Olá leitores deste blog (se é que ainda sobrou algum). Feliz 2023! Depois de um ano estamos voltando com um post escrito mesmo. Nada de podcast para a nossa tradicional lista de MELHORES E PIORES FILMES do ano anterior!
Esse ano temos QUARENTA filmes. Um pouquinho maior do que a lista de 2021 e mesmo assim faltando grandes filmes como Decision to Leave, All Quiet in the Western Front, Aftersun, The Banshees Of Inisherin e Pearl. Mesmo assim, acho que ficou uma boa lista.
Playlist Oficial da lista!
Sem mais enrolação, esses são os MELHORES E PIORES FILMES DE 2022!
40 – CARRO REI
O jovem Uno (Luciano Pedro Júnior) possui a estranha habilidade de se comunicar com carros desde a sua infância. Um certo dia, as autoridades políticas de sua cidade sancionam uma lei que pode colocar a empresa de taxi de seu pai em risco, proibindo a circulação de carros antigos nas ruas. Uno então busca seu melhor amigo de infância: um carro. Agora, junto com seu tio (Matheus Nachtergaele), ele irá transformá-lo em no Carro Rei - um automóvel que pode falar, ouvir e ter sentimentos. Um carro com planos para todos.
O cinema de gênero no Brasil sobrevive em produções independentes. Grandes realizadores como Globo Filmes não investem neste tipo de produção e, raramente, algumas empresas de streaming se arriscam de vez em quando. O que mais me chama atenção neste filme é a qualidade da direção que embora não tenha os mesmos recursos de produções milionárias, ainda consegue trazer algo competente.
Carro Rei é um ótimo "Cyberpunk brasileiro". Consegue misturar bem ideias do subgênero com a nossa cultura, especialmente a nordestina. Não parece algo forçado ou um pastiche. Em muitos momentos me lembrou o filme "Branco Sai, Preto Fica" de 2015 e o mais recente filme francês TITANE de 2021. Claro, alguns diálogos são um pouco esquisitos, mas o saldo geral é uma história interessante e contada ao nosso modo.
A diretora Renata Pinheiro faz um trabalho excelente na direção. Gostei muito do trabalho de câmera que não deve nada ao que é visto lá fora. A fotografia é muito bem executada. Matheus Nachtergaele dá um show de atuação, mas gostei muito do Luciano Pedro Júnior com Uno e de seu par na tela, Clara Pinheiro (Amora).
Dá para fazer cinema de gênero aqui no Brasil sem ser uma cópia barata de todo que a gente já viu e com a nossa identidade e cultura.
39 – SONIC 2
Faz o que toda continuação deve fazer:
Expande o lore, apresenta novos personagens e aumenta o escopo!
Sonic mantém o seu humor característico. Kunckles e Tails melhoram ainda mais essa nova franquia e a introdução do Shadow foi melhor que todas as cenas pós-créditos do MCU na sua FASE 4.
38 – FRESH
Já pensou se o Armie Hammer estivesse no lugar do Sebastian Stan?
Gostei da ideia, apesar de você meio que adivinhar para onde ela vai depois do prólogo de TRINTA E OITO minutos!
Aliás, esse prólogo só perde para o de DRIVE MY CAR.
Sebastian Stan entrega uma boa atuação com a Daisy Edgar-Jones. Gostei muito da direção com vários planos e tomadas diferentes.
37 – AVATAR 2: O CAMINHO DA ÁGUA
Avatar: The Way of the Water consegue melhorar em alguns pontos o que o filme de 2009 deixou a desejar.
Se no primeiro a gente não se importava com nenhum personagem, aqui temos novos personagens para torcer. Os filhos do Jake Sully e o garoto Spider são uma ótima adição para a história e te prende mais durante o filme.
A parte técnica do filme continua dividindo opinões. Se a história e o ritmo são questionáveis, a parte do CGI e do 3D é fantástica. É mais um filme do James Cameron que irá ditar como serão os próximos Blockbusters desta década.
Sobre o ritmo e duração, ele consegue ser uma problema e um trunfo ao mesmo tempo. Trunfo porque ele justifica a proposta de imersão em um novo mundo. Muito do que é mostrado poderia sim ser desenvolvido com menos tempo, mas a ideia é você explorar, aos poucos, junto com os personagens esses novos habitares, criaturas e culturas. Infelizmente isso ainda gera um grande problema já que só funciona indo ver no cinema. Ainda acho que esse filme não vai funcionar muito bem vendo em casa. Perde muito na sua apresentação.
Outro ponto que vai gerar debate é a variação de frame rates - pelo menos na projeção 3D - do filme. Confesso que isso me tirou muito do filme e não me acostumei muito. É algo comum de se ver em jogos de videogame, mas aqui ficou um pouco bizarro. O filme fica parecendo uma grande cut scene de um jogo no YouTube. Em algumas cenas isso casou bem, em outros cai muito no vale da estranheza.
36 – Jurassic World: Dominion
Jurassic World: Dominion é um bom encerramento da trilogia "World" e talvez até da franquia mesmo.
Eu gostei de como o filme não aposta no clichê "monstros à solta", e sim em um mundo onde o poder da manipulação genética pode acelerar a extinção dos seres humanos.
