sábado, 22 de setembro de 2018

It's All About the GAME! Spider-Man (PS4)




"SHAZAM CARAI"




Spider-Man é um dos títulos mais aguardados em 2018. Anunciado em 2016 como exclusivo da Sony, a Insomniac Games (Spyro the Dragon, Ratchet and Clank, Resistance e Sunset Overdrive), o jogo traz uma história original do “cabeça de teia” para os videogames depois de uma fase bem fraca nessa mídia. Os últimos anos não tem sido fáceis para o nosso herói; Todos os jogos que foram lançados – incluindo este – viveram na sombra de “Spider-Man 2” do Playstation 2. E para minha grata surpresa, a Sony conseguiu entregar um jogo fantástico.




Com Grandes Poderes...




A história do jogo não adaptada nenhum arco especifico dos quadrinhos, mas é bem fiel ao personagem. Peter Parker tem vinte e três anos e já é o Homem-Aranha há pelo menos uns oito anos. Você encontra várias mochilas do Peter no meio do jogo que contam o passado do personagem com objetos do herói, assim você vai tendo uma ideia sobre o que ele já passou sem precisar de um Flasback ou uma introdução genérica. Seu maior adversário até o momento é o Rei do Crime, Wilson Fisk. E logo no começo do jogo temos o “confronto do final” dos dois. Isso é uma ótima ideia para começar um jogo, já que ele literalmente te coloca no meio da batalha mais importante do herói até então, e você tem um dos melhores tutoriais da história, fazendo algo realmente importante. O problema é que o Rei do Crime era o cara que ainda mantinha boa parte dos vilões na “linha” e, com a sua prisão, o caos em NY está para começar.


Peter ainda trabalha para o Dr. Otto Octavius em um projeto de criação de próteses avançadas para pacientes que perderam membros. Peter realmente acredita neste projeto, já que resolveu pedir demissão do Daily Bugle para trabalhar com Otto. Ele “venera” o cara e faz de tudo para que os projetos saiam do papel. Mary Jane Watson, agora trabalhando como repórter do Bugle, terminou o seu namoro com Peter. Os dois ainda tem uma relação de amigos. É aquela velha história de “reaproximação” que acontece nesse jogo. Tia May trabalha como voluntária em um abrigo para moradores de rua chamado F.E.A.S.T., liderado pelo empresário Martin Li. No decorrer do jogo, descobrimos que Martin Li carrega segredos terríveis que irão de encontro com a vida do nosso herói. Nada mais “Homem-Aranha Raiz” do que ter um vilão que é chefe da sua Tia. Yuri Watanabe é a capitã da polícia de NY que confia no nosso herói. Praticamente o “comissário Gordon” do jogo. Ainda temos o nosso querido J. Jonah Jameson, que se aposentou do Daily Bugle e agora apresenta um podcast que pode ser escutado enquanto você joga o game. Ele parece muito com o Alex Jones, sempre criando teorias da conspiração com o Homem-Aranha e com os acontecimentos da trama.


No decorrer do jogo ainda temos a apresentação de vilões clássicos como Shocker, Elektro, Rhino, Treinador e o Abutre. Silver Sable também tem uma grande participação no jogo com o seu esquadrão. Norman Osborn é outra peça chave, já que é o prefeito de Nova York. Mas o que mais me chamou a atenção neste jogo foi a introdução do Miles Morales. Nos quadrinhos, ele surgiu dentro do universo Ultimate após a morte do Peter Parker. Depois, ele teve o seu primeiro contato com o universo “regular” da Marvel no crossover “Spider-Men”, onde ele encontra o Peter Parker no universo 616. Após o fim do “Guerra Secretas” em 2015, o universo Ultimate foi encerrado pela Marvel, mas Miles Morales foi mantido nas histórias do Homem-Aranha. No jogo, temos uma origem diferente para o personagem, porém bem melhor do que a original. Tanto Miles como a Mary Jane são jogáveis em missões Stealth. Foi uma grata surpresa.





 

...Grandes Responsabilidades!



Independentemente de sua história, um jogo Beat em’ up PRECISA SER DIVERTIDO! E a Insomniac conseguiu juntar muito bem as duas coisas aqui. É um jogo que tem o mesmo estilo dos jogos do Batman da franquia Arkham, mas com os poderes do Homem-Aranha. É “chover no molhado” dizer isso, mas se balançar pelo mapa de Nova York neste jogo está perfeito. Isso ainda vem acompanhado com uma movimentação rápida do personagem quando ele não usa as teias. Nesse quesito, o jogo acerta mais do que na trilogia do Batman, já que temos uma liberdade maior. E ainda temos um personagem que é legal, faz piadas no meio do percurso e no meio da porrada, fazendo que o jogo não fique muito maçante. Desculpa aí, Batman, mas na maioria do tempo você é uma pessoa bem intragável!
 



