domingo, 4 de agosto de 2013

Watch For The Indies - Only God Forgives



Wanna Fight?






O diretor Nicolas Winding Refn está de volta depois do aclamado Drive, de 2011. O filme em parceria com Ryan Gosling fez sucesso, ganhou prêmios e todos estavam esperando a nova parceria entre o diretor e o ator em Only God Forgives. Infelizmente o filme não consegue repetir o resultado do último. Claro, isso se você só levar em conta a perfeição da junção visual + roteiro + apelo geral que Drive tinha. Mas se você já viu os outros filmes do diretor, você não irá estranhar tanto esse.




No começo do ano o filme foi massacrado no festival de Cannes. Fato que surpreendeu a todos, já que Drive foi aclamado e com direito a salva de palmas em 2011 no mesmo festival. Mas é aí que vem a pegadinha do diretor. Eu realmente não tiro razão das vaias do público para esse filme. Elas queriam o apelo de Drive, que aqui passa longe. Digamos que não é uma estória "nobre". Vamos começar com a trama em si. Julian (Ryan Gosling) e seu irmão cuidam de um clube de Thai Boxe em Bangkok, que também serve para uma grande operação de drogas. Julian venho para o país após ter matado uma pessoa nos Estados Unidos. Ele é um cara silencioso (Sério, ele fala umas doze palavras nesse filme o.O) e que nunca foi o preferido da família. Quando o irmão de Julian faz uma grande cagada imperdoável, a mãe dos irmãos, Crystal (Kristin Scott Thomas) viaja até o país em busca de vingança pela morte do filho.





E boa parte do público não gostou do filme pelas circunstâncias em que essa trama acontece. O irmão de Julian acaba estuprando e matando uma prostituta. E é aí que entra a figura do policial Chang (Vithaya Pansringarm). Um policial que faz a sua lei valer até as últimas consequências. De longe é o melhor personagem de todo o filme, o cara que realmente sela o destino de todas as pessoas. O "Deus" do filme. Drive era um filme estiloso, com uma visão diferente do cinema de hoje, mas ainda seguia uma determinada linha. Os personagens não eram "santos", mas ainda sim eram bem diferenciados. Eles seguiam o esquema clássico "Vilão versus Herói". Em Only God Forgives isso não existe. Claro, temos o conflito entre a família e o policial, mas o mesmo não é uma estrutura clássica. As metáforas que o diretor adora estão por todo o filme. Um dos exemplos é as mãos de Julian, que sempre representam a sua culpa. O policial como "divindade máxima" da trama, mas mesmo assim não foi o bastante para cair nas graças do público.





E é claro que a maioria do público não vai gostar de uma trama de criminosos vingando a morte de um dos seus, mesmo ele tendo cometido um crime bárbaro. Aliado com um policial com uma linha totalmente violenta de ação (mesmo sendo uma imagem clara do próprio Deus. Ele nunca foi tão "misericordioso" né?). Falando em violência, esse é outro ponto forte da trama. Se em Drive todos acharam ela estilosa e pontual, aqui graças a trama e seus personagens, ela é totalmente escancarada e visceral. Refn não poupa os espectadores com o seu banho de sangue, que para a maioria da audiência "normal" com certeza irá soar desnecessária. 





É uma das assinaturas do diretor, e que aparece em todos os seus filmes. O visual do filme é simplesmente lindo. Suas tomadas estilizadas, com contraste de sombras e luzes coloridas dos cenários são perfeitos. O silêncio, outra assinatura do diretor também se faz muito presente durante o filme. Se você viu os outros filmes dele, realmente conseguirá aproveitar mais essa obra. Se você vier esperando um novo Drive, com uma certa ação estilizada, é melhor não ter muitas esperanças. Ele realmente não tem apelo geral, mas nem por isso é uma tragédia cinematográfica como várias pessoas disseram. Claro, isso se você estiver aberto para uma experiência diferente, e não tão óbvia. 




                           













































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