Dinossauros são o menor de nossos problemas. Biosyn, empresa rival da Ingen nos livros e agora no último filme da franquia está por trás de um plano que saiu de seu controle. O plano consiste em usar gafanhotos geneticamente modificados para atacar plantações que não usam grãos ou tecnologia da própria Biosyn. Os dinossauros já vivem praticamente juntos dos humanos. A ganância e a tecnologia que faz os humanos brincarem de Deus ainda são os maiores vilões da franquia.
O filme mira em outra discussão que é mais plausível. O mundo neste universo só chegou nessa situação graças ao milagre do Jurassic Park e da Ingen. Este "Mundo Jurássico" impõe novos desafios e problemas.
O engraçado é que mesmo tendo uma abordagem diferente, ainda temos a mesma dinâmica e momentos parecidos dos outros filmes. Colin Trevorrow é um cara que mescla bem conceitos interessantes com o que já foi estabelecido.
Gostei muito da volta dos personagens clássicos. Eles funcionam muito bem com os personagens da "Trilogia World". O modo como eles se encontram é muito bem desenvolvido no filme.
A vibe "James Bond" do filme é bem legal. Realmente levaram o conceito de "Mundo" a sério neste filme. A sequência em Malta é muito boa. Infelizmente, o filme peca nas "Lutas" entre os dinos. T-Rex vs Giganotossauro teve um hype de mais de um ano com a ajuda do prólogo lançado no IMAX em 2021. A luta no filme é bem fraca. Eu esperava algo no mesmo nível do filme de 2015, mas o resultado final aqui é bem fraco. O filme perdeu muito tempo em outras coisas ao invés de investir em um embate mais divertido.
Outro ponto fraco do filme é o vilão Dogson. Nos livros ele é grande vilão que age piedade. Aqui caímos em uma abordagem mais cômica e que prefere fazer uma alusão a figuras como Elon Musk ou Steve Jobs. Achei ele um pouco fora de tom e um grande desserviço para a história. Pelo menos teve uma morte bem legal.
A mensagem final do filme vai na linha mais otimista e feliz. Achei que foi um bom desfecho. Algo mais básico e contido.
Ainda acho que a franquia continua e com um grande potencial para produções que explorem a criação do Jurassic Park e do Sítio B (Sorna).
35 – The Lost Daughter
"Olivia Colman vai passar férias na Praia Grande da Grécia"
Filme interessante que toca em um assunto delicado. Olivia Colman e Jessie Buckley entregam ótimas atuações e contam a história de uma mulher que sofreu ao cuidar de suas filhas.
O filme dá uma "desandada" no final mas os temas mostrados são bem explorados.
34 – Licorice Pizza
É com certeza o filme mais "acessível" do Paul Thomas Anderson, o que é meio estranho. Um roteiro mais interessado nos personagens do que uma história mesmo.
Gostei da dinâmica do casal e a sua diferença de idade. Os dois tem uma química muito boa na tela. O clima nostálgico dos anos 70 e a direção leve do PTA é muito boa, mas o clima "good vibes" vindo do PTA soa meio "estranho" para mim.
33 – Watcher
Esse é um daqueles casos bizarros em que eu tive que "baixar a nota" do filme porque ele teve um final "feliz".
Maika Monroe sempre mandando bem nesse tipo de filme. Mostra bem a sensação de estar deslocada em um país em que ela não conhece ninguém e não entende a língua. Tudo ainda piora quando ela acha que está sendo perseguida e seu marido, a única pessoa na sua vida, acha que ela está apenas paranoica.
Bom suspense que poderia se beneficiar com um final mais chocante.
32 – The Gray Man
Isso é basicamente COMANDO PARA MATAR + Identidade Bourne + John Wick
O vilão do Chris Evans me lembra muito o vilão de Comando Para Matar. Você não consegue levar ele a sério na maior parte do tempo, mas você ainda quer ver o herói confrontar ele no final, sabe? É com certeza um dos personagens mais doidos desse ano.
Falando em herói, gostei do trabalho do Ryan Gosling fazendo o que ele sempre faz...
Ryan Gosling!
Achei que os melhores momentos dele foram com a sobrinha do personagem do Billy Bob Thorton e com a Ana de Armas.
Falando na Ana, eu estou louco para ver ela sendo protagonista do seu próprio filme de ação. Como no último 007 aqui ela manda muito bem nas cenas de ação.
A direção dos Irmãos Russo é sempre interessante. Tomadas criativas, set pieces interessantes e boa coreografia. Gostei muito das tomadas feitas nos Drones para as cenas de ação. Nas transições eu achei meio bizarras, mas o resultado final é bem legal.
31 – Spencer
Eu realmente achava que seria mais um filme ao melhor estilo "minissérie da BBC" mas me surpreendi aqui.
Kristen Stewart em uma ótima atuação como a Princesa Diana, uma mulher sufocada pelo fardo da família real e o péssimo casamento com o príncipe Charles. Aqui vemos ela em um feriado de Natal antes de seu conturbado divórcio.
O jeito como o filme é dirigido me lembrou muito O Iluminado do Kubrick, mas aqui sem fantasmas. Os "monstros" estão bem "vivos" e por todos os lados.
Achei a interpretação da Kristen perfeita aqui. Pegou todos os maneirismos e o sotaque da Diana.
Não é uma visão fiel do que aconteceu (o filme deixa claro que é uma Fábula de uma Tragédia), mas para um ensaio sobre o que foi este período da vida princesa é uma obra bem interessante.