O sistema de combate é fácil e rápido para aprender. O jogo é feito para que você saia batendo em geral de uma forma simples e divertida, mas isso não significa que você NÃO terá dificuldades. O jogo evolui os inimigos. Começa com simples bandidos de rua, passando pelos empregados do Rei do Crime, os demônios do Senhor Negativo e os mercenários da Silver Sable. Nas batalhas contra os chefões, temos aquele mix de estratégia e quick time events. Nada muito diferente do que vemos em outros títulos similares. Temos três “árvores de habilidade" onde você pode evoluir o personagem. Uma categoria onde você evoluir alguns gadgets e a melhor de todas: Uniformes!




Cada uniforme que você libera no jogo te dá um poder exclusivo no meio das batalhas. Eu preferi usar só uniforme do jogo e seu poder (Web Blossom) durante o meu gameplay, mas o jogador tem várias opções. O mais legal do jogo é que é bem simples na evolução... se você não quer liberar tudo do jogo e quer terminar logo a campanha principal. Caso você queira liberar TUDO, o jogo não te alivia. Você PRECISA fazer todos os desafios pelo menos em nível dois e tentar fazer “ações bônus” em algumas batalhas. Antes de terminar a última missão do jogo, fui atrás de liberar três uniformes do jogo. Fui obrigado a voltar em vários desafios para refazê-los para assim conquistar Tokens e pontos extras. E ainda assim, restam 5% para “Platinar” o jogo. Se quiser realmente tudo, vai ter que ralar. Nada de Microtransactions aqui. Acho que é uma boa decisão do jogo. EU ODIEI o sistema de evolução do novo God of War. Acho legal isso em jogos de RPG mesmo como The Witcher, mas um beat em’ up precisa ser simples, ágil e divertido na sua campanha principal.


"VOU VER E TE AVISO"




SHAZAM CARAI




O mapa de Nova York do jogo é FANTÁSTICO! É a melhor adaptação da cidade vista até hoje em algum jogo. O mapa é gigantesco, e seria um parto você andar por ele sem os poderes do Homem-Aranha. Você pode cruzar a cidade de metrô também no fast travel. Temos vários cartões postais, monumentos e prédios importantes da cidade no jogo, e ainda prédios importantes da NY do universo Marvel no mapa. A Torre dos Vingadores, o Sanctum Sanctorum do Dr. Estranho, a ALIAS da Jessica Jones, embaixada de Wakanda, país do Pantera Negra e o escritório do Matt Murdock & Foggy Nelson podem ser visitados, mas infelizmente não podemos entrar neles. Quando você andar a pé pela cidade, vai poder cumprimentar e tirar selfies com cidadãos, ajudar em acidentes de carro e tirar foto de tudo. O modo foto do jogo é um dos grandes destaques. Dá para ficar horas tentando tirar fotos variadas e fazer a sua própria edição delas.




A minha única reclamação do jogo é a falta de uma passagem de tempo dinâmica. Um sandbox moderno não poderia tirar isso do jogo. Seja uma opção técnica ou de narrativa, achei que foi uma bola fora da Insonmiac. No demais, a iluminação de cada momento do dia está perfeita. A chuva e as infames “poças de água” estão demais no jogo. Acho que foi uma polêmica bem “merda” de quem estava com inveja do jogo. Nem vou citar a galera responsável por este debate inútil, mas vocês sabem mais ou menos quem são. Em alguns vídeos de gameplay, podemos ver alguns bugs, mas no meu campanha eu não consegui encontrar nenhum. Foi uma experiência bem agradável e sem problemas ou glitches bizarros.

"Vem de Zap, Minha consagrada"


A parte final é bem desafiante com a presença do Sexteto Sinistro, e o jogo brilha nos entregando um belo final. Não vou entrar em spoilers, mas é um ótimo final O nosso herói tem que lidar com grandes sacrifícios aqui. O jogo teve uma participação do Dan Slott, escritor do personagem nos quadrinhos nos últimos anos e responsável pela polêmica fase do “Superior Spider-Man”. Pode se dizer que é uma trama simples, que ganha um momento bem triste, porém totalmente fiel ao personagem e suas aventuras. O Homem-Aranha é aquele personagem que sempre parece que vai triunfar e ter um futuro grandioso, mas que infelizmente recebe uma rasteira da vida. A famosa “chuva forte” que derruba a aranha daquela clássica canção infantil. A Insomniac soube trabalhar muito bem com um período pouco explorado do personagem em outras mídias (pós-faculdade e vida adulta), e nos trouxe uma história competente e memorável.




Spider-Man é um jogo que conseguiu pegar o bom humor e a diversão dos jogos do aranha do PS1 e PS2. O tom dos filmes do Sam Raimi. Algumas facetas dos filmes do Andrew Garfield e do Tom Holland e o espírito clássico das histórias do Steve Ditko e Stan Lee nos quadrinhos. Tudo isso em um jogo simples e com uma trama ágil e envolvente. Ainda planta sementes para futuras continuações. Espero ver a presença de outros heróis, já que com o sucesso o MCU não há motivos para expandir este universo. É um dos jogos mais divertidos do ano, e só não vai ser GOTY por causa de um certo jogo da Rockstar Games que sai em Outubro...


EU ACHO!


NOTA: 10 RANTS DO J. JONAH JAMENSON




Créditos das fotos: Peter Parker*

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