quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Blast From The Past - Robocop




"Part Man, Part Machine, All Cop."






1993...que ano! Tem gente que não se lembra de coisas que aconteceram quando eram crianças, principalmente quando tinham seis anos de idade, mas eu ainda lembro de muitas coisas desse ano. Tudo culpa do cinema, é claro. Foi o ano que pela primeira vez fui ao cinema para ver Jurassic Park (merece um post ano que vem), mas o mais importante foram as sessões de cinema que eram exibidas na TV. Seja no SBT, Bandeirantes (Sim, BAND quer dizer BANDEIRANTES crianças de hoje =P) ou Rede Globo, todas formaram o meu "Caráter Cinematográfico". E um dos filmes "formadores de caráter" foi ROBOCOP. Engraçado ler reviews e assistir vários vídeos falando como o filme foi "Inovador", "Questionador" ou que previu o futuro, mas o que eu sempre me lembro é que quando eu vi o filme pela primeira vez, não enxerguei ele com todo esse olho "crítico" que hoje em dia todos tem, né?. Claro, eu tinha seis anos de idade, e é claro que nenhuma criança dessa idade enxergaria todas as camadas do filme logo de primeira. Eram outros tempos...tempos melhores, eu posso dizer.


Essa foi a minha "Era de Ouro da TV"


Eu me lembro que eu não conseguia ver a Sessão da Tarde todos os dias, já que "dia sim, dia não" eu ficava em uma escola particular (Colocando um monóculo neste exato momento), porque a minha mãe trabalhava 12 por 36 em um hospital (onde hoje eu infelizmente também trabalho ¬¬ ), e só via a sessão da tarde quando minha mãe estava em casa. Em um desses dias "abençoados" eu pude ver Robocop em toda sua glória: Deitado no sofá da sala em uma tarde no meio de semana! Você sabe do que eu to falando...essa é uma das melhores sensações do mundo hoje em dia. Naquela época era normal, e como acontece com todas as coisas boas, hoje em dia isso tem um valor muito maior quando você perde esse direito. Era uma época mágica, onde podíamos ver as melhores coisas já feitas nos anos 80' sendo repetidas na TV. O engraçado é que eu achava tudo era daquele tempo atual que eu vivia, 1993. Isso reflete no próprio filme. Eu não percebi toda aquela visão que o Paul Verhoveen tinha sobre o futuro. Para mim aquilo era a Detroit mesmo, e que se eu fosse para os EUA era aquilo que eu iria encontrar. 






Eu achava que aquele mundo era "normal". As tiradas sarcásticas (nem sabia o que era isso direito, mas rachava o bico vendo), e o mais importante: A violência! Acho que esse é o meu primeiro "amadurecimento cinematográfico" (Já registrei aqui, cai fora!). A violência foi tão espetacular e crua, que depois todos os filmes de ação ou de "tiro" como se dizia na época, eu esperava aquilo. Naquela época era bem normal isso acontecer, mas hoje em dia em outros tempos, você não consegue mais ver isso. E isso me deixa triste. Eram tempos mais "livres" em todo mundo. Era aceitável, por incrível que pareça, você deixar o seu filho ver um filme com um executivo sendo metralhado e desfigurado ou um capanga tendo sua pele derretida por lixo tóxico na TV de tarde. O mais engraçado é que toda essa violência e humor negro foi logo adaptada e vendida para crianças como eu naquela época. bonecos e até um desenho animado o Robocop virou. Em termos de narrativa o que eu mais lembro daquela primeira vez vendo aquele filme era a transformação do Murphy no Robocop. Desde o terrível tiroteio contra os bandidos até o processo de transformação em um robô. 



Outros tempos, meu amigo!



O que mais me marcou foi a atuação do Peter Weller como Robocop. O andar diferente, o modo como ele mexia a cabeça. Achava tudo aquilo foda, o que foi um tormento para a minha mãe pois nos dias seguintes eu ficava imitando as falas do Robocop e o andar estilizado dele por toda casa e lugar que a gente ia. Pegava uma blusa com capuz e tampava os meus olhos com ele só para tentar imitar o visor do Robocop. E o mais legal dessa época é que eu usava um MALDITO CHINELO RIDER, que era muito parecido com os pés da roupa robótica do próprio Robocop. Então eu fazia a minha própria versão tosca e infantil do Robocop, com um par de chinelos Rider, um blusa de frio e o meu revólver do Rambo (ahhhh alguém deve lembrar desse revólver) girando ele pra lá e pra cá. Eu lembro também de ficar bolado com o ED-209, que era um robô estiloso pra caramba e que tinha a voz do Mun-Ha. Eu adorava Thundercats (porra, quem não gostava deles?), e achava aquilo foda!



Essa era o meu "Cospobre" de Robocop






Outra coisa foda era a trilha sonora. Foi outra coisa que irritou profundamente a minha mãe naqueles dias, porque eu não parava de cantarolar aquele tema. Basil Poledouris criou um tema fantástico e que já disseram estar presente no remake. E o que realmente ficou mais na minha primeira impressão não era a crítica as corporações ou com funcionaria a polícia no futuro, e sim a trajetória do próprio Murphy. Como ele recupera a sua humanidade. Como ele volta a ser um "humano" por debaixo daquela roupa. Pra mim era um cara que tinha perdido tudo e que tentava entender o que era tudo aquilo e voltar para sua família. Como sempre, o olhar infantil é sempre mais simplista e inocente. É um clichê da vida, mas mesmo assim...como eu gostaria de voltar no tempo e ter esse olhar mais "simplista" para qualquer coisa.





Sim, isso foi um texto nostálgico e eu não tenho nenhuma vergonha em assumir isso!


                                     






















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