domingo, 8 de junho de 2014

Especial Copa do Mundo: Primeiro Tempo - A Copa "Yankee" de 1994



"Vai Romário... VAI ROMÁRIO... GOOOOOOOL"





Sim meus amigos, chegou aquela época que esse país para tudo para acompanhar um evento esportivo. É época de COPA DO MUNDO. É a época que uma onda de “Patriotismo Ocasional” invade o nosso país, e que pessoas que nem gostam do esporte do nada viram os “maiores entendedores” dessa parada. E também tem a galera que não gosta do esporte com o seu eterno “mimimi” contra o esporte. É uma época também odiada pela maioria dos nerds, menos EU! Sim amigo, acho que sou um dos poucos que gostam de futebol neste país, e claro que como um nerd eu tenho os meus gostos e particularidades com o nosso “esporte nacional”.

Pra começar eu sou Corintiano. E não, eu não comecei a gostar do time com uma vitória. Meu batismo foi de fogo e com uma derrota humilhante para o “Palmares”. Lembro que tudo começou em 1993 na final do Campeonato Paulista. O Corinthians perdeu de 4 a 0 aquele jogo e eu lembro que todo mundo em casa estava contra o Corinthians, e eu não conseguia entender aquele ódio gratuito. Outro fator que me influenciou a gostar do time foi o uniforme e a torcida que mesmo levando na cara, não parava de cantar. No fim do primeiro tempo o Edmundo quase quebra a perna de um zagueiro não foi expulso, e todo mundo quase comemorou isso. Eu aí eu pensei:

Tá certo, agora eu fazer questão de ser contra e torcer para esse time”





E claro que não conseguia seguir muito bem o time já que eu era muito pequeno e era o único da casa tirando o meu tio que até gostava de ver os jogos, que realmente tinha um time. Outro momento que me fez gostar ainda mais do esporte foi o último jogo das eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994. O Brasil fez uma das piores eliminatórias de sua história, e precisava ganhar este último jogo para ir para a Copa do Mundo. E foi nesse jogo que o mito de Romário surgiu. ROMÁRIO SIMPLESMENTE DESTRUIU O URUGUAI. O cara fez dois gols; Um de cabeça, mesmo tendo o tamanho de um Hobbit e outro driblando o goleiro e tocando para o gol quase sem ângulo. Isso era apenas uma amostra do que ele iria fazer no próximo ano.






Em 1994 começa a tal da “Copa do Mundo”. O torneio no EUA foi a primeira Copa que eu vi, e dei uma puta sorte de ver o Brasil ser campeão logo de cara. O país era uma tristeza só. Ayrton Senna tinha morrido um mês antes. O maior herói nacional, o nosso maior orgulho não estava mais conosco e o clima para a copa era bem morno, já que a nossa seleção não ganhava o torneio desde 1970. Eu era o único da minha casa que dava alguma atenção para a Copa. Era engraçado que em toda a vizinhança tinha festa, a galera se reunia pra ver os jogos e na minha só tinha eu e o meu tio vendo os jogos em um silêncio que me dava agonia. Aquela copa, assim como em outras tinha vários outros personagens. Tinha os times Africanos sempre com suas particularidades. Lembro do gol que a Arábia Saudita fez “A lá Maradonna”. Também lembro do primeiro gol da Nigéria, feito pelo Rashidi Yekini, agarrando as redes. Aliás essa foi a copa da comemorações legais. Teve a do Maradonna gritando contra a câmera. Essa foi a última copa do jogador, já que foi pego no exame Anti-Doping e foi cortado da seleção. Um fim deprimente para uma grande carreira (Sem piadas envolvendo cocaína, por favor).


AAAAAAARRRRRGH LA COCAÍNA!













E a clássica comemoração do Bebeto contra a Holanda em homenagem ao seu filho que tinha acabado de nascer.





Essa copa também teve times e jogadores sensacionais como a Bulgária que chegou a ganhar da Argentina e eliminar a campeã do mundo em 1990, a Alemanha e ficando em quarto lugar. O time tinha o grande Hristo Stoichkov, que jogava junto com o Romário no Barcelona naquela época. Tinha a Holanda com os irmãos gêmeos Ronald e Frank De Boer. A Romênia com Hagi que também jogava muito e eliminou a Argentina. A Suécia com Larsson e seus Dreads. E tinha os donos da casa, os Estados Unidos. O país nem tinha uma liga profissional e muito menos alguma tradição no esporte. A maioria dos jogadores eram amadores, mas mesmo assim conseguiram chegar até as oitavas de final. Essa seleção tinha vários jogadores “folclóricos” e com nomes sensacionais. Tinha o goleiro Tony Meola que jogava muito. Cobi Jones, um atacante que tinha um corte de cabelo bizarro e a dupla de zaga com Alex Lalas, o zagueiro “Rockstar” e BALBOA (Hahahhaha), que tinha Mullets e um bigode de respeito. Esse cara quase fez um dos gols mais bonitos da história das copas com chute de bicicleta que não entrou por azar contra a Colômbia.


