terça-feira, 13 de maio de 2014

Especial GODZILLA: Blast From the Past - Godzilla (1998) "Eu devia ter visto Mulan"




"That's a lot of Fish"







Minha primeira lembrança deste amaldiçoado filme foi ter visto o primeiro teaser antes de A Máscara do Zorro. Lembro-me de ter ficado maluco e puto ao mesmo tempo.





MAS COMO ASSIM ZOAR COM O T-REX DESSE JEITO? O QUÊ SERIA TÃO MAIS FODA DO QUÊ O T-REX? 

Sim, era a primeira vez que eu ouvia falar diretamente do Godzilla. Nessa época eu já era  um fanboy do Jurassic Park. Um ano antes O Mundo Perdido tinha estreado, e ao ver o trailer do Godzilla eu comecei a encher o saco da minha mãe para me levar ao cinema quando o filme estreasse. Lembro-me de ir naquele esquema clássico com amigos e seus pais. Um deles tinha uma irmã pequena e pela regra do cinema ela não poderia ver o Godzilla. Ao invés dos pais desse meu amigo o deixarem assistir Godzilla com a gente, obrigaram ele assistir MULAN, que estreava no mesmo dia, junto com a sua irmã.

Não preciso dizer que caímos na zuera logo de começo:



“Ahhhh, vai assistir esse filme de menininha é? Mas que merda hein... Filme de princesinha da Disney”






Isso e outras ofensas juvenis e inocentes. Lembro que eu e os meus outros amigos deixamos o cara mal. Imagine você querendo ir ver Os Vingadores (Tá, eu sei que os filmes nem chegam perto, mas é pelo nível de expectativa que eu estou comparando), mas os seus pais te obrigam a ver FROZEN (Foda-se você que gostou disso. FALO MESMO ¬¬). Crianças são idiotas mesmo. A expectativa estava lá no alto. Lembro que era “Do Mesmo Diretor de Independence Day” (Ahhh, quem nunca foi pego por um “Do Mesmo Diretor” ou “Do Mesmo Produtor”?), e eu adorava esse filme. Outra expectativa era ver mais um monstro destruindo uma cidade. A cena de O Mundo Perdido em San Diego ainda estava fresca na minha memória, e a ideia de um filme inteiro com um monstro na cidade me deixava mais animado ainda. E tinha ele no filme: FERRIS BUELLER!




E quando a expectativa é muito alta, você sabe né... FOI UM DESASTRE! O diretor Roland Emmerich não só conseguiu foder com a imagem do monstro para os fãs na época, como também para o novo público que nunca tinha visto um filme do Godzilla. O Começo do filme é até legal. Vimos alguns barcos de pesca japoneses sendo atacados no mar pelo Godzilla. Logo após isso vemos Jean Reno (O Profissional, porra!) interrogando um dos sobreviventes do ataque. Um velhinho que quando vê Reno acendendo um isqueiro, fica morrendo de medo e só consegue falar “GOJIRA! GOJIRA! GOJIRA!”

Nisso conhecemos o nosso herói, o doutor Niko “Tatoupopoololoulos” (Tatopulos, mas essa é única piada que presta nesta merda de filme), estudando minhocas em Chernobyl. Ele é convocado pelo exército americano para ir até o Panamá estudar o que seriam pegadas de um grande animal. Lá ele também encontra dois paleontólogos que são dois dos coadjuvantes mais idiotas da história do cinema. Eles não contribuem em PORRA NENHUMA para a trama, fora que parecem personagens reciclados de Jurassic Park. Aliás, esse é filme é recheado de momentos “Vamos copiar Jurassic Park”.

De lá o grupo parte para Nova York porque você sabe né? É certeza que o monstro vai aparecer lá,  já que é a cidade que tudo acontece, mesmo se o filme não der nenhuma razão para que a porra do monstro vá para lá. Ele poderia ir para a costa Leste inteira dos EUA, mas é claro que ele vai diretamente para NY. Lá conhecemos Audrey, interpretada pela Maria Pitillo, uma das piores atrizes que eu já vi no cinema. Ela faz a Megan Fox parecer a Julia Roberts. Ela é Ex-namorada do Niko Tatapopopopolos, e wannabe repórter de um canal de TV. Seu chefe é um Chico Pinheiro genérico e totalmente chato que não quer ajudar a pobre garota. Nisso eu já estava com a minha bunda doendo na cadeira, já que essa merda não parecia ir para frente.


