Mais uma vez você vai ouvir Hallelujah de Leonard Cohen |
Zack Snyder, diretor conhecido por visuais arrojados. |
No caso de Liga da Justiça, adultos
birrentos fizeram tweets (famosa hashtag #releasethesnydercut), abaixo assinados, vídeos, reclamações, choro, rasgo de vestes
para que o filme pudesse ter uma segunda chance na visão do diretor original
Zack Snyder, que abandonou o projeto devido a uma tragédia familiar.
Agora em 2021, Zack Snyder com um
ego inflado por infantiloides, lança seu mais egocêntrico projeto: Liga da
Justiça Snyder’s Cut lançado para a plataforma HBO MAX.
História
O filme mantém a mesma trama do seu antecessor - ambos escritos por Chris Terrio - porém é mais longo (4 horas vs 2 horas do original) e se divide em seis episódios. Ambos são uma história de introdução do que virá a ser a Liga da Justiça: Quando um alienígena chamado Steppenwolf ameaça dominar a terra, cabe ao Batman (Ben Affleck) reunir os mais poderosos heróis para conter a ameaça alienígena e salvar a terra desse mal.
Batman (Affleck), Mulher-Maravilha (Gadot), Ciborgue (Fisher), Aquaman (Momoa), Flash (Miller) e Superman (Cavil), heróis do filme. (Imagens de Warner Media) |
Zack Snyder contou com a vantagem
de ver as críticas do filme de Whedon para corrigir erros na sua versão: Primeiramente
todo mundo tem espaço no filme, cada herói tem seu momento de brilhar, suas
motivações para lutar, para duvidar dos riscos e até mesmo para se conhecerem um
pouco. O maior mérito do filme é
eliminar piadas ruins, golpes de luta idiotas e diálogos clichês (que podem até
ter sido do próprio Snyder no script original, nunca saberemos) e dar espaço pra
uma trama séria que até certo ponto passa a sensação de que o vilão é realmente
sério e perigoso.
...e o Péssimo
O ritmo do filme é arrastado e temos slow motion em doses cavalares para as coisas mais banais do mundo, como por exemplo, a cena em que Lois Lane (Amy Adams) depois de comprar um pingado com o cabelo balançando fecha uma porta. A falta de saturação não ajuda nada nesse filme, não torna nada “adulto” ou sombrio somente insosso, o CGI do filme é lamentavelmente ruim e custou muito caro para ser notavelmente simplório: o Flash corre feito um idiota, a movimentação/voo do Superman é estranha, a coreografia de luta é rasa e a qualidade da animação do que seria um vindouro vilão Darkseid é digna da qualidade de 2010.
O uso excessivo de CG (computação gráfica) para criar cenários e visuais com filtro são marcas do diretor (imagens de Warner Media) |
Os pecados não são somente visuais,
o diretor não consegue criar emoção sem o uso de trilha sonora, em todo momento de
drama ele depende da música (trilha composta ou música licenciada) para dizer exatamente
o que está acontecendo na tela. Zack Snyder tem um estilo de direção por blocos como “cutscenes”
de videogames, os filmes parecem sessões isoladas e o diretor se recusa a
fazer cortes necessários para dar ritmo ao filme.
A direção toda de Zack Snyder é fraca , cheia de vícios, sem substância e evoluiu muito pouco nesses anos, visualmente seu ápice foi dirigindo Man of Steel (2013) onde copiou o estilo de Terrence Malick.
Os personagens não tem
personalidade alguma, todos agem como Batman com pequenas variações de atitude, o único
destaque - que nem é positivo - é o Flash sendo um pouco menos irritante que o
dirigido por Whedon, não bastando isso, faça uma soma com as atuações ruins da Gal Gadot que não sabe impor a voz (mas
graças a ela temos o meme “Kal-El no!”), Henry Cavil só tem UMA expressão
facial e não convence que é o Superman. Ben Affleck sem carisma não convence
que está preocupado, nervoso, raivoso ou esperançoso e o acrescentando a falha
de presença temos um diálogo em Batman garante para Alfred que ele está lutando
por FÉ - coisa invisível no filme - se isso não é a maior piada do film,e eu não
sei o que é.
Mas a pior parte do filme é a própria
estrutura, todo o conceito desse universo é ruim e com decisões de construção horríveis. Temos que lembrar que os acontecimentos dos filmes anteriores (Man of Seel, Batman
v Superman) tem acontecimentos tolos no rumo e na caracterização desses
heróis, o vilão deste filme Steppenwolf
não tem personalidade nenhuma e consegue ser o estrado podre de uma cama de pregos
que é esse universo.
O filme se sustenta em um mérito: O
anterior foi ruim, esse corrige seus erros. Infelizmente ainda é um filme “passável”.
De uma nota “E” sobe para “C”, de nota “4” sobe para “6”, o hype de ser
bom é pelo fato do fã ter um produto com um acabamento melhor e que faz com que
o mesmo possa disputar “qualidade”
contra fãs da companhia rival (também infantiloides, só que bobos alegres).
O filme simplesmente é
desinteressante, a visão de um diretor diferente para um roteiro ruim. A versão
de Joss Whedon é como ir num restaurante pedir uma sopa e ser servido com ela
fria, a versão de Snyder é trazerem a sopa de volta em um prato quente e ele
continuar fria.
É ótimo saber que toda a civilização ocidental vive uma era de ouro com
baixíssimos índices de desemprego, proximidade financeira das classes, quase inexistentes
índices de violência, respeito entre credo, cor e sexo e por isso encontramos
tempo para protestar em redes sociais em favor de problemas graves como o produto
de nosso entretenimento favorito não ser sempre nota 10 não é mesmo?
NOTA FINAL : 5 de 10 Melões
Nenhum comentário:
Postar um comentário