sábado, 6 de fevereiro de 2016

My Two Cents About: O Regresso





"He Got BEAR FUCKED!" 




Dirigido pelo mexicano Alejandro González Iñárritu (Birdman e Babel), O Regresso é uma       adaptação do romance The Revenant: A Novel of Revenge, de Michael Punke. Ambientado no século 19, o livro acompanha o guarda de fronteira Hugh Glass (Leonardo DiCaprio), que liderava uma missão ao longo do rio Missouri, quando foi atacado por um urso. À beira da morte, ele é abandonado na floresta por seus companheiros, sobrevive e parte em busca de vingança. O Regresso é aquele filme épico sobre uma figura histórica dos Estados Unidos e ao mesmo tempo um drama de sobrevivência. Uma produção complexa, que vem desde 2001 com vários outros nomes atrelados a esse projeto. Locações em três diferentes países e o pouco uso de CGI agregam grande valor a esta produção.





Mas e o roteiro e a direção estão à altura desta história épica? Bem, aí é que as coisas ficam um pouco problemáticas. Iñárritu alterna ótimos e impressionantes momentos com passagens tediosas e arrastadas. O diretor tem ótimas referências cinematográficas: Passando de Tarkovsky, Kurosawa, até Terrence Malick. Mas quando isso fica aparecendo toda hora no filme, chega a ser irritante. Em muitos momentos o filme parece uma homenagem ao Terrence Malick, já que toda hora temos algum close-up intenso nos personagens ou cenas de transição focadas em árvores. Eu entendo que vários diretores gostam de usar referências em seus filmes (As referências do Tarkovsky aqui são ótimas), mas é preciso saber dosar isso em tela. Quando Iñárritu começa a usar o seu estilo em cena, o filme ganha em grandeza. Suas cenas de ação são espetaculares. O primeiro ataque dos índios é extremamente bem filmado. Tracking Shots e tomadas em primeira pessoa levam o expectador para dentro da ação do filme. A trilha sonora infelizmente não ajuda muito. Não consigo entender essa nova onda de Hollywood onde filmes épicos não usam trilhas com um estilo mais clássico. Parece ser uma trilha feita para um filme independente. Ela não acompanha o tom épico do filme. Quando eu vejo um filme desse, quero uma trilha épica.




Mas o grande destaque do filme são as atuações do elenco. Leonardo DiCaprio fez mais um grande trabalho em sua bela carreira. Seu personagem não tem muitos diálogos no filme, portanto ele precisar mostrar muita coisa só com suas expressões. Um homem que perdeu tudo e que está em busca de vingança, mas não cai nos velhos clichês desse tipo de narrativa. Os jovens Will Poulter (Família do Bagulho) e Forrest Goodluck estão muito bem no filme. O primeiro como Bridger, um dos membros da comitiva de Glass, e o segundo como Hawk, filho de Glass. Domhnall Gleeson (Star Wars o Despertar da Força e Ex Machina) faz o capitão Andrew Henry. Achei um personagem muito jovem para ser capitão, mas o ator consegue passar seriedade no filme. Mas quem realmente rouba a cena no filme é o ator Tom Hardy como John Fitzgerald. Um personagem que parece ser um companheiro fiel de Glass no começo da trama, mas que depois assume o seu lado corrupto. Sua voz estranha combina muito bem com o personagem. É o vilão de faroeste clássico. Aquele que você torce para que tenha uma morte violenta no final.




O Regresso é um bom filme, mas faltou algo realmente épico para o filme se tornar inesquecível. Leonardo DiCaprio faz um grande trabalho aqui, mas não vejo esse filme se tornar um clássico daqui alguns anos. Iñárritu é muito competente, mas esbarra em muitas homenagens. Provavelmente vai ganhar muita coisa no Oscar 2016, mas como já é de costume nas últimas edições, vai ser um filme que logo será esquecido (Você se lembra de O ArtistaO Discurso do Rei e The Hurt Locker? Nem eu). Pode ser que eu queime a língua, mas não vejo esse filme sendo lembrado com tanta paixão daqui alguns anos como outros filmes.






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