30 – Kimi
Steven Soderbergh faz a sua mistura de Um Tiro na Noite (Blow Out de Brian de Palma) e Janela Indiscreta (Rear Window de Alfred Hitchcock) no meio da pandemia e com “agorafobia” no lugar de uma pedra quebrada e uma assistente eletrônica no lugar do aparelho de captação de áudio do John Travolta.
A direção do Soderbergh é bem legal. Gosto como ele diminuiu os frames e usa a câmera na mão para dar aquela sensação de pânico da fobia que a personagem tem.
Zoe Kravitz está muito bem no filme. Você compra o seu trauma e fica tenso no final.
Alguns diálogos estão bem forçados e ruins, mas pelo menos não caiu da armadilha de falar só da Covid. São apenas ruins mesmo, mas nada que atrapalhe a experiência.
É um filme que se passa na pandemia, mas não é sobre ela. Não tem um texto clichê sobre isso. Achei que conseguiu trabalhar bem com alguns elementos que ela trouxe como o isolamento, trabalho remoto e a desconfiança.
29 – Hellraiser (2022)
Ótimo reboot que não cai na armadilha de contar a mesma história do original.
É uma trama simples e que respeita as regras já estabelecidas pelo universo criado pelo Clive Barker. Dirigido pelo David Bruckner (do ótimo THE NIGHT HOUSE), o filme tem ótimas sequências de gore que até poderiam ir para um lado mais forte ou até experimental.
Você percebe que o filme tem "dono" e não é o diretor. Clive Barker e o David S. Goyer (Trilogia Dark Knight) fazem questão de manter o filme em uma certa linha. Seria interessante se o Bruckner tivesse mais liberdade aqui, mas mesmo assim é um resultado aceitável e bem melhor que os últimos filmes da franquia.
Alguns personagens são bem desinteressantes e esquecíveis. Acho que só a protagonista e o "vilão" se salvam aqui. O show mesmo está com os Cenobites. O trabalho de maquiagem e design deles é ESPETACULAR!
É impossível não se sentir incomodado olhando para eles. Jamie Clayton faz um bom trabalho como PINHEAD. O filme passa um pouco de uma vibe "Slasher" e talvez isso não caia bem com alguns fãs do original, mas mesmo assim cria ótimas sequências e mortes interessantes.
Gostei muito de uma sequência envolvendo agulhas na garganta de uma personagem. Com certeza foi a cena mais inventiva do filme.
É um bom reboot e espero que tenha mais histórias com essa nova fase.
28 – Hellbender
Comimg-of-age com bruxas. Produção indie de muita qualidade!
27 – O Balconista 3 (Clerks 3)
Você pode criticar o quanto quiser as piadas datadas sobre Star Wars, NFT's ou qualquer referência moderna. Você pode apontar a fotografia digital deixa tudo com um aspecto de vídeo para Internet do que um filme mesmo. A única coisa que você não pode criticar é o modo como o Kevin Smith escreve seus personagens com coração.
Clerks III é o filme bem emotivo, e não tinha como ser diferente depois que o Kevin Smith quase morreu com um ataque cardíaco. Ele já estava nessa vibe no Jay and Silent Bob Reboot e aqui ele se aprofundou ainda mais nisso.
Quase todos os os filmes do Smith abordam o quanto a gente precisa mudar o destino de nossas vidas e sair desse círculo preguiçoso que a rotina e a acomodação que nos prendem. Pior quando atingimos a meia-idade onde entramos literalmente em contagem regressiva e com "tempo emprestado".
O filme é bem direto nisso. É clichê, mas a vida é feita de clichê também... e muito curta!
26 – Crimes do Futuro
Crimes of the Future (não confundir com o filme de mesmo nome do próprio diretor) é um bom estudo de caso sobre o que a arte influencia em questões importantes e delicadas em nossa sociedade e como ela se "perde" quando ela ganha um significado diferente na mente desses criadores. Tudo isso em um mundo afetado com uma evolução física dos seres humanos, trazendo uma nova dinâmica para essa sociedade.
O filme tem vários outros temas levantados que são bem interessantes, mas tudo fica meio perdido no ritmo que é bem arrastado. O filme tem uma hora e quarenta e sete minutos de duração, mas parece que tem três horas. Quando ele foca em algum dilema ou quando algum personagem parece que vai ganhar um pouco mais de importância, algo vem e "quebra" o ritmo e deixa a história "perdida" e "arrastada".
Gostei muito do trio principal. Viggo Mortensen, Léa Seydoux e Kristen Stewart entregam boas atuações, mas infelizmente o ritmo meio que "quebra" qualquer chance de você conectar com os seus personagens.
A ambientação em um futuro não expecífico é muito legal. Toda parte da tecnologia "híbrida" que ele já tinha mostrado no Existenz (nada tira da minha cabeça que esses dois filmes fazem parte de um mesmo universo) é muito bem executada. A parte do Shock Value do diretor é sempre o ponto alto, mas uma pena que o resto não teve uma "simbiose" perfeita.
25 – Amor, Sublime Amor (West Side Story, 2021)
Clássico refeito com mudanças que precisavam acontecer (Latinos sendo interpretados pro LATINOS).
Steven Spielberg manda muito bem para quem nunca dirigiu um musical. A parte técnica do filme é um primor.
Mas ainda espero uma versão dessa história nos tempos atuais. Não sei se o público mais novo vai gostar desse musical, mas os fãs do clássico e de Shakespeare vão adorar.
Uma pena o filme não ter tido uma marketing maior e ainda ter tido o azar de estrear na mesma época do Spider-man 3.
