segunda-feira, 25 de abril de 2016

CRÍTICA: GAME OF THRONES – 1º EPISÓDIO DA 6ª TEMPORADA (O CHORO É LIVRE!)

“The Red Woman” deveria se chamar “A New Hope”, nessa fraca estreia tão aguardada da nova temporada de Game Of Thrones.


Depois de um hiato gigantesco e um hype ainda maior pelo número cada vez mais crescente de fãs, finalmente estreou o primeiro episódio da 6ª temporada de Game of Thrones! Simultâneo em todas as HBOs do mundo! E sem ter os fãs dos livros dando pitaco, já que a série já passou por tudo que George R.R. Martin escreveu até agora! Uau! (¬¬)

Pois é, amigo, e como eu, o Grande Destruidor de Hypes, o Nascido Antes da Onda de Embalo Coletivo, o Pai do Pessimismo Internético, sempre costumo dizer, quando o hype é grande, a decepção é maior ainda! =P


Tá, não vou ser tão chato assim, o episódio até que não é ruim e já vi que muita gente gostou, muita gente se impressionou e muita gente está esperando ansiosamente o próximo episódio. Mas também tem gente que terminou de assistir com um “Ééé... Ok, tá valendo”. Eu sou um desses, e mais: posso dizer que fiquei um pouco decepcionado. Por que? Porque o que eu temia nesse episódio pareceu ser o caminho da série daqui pra frente. Sem a referência literária, e com Big George focado no livro que não fica pronto nunca, o que a HBO apresentou foi um episódio “espada e magia” tradicional. Me pareceu que perderam um pouco a mão (Jaime curtiu isso). =/

Como assim? Bem, eu achei que algumas tramas ficaram no óbvio, sem aquelas amarrações impensáveis, comuns nas temporadas anteriores. Também achei que alguns personagens e grupos não estavam bem "caracterizados” ou personificados como deveriam. Medo tenho eu, que a série tome um rumo sem rosto (Arya curtiu isso), ou que perca sua identidade e vire só mais uma série, como aconteceu na segunda temporada de Twin Peaks, em que o período sem David Lynch caiu no comum e a qualidade da série despencou, salva apenas no último episódio (escrito por Mark Frost e dirigido pelo Lynch).

Enfim, vamos esperar pelo segundo episódio... Se você ainda não viu e não liga para os memes no Facebook, pode esperar para ver depois, sem pressa. Não perdeu nada de realmente importante.

Nota desse episódio, de 0 a 10: 5 melões (muito “ok”).

[SPOILERS A PARTIR DAQUI]



Mas o que houve? Bem, resumidamente, o episódio abre com Jon Snow morto. Seu corpo é recolhido por Sor Davos que, com ajuda dos amigos de Snow, pensam no que fazer, enquanto Fantasma vela seu dono. A sacerdotisa vermelha Melisandre, aparece rapidamente, triste tanto pela morte de Jon quanto pelo seu engano quando à Stannis no final da temporada passada.

Onde perderam a mão?
Primeiro, assim como no restante do episódio, achei todo mundo muito bonzinho. Alliser Thorne “negocia” com Davos, invés de arrombar a porta. Já achei estranho eles quererem fazer o ritual funerário para Snow, tanto quanto deixar o corpo lá, morto no gelo, e só vir pegar depois de horas. Mas o ultimato até o anoitecer, com direito a Sor Davos todo malandrão do outro lado da porta, me pareceu longe de algo a se esperar de GoT. Manteve-se aquele clima de esperança para que Jon seja ressuscitado, nada bom...


Enquanto isso, Jorah procura pela sua amada Daenerys, que está prisioneira dos Dothraki, liderados por Khal Moro. Ela tenta se impor e recebe a notícia de que será enviada para uma espécie de prisão/asilo para viúvas de Khals.

Onde perderam a mão?
Rapaz, eles são Dothrakis! Por mais que tenham regras, o mínimo que esperávamos era que ela fosse currada por vários e feita de escrava, fortalecendo a imagem machista na linha Conan que eles tem na trama. Todos muito bonzinhos, e segue a esperança, de que ela seja salva, por Jorah Friendzone, ou pelo Drogon.


Perdida, Arya está cega e mendiga pelas ruas. Até aparecer o Stick, não, desculpe, a “Waif” do Templo do Deus de Muitas Faces para “treiná-la” na arte da luta com bastão para cegos!

