quarta-feira, 24 de outubro de 2018

ESPECIAL HALLOWEEN 2018







Olá, criaturas da noite! Vamos para mais um ESPECIAL DE HALLOWEEN aqui no Speak Mellon. Para continuar a tradição iniciada lá em 2013, vamos falar sobre alguns filmes de Terror (ou algo próximo do gênero) que foram lançados nos últimos meses. Eu queria poder entregar um especial mais completo com um review da nova série do Netflix, The Hunting of Hill House, mas por problemas de médicos e de tempo, terei que deixar para depois ou para o especial do próximo ano. Espero ainda publicar um review do novo Halloween até dia 31. Cruzem os dedos para que isso aconteça... Ou não, já que com a atual situação eleitoral do nosso país, qualquer filme ou série de Terror perde o seu efeito neste mês.


Chega de choro. VAMOS PARA O ESPECIAL DE HALLOWEEN 2018



Um Lugar Silencioso (A Quiet Place, 2018)






A trama mostra uma família – pai e mãe e seu casal de filhos pequenos – vivendo isolados, se escondendo de criaturas monstruosas que são atraídas pelo som. Na rotina da família, é preciso ficar em silêncio e qualquer mínimo barulho pode ser fatal. Para isso, eles aprendem a se comunicar através de linguagem de sinais. Uma tragédia logo no começo da história abala a estrutura da família que precisa se preparar para a chegada de um novo bebê.


O ator e diretor John Krasinski trabalha muito bem a dinâmica do silencio neste filme. Essa ideia realmente te prende durante todo o filme. Você realmente fica com medo junto com os personagens do filme. Emily Blunt (que é também é esposa do John na vida real) está muito bem no filme. A cena no porão da fazenda onde ela precisa fugir de uma criatura é de arrepiar. Mas o grande destaque do filme é a atriz mirim Millicent Simmonds, que é deficiente auditiva. O elenco e a produção tiveram que criar um estilo totalmente diferente de trabalho para ajudar ela. O resultado em cena é ótimo e totalmente fiel com a ideia da trama. O único problema do filme é design das criaturas que é bem básico e repetitivo dentro deste subgênero.


Curiosidade: O filme deveria fazer parte do universo Cloverfield, mas a Paramount desistiu porque era uma ideia muito boa e original. Eu prefiro acreditar que foi pelo péssimo resultado de The Cloverfield Paradox no Netflix. Operação Overlord era outro filme da Bad Robot que deveria fazer parte deste universo mas que também foi descartado pela Paramount. Ele tem estreia marcada para Novembro nos EUA.

NOTA: 10

Sérgio, tem no Netflix? Não. Se vira!







Vingança (Revenge, 2017)






Três homens casados e ricos fazem anualmente uma espécie de caçada no deserto do Novo México nos EUA. Desta vez, um dos empresários decide levar sua amante, mas ela acaba sendo abandonada para morrer. Agora, eles enfrentam as consequências de uma mulher simplesmente não quer morrer e que deseja vingança.


E não que a França continua lançando bons filmes de gênero, hein? O “Novo Extremismo francês” continua com tudo nesse gênero. Em seu filme de estreia, a diretora e roteirista Coralie Fargeat nos entrega uma tremenda história de vingança. No princípio, pode até parecer aquele tipo de filme clichê de vingança com uma personagem feminina como protagonista, mas a forma como isso é feito é tão boa que você acaba comprando a jornada personagem principal. O visual do filme é maravilhoso e casa muito bem com o banho de sangue que é mostrado na tela. O filme ainda consegue brincar e explorar muito bem esse conflito de “homens vs mulheres”, sem cair no clichê de filmes atuais que tentam surfar na onda do empoderamento feminino. Aqui temos algo mais cru e violento, sem parecer piegas e forçado como nos filmes americanos. A sequência final é muito bem dirigida.


NOTA: 9


Sérgio, tem no Netflix? Não. Se vira!







Verdade ou Desafio (Truth or Dare, 2018)





Olivia, Lucas e um grupo de amigos viajam ao México como uma despedida antes da formatura. Lá, um estranho convence um dos estudantes a jogar um aparentemente inofensivo jogo de verdade ou desafio com os outros. Ao começar, o jogo desperta algo maligno - um demônio que força os amigos a compartilharem segredos sombrios e confrontarem seus medos mais profundos. A regra é simples, porém cruel: fale a verdade ou morra, faça o desafio ou morra, e se parar de jogar, também morre.


