Esse é o primeiro filme do Zack Snyder sem excesso de slow-motion, mas, ainda sim é ruim!
Saiu o tão aguardado filme do
Super-Homem que tem a intenção de iniciar a franquia em um universo expandido
que vai competir com o Universo Marvel nos cinemas. O longa teve a difícil missão
de superar seus antecessores, a trilogia Superman (1978 – 87) e Superman: O
Retorno (2006). O Retorno é esquecido
com facilidade, mas os antigos...
...A missão ficou a cargo de três
nomes conhecidos dos fãs de quadrinhos: Produção – Christopher Nolan (Trilogia
Cavaleiro das Trevas, A Origem, Memento), Roteiro – David Goyer (O Corvo,
Cavaleiro das Trevas e Jumper) e Direção – Zack Snyder (300, Watchmen e Sucker
Punch).
O filme é mais um exemplo de exaltação da bandeira americana só que modernizado, ou seja, um ser superpoderoso sem código moral nenhum destrói o que for necessário por um bem maior.
Afinal, quem é o Superman?
Preste atenção ao que digo agora:
SÃO POUCAS PESSOAS QUE ENTENDEM O SUPERMAN. Ser fã, colecionar tudo do
personagem, saber referências obscuras, edições históricas e saber o nome de
cada pessoa de krypton não te faz entender a obra. Nem tampouco ter um olhar de
fora e enxergar deuses em roupas extravagantes te faz um entendedor. Para
entender o Superman é preciso conhecer um pouco de Jerry Siegel (um dos
criadores do Super, junto com Joe Shuster), pois o Superman foi uma expressão
dos desejos dele. Algo que desapareceu com o passar dos anos nas mãos de muitos
escritores.
O Superman é um homem com
habilidades sobre humanas que não tolera injustiça e luta pelo povo. Ele não é
um comunista, ele não é um socialista, ele não é patriota, não é um escoteiro,
ele não é um ser superior à humanidade (estou falando com você Quentin
Tarantino), não é um deus e muito menos um cristão. É um homem que faz o bem
porque ama isso e que faz o que nós gostaríamos de fazer por não ter as mesmas
limitações que nós. É um homem de aço com um coração de ouro.
Nesse filme ele é só o homem de
aço, sem o coração de ouro...
AQUI COMEÇAM OS SPOILERS!
O filme
O filme é muito rápido, se
tivesse cortes estilosos e diálogos rápidos eu diria que é um filme do Edgar Wright. Começa nas horas finais de Krypton mostrando o nascimento do herói e seu envio para um planeta distante. A partir daí vai seguindo como Batman begins mostrando o que acontece atualmente na
vida do superman (ele está super-boladão, com super-dúvidas, super-dilemas existenciais
e super-conflitos) e alternando com alguns flashbacks da infância e
adolescência que são bem vazios.
Ele conhece a mocinha Lois Lane,
convenientemente acha uma nave kryptoniana abandonada que convenientemente explica sua super-origem e
tudo que ele precisa saber, até quem é o vilão do flme e que ele é um cara muito mal
(bem no naipe do Batman e Robin do Joel Schumacher, “Batman tem um novo vilão
na cidade e ele se intitula Mr. Freeze”, se lembra?), sem contar que na nave tem um traje exatamente do tamanho dele seja lá qual for o motivo.
Lois começa a investiga-lo, Zod
faz seu anúncio vilanesco publicamente, Superman se encontra com o Zod que
conta seu plano tim-tim por tim-tim, Zod começa atacar a terra e aí começa 1
HORA de orgasmos de efeitos especiais, destruição e porradaria sem sentido até
o final que é bem corrido e enfim créditos. Ufa! O Zack Snyder só jogava Rampage
quando moleque, não é mesmo?
Personagens:
Os personagens são mais erros do que acertos: tem gente que é mal ator, tem gente que é bom ator mas
interpretou personagem mau-escrito e tem gente que nem precisava estar no
filme.