24 – Juice WRLD: Into the Abyss
Acho o que mais chama atenção nesse documentário do Juice WRLD é como várias pessoas que estavam do lado dele simplesmente não fizeram nada pelo cara que claramente disse em sua carreira meteórica o quanto se sentia mal.
É muito triste dizer isso, mas no caso dele era praticamente impossível ele não falar sobre isso. A galera que estava do lado dele não levava a sério isso. Falavam sobre isso às vezes, mas fica claro que a vida de rockstar era maior que o drama do cara.
E olha que ele não era um cara que ostentava muito. Dá para ver que Juice era mais ligado na sua própria música. O documentário mostra como ele tinha uma habilidade absurda em improvisar. Ele não escrevia nada, ia direto de sua cabeça paro o microfone. Extremamente inteligente e muito criativo.
Sua música vai continuar já que tem muita coisa inédita dele para ser lançada, e se tem alguma coisa que fica de aprendizado é que precisámos apoiar alguém que está rumo ao abismo. Espero que os amigos dele tenham aprendido isso.
23 – Tico e Teco: Defensores da Lei
Incrível como a falta de criatividade da Disney nesses últimos anos conseguiu gerar algo criativo... o mais ou menos isso.
Tico e Teco: Defensores da Lei é o reboot mais legal que surgiu nessa onda de nostalgia e novas versões de propriedades intelectuais. Ele até consegue ser uma "continuação espiritual" para Uma Cilada Para Roger Rabbit.
Claro, não é um conceito novo ou original. Me lembra muito aquele episódio de Os Simpsons onde a ideia principal é que a família, e o próprio show, se passavam no nosso universo e onde cada membro da família teve um relativo sucesso com a série antes de um cancelamento por falta de criatividade. O episódio mostrava o que tinha acontecido com cada membro da família antes da famigerada "reunião" que sempre acontece.
Tico e Teco é praticamente isso, só que com ainda mais piadas com metalinguagem sobre a atual cultura pop, incluindo a própria falta de criatividade da Disney. Ter o PETER PAN como uma figura vilanesca, velha a ultrapassada, que usa personagens variados para fazer versões "piratas" e vender para mercados internacionais é a cara da própria Disney hoje em dia.
E o mais interessante é a variedade de personagens que aparecem aqui. Não só da Disney como de vários outros estúdios e canais. Não sei como a Disney conseguiu isso, já que ela é rival de praticamente de todos os outros, mas o resultado é bem legal e interessante.
Sim, é mais um produto para um público mais velho e que vem na onda da nostalgia, mas é executado de uma forma bem competente e bem divertida. Um lampejo de criatividade na Disney atual!
22 – X
É basicamente O Massacre da Serra Elétrica com sexo no lugar do canibalismo. Digo mais; acho que foi o melhor que todos os remakes que saíram nesses últimos anos
E não só sexo pelo sexo. O tema é bem trabalhado no roteiro. É o que move a história em todos os aspectos.
A direção e fotografia do filme emulam com perfeição o cinema grindhouse dos anos ‘70.
21 – PREY
Depois de anos com PÉSSIMAS continuações e tentativas de reboots fracassadas, finalmente temos um filme REALMENTE BOM do Predador!
Aqui temos mais uma boa ideia, mas agora com uma boa execução. A trama se passa trezentos anos do filme original com uma tribo comanche na américa do Norte. Acompanhamos a jovem Naru (a talentosa Amber Midthunder) que quer se provar como uma caçadora para sua tribo. Quando estranhos rastros aparecem e mortes de animais suspeitas começam a acontecer, Naru desconfia que algo diferente está nas redondezas.
A montagem do trailer dava a entender que teríamos outra personagem ao melhor estilo "Rey Skywalker". Mais uma personagem feminina "Mary Sue" que é perfeita em tudo que faz e é melhor do que todos. Mas não é o que acontece no filme. Diferente da Rey, Naru tem uma "curva de aprendizado". Tem muita tentativa e erro em tudo o que ela tenta. Até o objetivo dela ganha outro significado durante a sua jornada. Não é uma história de monstro ou só sobre a "caçada". É uma história de amadurecimento (Coming-of-age story).
O Predador volta às suas origens aqui. Realmente é um monstro que bota medo e como no filme de '87, ele demora para aparecer na tela. Gostei muito do design dele. Ele tem uma certa tecnologia para ajudar na caça, mas ele só usa quando a dificuldade aumenta para ele. O Predador tenta matar suas presas com as mãos na maioria das vezes. O seu "código de conduta" é outro aspecto interessante neste filme e ajuda a construir os embates da trama.
A batalha final é bem interessante. Meu maior receio é que teríamos um desfecho "forçado", mas como no filme original, PREY constrói muito bem o embate final. O diretor Dan Tratchtenberg (10 Cloverfield Lane) traz a franquia de volta para o básico. Seja na ação ou nos temas.
PREY é com certeza uma das maiores surpresas do ano já que o histórico da franquia não é um dos melhores, fora o momento atual de Hollywood que privilegia mais agendas políticas do que boas histórias. É uma pena esse filme não ter um lançamento nos cinemas.
Falamos ainda mais sobre o filme no MellonCast #129
20 – Os Caça-Fantasmas: Mais Além
Sim, Hollywood basicamente vive só de filmes de Super-herói e nostalgia.
