sexta-feira, 5 de junho de 2015

ESPECIAL JURASSIC WORLD - Blast From the Past: Jurassic Park e a Magia do Cinema





"Uma Aventura que Levou 64 Milhões de Anos para ser Realizada"






Você se lembra da primeira vez que foi ao cinema? A experiência pode variar de pessoa para pessoa. Alguns já tinham uma boa ideia do que era cinema, mas só conseguiram ir bem mais velhos. Existem aqueles que foram ainda crianças, mas que não tem uma ligação mais profunda com este tipo de entretenimento e se bobear nem se lembram do filme que viram (geralmente essas pessoas são as que ficam um século na bilheteria para comprar um ingresso hoje em dia).  E claro, existe os casos de pessoas que tiveram uma experiência inesquecível. Eu felizmente me encaixo no último exemplo. 


Shopping 3 na Avenida Paulista

Em 1993 eu tinha apenas seis anos de idade e como eu disse no meu BFTP sobre o Robocop, minha mãe trabalhava em um hospital em um esquema de 12 por 36, e foi nessa época que a minha “mente infante” estava começando a gostar de filmes. Filmes e qualquer coisa que passava na tevê para ser mais exato. E como a minha mãe tinha sempre que se ausentar, em seus dias de folga ela sempre tentava fazer algo diferente comigo  para compensar e geralmente também levava as minhas primas junto. Já tínhamos ido para tudo que é lugar: Parques, zoológico, Circos entre outras coisas, mas ainda não tínhamos ido ao cinema. Até que a minha mãe teve a brilhante ideia levar a gente naquela fria semana de Junho (antigamente nessa época já fazia frio nesta cidade. Obrigado, aquecimento global).  Lembro que a minha mãe comprou o jornal e pediu para escolher um filme (Minha mãe nunca teve esse lance de procurar saber o teor de uma obra, hahaha. Bons tempos), e me lembro de ver no caderno variedades o pôster do filme. Nessa época você tinha que comprar um jornal para saber os horários. Pensando bem, era bem melhor do que o site lixo do Cinemark hoje em dia. E você ainda podia fazer palavras cruzadas no final dele =P 






É bom lembrar que eu também não tinha visto nenhum trailer. No máximo um daqueles spots rápidos na televisão (aqui no Brasil é caríssimo um spot desses, por isso geralmente tem 15 ou 20 segundos só de duração), mas eu lembro que fiquei totalmente intrigado e animado, já que o nome do filme era O PARQUE DOS DINOSSAUROS. Como a maioria das crianças, eu já adorava dinossauros. É engraçado como as crianças gostam de dinossauros. Seja por causa de desenhos, livros ou brinquedos, os dinossauros sempre fascinaram gerações e gerações de crianças. O próprio Steven Spielberg foi uma criança desse tipo, e disse que fez esse filme para as pessoas que sempre foram fanáticas por dinossauros. E aquele pôster era fantástico. Uma elipse que lembrava um pouco do símbolo do Batman, mas com o esqueleto do T-Rex. Mas mesmo com o nome implícito no pôster (O Parque dos Dinossauros), eu ainda não fazia ideia do que seria esse filme. Aliás, eu nem sabia como era o tal do “cinema”. Lembro que a minha mãe passou um aviso antes de irem:



“Vocês precisam fazer silêncio. Se começarem a fazer barulho, o lanterninha vai vir e vai expulsar vocês do cinema” 



Isso já bastou para todo mundo para obedecer ela e ficar quieto na hora do filme.  E eu lembro até hoje do cinema. Foi na Avenida Paulista, perto do metrô Consolação no Shopping 3. Eu me lembro do frio que fazia naquele dia e da expectativa para ver o filme. Outra coisa que me marcou nesta experiência foi aquele aviso de segurança antes dos trailers. Engraçado que hoje em dia é uma mensagem toda feliz, geralmente feita em animação e que ninguém realmente presta atenção. Naquela época era uma mensagem séria, direta e que te deixava em choque. A primeira coisa que me venho à cabeça foi a real possibilidade de um incêndio acontecer. Mas nada ainda tinha me preparado para o que iria acontecer. Os trailers passaram e as luzes se apagaram e o logo da Universal entrou na tela. Eu esqueci totalmente que eu estava com a minha mãe e as minhas primas e me foquei totalmente no filme. A tela do cinema é grande, mas para uma criança de seis anos ela era gigantesca. E quando o primeiro dinossauro realmente apareceu em tela, eu realmente fiquei encantado como os próprios personagens do filme ficaram. A trilha sonora de John Williams é fantástica e te transporta para aquele lugar mágico. E eu me lembro de fazer a mesma pergunta que Alan Grant fez, só que de uma forma diferente:



“Como eles fizeram dinossauros de verdade?”