Esse filme seria um sucesso se tivesse saído lá no começo dos anos 2000. Me lembrou muito os filmes da franquia Premonição, mas... ESSE ELENCO É TERRÍVEL!


Não sei se é porque eu estou ficando velho e chato ou se é culpa da Blumhouse, principal produtora de filmes de terror no cinema americano atual. A verdade é que você não consegue simpatizar com nenhum dos personagens. Pelo contrário, você torce para que todos morram o mais rápido possível. Se você não é um “Zoomer”, nem perca o seu tempo vendo este filme.


NOTA: 5


Sérgio, tem n... AH SE VIRA, PORRA. Não vou ficar colocando link de torrent de filme merda aqui.







Summer of 84'
(2018)




Um grupo de adolescentes desconfia que seu vizinho é um serial killer e decide passar o verão investigando e juntando provas, mas conforme eles se aproximam de descobrir a verdade as coisas podem ficar extremamente perigosas.


Eu estava bem receoso com este filme. Parecia ser mais um que venho na onda do sucesso de Stranger Things. E em muitos momentos ele é justamente isso, mas eu não contava com um ótimo final. Claro, você terá que relevar alguns detalhes. Detalhes que talvez não seriam aceitos se esse filme fosse uma produção de um grande estúdio. O filme consegue captar muito bem a áurea “oitentista”, mas infelizmente peca com o seu elenco. O destaque fica para o vizinho, vivido pelo o ator Rich Sommer (GLOW, O Diabo Veste Prada e Mad Men). A trilha sonora em Synth é outro ótimo diferencial, já que é feita pelo ótimo duo franco-canadense, Le Matos.



NOTA: 7


Sérgio, tem no Netflix? Não. Se vira!







Paciente Zero (Patient Zero, 2018)





Uma pandemia global sem precedentes resultou na evolução de uma nova espécie. Uma forma agressiva da raiva transforma o infectado em predador, viciado em violência. Um sobrevivente humano inexplicavelmente dotado com a capacidade de falar a sua língua nova lidera uma caçada ao Paciente Zero, a fim de encontrar uma cura para salvar sua mulher infectada e da humanidade.

Esse é com certeza um dos filmes mais inusitados de 2018. Inusitado, porque conta com um ótimo elenco, mas com uma produção no melhor estilo NOVELA DA REDE RECORD. Sério, o filme tem gente do Game of Thrones. Natalie EU TE AMO Dormer e o gordinho amigo do John Snow, John Bradley-West. Do Doctor Who nós temos o Matt Smith (O Flávio Almeida endoida). Colin McFarlane, o comissário Loeb nos filmes Batman Begins e Cavaleiro das Trevas. Clive Standen de Vikings. E o principal antagonista do filme é interpretado pelo Stanley Tucci. STANLEY. FUCKIN’. TUCCI.


Parece que o filme gastou todo o seu orçamento com o elenco, já que o resto parece bem pobre. A trama se passa quase toda dentro de uma base secreta do exército americano. Tirando a produção digna de série do canal SYFY, o filme tem uma ótima premissa. Seria ótimo ver esse roteiro com um diretor mais experiente e uma produção mais robusta, mas se você não liga muito para isso, dê uma chance para este filme.


NOTA: 7,5


Sérgio, tem no Netflix? Não. Se vira!






 

Ghost Stories (2017)






Um professor cético ao melhor estilo “Padre Quevedo” – com direito a programa de TV e tudo mais – investiga três contos sobrenaturais que parecem ter relação com sua vida; um sobre um hospício abandonado, um sobre um acidente de carro e outro sobre um bebê não nascido.


Ghost Stories é mais um daquele filmes de Terror com pouco orçamento, mas com uma ótima premissa e um ótimo roteiro. O protagonista é um daquele profissionais em desmistificar mitos e lendas urbanas. Em um determinado momento, ele se depara com três casos que desafiam as suas habilidades. Casos que foram atormentaram o seu ídolo de profissão. O filme ainda conta com o ótimo Martin Freeman (Bilbo Bolseiro) em um papel bem misterioso. Ghost Stories tem uma vibe “ The Twilight Zone”, com os três casos bem divididos durante a trama. Falar mais sobre eles irá estragar a experiência.

 É um trabalho simples, mas bem interessante.