Temos Nostalgia que tenta ser "moderna" e afinada com os novos tempos e politicas atuais (Trilogia Star Wars Disney, Terminator Dark Fate e Ghostbusters 2016).
Temos a nostalgia que sabe que é nostalgia e traz um comentário de metalinguagem sobre isso (Jurassic World e Matrix Resurrections).
E temos o mais raro de todos: A nostalgia que respeita e celebra o material original!
Ghostbusters: Afterlife consegue celebrar os filmes originais e trazer novos e bons elementos para a franquia.
Claro, o filme tem uma dinâmica bem "Stranger Things" mas acho que caiu muito bem para essa continuação. Acho que os dois produtos "conversam entre si" bem.
Gostei muito da direção do Jason Reitman. É claro que ele conseguiria seguir o estilo do seu pai e diretor dos filmes originais, Ivan Reitman. Adorei os novos personagens, mas tenho dúvidas sobre o projeto "Ghostbusters Corp".
Claro, a participação especial do time clássico foi muito legal. O filme tem o uso mais inteligente da técnica de CGI para recriar atores que já não estão mais vivos. Uma das homenagens mais legais que eu já vi no cinema depois daquela do Paul Walker no Velozes 7.
Se o pessoal ficou todo "emocionado" só porque o Tobey Maguire voltou no último Homem-Aranha, o pessoal não pode criticar a volta dos Caça-fantasmas feita com tanto carinho.
Descanse em paz, Harold!
19 – The Tragedy of Macbeth
Boa adaptação, mas ainda prefiro a versão do Kurosawa. Uma das melhores fotografias do ano!
18 – O Telefone Preto
Novo filme do Scott Derrickson (O Exorcismo de Emilly Rose e Dr. Estranho) adaptando o conto de Joe Hill, filho do Stephen King.
História simples, rápida e "bem redondinha". Só achei que poderiam explorar mais as motivações do vilão, mas o resto compensa.
Gostei muito da atuação das duas crianças. Se os dois fossem medianos você não iria se importar com eles. O carisma da dupla carrega o filme.
Ethan Hawke está ameaçador, mas como eu disse acho que faltou um pouco mais de sua história.
A direção do Derrickson é bem legal. Gostei muito do uso da câmera de 16mm para ilustrar os sonhos e visões da garotinha. É um filme simples e até previsível pela dinâmica que é apresentada, mas muito bem executado.
17 – Resurrection
Rebecca Hall mais uma vez em um bom projeto. Bom Terror psicológico com um tema parecido visto em MEN, mas aqui com uma entrega melhor. Falar mais sobre a história estragaria o filme, mas espere uma condução bem interessante e um final bem legal.
16 – Nightmare Alley
Mais um grande filme do Guilhermo Del Toro. Um Thriller Psicológico Noir onde o monstro da vez é o próprio ser humano.
A direção de arte é fantástica. Figurinos e sets dos anos '30 e '40 retratados com muita fidelidade, mesmo que seja com uma fotografia digital onde se perde muito em obras de época.
O elenco é muito bom, mas você precisa ter paciência com o desenrolar da trama. É um slow burn mas que te recompensa no final.
15 – A Pior Pessoa do Mundo
Millenial Life - The Movie
Com certeza esse filme terá um remake americano com a Dakota Johnson.
Vemos aqui uma crise existencial de um jovem dinamarquesa. Tinha tudo para ser um porre, mas a direção é magistral.
14 – Barbarian
Um dos melhores filmes de Terror do ano. Supense e tensão muito bem construídos com uma ótima direção.
Os temas como masculinidade tóxica e gentrificação são abordados de forma inteligente na história.
13 – Speak No Evil
Toda vez que algum filme de Terror retrata algum tipo de crime com uma dinâmica mais próxima da realidade o resultado é sempre uma obra que te deixa incomodado.
Junte isso com uma trilha sonora igualmente desconfortável e uma trama que vai te deixando ansioso a cada momento que passa.
Sim, você sabe para onde a situação está levando a família dinamarquesa, mas quando finalmente acontece você ainda fica traumatizado. O filme é um soco no estômago e vai te deixar no chão, mesmo você sendo acostumado com esse tipo de história.
12 – Não! Não Olhe! (Nope!)
Jordan Peele faz uma grande homenagem ao Sci-Fi dos anos '50 e os tempos dourados e pioneiros do cinema, mas sem deixar de lado o seu lado estiloso e criativo.
Gostei de como ele faz o paralelo com a arte de adestramento de animais para o cinema com a "ameaça" principal do filme. A perseguição da "Tomada Perfeita" também deixa o expectador ligado.
O primeiro ato é meio lento, mas quando o filme "pega no tranco" é bem divertido. Gostei dos Jump Scares, apesar de não ser um filme "totalmente" de Terror.
O final ainda tem uma ótima referência de AKIRA que eu acho que nunca teve em Live Action.
NOPE! não é melhor que GET OUT!, mas é melhor que Us!
11 – The Northman
Robert Eggers entrega outro grande trabalho em sua curta, porém perfeita filmografia.
Direção impecável com mais uma ótima adaptação de Hamlet. Gostei muito do trabalho de câmera. A fotografia é linda.
Nessa temática Viking que confesso não ser muito fã ou ser muito conhecedor, eu ainda prefiro o Valhalla Rising do Nicolas Winding Refn, mas esse filme me chamou muita atenção.
10 – O Batman
Único filme de super-herói nessa lista. Estaria o subgênero saturado?