- Henry Cavill como Superman: Segundo pior personagem do filme. É exatamente o superman dos gibís modernos. Henry Cavill é um ator muito fraco. O Superman dele não tem personalidade nenhuma, em nenhuma cena fica clara a motivação dele e ele tem uma falta enorme de expressões faciais. Não parece um homem decido, nem um líder. Se o Zack Snyder achava o que o superman interpretado pelo Christopher Reeve parecia um escoteirão bonzinho, espere até ver o dele que não tem personalidade nenhuma. Tá colado com o superman do Brendon Routh.
- Amy Adams como Lois Lane: essa atriz é extremamente bobinha e faz uma Lois Lane sonsa que me irrita. Ela é uma jornalista que em nenhum momento parece maliciosa, cínica ou manipuladora como um jornalista é. Não tem motivo nenhum pra ela estar fazendo parte do filme, o romance soa forçado e é pior que o do filme Thor.
- Michael Shannon como Zod: O personagem é extremamente óbvio. Muitas frases feitas, cara de mal e caricato demais. O Michael Shannon é tão bom ator que ele faz com que você se esqueça desses defeitos por um tempo devido ao seu imenso carisma. Mas no fim do dia o personagem que o David Goyer escreveu é um Mister Freeze do Batman e Robin (citado acima) melhorado.
- Antje Traue como Faora: A lindíssima atriz cumpre bem o papel de porradeira, pois é a única coisa que o Snyder sabe fazer.
- Kevin Costner como Jonathan Kent: PIOR PERSONAGEM DO FILME! Em nenhum momento o pai ensina algo para o Superman, ele só o reprime. Quem conhece o personagem sabe que a criação dele é um fator determinante para que ele lute pelo bem e não pelo mal. Isso não acontece aqui, o personagem não tem tato nenhum de como lidar com o filho, não lhe ensina nada, foi extremamente mal escrito. Destruiu o personagem! O melhor Jonathan Kent ainda é John Schneider no seriado Smallville, aquele sim é um pai.
- Diana Lane como Ma Kent: Mãe de filme americano. Sempre com um sorriso bobo consolando o filho.
- Russel Crowe como Jor-El: Esqueça o pai terráqueo, esse aqui no Pós-Mortem faz mais do que a metade do elenco. É aquele personagem que fica explicando tudo para a geração MTV poder acompanhar o filme. A interpretação do Crowe é a mesma de sempre, o eterno gladiador.
Furos
Não tem como assistir esse filme e não notar os furos no roteiro, é passar cinco minutos pensando no filme depois de assisti-lo que você vai ter uma lista de defeitos.
- Se Jor-El já sabia que o planeta ia ser destruído, por que não avisou o conselho antes? Dava muito tempo de ele parar de lero-lero e subir com a mulher e o filho na nave e sobreviver.
- Como o Super sabia que a nave abandonada estava no ártico? Além disso o Zod não precisava chamar a Lois Lane na nave.
- O próprio Jor-El podia ter explicado para o Superman como parar o Zod lançando ele na zona fantasma quando explicou quem era o próprio na primeira vez que conversaram.
- Se o Super aparece respirando no espaço, o que impediu os kryptonianos de subirem nos insetos gigantes que o Jor-El usava pra se locomover e escaparem do planeta?
- Se o Zod e os seus asseclas foram lançados na zona fantasma em capsulas como eles apareceram em uma nave após krypton ser destruída.
- Se o Super derrotou um kryptoniano qualquer jogando ele em uns vagões de trem, por quê ele teve tanta dificuldade em derrotar o Zod se bastava arremessar ele em prédios?
- O Pa Kent só ensinou o Super a se reprimir e tomar porrada sem reagir, como ele aprendeu a lutar tão bem?
- Se o Super revelou sua superforça salvando o pessoal na industria de petróleo, porque não deu uma porradinha no cara do bar?