Uma época que os cortes de cabelos eram realmente legais!






Nem o Lalas parou o Romário


AMERICA FUCK YEAH!





Aliás, esse jogo ganhou um desdobramento trágico um mês depois. A Colômbia era uma das favoritas para o torneio, mas o gol contra de Escobar afundou a seleção naquele torneio. Um mês depois o zagueiro colombiano foi assassinado em um bar por um torcedor que o culpou pela a eliminação da Seleção. O jogo do Brasil contra os EUA foi sensacional graças ao nosso lateral Leonardo que foi expulso por ter dado uma cotovelada no jogador americano. O time dos EUA mantinha a tradição do país em ter defesas sólidas em esportes de equipe, e marcava demais. Graças a uma jogada de Romário e Bebeto, o Brasil ganhou "suado" por 1 a 0 aquele jogo. E tudo isso aconteceu em 4 DE JULHO! SUCK ON THAT, AMERICAN'S!






Mas o grande jogo daquela copa foi Brasil x Holanda. O Brasil saiu na frente com gols de Romário e Bebeto, mas a Holanda empatou tudo. Quando o jogo parecia que iria para a Morte Súbita (como eu adorava esse nome, hahaha), o lateral esquerdo, Branco, arrumou uma falta da intermediária. Era bem longe do gol, mas o cara acertou uma bomba no gol. O Romário teve que desviar da trajetória da bola. Um jogo clássico!





O jogo da semifinal contra a Suécia também foi bem difícil, com um gol de “bico” do Romário, o Brasil se classificou para a final da Copa do Mundo contra a Itália. Foi um das finais mais tensas e ao mesmo tempo chatas de todos os tempos. Tensa porque os dois times tinham um cagaço de tomar um gol e qualquer tentativa era uma agonia, só que essas tentativas eram horríveis. O jogo foi para a Morte Súbita, mas ninguém tentou nada, restando só à decisão nos pênaltis. Essa foi a primeira vez que uma copa era decidida nos pênaltis. Taffarel foi O CARA, pegando uma das cobranças. A narração do Galvão Bueno também foi emocionante. Você reclama dele, mas não tem como: O CARA NARRA PRA CARAMBA, SIM! Com uma clássico VAI QUE É SUA, TAFFAREL! E coube ao Baggio, um dos destaques da Itália perder o último pênalti, assim consagrando o Brasil como Tetra Campeão do mundo. Era um pingo de felicidade para um país que sofria com uma economia turbulenta e a perda de um herói nacional.










E essa copa marcou uma geração e influenciou em outras mídias como o videogame. O jogo International Superstar Soccer da Konami para o Super Nintendo e Mega Drive não tinha os jogadores originais, mas tinha jogares inspirados nos verdadeiros. A seleção brasileira tinha a dupla de ataque com Gomez e o mito Allejo, que era uma clara alusão a Romário e Bebeto. Outra coisa legal foi a exibição do anime Super Campeões pela extinta TV Manchete. Esse anime também me fez gostar muito do esporte. A trajetória do jovem Oliver Tsubasa e seus amigos no futebol. Dos campeonatos da época de escola, passando pela seleção juvenil japonesa e suas carreiras individuais por times do mundo até a copa do mundo 1994. Posso dizer que o goleiro Benji foi uma das minhas inspirações quando eu jogava bola na escola, mesmo não conseguindo jogar de boné. Sério, só no anime um goleiro usa um boné. Na vida real isso é IMPOSSÍVEL... Se bem que aquele desenho tinha muitas liberdades poéticas como “chutes duplos”, arrancadas intermináveis pelo campo e o Japão como uma seleção que sabe jogar futebol =P  O anime teve um remake antes da Copa do Mundo de 2002, onde tudo terminava com a Copa do Mundo no Japão.











E fiquem ligados que essa semana ainda tem o “segundo tempo” desse especial de futebol no Speak Mellon!






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