domingo, 11 de maio de 2014

Especial GODZILLA: Gojira (1954)






Gojira! Gojira! Gojira!







A segunda guerra mundial foi sem dúvida o maior evento do Século XX. Deixou cicatrizes profundas em todos os envolvidos. Os japoneses foram um dos que sentiram na pele uma das armas mais terríveis já criadas pelo Homem. Em 1945, os Estados Unidos terminaram de uma vez por todas com o conflito usando duas bombas atômicas em duas cidades japonesas; Hiroshima e Nagasaki. Até hoje estes foram os únicos ataques com armas nucleares na história. 140 mil pessoas morreram em Hiroshima e 40 mil em Nagasaki devido ao bombardeio direto das bombas. As mortes provocadas pela radiação através dos anos elevam ainda mais esses números.







Nove anos depois o Japão ainda enfrentava os demônios provocados pelo fim da segunda guerra mundial quando Gojira chegou aos cinemas. Aliás o nome Godzilla foi adotado quando o filme foi lançado nos Estados Unidos. O nome original, “Gojira” significa a mistura de Gorila (Em japonês Gorira) com Baleia (Em japonês Kujira), mesmo não parecendo nenhum dos dois animais, a produtora Toho resolveu manter o nome da criatura porque soava “legal”. O filme em si é uma grande metáfora dos eventos ocorridos apenas nove antes no país. Um monstro gigante que sofreu uma mutação graças à radiação gerada por testes nucleares, surge no Japão trazendo mais uma vez destruição e os horrores da segunda guerra.








Após a primeira aparição do monstro na ilha de Odo, o arqueólogo Kyohei Yamane resolve ir atrás de pistas. Lá ele descobre pegadas do monstro. Após mais uma aparição do monstro, Yamane resolve voltar para Tokyo e apresentando os seus estudos, comprova que a criatura é fruto de uma mutação gerada por testes nucleares realizados no pacífico. Logo começa um debate para se decidir se essa informação deve ser revelada ao mundo e se a criatura deve ou não ser destruída. Enquanto isso a filha do Yamane, Emiko, decide acabar com terminar o noivado com um colega de seu pai, o cientista Daisuke Serizawa, para ficar com um marinheiro chamado Hideto Ogata. Mas antes disso, Serizawa mostra para Emiko um terrível experimento cientifico que deixa a pobre moça aterrorizada.  Serizawa pede para que ela guarde segredo sobre o experimento.







Enquanto isso Godzilla aparece em Tokyo causando caos e destruição inimagináveis. Nada consegue parar o monstro. Exército e a força aérea não causam nenhum dano contra o monstro. Logo após o ataque, a cidade fica totalmente destruída. Em meio ao caos e aos feridos, Emiko resolve contar para Ogata o experimento de Serizawa que basicamente é um dispositivo que acaba com oxigênio dentro da água (Dê um desconto, eram os anos 50 =P). Ogata entra em confronto com Serizawa, já que esse dispositivo pode ser a única coisa que pode destruir o monstro, mas Serizawa não quer usar ela já que futuramente este dispositivo possa ser usado como arma por outros países. Depois de um debate eles resolvem usar o dispositivo contra o Godzilla, causando sua morte. Serizawa se mata no processo para que ninguém descubra como duplicar o dispositivo e o Japão está salvo mais uma vez.






O grande lance do filme é como ele representa bem o momento de caos que o país sofreu com os bombardeios da segunda guerra mundial. As cenas em que sobrevivente choram os seus mortos, as cidades destruídas realmente te fazem pensar como aquele povo sofreu. Não tem como você não ver o filme e não lembrar o que eles passaram. As cenas realmente trazem a tona a dor e o sofrimento de um povo. A discussão de usar ou não uma nova arma também faz esse paralelo. Deveríamos usar algo tão terrível para se livrar do problema? Isso não seria pior? Embora suas continuações sejam bem mais inocentes e mais divertidas, o primeiro filme ainda é um bom exemplo de como o Japão foi afetado pelo final da guerra. Aliás o Japão continuou a falar sobre o assunto em diversas outras obras como o mangás GEN (Com um relato real sobre os bombardeios) e AKIRA que assim como Godzilla usa o poder de um elemento desconhecido para fazer um paralelo com os acontecimentos históricos.








O filme também foi o responsável por criar todo um subgênero, o Kaiju. No começo da produção a Toho queria usar mesma técnica de Stop Motion de King Kong, mas como orçamento era curto eles resolveram usar maquetes simulando as cidades e usar um ator vestindo uma roupa para representar o monstro na tela. Isso ficou conhecido como Suitmotion. Fora os filmes do personagem, a Toho e outras produtoras japonesas e até americans criaram vários outros monstros e tipos de filme com esse mesmo esquema envolvendo “um cara vestido”. Seja um monstro, um alien ou um robô gigante, Godzilla criou um estilo reverenciado até hoje. Godzilla entrou para a cultura pop mundial. Um ícone. Se a gente fala do Japão, com certeza ele é citado. Das cicatrizes da guerra para a eternidade da história, GODZILLA: THE KING OF MONSTERS!




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