Onde perderam a mão?
Além do lance do treino (esperando ansiosamente pela montagem ao som de No Easy Way Out), que já é meio misericordioso e nada a ver com GoT, tem a resignação e total entrega de Arya ao fracasso. Mesmo que ela esteja cega, não me parece algo que a personagem faria. Resta a esperança de que ela se torne o Demolidor de Westeros e vire uma ninja fodona, voltando a ver, quem sabe.


Theon e Sansa fogem dos Boltons, salvos na hora em que seriam capturados por Brienne e seu fiel escudeiro! Finalmente, Brienne é feita cavaleira de Sansa Stark, para servi-la e protege-la!

Onde perderem a mão?
Bem, além da salvação no momento certo (bem comum em outras tramas), Achei que Theon voltou ao “normal” muito fácil e rápido. Também achei a Sansa perdida. Mesmo que ela tenha sido a sonsa que sempre foi quando a encontram, a personagem é um pouco mais esnobe e ela levou a ajuda de Theon e Brienne muito de boa. Mas a esperança reina, mas mãos de Brienne, que conduzirá Sansa em paz para... o Norte! o.O


Lá em Meereen, Tyrion caminha pela cidade, pensando no que vai fazer, acompanhado pelo seu fiel amigo Pancho, não, desculpe novamente, Varys. Chegam ao porto, onde os barcos estão sendo queimados, impedindo qualquer um de partir da cidade.

Onde perderam a mão?
É criada uma expectativa de ataque pelos Filhos de Harpia, que não acontece, exceto pelos barcos queimados. Eles estão muito de boa, para quem governa uma cidade sem governo, à beira de uma guerra civil. Também senti falta dos diálogos ácidos de Varys e achei Tyrion, muito bonzinho, se fazendo de príncipe que caminha pelo povo para melhor conhece-lo. Reina a esperança para que governe com sabedoria e retome o poder de Meereen! =P


Em Porto Real, Cersei recebe Jaime e o corpo de Myrcella. Segue cena de novela mexicana entre ela e o irmão, com direito às lágrimas de crocodilo da Cersei.

Onde perderam a mão?
A esperança de vingança prometida por eles ficará para depois, quando provavelmente Cersei botará um fim ao Alto Pardal e sua turma, mostrando que ela continua sendo quem é (mesmo que não tenha parecido neste episódio) e, quem sabe, libertando Margaery (já que seu marido não foi sequer citado pelos Lannisters)! Tudo dentro do óbvio...


Ellaria, a assassina de Myrcella segue com seu plano em Dorne, matando seu Doran Martell e o filho dele, para usurpar o reino e seguir com sua guerra de vingança contra os Lannisters.

Onde perderam a mão?
Por incrível que pareça, acho que aqui finalmente acertaram! Finalmente as Serpentes de Areia mostraram do que são capazes e tanto a trama quanto a cena da morte de Doran ficaram bem novela mexicana (já que Dorne é claramente inspirado nos países espanhóis e latinos), mas com aquele toque de Game of Thrones. Foi tudo muito fácil, mas temos esperança que as coisas se compliquem daqui pra frente...


No final do episódio, finalmente a “mulher vermelha” do título, Melisandre, revela-se uma velha bruxa diante do espelho, ao despir-se de seu colar mágico (óóóóó, nada previsível, não é mesmo?) e os marmanjos choram, já que a gostosona é uma velha feia, quase igual a velha em que a Rainha Má se transforma para matar Branca de Neve! ¬¬

Onde perderam a mão?
Tudo bem, Melisandre está confusa e, como bruxa/feiticeira, é compreensível que a beleza dela não seja real. Mas, além do óbvio, e por ter sido pequena a participação dela para merecer o título do episódio, a esperança de que ela dê a vida por Jon Snow é algo que esperamos dos fãs, não do criador da história! Ficou um gancho que está mais para uma revelação besta e sem peso do que realmente um “não vejo a hora de ver o próximo episódio”.

Enfim, o jeito é esperar semana que vem e ver no que vai dar. E, se vier outro episódio sem sal que nem esse, vamos todos protestar e pedir que Tio George interfira e oriente os perdidos escritores da série, para que ela não caia na mesmice e mantenha o nível que tinha antes! Façam petições online, xinguem muito no Twitter, façam textões no Facebook, acampem na frente da casa do George e nos escritórios da HBO! Não Vai ter Golpe, queremos Game of Thrones com sempre foi! Intervenção de George R.R. Martin já! =P


Nenhum comentário:

Postar um comentário