Aí o Godzilla finalmente chega, ou melhor. As patas do Godzilla já que é só isso que nós conseguimos ver. Era uma espécie de “Pré-Cloverfield”, já que não víamos o monstro direito. Eram só as patas e no máximo a cauda dele balançando pela cidade. Beleza, até aí tudo bem, já que você até mantinha um pouco de suspense. Mas tinha uma parada que me deixava puto com esse filme: A MALDITA CHUVA! Tipo... NÃO PARA DE CHOVER. Que merda é essa? São Paulo em Março? O monstro chega bem na hora que o prefeito está fazendo um discurso visando a sua reeleição. Anos depois vendo um vídeo do Nostalgia Critic, fiquei sabendo que o prefeito e seu assistente no filme eram uma zoeira com Gene Siskel e o Roger Ebert, dois grandes críticos de cinema americano. O foda é que NÃO ACONTECE NADA COM OS DOIS NO FILME. Tipo os próprios críticos levantaram isso em suas críticas. Oras, se você vai fazer piada com a gente no filme, porque não fez com que a gente fosse comido ou de alguma forma morresse no filme?. Se você não consegue zoar alguém, e essa pessoa ainda consegue te dar uma patada dessa, acho melhor você nunca mais tentar alguma gracinha como essa.

Depois disso vimos um monte de cenas do Godzilla “Aprontando altas confusões” em Nova York, já que a PORRA DO EXÉRCITO AMERICANO não consegue “achar” o monstro. Sim, é isso mesmo que você leu. Uma porra de um lagarto gigante consegue se esconder em PLENA NOVA YORK. O Dr. Niko “Whateverpoulos” decide atrair a porra do monstro juntando “Um Monte de Peixes” no meio de uma avenida da cidade. E assim nasce um dos piores diálogos da história do cinema.



“That’s a Lot of Fish”


Aqui eu prefiro que você veja o próprio Nostalgia Critic comentando essa célebre frase. Aliás, todos os diálogos deste maldito filme são horríveis. Ao contrário de ID4 , nenhuma piada aqui funciona. Os atores tem zero de carisma. É uma tristeza só.






O Plano dá certo, mas parece que os Stormtroopers de STAR WARS estão servindo nos EUA, e não acertam nada no monstro. E lá ele se vai. No meio tempo de toda essa bagunça, Audrey consegue encontrar Niko. Aí temos toda àquela papagaiada de ex-namorados, e quando Niko se distrai, Audrey rouba uma fita com imagens sobre o incidente no Panamá. Audrey que é uma vadia e só quer subir na vida, resolve divulgar isso em seu canal. Ela acaba se fodendo, já que seu chefe pega toda a glória da matéria. Dr. Niko descobre que o Godzilla pode se reproduzir sozinho. Sim, mais uma chupinhação de Jurassic Park. Ele defende que exército deveria procurar onde o monstro estaria “criando os seus ovos” na cidade. Enquanto ele apresenta essa descoberta, o exército fica sabendo que a imprensa teve acesso as imagens secretas do Panamá, e o Dr. Niko acaba sendo expulso da operação. No meio disso tudo ainda tem os Franceses liderados pelo Jean Reno. Eles são de uma agência governamental francesa, e vieram até os EUA para impedir que o monstro continue a sua destruição. Eles sabem que Niko está certo sobre a parada do Godzilla estar “grávido” (PQP, até hoje eu acho isso imbecil ¬¬), e pedem para que Niko os ajude procurar pistas do suposto “ninho” da criatura.

Nessa hora eu já queria ir embora da sala do cinema. Sério, aquilo era um festival de horror, mas tem mais: O exército entra em confronto com o monstro no rio Hudson, e finalmente conseguem atingir o monstro. Nesse meio tempo os nossos heróis, agora com a Audrey e seu amigo cinegrafista que eu só lembrei agora (Esse personagem é tão ruim que eu demorei para lembrar dele ¬¬), descobrem que o Godzilla usou a PORRA DO MADISON SQUARE GARDEN como “ninho”. Vários e vários ovos com “mini” Godzillas começam a chocar. Temendo pelo futuro, eles conseguem usar o sistema de transmissão dos jogos para entrar ao vivo na TV e pedir para que o exército destrua o Madison Square Garden. Mas antes disso tem um festival de cenas copiadas de Jurassic Park. Todas as cenas remetem aos Raptors na cozinha do filme de 1993. Depois de uma fuga que tem até bolinhas de gude para atrapalhar os filhotes, nossos heróis conseguem escapar do prédio instantes antes que tudo fosse pelos ares.