- Zod e Jor-El lutaram um super Kung-Fu em krypton, não faz sentido ele e a Faora não terem usado contra o Superman.
- Como o Zod conseguiu escapar da zona fantasma no final? Se o Super escapou voando porque os outros kryptonianos não fizeram o mesmo.
- Se o filme promete um universo expandido, porque o Zod não escolheu um planeta vazio para fazer à nova Krypton? Se alguém achar que é por causa do esqueminha das células do Super, continua sem fazer sentido. Pois se o Super foi o primeiro kryptoniano a nascer de uma relação sexual em séculos o Zod deveria saber que os kryptonianos machos quando se relacionam com as kryptonianas fêmeas geram bebês.
- O como o Superman manda o Zod pro espaço e quando voltam pra terra caem no mesmo lugar?
- O Superman chora ao matar o Zod, mas a 30 minutos atrás eles destruíram prédios e mataram milhares de pessoas lutando!
Opinião Final
Esse filme é exatamente como Transformers
1! Ele é razoável (no sentido de levemente agradável) com pequenas camadas de
profundidade, ação desenfreada e com ENORMES furos de roteiro.
O Zack Snyder entregou um show de
efeitos visuais acompanhados de uma trilha sonora muito competente do Hans Zimmer.
O filme tem cenas tocantes, como a Lara sozinha na destruição de krypton ou a
morte do Pa Kent trazem um aperto ao coração, mas é só isso.
Mas o filme não convence, o herói
não convence. A relação entre o tom que o filme tem nos momentos de ação e
drama não tem equilíbrio. Parece que o que foi escrito e o que foi dirigido
briga entre si. Nos filmes de super-heróis a motivação do personagem é muito importante, pois traça uma linha que te permite saber até onde ele age ou não, nos filmes considerados ruins de super-heróis (quarteto
fantástico, lanterna verde, demolidor e etc.) sempre foi mostrado o porquê de
herói x defender o mundo de vilão y, nesse filme não é clara a motivação do
porquê dele estar lutando. Parece que ele só decide ajudar as pessoas porque o
holograma do Jor-El disse para ele fazer isso.
Quem já assistiu filmes de super-heróis sabe, que quando um filme é bem feito o material transpõe essa mídia cinematográfica e entra nos quadrinhos, games e etc influenciando a própria mitologia dos personagens. O filme do Richard Donner de 1978 foi absurdamente competente nesse aspecto, pois enriqueceu o universo do Superman, seguido pela trilogia Dark Knight que só consegui trabalhar o coringa, pois de resto era tudo dos quadrinhos. Esse filme não tem nada a acrescentar ao universo do Superman.
Ha personagens que não precisavam
estar no filme. O militar interpretado por Chris Meloni, o cientista
interpretado por Richard Schiff não enriquecem em nada a experiência do
expectador. Perry White (Laurence Fishburne) e a garota Jimmy não precisavam estar
no filme também, dois personagens importantes na mitologia do Superman
abandonados no filme. A cena de redenção do Superman quando ele vai falar com o
padre e tem um Jesus Cristo no fundo é tão vazia que podia ter sido cortada que
não ia fazer diferença.
O filme me desapontou mais do que
qualquer filme de herói que eu tenha assistido até hoje. Nada é justificável nesse filme
(quem me conhece sabe, eu não sou fanboy de defender nada com unhas e dentes), não
parece um filme de super-herói, parece um Hancock bobo. Um filme de ficção cientifica qualquer mas não um filme do superman.
No fim das contas é exatamente um
filme do Zack Snyder: é uma maravilha visual, com uma psicologia barata e roteiros pífios.
Assim como foi watchmen, 300, Lenda dos guardiões...
...As vezes eu me esqueço que ele
começou como diretor de videoclipes, devo lembrar isso sempre.
NOTA: 5,0
P.S: Um Homem vestindo as cores da bandeira estadunidense que se revela um deus porradeiro? Só pode ser gringo mesmo não é?
Nuff’Said!
Morri....
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