NOTA: 8

Sérgio, tem no Netflix? Não. Se vira!








Apóstolo (Apostle, 2018)





No ano de 1905, Thomas Richardson (Dan Stevens do ótimo THE GUEST) viaja para uma ilha remota em busca de sua irmã. Um misterioso culto religioso a raptou e agora pede uma grande quantia de dinheiro por seu resgate. Porém, eles logo percebem que mexer com Thomas foi um erro e ele torna sua missão desencavar todas as mentiras sob as quais o culto foi construído.


A Netflix tem apostado em vários diretores experientes para lançar as suas produções originais. Dirigido por Gareth Evans (The Raid 1 e 2 e do ótimo segmento “Safe Heaven” em V/H/S 2), Apóstolo começa como um bom filme de mistério que aos poucos vai inserindo elementos sobrenaturais. Na busca por sua irmã, acompanhamos Thomas dentro de uma comunidade religiosa em uma ilha remota. Podemos ver como esse tipo de lavagem cerebral consegue despertar os mais variados tipos de reação em uma comunidade isolada. De devoção cega até traição. Se isso ainda não bastasse, encontramos algo mais sinistro no centro da ilha.


Destaque para o ótimo trabalho de câmera do diretor. Que viu os dois primeiros The Raid sabe como ele gosta de inovar. Isso também é visto nas várias cenas violentas do filme. Tem muita “ideia nova” no campo do gore que é explorada nesse filme. Destaque para os instrumentos de tortura que são usados pelos líderes do culto. É coisa para te fazer virar a cara para o lado em várias cenas.


NOTA: 10


Sérgio, tem no Netflix: Dããããã







Noite de Lobos
(Hold the Dark, 2018)




No deserto frio e remoto do Alasca, uma caçadora de lobos encontra uma criança morta por um grupo de lobos. Durante a investigação do crime, um biólogo especialista é chamado para analisar o ocorrido. Porém, além do crime, ele se depara com uma trama que envolve uma mãe secreta, que desapareceu, e um pai que acaba de retornar do Iraque e é levado à loucura, com a notícia da morte de seu filho.


Em mais uma parceria “Netflix + diretor indie de qualidade”, Jeremy Saulnier (dos ótimos Blue Ruin e Sala Verde), nos presenteia com mais um filme visceral. Baseado no livro homônimo de William Giraldi, Noite de Lobos tem uma trama até simples no seu início, mas que logo evolui para algo mais complexo. Não dá para relevar muito sobre a história, mas é seguro dizer que o filme faz paralelos e ligações bizarras com o comportamento de lobos selvagens. O quanto aquele ambiente influencia no comportamento dos animais e dos humanos. Em alguns momentos me lembrou muito o filme Wind River de Taylor Sheridan, mas só que muito mais sombrio.


Assim como em seu filme anterior, Jeremy Saulnier deixa tudo muito cru e violento. As cenas de violência são espetaculares. Tudo muito real e assustador. E nem isso te prepara para o desenrolar da história. Podemos dizer que temos uma conclusão bem bizarra. Não é um filme para os puritanos.


NOTA: 10


Sérg... PORRA, PRESTA ATENÇÃO!






 

A Floresta das Almas Perdidas (2017)






No interior de Portugal, em uma remota floresta conhecida pelas recorrentes práticas de suicídio, duas pessoas se encontram. Ricardo é um pai de família que recentemente perdeu a filha e tem dificuldades em lidar com a situação, e Carolina é uma jovem no começo da vida adulta que tem gostos sombrios peculiares que envolvem a morte.


E quem diria que os nossos “irmãos” portugueses fariam um bom filme de terror? Ora pois pois, eles conseguiram.


A Floresta das Almas Perdidas é quase um curta metragem. É um filme bem curto (01h13), mas que aproveita muito bem o pouco tempo. É uma história que começa bem calma e reflexiva. Dois personagens abordam de forma bem franca o suicídio. Cada um com os seus motivos e argumentos bem explorados. Quase um drama existencialista... até que em meia hora de filme nós temos uma ótima reviravolta, ou melhor dizendo, “Um vira!”... Hã? Hã? Vira! Dançar o Vira! Roberto Leal.. Hã? Hã?



Está bem, não vou mais fazer piadas com o dialeto ou com as músicas deles.