Na minha mente eles tinham trazido os dinossauros de volta, e eu realmente acreditei em toda aquela sequência do Mr. DNA. Claro, depois descobri que eram apenas efeitos especiais, mas naquele breve período, eu como criança me deixei levar pela “magia do cinema”. Steven Spielberg sempre foi mestre nisto: Tubarão, Contatos Imediatos de Terceiro Grau, E.T. O Extraterrestre (esse eu demorei em dar crédito, já que morria de medo dele), Hook: A Volta do Capitão Gancho, Indiana Jones. Todos eles te mostravam histórias fantásticas, assustadoras e mágicas e com uma boa mistura de efeitos especiais e práticos com uma boa história. E Jurassic Park não era exceção. Os dinossauros realmente pareciam reais na tela e até hoje os efeitos não ficaram datados. Os personagens eram fantásticos, mesmo eu não entendendo muita coisa sobre eles. Eu sempre achei que o Dr. Grant era namorado da Dra. Sattler, mas passando os anos eu fui percebendo que eles eram apenas amigos com benefícios. O Dr. Ian Malcom era legal. Lembro que decorei toda aquela Teoria do Caos. As crianças eram legais e te aproximavam ainda mais de toda a trama. Você se imaginava visitando aquele lugar. 





Mas o que realmente roubou a cena do filme foi T-Rex e os Velociraptors. Primeiro que o T-REX é um personagem icônico dos anos 90. Nunca um personagem foi apresentado tão bem em tela. Lembro-me de colocar os meus pés no assento e abraçar as minhas pernas, tamanha era a tensão daquela cena em que ele escapa de sua área. Lá estava um animal gigantesco, livre para fazer o que quiser. Ainda é uma das grandes sequências da história do cinema e da carreira do Spielberg. Os Velociraptors foram responsáveis por me deixarem com medo de entrar em algum lugar sozinho por um bom tempo. Aquela cena dentro da cozinha do parque é fantástica e assustadora. Mas o final do filme ainda é o meu momento favorito. É um final que não você não consegue prever assistindo o filme. Eu tinha a ABSOLUTA certeza que todos iriam morrer naquela cena final. Cercados pelos Raptors e sem armas, aquilo era o fim certo até que T-REX chega e salva os protagonistas. Eu lembro que cheguei a pular quando o Velociraptor se preparou para dar o bote.



Pra mim é um dos melhores finais da história do cinema, e deixou ainda mais foda o Status Quo do T-Rex. O rugido e a faixa caindo com os dizeres “Quando os Dinossauros Dominavam a Terra” coroaram o filme que entrava para a história. Sabe aqueles fãs de STAR WARS que viram o filme em 1977 e ficaram maravilhados e que tiveram a sua vida mudada depois disso? Jurassic Park foi o meu STAR WARS! É o filme que deu origem a toda essa minha curiosidade pela cultura pop e pelo cinema. E o mais legal, Chris Pratt, protagonista de Jurassic World disse a mesma coisa: "Jurassic Park foi o meu STAR WARS". Não só foi um marco para a história do cinema, ele mudou toda uma indústria. Depois de Jurassic Park, não havia mais limites para se contar histórias fantásticas no cinema. A era da computação gráfica começar ali. 









Depois disso o meu vício de Dinossauros só aumentou. Primeiro foi o chocolate Nestlé Surpresa que vinha com cards de dinossauros. Tinha um álbum que você colava os cards e ainda tinha várias informações. E tinha a parada mais legal da época, a coleção “Dinossauros!” da Editora Globo. Sério, eu enchia o saco da minha mãe para ela comprar aquilo pra mim toda semana. Cada fascículo vinha com uma peça para você montar um T-REX e uma revista com um dinossauro diferente. E na primeira edição vinha com um óculos 3D de merda (aquele vermelho e azul), para você visualizar uma imagem em 3D safada dentro da revista. Eu lembro que eu ficava horas lendo e relendo aquelas revistas e aprendendo sobre dinossauros. Acho que foi a minha primeira coleção. Nunca consegui terminar ela inteira, mas agradeço a minha mãe até hoje por este período especial.  Não só por fazer gostar de leitura com estas revistas (eu colecionava também os fascículos da NATIONAL GEOGRAPHIC SOCIETY do Estadão e aquele ATLAS do New York Times que saiu na Folha de São Paulo), mas como ter aprendido a amar o cinema, em especial, ir até o cinema. Claro, hoje em dia não consigo ter mais o mesmo brilho e entusiasmo de quando eu tinha seis anos, mas ainda prefiro um milhão de vezes ir ao cinema do que ver um filme em casa. Não tenho filhos ainda, mas se eu tiver, vou seguir fazer igual a minha mãe fez comigo. Só espero que os meus filhos tenham a mesma sorte que eu tive, e possam ver um filme tão mágico como Jurassic Park foi. Obrigado, Spielberg. Mas acima de tudo, obrigado, mãeObrigado por tudo!




Nestlé Surpresa de Dinossauros. Um clássico noventista! 

Saudades desta coleção





Minha leitura da época




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