The Batman opta por quase ser 100% "Batman detetive" nessa nova adaptação da Warner. Matt Reeves entrega um filme Detective Noir, com um Batman em começo de carreira com apenas dois anos de ação. É um Batman que ainda erra, mas compensa muito sendo um detetice astuto e tendo uma boa parceria com Jim Gordon.
Selina Kyle/Mulher-Gato traz uma outra boa dinâmica com o Batman no filme. A dupla funciona muito bem na história. Paul Dano como o Charada nos traz aquela vibe de Seven e Zodíaco pro filme.
Robert Pattinson entrega uma atuação interessante, mas meio que ele é um único personagem aqui. Você não vê uma diferença entre o Batman e o Bruce Wayne. Bruce é um bilionário que não aparece muito, nem quando a trama principal vai de encontro a ele. Surpreendentemente, Pattinson aparece mais como o Batman do que como Bruce durante o filme. Suas cenas de ação são bem legais aqui, mas o foco o maior é na suas habilidades de detetive.
Acho que filme poderia ser mais dinâmico em alguns momentos. Acho que dez ou quinze minutos a menos fariam bem ao filme. Temos alguns momentos que o filme se arrasta um pouco.
Matt Reeves consegue juntar a "Realidade cinematográfica" dos filmes do Nolan com o tom mais sombrio dos quadrinhos. A fotografia é maravilhosa e totalmente inspirada nos trabalhos do David Fincher. Temos uma Gotham suja e sombria, mas que poderia ser uma cidade real como qualquer outra.
Agora depende do veremos no segundo filme e nas séries derivadas para o HBO Max (Pinguim, Mulher-Gato e GCPD). Temos um pequeno teaser do Coringa no final (nada genial como o do Batman Begins), mas confesso que gostaria de ver mais a galera da Bat-familia em formação. Acho que a Warner deveria investir em elementos diferentes nesta nova adaptação e não ficar no velho confronto com o Coringa.
Tem um novo universo interessante do Batman tomando forma. Estou curioso para ver o que vai acontecer no futuro.
09 – Pânico 05 (Scream)
A franquia SCREAM sempre volta para mostrar o seu olhar único para o cinema, precisamente para o gênero do Terror. Na última década, o que se mais fez em Hollywood são os "Soft Reboot's". Franquias que não podem fazer um remake total de seus filmes, mas decidem fazer uma continuação com novos personagens e mesmas ideias dos filmes originais, trazendo personagens "legado" para dividir a tela com a nova geração. Tudo isso com uma nova roupagem.
SCREAM (Só SCREAM mesmo, sem o "5". E o próprio filme brinca com esse clichê) não poderia deixar passar essa nova "onda". O filme traz todos os tropes desse tipo de filme:
Personagem FILHO de um vilão original? CHECK!
Personagem que é trazido de volta e rejuvenescido com CGI? CHECK!
Showdown final em algum lugar clássico do primeiro filme? CHECK!
Metalinguagem muito bem escrita e inteligente. Gostei muito como trataram o tema. Dei muita risada com várias piadas e comentários sobre essas franquias e seus reboots. E achei bem legal quando ela fala dos fãs "revoltados" quando esses novos filmes não agradam os fandom's.
Sinto que o final foi feito especialmente para mim que odiou The Last Jedi!
Os diretores de READY OR NOT (Casamento Sangrento) são os responsáveis em seguir o estilo do querido Wes Craven. Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett conseguem fazer isso muito bem. Até achei quer as cenas de assassinato foram até mais fortes neste filme, condizendo com o que é feito no cinema de Terror hoje em dia. Achei muito bem produzidas e criativas.
Gostei muito dos personagens novos. Ao contrário do quarto filme que só alguns se destacavam, aqui todo mundo está muito bem. Os personagens clássicos também estão ótimos. Infelizmente, um deles se despede "de vez" no filme, mas é tudo muito bem feito.
Não sei se a franquia terá mais filmes, mas acho que se Hollywood continuar com novas modas e tendências, os filmes da franquia SCREAM sempre terão alguma chance de retornar!
08 – No Ritmo do Coração (CODA)
Quem achou alguma coisa contra esse filme já perdeu a sua alma.
Esse é famoso "Feel Good Movie" que é sempre clichê, mas aquele clichê que é muito bem feito. É aquele filme que facilmente viraria clássico da Sessão da Tarde.
Emilia Jones dá um show nas performances musicais. A dinâmica dela, única pessoa em uma família de surdos que consegue escutar, é bem interessante e traz uma visão única.
O filme não tem uma direção mirabolante, até parece algo feito para a TV, mas a mensagem e o roteiro são bem trabalhados. Me surpreendi em ver esse tipo de filme chegar no Oscar.
07 – The Outfit
Ótimo suspense/thriller em um espaço confinado. Mark Rylance entrega outra atuação magistral. Acho que ele pega outra indicação ao Oscar.
O resto do elenco está ótimo também.
Ótima premissa e execução. Gostei de todas as pequenas reviravoltas na história.
06 – The Fabelmans
Filme autobiográfico do Steven Spielberg. Durante toda sua carreira o público já conhecia sua vida e suas inspirações, mas aqui finalmente temos o olhar pessoal do próprio diretor sobre a sua vida.
