My Two Cents About: La La Land - Cantando Estações

"E daí que é nostálgico?"

Mais uma temporada do Oscar se inicia, e o Speak Mellon começa a conferir os filmes favoritos deste ano. Já que os torrents vazados como os DVDSCREENERS estão demorando para serem lançados a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA demorou um pouco para mandar os DVD's com os filmes candidatos aqui para nós do blog, este anos vamos ter alguns reviews atrasados. Perdão pelo vacilo!

O filme musical com certeza é gênero que divide muita gente. Ame ou odeie, ele está aí desde da época do cinema mudo. La La Land – Cantando Estações (Ei, precisamos explicar para o brasileiro médio que esse filme vai ter gente CANTANDO e é divido por ESTAÇÕES. Por isso esse subtítulo para te explicar o que é esse filme antes que você embace na fila da bilheteria do cinema) vem para resgatar os musicais clássicos da “Era de Ouro” de Hollywood, mas se passando nos tempos atuais. 

O filme conta a história de um pianista de jazz chamado Sebastian (Ryan Gosling) e uma atriz iniciante chamada Mia (Emma Stone). Os dois enfrentam várias dificuldades tentando vencer em Los Angeles (La La Land). Mia faz várias audições, mas não consegue nenhum papel relevante. Ela cresceu vendo filmes clássicos e sonha ser uma grande atriz. Sebastian é toca em restaurantes e até em uma banda para animar festas particulares, mas seu grande sonho é ser dono de um clube de jazz. Os dois acabam se conhecendo e se apaixonando. Juntos irão tentar realizar os seus sonhos na “cidade das estrelas”.

Sim, o filme é um musical clássico. Se você não simpatiza muito com este gênero (eu mesmo não sou fã) irá ter dificuldades para assisti-lo. Mas mesmo com todos os momentos musicais característicos deste tipo de produção (Gente que começa a dançar e cantas OUTTA NOWERE), o grande trunfo do filme é a sua história; Todo mundo quer realizar algo em suas vidas. Artisticamente ou não, todos tem algum sonho. Mas como continuar tentando realizar este sonho quando você só leva “nãos” e “portas na cara”? Como manter um relacionamento com outra pessoa que também tem ambições parecidas? 

É uma história de amor, mas cada personagem tem suas próprias batalhas e dificuldades profissionais. Não tem como não torcer para que tudo dê certo para os dois durante o filme. Emma Stone e Ryan Gosling tem uma química natural em tela, já que é o terceiro filme em que atuam juntos. Os dois se entregaram neste projeto. Não sei se realmente é o Ryan Gosling tocando piano, mas se for, o cara mandou MUITO BEM. Emma Stone cantando também está fantástica. 

Este é apenas o terceiro filme do diretor Damien Chazelle, é muito fã de jazz. Seus dois primeiros filmes são sobre o gênero (Guy and Madeline On a Park Bench e Whiplash: Em Busca da Perfeição), e aqui explora mais um vez o assunto com o personagem de Ryan Gosling. A trilha sonora é do Justin Hurwtiz, mesmo compositor de Whiplash e ainda conta com a participação de John Legend (que também atua no filme). A fotografia é também um dos destaques do filme. Como suas cores brilhantes e contrastantes, realmente lembra os antigos musicais da Era de Ouro. Os cenários, junto com o trabalho, também remetem aos musicais antigos. 

La La Land é uma carta de amor para a arte e para os “sonhadores”. É claro que Hollywood adora filmes que falam dela mesmo e da própria indústria do entretenimento. Se for bem feito e com alguma dose de nostalgia, aí que cai nas graças dos votantes do Oscar. É o grande favorito do ano, já que levou tudo que foi indicado no Globo de Ouro. Mas diferente de filmes como O Artista ou Birdman, La La Land tem o potencial de realmente ser memorável e não cair no esquecimento (duvido que você lembre de O Artista. Se não é eu lembrando dele aqui você nem iria dar um search no Google neste exato momento). Mesmo que você não goste de musicais, dê uma chance ao filme. É uma história universal e que todo mundo pode se identificar. Mesmo que ninguém saia dançando no meio do engarrafamento caótico de uma cidade.

NOTA: 9,5