossa “bolha de crédito” já está estourando, e aqui os efeitos são bem mais sérios. 


Nota : 8 “Melões” e meio (Agente Daisy ‘Chloe Bennet’ de Agents of SHIELD)








A Salva-Vidas (The Lifeguard)




Se tem uma coisa que o cinema indie americano adora é filmes sobre amadurecimento de jovens (O tal do Coming of Age) e mais recentemente, filmes sobre a “crise dos trinta e poucos anos”. Se você conseguir juntar os dois temas em um só filme, melhor ainda. Descontente com o seu trabalho de repórter, Leigh (Kristen “Veronica Mars” Bell) decide abandonar a rotina em Nova York e voltar à casa dos seus pais, em Connecticut. Os pais não veem o retorno da filha com bons olhos, mas logo Leigh consegue um pequeno emprego como salva-vidas em uma piscina local. Quando as coisas parecem estáveis, ela se apaixona por um adolescente problemático, muito mais novo do que ela. Primeiro temos que considerar que o americano tem uma forma bem diferente de lidar com a criação de seus filhos. Desde o High School você já é preparado para decidir o que quer fazer da vida e sair da casa dos seus pais. Você vai para a faculdade, se forma em quatro anos e depois começa a sua carreira no mercado de trabalho. 




Se você ainda mora com os seus pais e tem mais de 24 anos, já é considerado um fracassado pela sociedade deles. Uma realidade totalmente diferente que temos aqui no nosso país, já que somos de uma cultura mais acolhedora e exageradamente mais familiar do que em outros países. Aqui tem gente que só sai da casa dos pais se casar ou arranjar um emprego muito bom. Aliás, em muitos casos temos casais que ainda moram com os pais, criando até seus filhos com a ajuda deles. Para entender as motivações da protagonista você precisa levar em conta essas “normas” da sociedade americana. E claro, toda a angustia de uma pessoa que ainda não se achou no mundo. Eu sou daqueles que gostam de se “martirizar” e assistir algum filme que lembre um pouco da minha situação atual ao invés de ver algo mais divertido só pelo puro “escapismo” do mundo real (mesmo que no final ainda seja um outro tipo de escapismo =P ). 




A personagem da nossa eterna “Veronica Mars” é uma mulher de 29 anos que foi para o mundo real, mas não se achou. Sua carreira como jornalista em um jornal mediano de Nova York não é algo que te satisfaz. Claro, você poderia dizer “Mas esse é o mundo real. Vai carpir um lote sua preguiçosa” e eu te responderia “Parabéns, você já venceu na vida. Toma aqui um TAZO para você”, mas a vida não é tão perfeita para todo mundo. Então ela resolve voltar para a casa dos pais no interior. E nada melhor do que um Verão em uma cidade pequena nos EUA para fazer pensar na vida, né? Eu sou suspeito para comentar esse tipo de filme porque eu sou VICIADO em filmes que mostram esse tipo de cidade americana em esta determinada estação do ano. Lá ela arranja um trabalho como Salva-Vidas na piscina pública da cidade e começa uma amizade com alguns jovens que estão acabando a sua época de High School, ao mesmo tempo que ela se reconecta com o seus amigos da época de escola que ainda moram na cidade que, olha só, passam pelas mesmas crises da protagonista.  




No meio de tudo isso ela começa um relacionamento turbulento com um dos jovens. Só lembrando que ela tem quase TRINTA anos e o moleque DEZESSETE! E para a minha surpresa temos algumas cenas bem mais quentes envolvendo os dois. O filme não tem nudez, mas mesmo assim você leva um susto vendo a Veronica Mars “Get it ON” em várias cenas. Nem precisa dizer que o grupo de jovens tem o clássico clichê “Eu quero ir embora dessa merda de cidade. Quero conhecer o mundo”. E aqui temos o contraponto entre os dois lados: Em uma das cenas a protagonista diz que “Pra quê? Eu já fui lá no mundo real e é uma merda!”. Infelizmente o filme demora quase uma hora para engrenar. Só lá pelos quarenta minutos finais nós temos uma estória mais dinâmica, com algumas reviravoltas mais interessantes. Mas falta um final mais corajoso. 




É mais um daqueles filmes que você já vai adivinhando o que vai acontecer com o protagonista no final. Ele acaba caindo na mesma fórmula de outros filmes mais recentes de mesma temática como Laggies, Greenberg e Jovens Adultos. Eu nunca vejo uma virada radical para esses personagens que sofrem esse dilema. Acho que o filme perde uma grande oportunidade de fazer algo mais corajoso aqui. A Kristen Bell manda muito bem no seu papel. Gostei de como a produção não usa maquiagem nos seus atores, aumentando ainda mais a diferença de idade entre os protagonistas. É uma boa pedida para um sábado chuvoso ou um Domingo preguiçoso. 


Nota: 7 “Melões” e meio (Hope Van Dyne, AKA A Vespa ‘Evangeline Lilly’)



Um comentário:

  1. Para mim o melhor filme é 99 Casas. Eu achei muito bom. O filme é muito pesado mas é bom. A verdade superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Uma historia cheia de incríveis personagens e cenas muito fortes. Acho que é um dos melhores de Laura Dern. Por certo eu a vi em um dos fimes HBO 2017 chamado The Tale. Definitivamente é um dos melhores filmes do gênero, tem uma boa história, atuações maravilhosas e um bom roteiro. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver. Eu também recomendo.

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