Incrível ver como esse grande diretor surgiu. Todos os elementos e dificuldades que moldaram a sua vida e carreira do Spielberg. O tema de pais separados sempre esteve nos seus filmes, mas aqui temos um aprofundamento com a história, com uma abordagem quase 100% fiel. A história de um casal jovem e as dificuldades de uma época pós-segunda guerra mundial onde o seu pai precisava mudar constantemente de cidade por causa de seu trabalho. O antissemitismo e pré-conceito que eles sempre enfrentavam naquele período de suas vidas.
Seu amor pelo cinema e por fazer filmes que era visto ainda com desconfiança pelo pai. Tudo isso feito de uma forma bem cariosa e muito bem dirigida.
Michelle Williams e Paul Dano fazem um trabalho extraordinário. Tenho quase certeza que irão ser indicados ao Oscar em 2023.
A cena final é sensacional e para quem conhecia essa passagem da vida do Steven vai adorar essa sequência. Uma das melhores participações especiais nos últimos anos.
Spielberg entrega um de seus melhores filmes nesses últimos dez anos.
05 – tick, tick... BOOM!
Filme sobre a história do compositor e criador do musical RENT.
Atuação magistral de Andrew Garfield e que o coloca como favorito ao Oscar de Melhor Ator desse ano.
História fantástica de um cara que sempre batalhou pelos seus sonhos. Mais um filme que joga na minha cara o quanto eu estou perdendo tempo com a minha vida sem tentar fazer o que eu realmente gosto.
04 – This Place Rules
Acho que esse documentário resume bem os últimos anos de polarização política nos EUA e no mundo inteiro.
A tendência é só piorar. Nós somos colocados contra nós mesmos por indivíduos e organizações que não dão a mínima para nós e que só visam o lucro próprio. O que os políticos já fazem normalmente, mas em uma espécie de “subnível” antes dos próprios políticos.
Andrew é muito feliz em mostrar OS DOIS LADOS dessa bagunça. Eu sou brasileiro e não tem como eu não fazer um paralelo com o que acontece no meu país. E acredite: É A MESMA COISA!
O que tem de influencers e figuras políticas que alimentam tudo isso e na hora que precisam ser responsabilizados, ou fogem ou começam a mudar a narrativa. O importante é o "clout". O importante é ter o engajamento e viver disso.
Eu já vejo muita gente aqui no Brasil que alimentou muito o ódio nos últimos anos mudando a conversa com o fim do governo Bolsonaro, principalmente com o "abandono" do "messias" deles. E a maioria que comprou esse discurso não sabe o que fazer direito. Só pegar essa galera na porta dos quartéis por cinquenta dia. Elas querem um golpe ou algo que aconteça... mas não sabem como fazer isso. Não existe um sentido lógico.
A parte que o documentário mostra os Proud Boys deixando de apoiar os policiais naquele evento do dia 12 de dezembro de 2020 é algo que já está acontecendo aqui com essa galera metendo o pau nos militares que não deram o tão sonhado golpe de estado que eles queriam.
E no fim, isso é bom para eles já que o intuito é ter esse engajamento. É ter um motivo para continuar essas narrativas malucas.
A parte final com o cara que é um QAnon que acusava todo mundo de ser pedófilo e o Andrew Callaghan descobre que o mesmo é um pedófilo e que ele é registrado como um Sex Offender é OURO PURO!
A galera meio que usa essa situação e a essa divisão para projetar a sua própria vergonha e de algum modo tenta se livrar dessa culpa. Eu vejo muita gente puta da vida com a situação política aqui nos dois espectros, mas muita gente sempre acaba colocando a culpa de seus fracassos nesses fatores externos.
É um sistema em que os dois lados têm uma "retroalimentação". É interessante que tenha essa divisão e a galera que é manipulada consegue achar um escapismo ou uma resposta para seus próprios fracassos.
Só vai piorar!
03 – Top Gun: Maverick
Tom Cruise é um especialista em produzir Blockbusters. Ele simplesmente sabe o que funciona. Ele sabe também que uma continuação ou soft remake/Reboot vai dar certo se você respeitar o legado dos personagens clássicos e, ao mesmo tempo, trazer novas faces e uma trama mais urgente que a do filme original.
Incrível que todos os filmes que fizeram isso e se deram bem (último exemplo foi o novo Caça-Fantasmas) e todos os outros que resolveram fazer mudanças idiotas para tentar agradar um público mais jovem e a galera militante do Twitter acabou sendo massacrado! Felizmente, o filme se preocupa em contar uma boa história.
Cruise e a Paramount tiveram esse cuidado. O filme é muito bem executado. Cenas em caças reais e com atores dentro deles. Quando não a coisa real, o CGI estava maravilhoso. Achei a fotografia bem legal e muitas vezes chega perto do visual que o Tony Scott fez no original. E claro, uma homenagem para o diretor nos créditos finais.
A história com o filho do Goose fecha um arco maravilhoso com o Maverick. É com certeza um dos melhores filmes desse ano e mais um acerto do Tom Cruise.
02 – Drive My Car
Drive My Car é sobre como nós passamos neste grande tormento que é a... vida!
Um filme sobre perda, luto e como seguimos em frente perante os problemas e dilemas de nossa vida. E mesmo com todo o sofrimento disso, ainda devemos ser gratos por pelo menos ter a chance de passar por isso (A peça do Techkhov que é encenada no filme faz um ótimo paralelo com a história em geral).
Um filme simples, mas com uma ótima mensagem para esses tempos conturbados e cheios de perdas.
