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Godzilla 2: Rei dos Monstros é o terceiro filme do MonsterVerse, universo de filmes Kaiju da Warner/Legendary. É uma continuação direta de Godzilla de 2014, e expande conceitos abordados em Kong: Ilha da Caveira.
A crítica se dividiu bastante no filme de 2014, onde a principal reclamação era que o Godzilla e os outros monstros apareciam pouco. O diretor Gareth Edwards (Monsters e Rogue One) apresentou uma abordagem mais “real” para o Godzilla. Tudo era mostrado através da visão dos humanos. A câmera sempre ficava em lugares “reais”. Neste novo filme, o diretor Michael Dougherty (Trick 'r Treat) deixou de lado essa abordagem mais realista e mergulhou de vez estilo dos filmes clássicos. Nada de câmera “real”. A regra é mostrar o maior embate de monstros gigantes já visto no cinema. Mesmo que para isso seja preciso fazer dois monstros correrem de encontro como dois alucinados!
Em termos de escala, Godzilla 2 é um filme espetacular. A magnitude dessas criaturas na tela grande é algo fantástico, mesmo com a péssima mania ocidental de tentar esconder a ação e o CGI dentro de uma situação de tempestade ou na neve. Ghidorah, AKA “Monstro Zero”, está assustador no filme! Por onde ele passa leva consigo uma tempestade gigantesca. É praticamente um “furacão consciente”. É lindo de se ver, mas se você parar para pensar É MAIS UM FILME COM MONSTROS NA CHUVA! Desde Godzilla 98, passando pelo de 2014 e os dois Pacific Rim, é o que a gente mais vê quando se trata de Kaijus produzidos por Hollywood. Apesar desta dinâmica dominar boa parte dos set pieces do filme, a cena no vilarejo mexicano com o Rodan é espetacular e foge do padrão. O seu voo rasante pela pequena cidade é capaz de destruir tudo só pelo o violento deslocamento de ar. Mothra também ganhou bastante destaque no filme. A eterna “tag team partner” do Godzilla ganhou um design bem arrojado. Sua presença na batalha final foi muito fiel aos filmes clássicos. O filme também presta várias homenagens aos filmes antigos e também desenvolve bastante o universo da atual série. King Kong e a Ilha da Caveira são bastante citados durante o filme e ainda temos mais revelações sobre o passado do Godzilla e do Ghidorah. Em uma dessas sequências temos uma bela cena entre Godzilla e o Dr. Serizawa (Ken Watanabe).
Falando nos personagens humanos, eles ainda continuam sendo um problema. Boa parte da crítica achou que desta vez faltou ter mais desenvolvimento para os humanos. Na realidade o problema está na falta de dinamismo nas cenas com estes personagens. Em Kong: Ilha da Caveira, os humanos aparecem de forma rápida e explicam a trama de forma mais ágil do que Godzilla 2. Acho que o maior pecado de Godzilla 2 é o excesso dos personagens humanos. O personagem vivido pelo filho do rapper Ice Cube, O’Shea Jackson, e o cientista interpretado pelo ator Bradley Whitford poderiam ser um só. Ambos fazem "piadocas" e “one liners” fora do momento. O núcleo familiar interpretado por Vera Farmiga, Kyle Chandler e Millie Bobby Brown é o mais forte, mas não é suficiente para se destacar. Mesmo tendo um bom Plot Twist com a personagem da Vera Farmiga, ainda não é algo tão bom quanto a presença do Bryan Cranston no primeiro filme. O filme poderia economizar pelo menos uns trinta ou vinte cinco minutos de diálogos de exposição, e ter investido ainda mais na batalha dos monstros.
Outro destaque é a ótima trilha sonora composta pelo Ben McCreary. O cara trouxe os temas clássicos, incluído o clássico da lenda Akira Ifukube. McCreary ainda faz uma ótima mescla de orquestra com um coral japonês em algumas faixas. Para completar, ainda produziu uma nova versão para música “Godzilla” da banda Blue Oyster Cult, com participação do vocalista da banda System of A Down, Serj Tarkian.
O grande acerto deste filme foi ter respeitado a opinião e os desejos dos fãs deste tipo de produção. A Legendary poderia ter investido em uma fórmula mais “popularesca” para tentar atrair o máximo de público possível (tipo aquela trilha sonora do filme de 98), mas preferiu entregar um espetáculo que os fãs desejavam. O filme teve uma PÉSSIMA abertura tanto no mercado americano como no mundial, sendo a pior abertura do MonsterVerse até o momento. Isso mostra que é um filme só para uma pequena parcela do público. É raro ver isso em Hollywood, mas não sei se o MonsterVerse continuará após Godzilla vs King Kong. Mesmo não tendo um grande retorno, é bom ver que uma pequena parcela fãs teve a sua voz ouvida.
Nota: 9
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