sexta-feira, 13 de novembro de 2020

My Two Cents About - TENET

 


Vei que viagem é essa vei? 



Tudo que aconteceu, aconteceu! ”



Essa simples frase resume um dos projetos mais ambiciosos do diretor Christopher Nolan. Uma frase que representa os vários bons momentos, mas também os mais fracos deste filme.




Para começar eu vou tentar explicar o conceito básico do filme. O que é uma maluquice, já que um texto não faz jus o que mostrado no filme. A ideia principal é que o tempo pode ser revertido (AH VÁ) graças uma tecnologia do futuro chamada “inversão” onde pessoas e objetos podem viajar ao contrário no fluxo do tempo revertendo a suas entropias. A viagem no tempo neste filme usa a teoria de loop fechado (Tudo que aconteceu, aconteceu). Pessoas do futuro estão travando uma guerra com o presente, já que as coisas no futuro não estão boas. Esse é um dos conceitos mais intrigantes do filme, já que se você pensar que uma pessoa no futuro disse que para o salvar o planeta você dar um reset no passado, o que todos diriam? 




Para fazer isso, vários soldados e armamentos estão sendo mandados do futuro para o nosso presente. Sator (Kenneth “BRAGA” Branagh) é um empresário russo que é responsável por fazer esta ponte entre o presente e o futuro que quer destruí o mundo. A CIA acaba rastreando uma bala invertida em um ataque na opera de Kiev. É nesse momento que conhecemos O Protagonista (John David Washington), que é recrutado pela TENET, organização que visa combater e evitar este conflito temporal.




É um conceito complexo já que a estrutura toda história funciona como as regras do próprio universo. O filme mostra que podemos reverter a ordem de como coisas acontecem. É possível reverter o tempo, mesmo que a história e os personagens caminhem para o futuro! Quando filme chega em sua metade a história começa a se repetir, ao mesmo tempo que ela avança. Tudo já foi mostrado, mas agora são apresentados de forma “reversa”. Agora imagine tudo isso sendo apresentado no filme no modo "NOLAN de explicar". Você realmente sente um pouco de dor de cabeça em muitos momentos. Os diálogos expositivos são rápidos e você precisa assimilar tudo de forma rápida no início. Quando você vai assimilando o principal, o Nolan vai aumentando a complexidade deste conceito e ainda apresenta outro que eu nem vou tentar te explicar aqui (Pinça temporal). 




A complexidade do filme acaba não abrindo muito espaço para momentos mais dramáticos dos personagens. A esposa de Sator, Kat (Elizabeth Debicki) tem essa responsabilidade dentro da trama. Esposa que é frequentemente abusada pelo vilão e que precisa proteger o seu filho. Infelizmente não funcionou tão bem quanto em outros filmes do diretor. Não estou pedindo para um momento “Poder do Amor” de Interstelar, mas faltou algo que fizesse o público se conectar mais com os personagens. E claro, se "tudo que aconteceu, aconteceu", você meio que sabe os personagens não estão correndo muito risco. O personagem do Robert Pattinson, Neil, foi o que mais chegou perto disso ao meu ver. Ele lembra muito o personagem de Tom Hardy em A Origem, mas aqui com muito mais importância para trama. John David Washington manda muito bem como o protagonista. Clássico James Bond, mas em uma trama muito mais interessante do que as do 007 (sim, eu falei isso!). 





O filme é um primor na parte técnica. Sequências de ação impressionantes e que trabalham muito bem as regras do roteiro. Nolan continua usando quase nada de CGI. Aqui ele chegou ao ponto de bater e explodir um avião de verdade. A sequência final é de uma complexidade visual espantosa.







Hans Zimmer infelizmente não participou da trilha, mas ele foi muito bem substituído pelo Ludwig Goransson (Pantera Negra e The Mandalorian). Trilha fantástica e já favorita para ganhar o próximo Oscar, caso venha acontecer a premiação. Infelizmente o Nolan ainda continua com a mania de deixar o volume de alguns diálogos bem baixo e o volume da trilha sonora EXTREMAMENT ALTO em várias cenas. Sério, você está lá tentando se concentrar nas regras da história e conceito, e na hora que você começa a ver as cenas de ação vem a trilha sonora que te atinge com tudo. Se prepare porque você vai sentir muita dor de cabeça na sala de cinema. Este é definitivamente um filme que você não pode puxar o celular ou se desligar um pouco em alguma cena. 



                                               


Christopher Nolan apresentou o seu filme mais ambicioso até hoje. Ele ainda continua te explicando tudo, mas aqui ele foi além e resolveu ser um pouco mais corajoso ao apresentar conceitos mais complexos e criativos. Ele brinca mais uma vez com o subgênero de filmes de espionagem, apresentando uma trama inovadora e que abre o leque de possibilidades para este tipo de filme de ação. É uma pena que o filme não teve um lançamento normal, já que sua distribuição foi afetada pela Pandemia, mas vamos ver como ele se sairá com público "civil" quando ele for lançado no Home Video


Nota 4/5





3 comentários:

  1. Dr. Estranho e Thanos curtiram isso ..kkk...ok, vou encarar os coronga do ar condicionado do cinema pra assistir! Valeu!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Ótimo review. Só aumentou mais ainda minha vontade de ver o filme!

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