Gostei como eles trabalham com seriedade sobre o assunto. Até quando o filme vai para o lado mais “terror”, com alguns errinhos de direção básicos, o resultado final é bem satisfatório. Com uma bela fotografia em preto e branco, A Floresta das Almas Perdidas é mais um ótimo exemplo de uma boa ideia que pode ser executada com pouco recurso. Se bem que na Europa é tudo mais fácil, né?


Uma dica: Procure ver esse filme com fones de ouvido e no PC. Eu achei que poderia entender de boa o português falado no filme. Grande erro! Em vários momentos você terá que voltar o um pouco o filme para poder entender o que atores estão dizendo. E olha que a cópia que eu baixei a produtora me mandou tinha legendas em inglês.



NOTA: 8,5


Sérgio, tem no Netflix? Não. Pede pra produtora uma cópia.








Mandy (2018)






Em algum lugar no deserto primitivo perto das Montanhas das Sombras, no ano de 1983, Red Miller (Nicolas NOT THE BEES Cage) e sua esposa Mandy (Andrea Riseborough) vivem uma vida tranquila. Depois que uma seita religiosa invade o local e mata o amor de sua vida, Red vive apenas por uma coisa: caçar esses maníacos e exigir vingança.


PUTA. QUE. PARIU. Esse é com certeza um dos filmes mais bonitos e estilizados de 2018. Mandy é o segundo filme do diretor Panos Cosmatos (Beyond the Black Rainbow), e tem uma premissa bem simples. Seita maluca acaba matando a namorada do protagonista, que logo parte para a vingança. Mas a forma como ele usa para contar isso visualmente é ESPETACULAR. Ele usa e abusa daquele efeito granulado dos filmes antigos (Film Grain). O próprio diretor afirmou em um podcast que escolher uma era ou período de tempo para o seu filme, é quase que escolher uma paleta de cores. A estética de filmes antigos da era do grindhouse é muito bem explorada em Mandy. O “granulado de filme” é mais um elemento desta era. Tão importante como uma iluminação ou figurino, hoje é mais uma ferramenta visual. E Cosmatos usa isso muito bem esse elemento, fugindo da nostalgia barata.

O canal Nerdwriter1 produziu um ótimo vídeo sobre o assunto. Recomendo demais que você veja ele depois do assistir ao filme.


Mandy tem uma estética muito ligada ao Rock. Parece que você está vendo um álbum de Black Metal ou do Electric Wizard na tela. A trilha sonora original é do falecido compositor islandês Jóhann Jóhannsson. Nicolas Cage... Bem, o Nicolas Cage continua sendo o Nicolas Cage, mas o filme aproveita muito bem a “excentricidade” do ator nessa história.


NOTA: 10


Sérgio, tem no Netflix? Não. Se vira!










Hereditário (Hereditary, 2018)





Após a morte da reclusa avó, a família Graham começa a desvendar algumas coisas. Mesmo após a partida da matriarca, ela permanece como se fosse uma sombra sobre a família, especialmente sobre a solitária neta adolescente, Charlie, por quem ela sempre manteve uma fascinação não usual. Com um crescente terror tomando conta da casa, a família explora lugares mais escuros para escapar do infeliz destino que herdaram.



Pode se dizer que Hereditário é o A Bruxa de 2018. Ambos são dá mesma produtora, a ótima A24. Ambos deixaram os fãs mais “cults” maravilhados com sua direção original. E ambos deixaram o público “civil” puto da vida. Muitos alegaram que o filme onde não acontece “nada”. Antes de tudo, Hereditário é um drama familiar. Você realmente fica investido no luto da família e da personagem da atriz Toni Colette. A situação é tão triste e séria, que quando o elemento sobrenatural se torna mais presente na trama, acaba tirando um pouco do peso do filme. Mas ainda assim é um ótimo trabalho do diretor Ari Aster, que até então só tinha dois filmes em seu currículo. O filme tem várias referências de clássicos de Terror. Uma das mais notáveis é a de Poltergeist. E seguro dizer que o filme tem uma das cenas de morte MAIS CHOCANTES DOS ÚLTIMOS TEMPOS. Sério, não tem como você não dar um pulo da cadeira quando ver ela.



NOTA: 10


Sérgio, tem no Netflix? Não. Se vira!




PLAYLIST DO ESPECIAL DE HALOWEEN 2018





ATÉ 2019... Se o novo governo deixar, é claro. FELIZ HALLOWEEN!




via GIPHY

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