Nessa hora eu até estava me preparando para se levantar. Tinha certeza que aquela merda já tinha acabado, e já começava a lamentar em não ter visto o filme da guerreira chinesa até que a PORRA DO GODZILLA ME VOLTA DO MUNDO DOS MORTOS, ao melhor estilo vilão de filme de terror. A galera entra em um Táxi (É um filme em NY, né?) e começam um jogo de “pega-pega” pelas ruas da cidade. Sim, a porra de um lagarto gigante correndo atrás de um carro como se fosse um cachorro. Eventualmente eles conseguem levar o monstro até a ponte do Brooklyn onde o Godzilla é alvejado por vários misseis. O filme termina com aquela cena clichê onde o Monstro olha para a cara do Ferris Bueller e temos aquele momento “Oh, o quê nos fizemos?” ¬¬




Saindo do cinema, encontramos o nosso amigo que foi ver Mulan e ele vendo a nossa cara de descontentamento ele não entendia a nossa raiva. Só sobrou um pedido de desculpas pela zoeira e um fatídico “Nós deveríamos ter ido ver Mulan com você”. Eu acho que o Godzilla do Emmerich foi o último filme “exagerado” dos anos 90. Um ano após isso, tivemos grandes filmes. Uma safra grandiosa de filmes que moldaram a próxima década, como MATRIX, Clube da Luta, O Sexto Sentido, A Bruxa de Blair, Quero ser John Malkovich entre outros. Não era só mais Blockbusters de destruição como ID4. O cinema estava mudando, e para melhor. O Sr. Emmerich ainda está aí com as suas bombas. O Dia depois de Amanhã, 2012 e outros, mas nunca mais teve o mesmo sucesso de ID4.  Os monstros voltaram com tudo nos últimos anos, mas isso já um assunto para o próximo post deste especial.


E antes de terminar essa palhaçada eu tenho que lembrar da única coisa boa deste filme: A TRILHA SONORA! Uma coisa que eu sinto muita falta dos anos 90 eram as trilhas sonoras dos filmes com bandas conhecidas, e sempre tinha clipes com esses temas. Eu lembro que a nossa MTV tinha um programa que só exibia vídeos de trilhas sonoras, o CINE MTV com a Marina Person. E não é que a porra do Godzilla tinha uma ótima trilha? A trilha era tão boa que teve TRÊS vídeos. Começando com o Jamiroquai. Eu lembro que eu achava foda esse clipe. Porra, o Godzilla derruba a tela do cinema e a sala inteira fica inundada. O vocalista ficava dançando entre as poltronas sem cair na água. Toda vez que eu ia no cinema eu ficava imaginando se o cinema iria ficar inundado como no clipe.





Outro vídeo foda era do The Wallflowers, banda do filho do Bob Dylan, com um cover de Heroes do David Bowie. A banda tocava em seu apartamento enquanto o Godzilla andava na cidade, e tinha uma garota que ia comprar leite em um mercadinho. Tipo  “Foda-se o Godzilla, nós vamos continuar a nossa vida aqui”.



E por últimos nós temos a infame versão de Kashmir feita pelo na época Puff Daddy. Sim, muita gente falou que o Jimmy Page tinha ficado maluco em participar disso, e eu não tiro a razão deles. O clipe da música NÃO FAZ SENTIDO NENHUM, mas eu achava foda. O Sr. Daddy acorda com o barulho do Godzilla andando na rua. Ele liga a TV e percebe o quê está acontecendo e de repente UMA PORRA DE UM ÔNIBUS ENTRA PELA JANELA DO SEU APARTAMENTO! Depois disso uma explosão joga ele para dentro do elevador do prédio. Nisso a parada começa a subir em uma velocidade absurda (mesmo ele morando no último andar do prédio, hahahahaha). O elevador é ejetado para fora do prédio, e Puff Daddy VIRA UM MONTE DE POMBAS BRANCAS (WTF?). As pombas brancas se juntam, e Daddy volta todo vestido de branco. Ele vai parar na Times Square conduzindo uma orquestra e uma banda. No final o Godzilla aparece e manda o seu rugido clássico que desta vez eu tenho certeza que queria dizer:

NIGGA, ARE YOU HIGH ON CRACK? 






É... Acho melhor eu ir ali rever Mulan que é bem melhor!

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