É o tipo de história que você não vai vem em Hollywood. Nem em seus filmes "independentes" com orçamentos milionários.
E o melhor filme de 2022 é...
01 – Tudo em Todo o Lugar ao Todo Momento (Everything Everywhere All at Once)
Esse filme prova que o conceito de multiverso, que embora seja mais predominante nos quadrinhos e em muitas histórias de super-herói, consegue ser mais aproveitado fora das páginas dessas histórias e agora nos filmes também, mais precisamente no MCU.
Claro, se não fosse essas histórias de quadrinhos e filmes de herói talvez esse filme não fosse bem aceito hoje em dia. Ele até tem consultoria e produção dos Irmãos Russo que dirigiram os filmes mais famosos da Saga do Infinito da Marvel.
Daniel Kwan e Daniel Scheinert trazem um verdadeiro Caleidoscópio de possibilidades e visuais em uma história com um tema simples. O filme consegue brincar muito bem com essa dinâmica de Multiverso e, ao contrário das histórias de heróis ele não precisa respeitar algum tipo continuidade ou rebootar algo já estabelecido por outras histórias ou filmes.
Com certeza um dos filmes mais inventivos e originais dos últimos anos junto com Dave Made a Maze, TITANE e Possessor.
Os PIORES FILMES de 2022 são:
10 – Trinca de super-heróis (Thor: Love and Thunder, Adão Negro e Morbius)
Vou dizer a verdade aqui: EU NÃO VI NENHUM DESSES TRÊS FILMES! Mas acho que o grande público já deixou bem claro que esses filmes foram decepcionantes. Não coloco no Pantera Negra 2 aqui na lista por não se quer ter gerado um buzz negativo tamanho foi o desinteresse pelo filme.
09 – Halloween Ends
Esse é com certeza o filme mais doido dessa nova trilogia e infelizmente não é coisa boa para essa franquia.
Pode se dizer que o filme até sai da fórmula básica da franquia, mas faz isso de uma forma bizarra e forçada.
Por boa parte do filme parece que estamos vendo a franquia PÂNICO. Temos um personagem que segue com o legado de Michael Myers com um desculpa totalmente esfarrapada, mesmo para um Slasher.
Toda a diversão do último filme é jogada no lixo aqui. Em troca, temos algo que você precisa relevar muito para acreditar.
O confronto final é apenas OK. Temo um desfecho definitivo para o Michael Myers, mas até chegar lá temos que passar por essa trama maluca.
É uma pena que a franquia tenha terminado - até aqui - em um desfecho bizarro.
08 – Free Guy
Acho que nenhum filme sobre jogos consegue passar 100% sem alguma coisa vergonha alheia.
Alguns bons momentos... outros péssimos e vergonhosos. Funciona bem na sessão de cinema da Globo na tarde de Domingo.
07 – Deep Water
Ben Affleck sendo um "Cuck psicopata" em um filme com uma das piores montagens que eu já vi.
Nem a Ana De Armas salvou isso!
06 – The Visitor
Premissa batida e com uma entrega preguiçosa.
05 – V/H/S/99
Esse é com certeza o pior filme da série. Nenhum dos segmentos são bons. Se tem uma premissa interessante como o da Medusa ou aquele do culto na parte final, a execução é fraca e pouco inspirada.
Os efeitos práticos são bem ruins e a ambientação "noventista" é aquém do esperado se comparado com o filme anterior que fez um trabalho decente com os anos '80.
O único momento que me deixou feliz foram os garotos do conto da Medusa falando sobre o WOODSTOCK '99.
04 – Morte, Morte, Morte (Bodies, Bodies, Bodies)
Quando a galera do Twitter/TikTok/GenZ/SJW tenta fazer sua versão de PÂNICO!
Se você não tem a mesma idade desse pessoal você vai odiar o filme.
Duas coisas boas desse filme:
1> mostra como essa galera se desespera por qualquer coisa. Se acham tão "desconstruídos" socialmente, mas nada disso ajuda em uma situação grave.
2> a personagem Alice, já que ela tem um podcast e eu já me identifiquei com o seu "trabalho" de organizar isso (é difícil mesmo).
03 – The Accursed
Uma estrela pela a amiga da protagonista ser bonita e engraçada. Único entretenimento do filme.
Geralmente a SHUDDER tem bons filmes, mas esse foi uma tragédia.
A Mena Suvari está fazendo qualquer coisa hoje em dia.
02 – They/Them
Nenhum personagem concordaria em ir para um lugar desse "de boa".
Logo de cara seria um lugar ameaçador e não teria essa abordagem "calma".
A intenção é boa, mas a forma como é entregue é péssima!
01 – Blonde
Provavelmente o filme mais polêmico do ano. São quase 3h de uma "fetichização" dos piores momentos de uma das figuras mais emblemáticas do Séc XX.
Acho que abordar esses momentos é importante, mas a forma como é feito aqui é muito questionável. Marilyn é retratada com um trauma gigantesco da falta do pai e como se só isso tenha levado ela para decisões horríveis durante sua vida. Tudo isso sendo retratado como se fosse um grande pesadelo na tela.
Sim, sua carreira foi praticamente uma exploração de sua imagem sensual e o filme aposta em ser algo mais visual do que apoiado nos próprios acontecimentos reais. O filme tenta sair do lugar comum que são as biografias, mas infelizmente derrapa feio nesse caminho.
Ana de Armas entrega uma ótima atuação mesmo com um material ruim.
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